Mês: agosto 2021

Preditores de resultados no neurodesenvolvimento de recém-nascidos a termo com convulsões neonatais

Preditores de resultados no neurodesenvolvimento de recém-nascidos a termo com convulsões neonatais

Neurodevelopmental outcome predictors of term newborns with neonatal seizures.Martins R, Coelho J, Dos Santos TP, Moreno T, Quintas S, Levy A.Rev Neurol. 2019 Nov 1;69(9):370-376. doi:10.33588/rn.6909.2019209.PMID: 31657449 Free article. English, Spanish. Artigo Gratuito!

Apresentação: Amanda Batista. Residente de Pediatria do HMIB/SES/DF. Coordenação: Marta David Rocha de Moura.

Abordagens futuras serão incentivadas pelo uso mais amplo de monitoramento de aEEG de longo prazo, que está mais prontamente disponível no ambiente de Unidades de Terapia Intensiva do que o monitoramento de vídeo-EEG. Esses achados são cruciais para a identificação oportuna das crises e o tratamento imediato.

Importância do Neonatologista na Neurossonografia na UTI Neonatal (3a Jornada Tocantinense de Pediatria, 20-21 de agosto de 2021)

Importância do Neonatologista na Neurossonografia na UTI Neonatal (3a Jornada Tocantinense de Pediatria, 20-21 de agosto de 2021)

Paulo R. Margotto

A beleza do US craniano vai além do exame, pois ao seu lado há quem espera de você um diálogo franco que possa manter a construção de um futuro programado desde a concepção para aquele bebê. Tudo é em tempo real!

  • O ultrassom é uma ferramenta útil de cabeceira de leito, segura e acessível.
  • Deve ser realizada de forma sequencial com interpretação em TEMPO REAL
  • Deve constituir um segundo estetoscópio no exame do prematuro, tal como o ecocárdio funcional na decisão inteligente do uso de drogas vasoativas
  • Muito me honra em poder participar na mudança desse paradigma na abordagem cerebral na UTI Neonatal
Padrões Globais para o manejo da Hiperbilirrubinemia Neonatal

