Mês: maio 2020

Achados de neuroimagem em recém-nascidos com cardiopatia congênita antes da cirurgia: um estudo observacional

Achados de neuroimagem em recém-nascidos com cardiopatia congênita antes da cirurgia: um estudo observacional

Neuroimaging findings in newborns with congenital heart disease prior to surgery: an observational study.Kelly CJ, Arulkumaran S, Tristão Pereira C, Cordero-Grande L, Hughes EJ, Teixeira RPAG, Steinweg JK, Victor S, Pushparajah K, Hajnal JV, Simpson J, Edwards AD, Rutherford MA, Counsell SJ.Arch Dis Child. 2019 Nov;104(11):1042-1048. doi: 10.1136/archdischild-2018-314822. Epub 2019 Jun 26.PMID: 31243012. Free PMC Article.Similar articles. Artigo Livre!

Apresentação: André da Silva Simões (R4 de Neonatologia/HMIB/SES/DF,  Kelly Cris Souza dos Santos (R2 Pediatria HMIB/SES/DF.

Coordenação: Marta David Rocha de Moura e Paulo R. Margotto.

Já é do nosso conhecimento que os recém-nascidos (RN) com doença cardíaca congênita crítica permanecem em risco de comprometimento do neurodesenvolvimento e que o insulto neurológico começa ates da cirurgia. Estudos de lesão cerebral em recém-nascidos pré-cirúrgicos relataram lesões, incluindo lesão da substância branca e acidente vascular cerebral, com uma prevalência que varia consideravelmente de 19% a 52% dos casos. Nesse estudo as lesões cerebrais ocorreram em 39% dos casos, sendo a lesão da substância branca a mais prevalente (3x mais em relação aos RN saudáveis nessa Instituição). A lesão da substância branca moderada a grave está associada a escores cognitivos reduzidos aos 2 anos e menor QI em escala completa aos 6 anos. Assim, os autores mostram que, com redução de substrato cerebral 58 e fornecimento de oxigênio, metabolismo alterado e uma trajetória deficiente do desenvolvimento do cérebro fetal no terceiro trimestre. Interessante que a lesão da substância branca foi distribuída por toda a substância branca, em contraste com os prematuros, onde essa lesão é predominantemente observada no centro semioval e no trato corticoespinhal e também interessante, é que todos os infartos arteriais no presente estudo ocorreram após septostomia atrial por balão; Não ocorreu trombose em seios venosos cerebrais, pois nesse estudo não foi colocado cateteres venosos centrais na veia jugular interna. Nos complementos, segundo Guo T et al,  A inesperada frequência de lesão na substância banca em recém-nascidos a termo com doença cardíaca congênita (DCC) sugeriu um atraso na maturação do cérebro (isto é, dismaturação), de modo que esses neonatos a termo  respondam a um insulto cerebral com um padrão de lesão cerebral esperado em prematuros. Lactentes com sepse pós-operatória ou infecção pós-operatória grave estavam propensos a apresentar um pior padrão de ciclo sono-vigília após cirurgia cardíaca. Ter em mente que os recém-nascidos a termo com doença cardíaca congênita apresentam atraso no desenvolvimento cerebral de aproximadamente um mês, equivalente a um recém-nascido prematuro com idade gestacional entre 34 e 36 semanas.

Hemangiomatose Neonatal Difusa: Caso Clínico

Hemangiomatose Neonatal Difusa: Caso Clínico

Apresentação:

Apresentação: Thalita Ferreira Araújo – MR3 em Neonatologia

Coordenação:  Miza Vidigal.

 

Trata-se de um caso com Lesões purpúricas puntiformes de tamanho variável em tórax e membros, pés e mãos, sendo levantadas as hipóteses de  Sífilis congênita sintomática, Vasculite, Hemangiomatose Múltipla, Púrpura fulminans de forma leve, Síndrome hemangiomatosa evoluindo para insuficiência cardíaca de alto débito. A tomografia computadorizada do abdomen sugeriu considerar hemangioma/ hemangioendotelioma infantil. Foi iniciado propranolol. A criança segue em investigação. Na discussão, o papel do propranolol nos hemangiomas infantis. Outros autores preferem o nome de hemangioma infantil multifocal com ou sem doença extracutânea. Muitos casos de hemangiomatose difusa neonatal representam anomalias vasculares multifocais. Trouxemos também uma discussão de Púrpura fulminas a despeito de um caso ocorrido na Unidade.

