Mês: abril 2024

Persistência do canal arterial e repercussões no cérebro prematuro

Persistência do canal arterial e repercussões no cérebro prematuro

Valerie Chock (EUA). NEOBRAIN BRASIL, São Paulo, 8-9 março de 2024.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

Tanto a saturação cerebral (Csat) como a renal (Rsat) estavam baixas na PCA hemodinamicamente significativa (hsPCA) que melhoraram com o uso da indometacina. Pressões arteriais mais baixas durante um importante PCA hemodinamicamente significativa e menor oxigenação cerebral regional com maior extração de oxigênio cerebral. Isto provavelmente indicou um fornecimento reduzido de oxigênio induzido pelo roubo ductal e uma consequente diminuição da perfusão cerebral em comparação com bebês controle sem PCA. o tratamento da hsPCA com paracetamol não afeta a oxigenação e a perfusão cerebral em bebês  muito prematuros e isso confirma seu bom perfil de segurança. Bebês que necessitam de ligadura cirúrgica de hsPDA podem ter risco aumentado de passividade da pressão cerebral nas 6 horas após a cirurgia. O Risco da síndrome pós – ligadura  é de  28-45%  e está associado a maior mortalidade. O monitoramento NIRS cerebral e somático no pós-operatório pode melhorar a identificação  da síndrome pós-ligadura da hsPCA em estágios iniciais.

MONOGRAFIA-NEONATOLOGIA-2024 – (APRESENTAÇÃO):Avaliação da eficácia da colostroterapia em recém-nascidos internados em uma UTI neonatal

MONOGRAFIA-NEONATOLOGIA-2024 – (APRESENTAÇÃO):Avaliação da eficácia da colostroterapia em recém-nascidos internados em uma UTI neonatal

Amanda do Carmo Alves. Orientadora: Dra. Nathália Bardal.

No presente estudo, não foram identificadas, de forma isolada, nenhuma associação estatisticamente significativa entre a realização da colostroterapia e o tempo para atingir a dieta plena, provavelmente devido ao baixo número de bebês submetidos à colostroterapia (17%).

O futuro do monitoramento da oxigenação cerebral neonatal: orientações após o ensaio SafeBoosC-III

O futuro do monitoramento da oxigenação cerebral neonatal: orientações após o ensaio SafeBoosC-III

The Future of Neonatal Cerebral Oxygenation Monitoring: Directions after the SafeBoosC-III Trial.Chock VY, et al. J Pediatr. 2024. PMID: 38492916 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto

Valerie Chock comenta sobre os resultados do ensaio sobre a Monitorização da Oxigenação Cerebral  Neonatal realizada em 72 países que não mostrou, em prematuros extremos, monitorizados pela  oximetria cerebral durante as primeiras 72 horas após o nascimento associação  a uma menor incidência de morte ou lesão cerebral grave às 36 semanas de idade pós-menstrual do que os cuidados habituais. Foram usadas pelo menos cinco combinações diferentes de dispositivos e sensores usadas no estudo SafeBoosC-III que não correspondiam à configuração de dados de referência. Futuros ensaios neonatais de NIRS devem estipular o uso de sensores neonatais. A uniformidade dos dispositivos e sensores NIRS usados ​​clinicamente é uma questão importante a ser resolvida e deve ser abordada tanto pelos fornecedores quanto pelos usuários do monitoramento NIRS neonatal. O monitoramento da saturação cerebral de oxigênio  (rScO 2 ) derivado do NIRS precisa de maior desenvolvimento, particularmente com a robustez e validade da tecnologia subjacente e a uniformidade entre os fabricantes comerciais.

REVISÃO DAS DIRETRIZES DE PRÁTICA CLÍNICA: MANEJO DA HIPERBILIRRUBINEMIA EM RECÉM-NASCIDOS COM 35 OU MAIS SEMANAS DE GESTAÇÃO

REVISÃO DAS DIRETRIZES DE PRÁTICA CLÍNICA: MANEJO DA HIPERBILIRRUBINEMIA EM RECÉM-NASCIDOS COM 35 OU MAIS SEMANAS DE GESTAÇÃO

Clinical Practice Guideline RevisionManagement of Hyperbilirubinemia in the Newborn Infant 35 or More Weeks of GestationKemper AR, Newman TB, Slaughter JL, Maisels MJ, Watchko JF, Downs SM, Grout RW, Bundy DG, Stark AR, Bogen DL, Holmes AV, Feldman-Winter LB, Bhutani VK, Brown SR, Maradiaga Panayotti GM, Okechukwu K, Rappo PD, Russell TL.Pediatrics. 2022 Sep 1;150(3):e2022058859. doi: 10.1542/peds.2022-058859.PMID: 35927462. Email: alex.kemper@nationwidechildrens.org

