Palestra administrada pelo David J Askenazi (EUA) no III Encontro Internacional de Neonatologia realizado em Gramado (RS), entre os dias 13 e 15 de abril de 2023, sob Coordenação dos Drs. Renato S. Procianoy e Rita Silveira.
Realizado por Paulo R. Margotto
O manejo de lactentes que necessitam de diálise de manutenção representa um desafio significativo para os nefrologistas pediátricos. No final da década de 1990, apenas 50% dos nefrologistas pediátricos recomendavam o início da terapia renal substitutiva (em lactentes com doença renal terminal). Desde então, essa atitude foi um pouco alterada por relatos indicando resultados favoráveis no crescimento, desenvolvimento e transplante renal em lactentes em terapia de diálise, com tratamento médico e nutricional cuidadosos. As causas mais comuns de insuficiência renal foram anomalias congênitas do rim e do trato urinário, seguidas por rins císticos, dos quais 80% doença renal policística autossômica recessiva e o restante doença renal cística medular, necrose cortical e doença vascular renal (9-3,4%). A sobrevida ao s5 anos é de 76,6%A diálise peritoneal (DP) de manutenção representa a modalidade de diálise preferida em lactentes. As vantagens sobre a hemodiálise (HD) incluem preservação potencialmente melhor da função renal residual, menos restrições dietéticas, evita colocação de acesso vascular central e a opção de realizar diálise em casa, embora isso exija esforço intenso da família. a sobrevida do paciente e o acesso ao transplante renal pareceram semelhantes para lactentes iniciando terapia de diálise em DP ou HD, sugerindo que a HD pode representar uma modalidade de diálise alternativa segura e eficaz em lactentes com insuficiência renal crônica. Cuidado com velhos dados no desvio de paradigma! Muitos pais são informados de que seus fetos com anomalias renais tem 0% de chance de sobrevivência a longo prazo, com sugestão de término da gravidez. Assim a muitos bebês com anomalias renais não é dada a chance. Muitos bebês Não recebem ótimo cuidado e suporte. Indicações para a diálise: acidose, -distúrbios eletrolíticos, intoxicação com droga que pode ser dializada, sobrecarga de fluidos (retenção de água), uremia. O acúmulo de liquido é ruim, constituindo razão porque muitos pacientes neonatais e pediátricos recebem Terapia de Suporte Renal. Devemos iniciar a Terapia de Suporte Renal quando há um comprometimento impeditivo resultante da inabilidade do rim fazer o seu trabalho. Segundo Einstein: A pessoa inteligente resolve o problema e a pessoa sábia evita o problema. A Diálise peritoneal é mais barata, fácil, causa maior extravasamento. É muito mais problemática, mas se você não tem condições de realizar extracorpórea a opção correta é a diálise peritoneal. A extracorpórea é mais cara, precisa de maior treinamento, o controle é muito rígido a cada hora, o risco de infecção é muito mais baixo, não há fluido no abdômen que pode comprometer a função pulmonar e se você não tiver habilidade com Diálise Peritoneal, USE A EXTRACROPÓREA. Entre os benefícios da hemodiálise: não precisa usar anticoagulante, pode ajustar a concentração de dextrose para mudar o gradiente de dextrose (1,5%, 2.5% e 4,25%) que nos permite colocar mais líquido ao longo do tempo. Agora há uma máquina chamada CARPEDIEM especificamente concebida para os prematuros de baixo peso (associada cm maior sobrevida). Esses novos dispositivos já estão disponíveis, não talvez no seu Hospital, mas quem sabe em 1 aos ou 5 anos! Nós e outros estamos mostrando que a Terapia de Substituição Renal é segura e efetiva. Não há mais acidentes com o uso dessas máquinas.