Crises eletroencefalográficas em recém-nascidos prematuros na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Crises eletroencefalográficas em recém-nascidos prematuros na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Electrographic Seizures in Preterm Neonates in the Neonatal Intensive Care Unit.Buraniqi E, Sansevere AJ, Kapur K, Bergin AM, Pearl PL, Loddenkemper T.J Child Neurol. 2017 Sep;32(10):880-885. doi: 10.1177/0883073817713918. Epub 2017 Jul 9.PMID: 28691593.Similar articles.

Apresentação: Fernando Reginato Bau (R4 em Neonatologia do HMIB). Coordenação: Joseleide de Castro, Sérgio H Veiga e Paulo R. Margotto.

  • Devido à dissociação eletroclínica freqüente entre a apresentação de convulsões clínicas e os padrões de convulsão do EEG, a utilização da eletrografia contínua permite a detecção de convulsões no EEG em uma população de alto risco para convulsão, como os prematuros (essas crises eletrográficas podem ocorrer entre 4-48% nesses RN).No presente estudo, 23% dos RN prematuros submetidos a monitorização de EEG clinicamente indicada tinham convulsões, com 33% dessas convulsões sendo convulsões de EEG sem clara correlação clínica, ou 8% da coorte total monitorada com EEG contínuo (todas foram capturadas até 7,3 horas). Sem monitoramento contínuo de EEG, muitas convulsões seriam perdidas! As diretrizes da American Clinical Neurophysiology Society ( ACNS) recomendam que os neonatos com alto risco de convulsões sejam monitorados com EEG convencional por 24 horas para monitorar as convulsões e, se convulsões forem detectadas, a monitoração EEG deve continuar até que o paciente esteja livre de convulsões por 24 horas (dada a alta porcentagem de crises EEG nessa coorte, o EEG contínuo é necessário, já que o tratamento precoce pode afetar a carga epiléptica e possivelmente o resultado do desenvolvimento). Nos links, informações sobre desacoplamento eletroclínico das convulsões (58% das convulsões persistentes tiveram desacoplamento de expressões elétricas e clínicas de convulsões), apenas 1/3 das crises EEGs se expressam clinicamente, além dos Neonatologistas não reconhecerem ou interpretaram mal estas manifestações clínicas e os melhores resultados estruturais cerebrais quando se tratam as convulsões clínicas e  eletroencefalográficas. Segundo Lloyd et al, bebês de menor idade gestacional,  com baixos escores de Apgar, maiores escores do CRIB II e evidência de lesão cerebral no ultrassom estão sob risco elevado de convulsões, sugerindo que esses bebês podem ser considerados para início precoce da minitorização EEG, de acôrdo com as Diretrizes da American Clinical Neurophysiology Society. Sem a monitorização EEG nestes bebês prematuros é muito difícil a detecção com precisão das convulsões.