FELIZ 2023!!!
Paulo R. Margotto
Paulo R. Margotto
Pablo J Sánchez (EUA).
Realmente é preocupante o percentual do uso de antimicrobiano nas nossas UTI neonatais. Basta nascer prematuro para ir para a antibioticoterapia, por 3 às vezes 5 dias!!! Quanto ao tempo, temos a sepse neonatal precoce ocorrendo nas primeiras 72 horas e após, a sepse tardia. Na definição de sepse pelo Streptococcus, a sepse precoce é definida quando ocorre abaixo de 7 dias de vida, embora em 95% dos caso ocorre nas primeiras 24 horas de vida. A incidência de sepse precoce (cultura positiva) é de 1,1/1000 nascidos vivos (Streptococcus, 0,33 e E.coli, 0,40). Observem que a maioria dos bebês nasce com culturas estéreis! A E.coli é o patógeno predominante nos bebês entre 401-1500g e 1501-2500 g e o Streptococcus é mais predominante nos bebês de 401-1500g. Quanto à idade gestacional, a E.coli é o patógeno mais predominante entre 22-28 semanas e 29-33 semanas. Um regime de antibióticos deve não só tratar os patógenos normais de septicemias neonatais, mas também deve fornecer proteção contra os patógenos nosocomiais que ameaçam o recém-nascido bebês durante sua permanência na UTIN e desses, penicilina + tobramicina foi o esquema que melhor protegeu contra a sepse nosocomial, versos amoxacilina + cefotaxima, como regimes empíricos. Um programa de manejo de antimicrobiano específicos para UTIN foi associado a taxas mais baixas de utilização de antibióticos, sugerindo a necessidade de sua implementação em todo o mundo. Antibióticos de amplo espectro somente após os resultados das culturas. Devemos nos policiar para o uso prolongado de antibioticoterapia , pelos riscos: enterocolite necrosante (em), morte, sepse de início tardio, sepse de início tardio, ECN ou morte, displasia broncopulmonar; retinopatia da prematuridade; comprometimento do neurodesenvolvimento, candidíase invasiva e surgimento de organismos multirresistente, além de problemas adiantes, como colonização com organismos resistentes a múltiplas drogas, atraso no início da amamentação, sibilância recorrente aos 12 meses de idade, distúrbios gastrointestinais (doença inflamatória intestinal), autismo, ansiedade, depressão, obesidade, perda auditiva, disfunção renal. Há um nítido aumento dos riscos com a duração da antibioticoterapia. Como a maior parte das hemocultura é positiva entre 10-12 horas. Sánchez et al fizeram um estudo para verificar viabilidade de tratar esses bebes por 24 horas (Ampicilina 100 mg/kg a cada 12 horas x 2 doses e Gentamicina 5 mg/kg x 1 dose (28-31 semanas de gestação, 4 mg/kg x 1 dose). Comparando com as regras de 24 horas (196 crianças) x 48 horas (218 crianças), observaram menor tempo de hospitalização na regra de 24 horas, menos b eles necessitaram de recomeçar antibióticos dentro de 7 dias e sem mudanças na mortalidade por sepse. Em seu Serviço, foi criado um pacote com TIME OUT (“TEMPO ESGOTADO):Pneumonia: 5 dias, ITU: 5 dias, “Sepse com cultura negativa”: 5 dias, Tratamento de bacteremia (sem meningite): 7 dias; sepse de início tardio: 36 horas, enterocolite necrosante: 7 dias, Redução de vancomicina, nafcilina, oxacilina. Pesquise e faça a diferença com os nossos bebês. Nos complementos trouxemos informações de 2022 sobre os efeitos adversos do uso de antibióticos na primeira semana de vida nesses bebes, MUITAS vezes, desnecessário, um tema exaustivamente discutido no grupo científico. NEM TUDO É SEPSE, como disse o Dr. Sérgio Marba (Campinas, SP).
Pablo J. Sanches (EUA).