Hipotermia terapêutica para encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal: achados de ressonância magnética e resultados neurológicos em uma coorte brasileira

Hipotermia terapêutica para encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal: achados de ressonância magnética e resultados neurológicos em uma coorte brasileira

Therapeutic hypothermia for neonatal hypoxic-ischemic encephalopathy: magnetic resonance imaging findings and neurological outcomes in a Brazilian cohort.Procianoy RS, Corso AL, Longo MG, Vedolin L, Silveira RC.J Matern Fetal Neonatal Med. 2019 Aug;32(16):2727-2734. doi: 10.1080/14767058.2018.1448773. Epub 2018 Mar 13.PMID: 29504433.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Nos RN acima de 35 semanas com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) moderada a grave submetidos à hipotermia terapêutica indicada nas primeiras 6 horas, foram realizadas RM aos 18 ± 8,4 dias de vida (faixa 7- 33 dias).  Os autores identificaram os achados de ressonância magnética neonatal (RM) associados ao resultado neurológico aos 12-18 meses por profissionais treinados e cegos aos resultados das RM. De 48 crianças incluídas, foram obtidas RM de 34 crianças (14 faleceram durante a internação antes da realização da RM [29,1%]

Uma abordagem fisiológica para o manejo de líquidos e eletrólitos do bebê prematuro: Revisão

Uma abordagem fisiológica para o manejo de líquidos e eletrólitos do bebê prematuro: Revisão

physiological approach to fluid and electrolyte management of the preterm infantReview.Segar JL.J Neonatal Perinatal Med. 2020;13(1):11-19. doi: 10.3233/NPM-190309.PMID: 31594261.

Apresentação: Antonio Thiago de Souza Coelho. Coordenação: Carlos Zaconeta.

  • A manutenção da homeostase de líquidos e eletrólitos é essencial para obter resultados ideais em prematuros. O reconhecimento e a compreensão dos fatores fisiológicos e ambientais que influenciam as necessidades de água e eletrólitos são vitais para quem presta assistência a essa população vulnerável.
  • Qualquer abordagem racional à terapia com líquidos e eletrólitos deve permitir um atendimento individualizado, considerando as mudanças dependentes da idade gestacional e pós-natal nas necessidades de água e sal.
  • Pesquisas e reavaliações contínuas das doses recomendadas de líquidos e sódio atualmente são necessárias para melhorar os resultados a longo prazo de prematuros.
NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Encefalopatia Hipóxico-isquêmica: lesão do putamen e tálamo (Sinal das quatro colunas)

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Encefalopatia Hipóxico-isquêmica: lesão do putamen e tálamo (Sinal das quatro colunas)

Caso Clínico:

RN de parto normal, 40 semanas+ 5dias, Apgar de 0/2 peso ao nascer de 3850g, GIG, sexo masculino, sem intercorrências na gravidez. Apresentou desacelerações durante as contrações, tentativa de parto domiciliar, chegando à Maternidade em período expulsivo. Líquido amniótico tinto de mecônio. Aspirado traquéia com saída de mecônio espesso. Massagem cardíaca, com recuperação da frequência cardíaca em 1 minuto, não exibindo movimento respiratório, permanecendo hipotônico, arrefléxico, sendo encaminhado à UTI Neonatal intubado. Apresentou crise convulsiva com 1 hora de vida. Gasometria: pH=7,09; HCO3=7,9; BE=-21,9; PaCO2=26: PaO2=93. Submetido ao Protocolo de hipotermia terapêutica. Pupilas mióticas.

Limite de Viabilidade -2020

Limite de Viabilidade -2020

Carlos Moreno Zaconeta.

  • Um grande desafio da Perinatologia é definir o nível de maturidade fetal abaixo do qual a sobrevida ou um neurodesenvolvimento aceitável , são extremamente improváveis.
  • Do ponto de vista ético é importante estabelecer se os procedimentos a que serão submetidos o bebê e a família terão como resultado a sobrevida da criança e com qualidade .
RECÉM-NASCIDO PREMATURO EXTREMO

RECÉM-NASCIDO PREMATURO EXTREMO

Paulo R. Margotto/ Jefferson Guimarães Resende.

São recém-nascidos com idade gestacional menor que 28 semanas e compreendem 0,98% da população nascida viva na Maternidade do Hospital Regional da Asa Sul, com uma taxa de sobrevivência de 52,6%.

