As armadilhas da ultrassonografia intracraniana

As armadilhas da ultrassonografia intracraniana

Paulo R. Margotto.

Capítulo do livro NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL, 2a Edição, Editado por Paulo R. Margotto, 2019, em Preparação.

Como vimos o ultrassom (US) cerebral é uma técnica acessível e de escolha na avaliação de importantes patologias cerebrais do recém-nascido. O uso de janelas acústicas posteriores, juntamente com a melhora da resolução das imagens permite melhor visualização do ronco cerebral e fossa posterior.

Na realização dos exames é de fundamental importância o conhecimento da anatomia ultrassonográfica, assim como os artefatos relacionados à técnica.

Goya Enrıquez et al, a partir dos estudos do US cerebral realizadas de forma rotineira em 176 neonatos prematuros e  26 RN a termo na investigação de patologias cerebrais, ilustram de forma brilhante estruturas normais, variantes anatômicas e artefatos relacionados ao sistema ventricular, plexo coróide e  parênquima cerebral que podem imitar potenciais armadilhas na ultrassonografia craniana do recém-nascido.

Neste estudo foram usadas as fontanelas anterior, posterior e mastóide.   Interessante que as crianças com imagens consideradas armadilhas foram acompanhadas com o US e seguimento, sendo consideradas normais do ponto de vista do neurodesenvolvimento.

Essa abordagem se baseia nos resultados destes autores e com ilustrações e achados de outros autores referendados.

Este capítulo mostra  as armadilhas freqüentemente encontradas na ultrassonografia craniana e fornece pistas para diferenciar essas imagens enganosas das verdadeiras lesões. A familiaridade com esses recursos ajudará a evitar a prática desnecessária de complicações clínicas e explorações radiológicas.