Realizado por Paulo R. Margotto

 

Este artigo atualiza e substitui as diretrizes de prática clínica da Academia Americana de Pediatria (AAP) de 2004 para o manejo e prevenção da hiperbilirrubinemia em recém-nascidos com ≥35 semanas de gestação. O Comitê aumentou os limiares da fototerapia num intervalo estreito que o Comitê considerou seguro. A albumina sérica baixa pode aumentar o risco de neurotoxicidade devido à maior disponibilidade de bilirrubina não ligada (isto é, bilirrubina não ligada à albumina). Concentração de albumina <3,0 g/dL um fator de risco de neurotoxicidade por hiperbilirrubinemia. Assim, a medição da albumina é recomendada como parte da intensificação dos cuidados. Concentração sérica de bilirrubina direta  >1,0 mg/dL como anormal (uma concentração direta de bilirrubina >20% do total não é mais considerada  necessária para o diagnóstico de  colestase. O uso da luz solar como uma ferramenta terapêutica confiável e, portanto, é não é recomendado. É uma opção medir bilirrubina  transcutânea (TcB) em vez de bilirrubina sérica total (TSB) se já se passaram pelo menos 24 horas desde a interrupção da fototerapia. A hiperbilirrubinemia de rebote é definida como uma concentração de TSB que atinge o limiar de fototerapia para a idade do bebê dentro de 72 a 96 horas após a interrupção da fototerapia. Os hospitais devem verificar se os sistemas de fototerapia fornecem a irradiância pretendida. A interrupção da fototerapia é uma opção quando a TSB diminuiu pelo menos 2 mg/dL abaixo do limite específico da hora no início da fototerapia. Um período mais longo de fototerapia é uma opção se houver fatores de risco Sempre que possível, o bebê deve ser internado diretamente na UTIN, e não através do pronto-socorro, para evitar atrasos no atendimento. A relação bilirrubina/albumina pode ser usada em conjunto com o nível de TSB para determinar a necessidade de exsanguineotransfusão.

 

Maior ingestão de líquidos e menor ingestão calórica: risco associado de displasia broncopulmonar grave em bebês com baixo peso ao nascer

Maior ingestão de líquidos e menor ingestão calórica: risco associado de displasia broncopulmonar grave em bebês com baixo peso ao nascer

Higher fluid and lower caloric intakesassociated risk of severe bronchopulmonary dysplasia in ELBW infants. Kolitz D, Przystac L, Tucker R, Oh W, Stonestreet BS.J Perinatol. 2024 Mar 8. doi: 10.1038/s41372-024-01928-0. Online ahead of print.PMID: 38459372.

Realizado por Paulo R. Margotto

A ingestão total cumulativa de líquidos (ml/kg) foi significativamente maior em bebês que desenvolveram DBP grave nas primeiras duas semanas de vida do primeiro dia até a semana 12, em comparação com bebês que não desenvolveram DBP grave. O aumento da ingestão calórica até a semana 12 reduziu as chances de desenvolver DBP grave em aproximadamente quatro por cento para cada kcal/kg. O presente estudo também demonstrou associação entre o desenvolvimento de DBP grave e trajetórias reduzidas de crescimento de peso, comprimento e perímetro cefálico. Há muito se reconhece que bebês com DBP demonstram baixo crescimento pós-natal

NEUROLOGIA NEONATAL:VISÃO DE VOLPE: ERITROPOETINA E O ESTUDO DE CURA: QUESTÕES DE TEMPO

NEUROLOGIA NEONATAL:VISÃO DE VOLPE: ERITROPOETINA E O ESTUDO DE CURA: QUESTÕES DE TEMPO

Joseph J. Volpe

Realizado por Paulo R. Margotto

A EPO leva à diminuição da ativação microglial, diminuição da lesão oligodendroglial e melhora da mielinização com inclusive efeitos angiogênicos. Na lesão cerebral neonatal, o desenvolvimento neuronal, o crescimento axonal e o desenvolvimento oligodendroglial podem ser prejudicados pela ação prolongada de astrócitos reativos e microglia ativada.23 Pelo menos em modelos experimentais, a EPO parece ter o potencial de interromper esses efeitos quando administrada a longo prazo, após os períodos agudos de lesão. Claramente, porque no cérebro humano estes processos de desenvolvimento ocorrem durante muitas semanas a meses, a terapia prolongada com EPO pode ser necessária e potencialmente benéfica

APRESENTAÇÃO: SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO

APRESENTAÇÃO: SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO

Paulo R. Margotto, Marta David Rocha de Moura, Fabiano Cunha Gonçalves, Joseleide de Castro, Priscila Guimarães.

