Categoria: Infecções Bacterianas e Fúngicas

Colar de Pérolas de Mecônio / Candidíase Cutânea Congênita com Envolvimento Ungueal

Colar de Pérolas de Mecônio / Candidíase Cutânea Congênita com Envolvimento Ungueal

String Of Meconium Pearls Pramod K Sharma 1Chetan Khare 2Roshan Chanchlani 1J Pediatr. . 2023 May 24;260:113508. Online ahead of rint.Pmid: 37230213.Doi: 10.1016/J.Jpeds.2023.113508.

Realizado por Paulo R. Margotto

COLAR DE PÉROLAS DE MECÔNIO (O caso ilustra a presença de pérolas de mecônio e baixa anomalia anorretal coexistente em um bebê do sexo masculino; a presença de pérolas de mecônio deve levar o médico a procurar anomalia anorretal e possível fístula /CANDIDÍASE CUTÂNEA CONGÊNITA COM ENVOLVIMENTO UNGUEAL (A candidíase cutânea congênita –CCC- é uma infecção fúngica intrauterina rara da derme e da epiderme, adquirida por transmissão vertical da colonização vaginal de espécies de Candida. Embora a candidíase vulvovaginal seja uma doença comum em mulheres grávidas, a razão pela qual a CCC é tão rara é desconhecida).

Congenital Cutaneous Candidiasis with Nail InvolvementTuoni C, Mazzatenta C, Filippi L.J Pediatr. 2023 May 12;260:113470. doi: 10.1016/j.jpeds.2023.113470. Online ahead of print.PMID: 37179016 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto

CANDIDÍASE CUTÂNEA CONGÊNITA COM ENVOLVIMENTO UNGUEAL (A candidíase cutânea congênita –CCC- é uma infecção fúngica intrauterina rara da derme e da epiderme, adquirida por transmissão vertical da colonização vaginal de espécies de Candida. Embora a candidíase vulvovaginal seja uma doença comum em mulheres grávidas, a razão pela qual a CCC é tão rara é desconhecida).

 

ANTIBIÓTICOS NO INICIO DA VIDA: MENOS É MAIS

ANTIBIÓTICOS NO INICIO DA VIDA: MENOS É MAIS

Less is more: Antibiotics at the beginning of life.Stocker M, Klingenberg C, Navér L  et al. .Nat Commun. 2023 Apr 27;14(1):2423. doi: 10.1038/s41467-023-38156-7.PMID: 37105958 Free PMC article. Review.  Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os antibióticos ainda são os medicamentos mais prescritos nos primeiros dias de vida. Até 14% dos prematuros tardios e de termo e até 90% dos prematuros extremos recebem antibióticos intravenosos. Essa exposição é desproporcional à carga da doença, pois apenas 0,5 a 2% dos recém-nascidos tratados com antibióticos apresentam infecção bacteriana comprovada por cultura. O objetivo de um microbioma preservado e resistência antimicrobiana reduzida pode melhorar a saúde das gerações futuras.

  A hora de agir é agora!