Padrões Globais para o manejo da Hiperbilirrubinemia Neonatal

Vinod Buthani, Palestra ocorrida no XVIII Encontro Internacional de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo em 19/6/2021.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A prática do tratamento da icterícia neonatal foi influenciada por uma série de mitos e folclore e espero podar alguns deles para vocês. A icterícia é um sinal clínico e esta condição está relacionada ao nível de bilirrubina temos que confiar nos níveis de bilirrubina e monitoramos esse nível de bilirrubina em idade (horas) prematuridade (dias) e produção de bilirrubina (ET-COc). A avaliação visual da icterícia no tratamento é apenas uma observação e não um teste que não é confiável. Por outro lado a hiperbilirrubinemia é demarcada por estar dentro ou acima da zona de risco intermediária que está acima do percentil 40. Nesse nomograma de bilirrubina não é a localização a bilirrubina que é preditiva, mas a zona de risco na qual a bilirrubina reside. Quando os bebês experimentam neurotoxicidade clínica, há um estágio mental (sonolento, letárgico, diminuição da ingesta, apneia, semicoma) tônus muscular (hipotonia, espasmo musculares dolorosos) e choro (agudo, estridente e inconsolável). A neurotoxicidade deve pode ser reversível como tratamento urgente imediato. Quanto à fototerapia: luz azul no espectro verde azulado de 460-490, irradiância entre 25 -35 microwatts/cm2 por níveis de área de superfície (evite abaixo de 25 e acima de 35!) e confirmação da homogeneidade da exposição à luz. A absorção de luz pela hemoglobina pode ser menor no comprimento de onda de 478 nm!). Sem necessidade d mudança de posição dos neonatos durante a fototerapia (o local primário para isomerização ocorre nos capilares da pele). A ação da luz é quase imediata (os fótons bombardeiam a pele, as moléculas de bilirrubina no sistema vascular sanguíneo na microcirculação são fotoisomerizadas e isso acontece em segundos e atinge um pico de duas horas). Fototerapia dupla não é melhor que uma simples. Deve ser usada a bilirrubina total. Outros tratamentos devem ser evitados, como uso de supositórios laxativos e catárticos, fluidos endovenosos (exceto se desidratado), imunoglobulina (questionado) e luz solar (luz ultravioleta com alta irradiância que pode ser prejudicial. Entre as causas, sensibilização materna não reconhecida, incompatibilidade ABO, hematomas, hemorragias fechadas, como cefalohematoma, fome (fator de confusão, especialmente quando a perda de peso é superior a 6%) ou se houver policitemia com hematócrito acima de 65%. Entre as causas raras: a primeira na lista é a deficiência de glicose 6 fosfato desidrogenase (G6PD), cuja hiperbilirrubinemia pode ser agravada por gatilhos e pela concomitante imaturidade da formação da bilirrubina. Uma a taxa repentina de ascensão da bilirrubina é o que chamamos de FAVISMO. Aja dentro de 1 hora! A exsanguineotransfusão (ET) reduz drasticamente os níveis de depósito de bilirrubina (salva vidas!), mas não altera o processo de lesão subjacente que continua ou pode diminuir e geralmente não reverte o quadro de neurotoxicidade causada pela bilirrubina. Devemos então confiar ar na fototerapia para fazer o nosso trabalho (luz no espectro verde azulado, irradiância de 25-35 microwatts/cm2 e ampla área de cobertura). As manifestações clínicas da toxicidade da bilirrubina são melhores observadas entre as idades de 9 a 18 meses quando podem ser confirmadas com uma ressonância magnética que mostra sinalização anormal do globo pálido em uma imagem T2. A colestase não tem contra indicação, podendo causar transitoriedade de bronzeamento, mas sem déficit neurológico. Nos complementos: quando suspender a fototerapia para evitar o rebote: em geral bilirrubina 2mg% abaixo do indicado, mas para bebês prematuros, segundo orientação de Maisels a partir do estudo de Chang et al, considerar níveis maiores podendo chegar até 5 mg%.

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: TUMOR CEREBRAL

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: TUMOR CEREBRAL

Ana Frante  (AL), Paulo R. Margotto (DF)

Caso Clínico>

RN de 36 semanas, peso de 2850g, AIG, comprimento de 48 cm, Perímetro cefálico de 38 cm (acima do Percentil 95 da Curva de Crescimento Intrauterino de Margotto: Macrocrania), Apgar de 4,8 e 10. Cesariana, mãe com 29 anos, Doença específica da gravidez. Ultrassom obstétrico: dilatação dos ventrículos

Um novo nomograma de bilirrubina sérica por hora específica para neonatos ≥35 semanas de gestação

Um novo nomograma de bilirrubina sérica por hora específica para neonatos ≥35 semanas de gestação

New HourSpecific Serum Bilirubin Nomogram for Neonates ≥35 Weeks of Gestation. Bahr TM, Henry E, Christensen RD, Minton SD, Bhutani VK.J Pediatr. 2021 May 21:S0022-3476(21)00489-3. doi: 10.1016/j.jpeds.2021.05.039. Online ahead of print.PMID: 34023346.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Neonatologista Ultrassonografista Cerebral da Maternidade Brasília/ UTI Neonatal do Hospital Santa Lúcia, Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF.

Um nomograma de bilirrubina neonatal Bhutani atualizado e mais informativo, com base em 140 vezes o número de bebês incluídos na versão de 1999, agora está em vigor no  Sistema de Saúde.