O maior desafio terapêutico no manejo destes RN é o controle dos desarranjos fisiopatológicos resultantes da marcada imaturidade

Colostroterapia-2020 (É necessário aguardar 48 hs de vida para iniciar?)

Colostroterapia-2020 (É necessário aguardar 48 hs de vida para iniciar?)

Apresentação: Luciana Trindade (R3 de Neonatologia/HMIB/SES/DF. Coordenação: Carlos Alberto Zaconeta.

“É necessário aguardar 48 horas de vida para iniciar o procedimento? No caso de pacientes estáveis, é possível iniciar antes deste tempo? “

  • Geralmente 48h em nossa Unidade por dois motivos: 1) a maioria dos estudos inicia com este tempo de vida, o que nos garante segurança em nosso procedimento; 2) as mães estão mais presentes após 48h de vida do RN (antes, geralmente, estão muito debilitadas para ir à Unidade e/ou fazer a ordenha) e com uma quantidade de colostro adequada.
  • Só encontramos um estudo em que se inicia a colostroterapia com 24h de vida do RN (Álvarez EM, Cabanillas MVJ, Caballero MP, López LS, Kajarabille N, Castro JD, et al.Efectos de la administración de calostro orofaríngeo en recién nacidos prematuros sobre los niveles de inmunoglobulina A. Nutr Hosp, v.33: 233-238, 2015).

 

  • Não vemos  problema de iniciar neste período de 24h de vida, considerando-se este estudo supracitado, inclusive estamos fazendo.
  • Porém, antes de 24h de vida do RN não existem evidências que garantam aplicabilidade, benefícios e/ou segurança para instituição da colostroterapia. Assim, não acredito ser aconselhável iniciar este procedimento antes de 24h de vida.
Avaliação da precisão do teste de diagnóstico de proteína C reativa para infecção tardia em recém-nascidos: uma revisão sistemática e metanálise

Avaliação da precisão do teste de diagnóstico de proteína C reativa para infecção tardia em recém-nascidos: uma revisão sistemática e metanálise

Assessment of C-Reactive Protein Diagnostic Test Accuracy for Late-Onset Infection in Newborn Infants: Systematic Review and Meta-analysis.Brown JVE, Meader N, Wright K, Cleminson J, McGuire W.JAMA Pediatr. 2020 Feb 3. doi: 10.1001/jamapediatrics.2019.5669. [Epub ahead of print].PMID: 32011640.Similar articles.

Apresentação: Laura Pereira Nishioka. Coordenação: Alexandre P. Serafim.

A infecção de início tardio (>72 horas de vida) está associada a resultados adversos no desenvolvimento neurológico, incluindo paralisia e deficiências visuais, auditivas e cognitivas. Já que os sinais clínicos de infecção no s neonatos podem ser inespecíficos, a cultura microbiológica leva 24-48 horas, o tratamento tardio pode aumentar o risco de morbimortalidade e o tratamento empírico de todos suspeitos levaria a curós desnecessários de antibióticos, foram desenvolvidos marcadores e entre esses, o mais utilizado tem sido a proteína C reativa (PCR).  A PCR é um reagente de fase aguda sintetizado por hepatócitos em resposta a citosinas inflamatórias geradas pelos glóbulos brancos que reagem a pirogênios microbianos. O presente estudo responde a pergunta: O nível sérico de proteína C reativa é suficientemente preciso para auxiliar no diagnóstico de infecção tardia em recém-nascidos? A presente revisão sistemática e metanálise, englobando estudos de 1946 a 2019, englobando 22 estudos de coorte (2255 crianças) comparando a precisão do teste diagnóstico de proteína C reativa sérica com cultura microbiológica, a mediana para a especificidade foi de 0,74 e a sensibilidade combinada foi de 0,62. Acessando somente o nível sérico de PCR seriam perdidos 152 casos de infecção (resultados falso-negativos) e diagnosticados erroneamente 156 casos (resultados falso-positivos). Esses resultados sugerem que o nível sérico de proteína C-reativa não é suficientemente preciso para ajudar no diagnóstico ou para informar a decisão para tratar bebês com suspeita de infecção tardia. Nos complementos, o papel da PCR nos prematuros extremos, devido a sua inconsistente resposta inflamatória à sepse, várias condições não infecciosas que influenciam os valores de PCR nos primeiros dias, razão pela qual avaliamos a PCR depois de 24 horas de vida.