HIPERTENSÃO PULMONAR NO RECÉM-NASCIDO

HIPERTENSÃO PULMONAR NO RECÉM-NASCIDO

Paul R. Margotto

(Capitulo do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2019, em preparação)

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) é um sério distúrbio cardiovascular no RN e  caracteriza-se pela ausência da diminuição fisiológica da pressão da artéria pulmonar ao nascimento e prolongada exposição do ventrículo direito (VD) a alta pós carga, com conseqüente manutenção de um shunt D-E pelo canal arterial e pelo foramen ovale, provocando hipoxemia refratária a oxigenioterapia.

A grande maioria dos casos é secundária a alta resistência vascular pulmonar (RVP). Nos recém-nascidos, a HPP é quase sempre secundária à desrregulação da RVP.

O VD desempenha um papel essencial no suporte do fluxo sanguíneo pulmonar durante a transição neonatal normal. A capacidade do  ventrículo direito para manter ou aumentar seu desempenho no cenário de configuração de HPP, onde há falha no declínio  pós-natal normal da resistência vascular pulmonar (RVP), é um importante componente da resposta adaptativa. Muita atenção deverá ser dada à performance do VD na terapêutica

A pressão na artéria pulmonar do feto está em torno de 60-80 mmHg caindo para 18-20mmHg (começa a cair a partir da 6ª a 8ª hora de via) ao final do 1º dia de vida e continua caindo por um certo período de tempo. No RN com HPP, a pressão na artéria pulmonar está ao redor de 70-80mmHg, superior a pressão sistêmica, que está ao redor de 50-55mmHg.

Acredita-se que um em cada 500-1.500 nativivos desenvolve HPP e 1 a 4% das admissões na UTI neonatal tem a HPP como diagnóstico principal.