As informações obtidas incluíram dados robustos nas primeiras 12 horas após o nascimento (que não foi incluído no nomograma de 1999), concordância geral com o nomograma de 1999 para valore de bilirrubina total  nas primeiras 60 horas, mas valores superiores aos percentis 75 e 95  nessa nova versão, nenhuma diferença entre crianças do sexo masculino e feminino, valores mais altos entre recém-nascidos com gestação menor (350/7 a 366/7  semanas vs ≥37 semanas, P <0,0001), e menores valores em neonatos de raça negra (P <.0001) e valores mais altos em neonatos de raça asiática (P <.001

Impacto na assistência e repercussões clínicas da displasia broncopulmonar em prematuros (I Simpósio de Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal da DASA-Maternidade Brasília-3/8/2021)

Impacto na assistência e repercussões clínicas da displasia broncopulmonar em prematuros (I Simpósio de Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal da DASA-Maternidade Brasília-3/8/2021)

Ana Amélia Menezes Fialho Moreira  – I Simpósio de Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal da DASA-Maternidade Brasília-3/8/2021

Uso do surfactante minimamente invasivo-update 2021

Uso do surfactante minimamente invasivo-update 2021

Dr. Máximo Vento, da Universidade de Valença, Espanha, Palestra ocorrida no XVIII Encontro Internacional de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo em 19/6/2021.

Realizado por Paulo R. Margotto

A introdução do surfactante na década de 80 e no final dos anos 80 e início dos anos 90 foi considerada um dos maiores avanços da medicina neonatal (a sobrevivência nos bebês de 24, 25 e 26 semanas dobrou com a introdução do surfactante (final dos anos 80 e início dos anos 90). O surfactante deve ser administrado precocemente e isso é muito importante no curso da síndrome do desconforto respiratório (SDR) como, por exemplo, bebês prematuros que estão piorando com mais trabalho respiratório, mais dificuldade respiratória e uma FIO2 maior que 30% tendo mais de 6 cm de água em CPAP, esta deve ser a indicação para a administração de surfactante. Atualmente temos reduzido a FiO2 a 0,25% em bebês com menos de 26 semanas de gestação e doses adicionais devem ser administradas se houver evidencia contínua de SDR. Como administrar o surfactante: INSURE (intubação-surfactante-extubação) ou LISA (less invasive surfactant administration-administração minimamente invasivo dedo surfactante). O grupo do INSURE versos controle mostrou significativa redução da necessidade de  ventilação mecânica (VM) e menor necessidade de O2. No entanto, os problemas do INSURE: a necessidade de intubação (técnica agressiva; 36.5% dos neonatologistas não conseguem a intubação na primeira tentativa, necessitando de 8 tentativas!) e ventilação mecânica, além da necessidade de pré-medicação. Se precisou de várias tentativas para a intubação, você terá que fazer ventilação mecânica para recuperar o bebê e depois que ele estiver recuperado ele  não será capaz de começar a respirar espontaneamente uma vez que você extube-o. Na técnica LISA, um fino cateter é passado pela traqueia com o auxilio do laringoscópio para visualizar as cordas vocais, sendo o cateter introduzido até a sua marca adequada, mantendo durante todo o tempo em CPAP nasal. O surfactante é administrado em três instalações em forma de  bolus, esperando 10 segundos entre cada bolus  e depois de instalarmos todo o surfactante, retiramos o cateter e mantemos o bebe com  CPAP e O2. Entre as vantagens da técnica LISA: evita a intubação e mantém o suporte respiratório não invasivo, permitindo oxigenação durante todo o procedimento e assim o bebê mantém uma boa oxigenação, evitando a bradicardia e hipoxemia e também evita ventilação mecânica, principalmente porque mantém uma boa troca gasosa durante o procedimento. O bebê não entra em insuficiência respiratória e também reduz a necessidade de pré-medicação e sedação, porque é uma técnica muito menos agressiva. Em LISA a medicação para a sedação é desnecessária. Com LISA, resgate com máscara de ventilação pode ser necessária, se hipoxemia prolongada ou bradicardia. Ao comparar INSURE com LISA: no INSURE voe terá que fornecer ventilação com pressão positiva antes e depois, enquanto LISA o bebê está respirando espontaneamente com auxílio de CPAP. Em LISA você usa um cateter fino na traquéia e machuca muito menos as cordas vocais. Por usar ou tubo endotraqueal no INSURE as cordas vocais permanecerão fixadas em abdução enquanto a glote é funcional nos bebês que estão em LISA e é capaz de aduzir e abduzir, continuamente e isso mantém a atividade das cordas vocais. Metanálises comparando as duas técnicas, quanto à DBP os resultados mostram favoráveis à LISA. O Consenso Europeu de 2010 (Sweet D et al) recomenda LISA, o modo preferível de administração de surfactante em bebês respirando espontaneamente em CPAP, desde que os médicos sejam experientes com essa técnica. Nos complementos:  na nossa Unidade chamamos essa técnica de MINI-INSURE (um “Insure” sem o E de extubação!). O suporte respiratório não invasivo seria menos prejudicial para o pulmão do que a ventilação endotraqueal. Menos intubação na Sala de Parto diminui significativamente a hemorragia intraventricular nos prematuros extremos!