Embora a transmissão vertical seja rara, Pablo Sánchez acredita que seja uma possibilidade, podendo também ocorrer pós-natal (a maioria teve bom prognóstico e a morte associou-se a outras comorbidades). Preocupa à Equipe de Sánchez a positividade posterior de bebês assintomáticos que se associaram com displasia broncopulmonar. Outro ponto de preocupação é a reação inflamatória que uma a criança com COVID-19 apresenta, geralmente entre 2-3 semanas depois da primeira infecção pela COVID-19, mesmo assintomática. O SARS-CoV-2 materno pode potencialmente causar uma síndrome hiperinflamatória nos recém-nascidos, semelhante às crianças, devido à transferência transplacentária de anticorpos (esses duram até 18 meses nos bebês). A síndrome inflamatória multissistêmica em neonatos (MIS-N) relacionada à síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-CoV-2) tem sido cada vez mais relatada em todo o mundo em meio à disseminação da pandemia de SARS-CoV-2, com comprometimento cardiovascular importante- disfunção do miocárdio, dilatação coronariana (77%) e respiratório(55%). É interessante frisar que a febre pode não estar presente nos neonatos com infecção ou condição inflamatória, diferente de crianças maiores que apresentam febre nessas condições febre. Portanto, a maioria dos neonatos que nascem de mães com COVID-19 estão bem, poucos desenvolvem febre, sepse e pequenos casos de pneumonias mais severas, incluindo também síndrome inflamatória sistêmica. Os bebês não são separados das mães com COVID-19, permitindo a amamentação com todos os cuidados de higiene preconizados e os estudos mais recentes respaldam essa conduta. A pasteurização mata o SARS-CoV-2 (não o congelamento). Eficácia da vacina à gestante contra hospitalização foi de 52% (Intervalo de confiança-IC: 33-65). No geral, 80% (IC de 95%, 60 a 90) durante o período Delta e 38% (IC de 95% de 8 a 58) durante o período Omicron. A eficácia contra a hospitalização associada à COVID-19 para qualquer variante entre bebês foi de 69% (95% CI, 50 a 80) quando a vacinação materna ocorreu após 20 semanas de gravidez, em comparação com 38% (95% CI, 3 a 60) quando a vacinação materna ocorreu durante as primeiras 20 semanas de gravidez.
Katti Randall (EUA).
Realizado por Paulo R. Margotto.
Sabemos que procedimento Hipotermia Terapêutica (HT) é seguro, efetivo, mas nem sempre sem consequência! No entanto, o risco vale o benefício! Mesmo nos EUA nem todos os Centros oferecem hipotermia e temos que separar o bebê da família, enviando-o a um Centro preparado para o seu resfriamento. E isso constitui para o bebê um estresse tóxico. Essa separação é estressante para o bebê e a família. E assim, combinamos dano cerebral + estresse. É de grande importância que saiamos aplicar os CUIDADOS DO DESENVOLVIMENTO a esses bebês submetidos à HT ( proteger o sono, a dor e o estresse e atividades de apoio na vida diária [alimentação, posicionamento, cuidado centrado na família]) e depois o ambiente, que não seja barulhento, cheio de muito superestímulo. Como podemos aplicar aos recém-nascidos que estão sendo resfriados os Cuidados de Desenvolvimento. Aplicando as seis letras COOLME (Conter e oferecer um bom suporte postural: apoiar o corpo do bebê prematuro o mais próximo possível da posição em que o bebê estaria no útero; Ofereça um ambiente sensorial de cura, observando o sono e procurar ataques epilépticos no EEG de amplitude (o cérebro danificado não pode organizar os padrões de sono: lactentes resfriados com resultados ruins tiveram retorno do ciclo sono-vigília após 48 horas; lactentes normotérmicos com bons resultados eram mais propensos a ter retorno do ciclo sono vigília antes de 24 horas); Otimize a nutrição e talvez ofereça alimentação; Look (olhe para a pele com frequência; Minimizar a dor e o sofrimento (há uma tendência nos Estados Unidos ao uso de analgesia