Doença neonatal: uma visão geral após 2 anos de pandemia de COVID-19 (Neonatal Disease: An Overview After Two Years of COVID-19 Pandemic)-1o Congresso Internacional de Neonatologia do Distrito Federal, 30/11 a 1 de dezembro de 2022
Pablo J. Sanches (EUA).
Embora a transmissão vertical seja rara, Pablo Sánchez acredita que seja uma possibilidade, podendo também ocorrer pós-natal (a maioria teve bom prognóstico e a morte associou-se a outras comorbidades). Preocupa à Equipe de Sánchez a positividade posterior de bebês assintomáticos que se associaram com displasia broncopulmonar. Outro ponto de preocupação é a reação inflamatória que uma a criança com COVID-19 apresenta, geralmente entre 2-3 semanas depois da primeira infecção pela COVID-19, mesmo assintomática. O SARS-CoV-2 materno pode potencialmente causar uma síndrome hiperinflamatória nos recém-nascidos, semelhante às crianças, devido à transferência transplacentária de anticorpos (esses duram até 18 meses nos bebês). A síndrome inflamatória multissistêmica em neonatos (MIS-N) relacionada à síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-CoV-2) tem sido cada vez mais relatada em todo o mundo em meio à disseminação da pandemia de SARS-CoV-2, com comprometimento cardiovascular importante- disfunção do miocárdio, dilatação coronariana (77%) e respiratório(55%). É interessante frisar que a febre pode não estar presente nos neonatos com infecção ou condição inflamatória, diferente de crianças maiores que apresentam febre nessas condições febre. Portanto, a maioria dos neonatos que nascem de mães com COVID-19 estão bem, poucos desenvolvem febre, sepse e pequenos casos de pneumonias mais severas, incluindo também síndrome inflamatória sistêmica. Os bebês não são separados das mães com COVID-19, permitindo a amamentação com todos os cuidados de higiene preconizados e os estudos mais recentes respaldam essa conduta. A pasteurização mata o SARS-CoV-2 (não o congelamento). Eficácia da vacina à gestante contra hospitalização foi de 52% (Intervalo de confiança-IC: 33-65). No geral, 80% (IC de 95%, 60 a 90) durante o período Delta e 38% (IC de 95% de 8 a 58) durante o período Omicron. A eficácia contra a hospitalização associada à COVID-19 para qualquer variante entre bebês foi de 69% (95% CI, 50 a 80) quando a vacinação materna ocorreu após 20 semanas de gravidez, em comparação com 38% (95% CI, 3 a 60) quando a vacinação materna ocorreu durante as primeiras 20 semanas de gravidez.