Então, evite o quanto possível a ventilação mecânica e se o fizer, programe a extubação o mais rápido possível. Assim, “MENOS É MAIS!”

 

Avaliação da prontidão para extubação usando testes de respiração espontânea (TREs) em prematuros extremos

Avaliação da prontidão para extubação usando testes de respiração espontânea (TREs) em prematuros extremos

Assessment of Extubation Readiness Using Spontaneous Breathing Trials in Extremely Preterm Neonates.Shalish W, Kanbar L, Kovacs L, Chawla S, Keszler M, Rao S, Latremouille S, Precup D, Brown K, Kearney RE, Sant’Anna GM.JAMA Pediatr. 2020 Feb 1;174(2):178-185. doi: 10.1001/jamapediatrics.2019.4868.PMID: 31860014 Free PMC article. Artigo Gratuito!

Apresentação: Antonio Batista de Freitas Neto – R4 Utip. Lays Silveira Piantino R3 – Utin.Coordenação: Carlos Zaconeta

HMIB/SES Dr. Antônio Márcio Lisboa/DF – 2021

TRE compreende período de 3 a 10 minutos de respiração espontânea via pressão positiva contínua nas vias aéreas endotraqueal (ET-CPAP). O estudo incluiu 5 UTINs Neonatais dos EUA com 274 RN (média de 26 em e 850g) extubados após ET-CPAP. Os resultados sugerem que os TREs são injustificados na prática clínica porque podem expor os neonatos à instabilidade clínica sem melhorar a capacidade de avaliar a prontidão para extubação. Nos complementos: Na era moderna da Neonatologia, evitar a ventilação mecânica (VM) tornou-se a abordagem padrão para a maioria dos bebês prematuros.

 

Hemorragia peri/intraventricular no pré-termo: como prevenir (I Simpósio de Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal da DASA)

Hemorragia peri/intraventricular no pré-termo: como prevenir (I Simpósio de Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal da DASA)

Paulo R. Margotto (I Simpósio de Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal da DASA-Maternidade Brasília-3/8/2021).

Primeiros 3-4dias de vida (Os 15 mandamentos!)

›Atrasar o clampeamento do cordão (EVITAR ORDENHA<28 SEM)

›Evitar aspirações de cânulas de rotina

›Evitar o manuseio excessivo; evitar o barulho

›Aconchegar o recém-nascido

›Avaliar a presença de dor; Evitar punções de calcanhares; Agrupar tarefas;

›RN no respirador: avaliar a assincronia; evitar PaCO2>52mmHg (3 primeiros  dias vida)

›Evitar excessivas aspirações traqueais

›Ao usar o surfactante: nas primeiras 2 horas de vida

›Priorizar o uso de CPAP nasal

›Evitar pneumotórax

›Evitar infusão rápida de volumes

›Identificar RNs com PCA que necessitam  de tratamento