Reconhecimento e diagnóstico de infecções fúngicas invasivas em neonatos

Reconhecimento e diagnóstico de infecções fúngicas invasivas em neonatos

De Calley JL et al, Reino Unido, 2017,  Apresentado pela Dra. Deyse Costa, R3 em Neonatologia do HMIB/SES/DF, sob Coordenação do Dr. Diogo Pedroso. Os recém-nascidos (RN) são particularmente suscetíveis a candidíase invasiva (IC), com uma incidência de 3 a 5 vezes maior em comparação com crianças ou adultos e entre os fatores: a idade gestacional (<28 semanas) e peso ao nascer (1000g), RN com patologia abdominal que requerem cirurgia ( o trato gastrintestinal é o local de maior colonização por Candida).A incidência geral desta infecção vem diminuindo desde os anos 90, devido ao menor uso de antibióticos de amplo espectro, melhores medidas de controle de infecção e o discutível uso da profilaxia antifúngica (embora a infecção começou a diminuir em 2001, o aumento da profilaxia antifúngica não começou até 2002!). Recentes incidências relatadas:0,15% de todas as admissões neonatais e entre 2-9% nos RN de extremo baixo peso. As espécies mais comuns de candidemia neonatal  tem sido: C. albicans e C. parapsilosis, com menor números  a C. glabrata, C. tropicalis, C. krusei e C. lusitaniae.Há um pico de incidência na 2a semana de vida.O diagnóstico de candidemia invasiva associa-se a maior mortalidade (1/3 dos RN<1000G morrem) e deficiente neurodesenvolvimento (60% dos sobreviventes). A candidemia invasiva (CI) se apresenta como sepse bacteriana, com frequente trombocitopenia (esta é mais duradoura). A hiperglicemia é uma característica comum (juntamente com a trombocitopenia é um importante preditor!).Em 50% as culturas por candidíase disseminada comprovada por autópsias são negativas (colhendo em 3 sítios está entre 50-75%)! RN com uroculturas positivas para Candida deve ser trados como CI (semelhante comprometimento neurológico e morte em relação aos com hemocultura positiva.O diagnóstico de meningite por Candida é difícil (o líquor pode ser normal  na meningite comprovada por Candida e metade tem cultura negativa!). O artigo discute o uso da PCR (4-6 horas pode estar concluída) e o uso de biomarcadores (1,3-Beta-d-glucano:BDG; Anticorpos Manana e Anti-manana) para evitar o atraso no diagnóstico da CI. No futuro próximo, existe um papel potencial para os testes  adjuvantes. Os dois candidatos mais promissores o  BDG e a PCR para Candida.Os autores concluem que o tratamento oportuno, efetivo e adequado das infecções invasivas por Candida na Unidade Neonatal é essencial para minimizar a morbimortalidade. A capacidade de diagnosticar efetivamente essas infecções é limitada. A cultura de fungos tem uma taxa falso negativa, portanto, o tratamento é geralmente iniciado de forma empírica. Nos links discutimos sobre os risco do uso de antibióticos de amplo espectro (aumenta 2 vezes mais o risco de CI), as vantagens do uso de menor tempo de ventilação e menos uso de bloqueadores de receptor de Histamina (ranitidina) . Nos links discutimos a respeito da profilaxia (não usado universalmente- nos EUA, usa se incidência entre 15-34%!) e o uso empírico da terapia antifúngica  (a incidência de deficiente neurodesenvolvimento ou morte aos 18-22 meses de idade corrigida foi menor nas crianças que receberam terapia antifúngica empírica [50% versos 64%  – OR:0,27;IC a 95%:0,08-0,89-P=0,03]. A nossa Unidade tem adotado o uso da terapia empírica antifúngica, face a incidência de infecção fúngica na Unidade em recentes levantamentos