Segurança e eficácia da administração de probióticos em recém-nascidos pré-termo

Segurança e eficácia da administração de probióticos em recém-nascidos pré-termo

Palestra proferida pelo Dr. Ravi Patel (EUA) no III Encontro Internacional de Neonatologia realizado em Gramado (RS), entre os dias 13 e 15 de abril de 2023.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A certeza da evidência do uso do probiótico na redução da enterocolite necrosante (ECN), mortalidade e sepse tem sido baixa, moderada e moderada, respectivamente com redução de 46%, 14% e 11%, respectivamente. Tanto estudos clínicos como em modelos animais, a redução da ECN tem sido consistente (50%). Para  mudar completamente  a conclusão  do efeito de suplementação de probiótico  sobre o risco de enterocolite, precisaríamos de  um estudo muito grande, envolvendo 8000 bebês, o que é pouco plausível. Novos estudos podem mudar a nossa certeza, mas é pouco provável que mude o quanto é eficaz  a suplementação de probiótico. Razões plausíveis da eficácia dos probióticos: barreira intestinal mais forte, reduzem  o tom inflamatório do intestino  e diminui a inflamação mediada pelos receptores Toollike, que são aqueles  que pegam a bactéria. Tem sido usado  vários produtos diferentes, o que preocupa os clínicos, qual seria o melhor. O mais comum foi com o Lactobacillus rhamnosus, por exemplo e o segundo, um produto com uma combinação  de espécies de Lacotbacillus e Bidifobacteria  e o terceiro, uma combinação de Bifidobacteria, Lactobacillus. No entanto, há riscos, como, contaminantes, risco de sepse pelo probiótico (muito incomum), cepa única ou  múltipla ( há evidências moderadas a altas para a superioridade das combinações de 1 ou mais Lactobacillus spp e 1 ou mais Bifidobacterium spp versus tratamentos probióticos de cepas únicas e múltiplas), certeza de que o produto, comprado em Farmácias e Supermercados contem o que está no rótulo (apenas 1 de 16 comprovou esse fato). Há um grande estudo que está sendo realizado agora  que está avaliando com um produto  investigacional específico que será comercializado COMO FÁRMACO o primeiro para neonatos. É um estudo que está sendo feito agora  e 91 Centros estão participando, com  bebês com peso entre 500-1500g (n-2158), Produto: Lactobacillus reuteri (IBP-9414). O resultado primário: ECN, tempo para tolerância alimentar. Na decisão do uso de probióticos é importante que você conheça a sua incidência de ECN e assim você pode calcular o número necessário para tratamento para evitar 1 caso de ECN-há uma tabela interessante Para esse cálculo (se a sua Unidade tem uma incidência de 1%  ou 2%, talvez você tenha que dar probióticos  para 100 a 200 bebês para prevenir um caso).  E esse é o julgamento se vale apenas  os custos, esforços e  riscos potenciais. Segundo Patel, os benefícios com a suplementação são mais fortes que os dados contra, mas eu peço a vocês  que pesem a evidência, considerando o contexto local  e a disponibilidade do produto. Na nossa Unidade não temos usado probióticos e nossa incidência de ECN tem sido em torno de 4%

Desconforto Respiratório Neonatal Secundário à Síndrome de Aspiração de Mecônio

Desconforto Respiratório Neonatal Secundário à Síndrome de Aspiração de Mecônio

Neonatal Respiratory Distress Secondary to Meconium Aspiration Syndrome.Olicker AL, Raffay TM, Ryan RM.Children (Basel). 2021 Mar 23;8(3):246. doi: 10.3390/children8030246.PMID: 33806734 Free PMC article. Review.Artigo Livre!

Apresentação: R4 Neo Paolla Bomfim; R5 Neo Lucas do Carmo. Hospital Materno Infantil de Brasília, SES/DF.Coordenação: Carlos Alberto Moreno Zaconeta.

Se não houver sinais sistêmicos de sepse ou hemocultura positiva, não há indicação de administração prolongada de antibióticos simplesmente para aspiração de mecônio

Antibioticoterapia empírica (PROLONGADA!)

Antibioticoterapia empírica (PROLONGADA!)

Paulo R. Margotto. I Congresso de UTI Pediátrica e Neonatal do Cariri (26-28 de maio de 2023)

 

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!! UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra. O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!

SEPSE NEONATAL(PRECOCE e tardia):DESAFIO-Estado da arte!

SEPSE NEONATAL(PRECOCE e tardia):DESAFIO-Estado da arte!

Paulo R. Margotto. I Congresso de UTI Pediátrica e Neonatal do Cariri (26-28 de maio de 2023)

 

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!!UM UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra.O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!

O que há de novo no manejo da sepse neonatal precoce? (What’s new in the management of neonatal early-onset sepsis?)

O que há de novo no manejo da sepse neonatal precoce? (What’s new in the management of neonatal early-onset sepsis?)