no resfriamento (em estudo sobre uso da dexmedetomidina durante o resfriamento [DICE TRIAL, com previsão de término em 2024) e finalmente a última letra (E) que é Encorajar o abraço e conectar com o bebê. Segundo Katti Randall esse é o seu preferido. A Experiência Emocional foi dividida em 3 categorias principais a partir dos pais: Experiência traumática (“quero dizer, foi horrível vê-lo tremer e sentir frio”); Perda da normalidade (incapacidade de fornecer cuidados básicos ao bebê, como troca de fraldas, alimentação) e Separação do bebê (a separação física imposta pela hipotermia afetou negativamente sua capacidade de se relacionar com o bebê). Então para minimizar esses sentimentos devemos mudar a nossa atitude, nessas 72 de resfriamento, incorporando os pais nos cuidados da UTIN, recuperando a paternidade (de segurar para defender) e apoiando outras família com casos de hipotermia. A Equipe de Randall avaliou a segurança da família EM SEGURAR O BEBÊ EM HIPOTERMIA TERAPÊUTICA (28 a 200 minutos, média de 82 horas). Não houve mudanças na temperatura ritmo cardíaco, saturação de O2 e outros dados. Sabemos então que podíamos fazer isso seguramente. Os bebês com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) não têm a chance de ter essas experiências iniciais de vínculo. É importante lembrar que os bebês com EHI resfriados não tem a mesma experiência dos demais outros recém-nascidos. Então temos reassumir o mais rapidamente possível e quando fazemos o reaquecimento é quase uma segunda chance da experiência do nascimento (contato pele a pele, amamentar, banho). Façam essas coisas o mais rapidamente possível para conectá-los aos pais. Nos complementos, Renato Procianoy (RS) realça a importância de se evitar a hipertermia nesses bebês (3,6 a 4 vezes para cada grau acima de 37oC!) aos 6 a 7 anos de idade morte. Morte, QI < 70 e paralisia cerebral ocorreram em maior número no grupo que teve temperatura mais alta, ou seja, a hipertermia é mais deletéria do que a proteção dada pela hipotermia terapêutica. E agora, o que você vai escolher fazer? Sou apenas um (a). Não posso fazer tudo. Não dá para fazer tudo de uma vez, mas posso fazer algo! Com absoluta certeza, podemos sim!
Autores: Flavia da Veiga Ued, Maria Paula Custódio Silva, Ana Carolina Alves Galli, Mariana Torreglosa Ruiz, Luciana Mara Monti Fonseca, Divanice Contim
Amanda Quaresma Hoffmann1, Ana Heloisa Nascimento Beserra1, Bárbara Sabrina Cardoso Comper1
Christieny Mochdece2, Juan Llerena Jr2
1 Acadêmica da Faculdade de Medicina de Petrópolis; 2 Docente e Preceptor do internato da Faculdade de Medicina de Petrópolis
Autores: Carolina Beatriz F. Mesquita e Carlos Alberto Moreno Zaconeta.
Instituição: Hospital Materno Infantil de Brasília, Distrito Federal, Brasil
Marta David Rocha de Moura¹, Gabriella Santos de Oliveira², Julia de Oliveira
Melo², Marcos Peres Bernardes³, Victoria Piantino², Nadia Juliana Beraldo
Goulart Borges Haubert⁴, Carolina Beatriz Ferreira Mesquita5.
1. Universidade de Brasília, Brasília – DF
2. Centro de Ensino Unificado de Brasília, Brasília – DF
3. Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, Brasília – DF
4. Universidade de São Paulo, Ribeiro Preto – SP
5. Hospital Materno Infantil de Brasília, Brasília – DF
Gabrielle Sauini – Fonoaudióloga e Coordenadora científico-acadêmica da ONG Prematuridade.com
. Adriana Nunes dos Santos – Chefe de Enfermagem do CEJAM, São Paulo – SP
. Aline Carla Hennemann – Enfermeira e Vice-diretora da ONG Prematuridade.com
Gabrielle Sauini – Fonoaudióloga e Coordenadora científico-acadêmica da ONG Prematuridade.com
Júlia Lorrane de Moura Andrade – Graduanda de Fonoaudiologia e aluna da Liga ONG Premaruridade.com
Jéssica Fonseca dos Santos Alves – Graduanda de Fonoaudiologia e aluna da Liga ONG Prematuridade.com
Aline Carla Hennemann – Vice-diretora da ONG Prematuridade.com