A intubação é um procedimento potencialmente doloroso, estressante e é associado com efeitos fisiológicos adversos, devendo sempre ser precedido de analgesia  nas INTUBAÇÕES ELETIVAS (obstrução do tubo, piora do desconforto respiratório, extubação acidental, ou antes, de um procedimento cirúrgico), pois muito desses bebês já tem acesso venoso. É inapropriada e inaceitável   a intubação de neonato em estado de vigília (a dor é intensa!). Há na literatura um “coquetel” de diferentes drogas usadas na intubação desses bebês (fentanil, remifentanil, ketamina, propofol, Midazolam, rocurônio, dexmedetomedina, atropina (vagolítico), isoladas ou em combinação, com grande diferença entre os Centros, razão pela qual, na busca de uma padronização da SRI para a nossa Unidade, realizamos essa revisão discutida com toda a Equipe na elaboração de um Protocolo (breve disponível em www.paulomargotto.com.br). Na administração minimamente invasiva do surfactante propomos medidas não farmacológicas (o uso de analgesia pode comprometer o impulso respiratório do bebê, que é crucial para o sucesso do uso dessa técnica; dado que a depressão respiratória é uma indicação para a ventilação mecânica, o uso de analgesia pode parecer contraproducente). As alternativas não farmacológicas, como enfaixar, sucção não nutritiva e uso de sacarose, podem ser utilizadas isoladamente ou em combinação com outras intervenções para aliviar a dor leve a moderada e diminuir o sofrimento neonatal durante a LISA. Essas técnicas são seguras e eficazes, e não apresentam os mesmos riscos que os medicamentos.

MONOGRAFIA NEONATAL-2024 (HMIB):Avaliação da eficácia da colostroterapia em recém-nascidos internados em uma UTI neonatal

MONOGRAFIA NEONATAL-2024 (HMIB):Avaliação da eficácia da colostroterapia em recém-nascidos internados em uma UTI neonatal

Autora:Amanda do Carmo Alves Orientadora: Nathalia Bardal

Introdução: Recém-nascidos prematuros e com patologias cirúrgicas apresentam risco aumentado de desenvolvimento de infecções relacionadas à assistência à saúde e de morte, visto que permanecem grandes períodos em jejum, com antibioticoterapia de amplo espectro, acesso venoso profundo e nutrição parenteral prolongada, o que facilita a colonização do trato gastrointestinal por bactérias patogênicas. A colostroterapia é uma terapia segura, sendo amplamente utilizada nas unidades neonatais por sua ação sobre a imunidade de mucosa, diante disso, pode ser uma estratégia interessante para esses pacientes. Além disso, as mães muitas vezes se sentem desmotivadas, pois seus filhos permanecem longos períodos sem receber alimentação enteral, e o aleitamento materno muitas vezes é dificultado. A colostroterapia pode funcionar como fator motivador para essas mães, e secundariamente, poderia favorecer as taxas de amamentação. Objetivo: Avaliar o impacto do uso, em recém-nascidos prematuros e com patologias cirúgicas, da colostroterapia na redução da ocorrência de sepse tardia; do número de óbitos; do tempo até atingir a dieta plena; e do tempo total de internação. Metodologia: Tratase de uma coorte retrospectiva, que foi realizada em recém-nascidos prematuros e em recém-nascidos com patologias cirúrgicas admitidos e atendidos na Unidade de Neonatologia do Hospital Materno Infantil do Distrito Federal entre janeiro e dezembro de 2023. Resultados: Foram incluídos no estudo 173 pacientes, dos quais 24% foram gestados por menos de 28 semanas; 54% de 28 a 32 semanas; e os demais foram pacientes cirúrgicos — 22%. A colostroterapia foi prescrita para 29% dos pacientes, dos quais 61% receberam o tratamento. Dos pacientes gestados por menos de 28 semanas, 50% receberam prescrição e 31% realizaram efetivamente a colostroterapia. Já nos pacientes com 28 a 32 semanas, foi prescrita para 25%, e 14% recebeu o tratamento. Por fim, no grupo de pacientes cirúrgicos, 18% tiveram prescrição e 15% realizaram a terapia. Conclusão: O tempo de internação da mãe se mostrou estatisticamente associado à realização da colostroterapia. Contudo, não foram identificadas nenhuma associação significativa entre a realização dacolostroterapia e os demais desfechos.