What’s new in the management of neonatal early-onset sepsisFleiss N, Schwabenbauer K, Randis TM, Polin RA.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2023 Jan;108(1):10-14. doi: 10.1136/archdischild-2021-323532. Epub 2022 May 26.PMID: 35618407 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A revisão enfoca os prematuros tardios e os recém-nascidos a termo. Para os bebes ≤34 sem é difícil determinar a contribuição independente de qualquer fator específico, além da idade gestacional, para o risco de sepse precoce (<72 horas de vida). Ente os fatores, A colonização materna com GBS (estreptococo do grupo B), o aumento da duração da ruptura da membrana e a infecção intra-amniótica (ou seja, corioamnionite) estão todos associados ao aumento do risco de sepse precoce. O Committee on Fetus and Newborn recomenda a abordagem de observação serial como alternativa ao uso da Calculadora de Sepse (em uma análise retrospectiva nacional de 384 lactentes que receberam antibióticos empíricos ao nascer, a Calculadora de Sepse (https://stuginski.com/calculator) recomendou antibióticos em 57%, enquanto a abordagem com exames clínicos seriados recomendou antibióticos em 17%. Hemocultura: os médicos devem ter certeza de que os antibióticos podem ser descontinuados com segurança quando a hemocultura for negativa em um lactente assintomático. PCR e Procalcitonina devem ser obtidos em série e em um momento posterior ao início da infecção (6 a 12 horas). Há poucas evidências para continuar os antibióticos puramente com base em PCR ou Procalcitonina elevados, quando as hemoculturas permanecem negativas e o bebê está se recuperando.

Transmissão da microbiota de mãe para filho e desenvolvimento da microbiota infantil em vários locais do corpo (Os bebês recebem bactérias essenciais de suas mães após o parto natural, bem como após a cesariana)

Transmissão da microbiota de mãe para filho e desenvolvimento da microbiota infantil em vários locais do corpo (Os bebês recebem bactérias essenciais de suas mães após o parto natural, bem como após a cesariana)


Mother-to-infant microbiota transmission and infant microbiota development across multiple body sites.
Bogaert D, van Beveren GJ, de Koff EM, Lusarreta Parga P, Balcazar Lopez CE, Koppensteiner L, Clerc M, Hasrat R, Arp K, Chu MLJN, de Groot PCM, Sanders EAM, van Houten MA, de Steenhuijsen Piters WAA.Cell Host Microbe. 2023 Mar 8;31(3):447-460.e6. doi: 10.1016/j.chom.2023.01.018.PMID: 36893737. Artigo Integral!

Os bebês recebem bactérias essenciais de suas mães durante o nascimento e imediatamente depois, independentemente de terem nascido de parto natural ou cesariana ( bebês nascidos por cesariana recebem menos do microbioma intestinal de suas mães  durante o parto, mas parecem compensar isso em parte recebendo bactérias do leite materno). Assim, A amamentação torna-se ainda mais importante para as crianças que nascem por cesariana e que, portanto, não recebem micróbios intestinais e vaginais de suas mães. Ao comparar bebês nascidos por cesariana com bebês nascidos de parto normal, esses autores descobriram  que o impacto do leite materno foi significativamente mais forte em bebês nascidos por cesariana! um método polêmico chamado semeadura vaginal, também conhecido como microbirthing, que consiste em recolher amostras do fluido da vagina logo após o parto e passá-la na pele do bebê. “Ainda não foi comprovado, em estudos, que a semeadura vaginal tenha um efeito positivo a longo prazo, por exemplo, no risco de asma ou obesidade. O método também traz possíveis riscos, como a transmissão de vírus, razão pela qual ainda não é recomendado pelas sociedades profissionais. Agora temos a primeira prova de que você não precisa necessariamente fazer isso — o que é um alívio. Os dados do estudo mostram que os bebês de cesariana se beneficiam muito da amamentação e muito mais rapidamente do que os bebês de parto normal.