CRISES CONVULSIVAS NO PERÍODO NEONATAL

CRISES CONVULSIVAS NO PERÍODO NEONATAL

Sérgio Henrique Veiga, Paulo R. Margotto, Joseleide G. Castro.

Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Editado por Paulo R. Margotto, 4a Edição, 2021

Convulsões ocorrem com maior frequência no período neonatal do que em qualquer outra fase da vida e são a principal emergência neurológica nos recém-nascidos (RN). Elas podem causar ou refletir alteração funcional no cérebro em desenvolvimento e poderão determinar consequências permanentes desde o período neonatal até as fases posteriores na vida.  Segundo Volpe estudos baseados na população usando uma definição clínica de convulsões indicam diferenças acentuadas na incidência em função do peso ao nascer, com valores tão elevados quanto 57,5 ​​por 1000 em lactentes com peso ao nascer inferior a 1500 g, mas apenas 2,8 por 1000 para bebês com peso ao nascer de 2500 a 3999 g. A mortalidade relatada no RN com convulsão gira em torno de 40% e 1/3 dos RN sobreviventes apresentam sequelas neurológicas. A mortalidade em consequência de crises convulsivas nos RN secundária a síndrome hipóxico-isquêmica permanece acima de 50%.

A crise convulsiva ocorre devido a uma descarga elétrica síncrona e excessiva de um grupo ou da totalidade de neurônios. A maior ocorrência de convulsões no período perinatal deve-se a uma maior excitabilidade do cérebro neste período da vida, como será descrito em seguida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda confirmação por EEG de todas as crises clínicas onde esta tecnologia está disponível. O EEG tradicional de 60 minutos é limitado para captura de convulsões