Implicações da dor e da exposição à morfina no neurodesenvolvimento
De Kesavan K et al, 2015, Apresentado pela Dr. Letícia Rodrigues de Moraes, R3 em Neonatologia do HMIB/SES/DF, sob Coordenação da Dra. Evely Mirela. Os opiáceos como morfina e fentanil atuam nos receptores mu, kappa e delta e ativam várias vias intracelulares de sinalização que são responsáveis não só pelos efeitos analgésicos mas também pela modulação na proliferação, sobrevivência e diferenciação de células tronco, neurônios, a células da glia que expressam receptores opióides. A exposição repetida à morfina, tanto longa (>7 dias) como curta modifica a neuroplasticidade sináptica nos locais pós-sinápticos do sistema límbico, o que leva a um permanente efeito de reorganização das conexões sinápticas nas áreas que regulam motivação, recompensa e aprendizagem ao longo da vida adulta. Essas mudanças são permanentes e permanecem mesmo após a remoção da morfina. A maior exposição à morfina foi associada a maiores características de internalização como padrão ansioso/depressivo e triste/depressivo ou problemas somáticos. A exposição neonatal a opióides pode ter implicações duradouras para a estrutura e função do cérebro, PRINCIPALMENTE NA AUSÊNCIA DE DOR. Tal como acontece com toda decisão clínica, os riscos e benefícios da analgesia com opióides deve ser considerado com cautela. Quano ao fentanil: causa menos hipotensão, menos efeito sedativo, pode causar menor desenvolvimento cerebelar. São necessários estudos posteriores prospectivos, que avaliem os riscos e benefícios do uso de sedativos e analgésicos mais comuns, particularmente em relação ao crescimento cerebral.Torna-se importante que saibamos avaliar as consequências clínicas de tudo que fazemos na UTI Neonatal, pois tratamos de cérebros, principalmente relacionadas coma precoce administração de opióides nestes vulneráveis pré-termos. Há sugestão da necessidade de um novo projeto de agentes que podem alterar as mudanças neuroplásticas induzidas pelos opiáceos. NA UTI NEONATAL TODOS OS CAMINHOS CONDUZEM AO CÉREBRO! particularmente em relação ao crescimento cerebral.Torna-se importante que saibamos avaliar as consequências clínicas de tudo que fazemos na UTI Neonatal, pois tratamos de cérebros, principalmente relacionadas coma precoce administração de opióides nestes vulneráveis pré-termos. Há sugestão da necessidade de um novo projeto de agentes que podem alterar as mudanças neuroplásticas induzidas pelos opiáceos