Mês: agosto 2023

Vacina bivalente de pré-fusão F na gravidez para prevenir a doença por VSR em bebês

Vacina bivalente de pré-fusão F na gravidez para prevenir a doença por VSR em bebês

Bivalent Prefusion F Vaccine in Pregnancy to Prevent RSV Illness in Infants. Kampmann B, Madhi SA, Munjal I et al. MATISSE Study Group.N Engl J Med. 2023 Apr 20;388(16):1451-1464. doi: 10.1056/NEJMoa2216480. Epub 2023 Apr 5.PMID: 37018474 Clinical Trial.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A vacina baseada na proteína F de pré-fusão de VSR (RSVpreF) administrada durante o final do segundo ou terceiro trimestre de gravidez (32 a 36 semanas de idade gestacional) pode proteger os bebês da doença grave por VSR durante os primeiros meses de vida, com eficácia de  81% na prevenção da infecção grave pelo VSR associada a infecção do trato respiratório inferior, sendo aprovada  pela FDA (Food and Drug Administration) dos EUA com o nome de ABRYSVO.

O componente do leite humano mio-inositol promove conectividade neuronal

O componente do leite humano mio-inositol promove conectividade neuronal

The human milk component myoinositol promotes neuronal connectivity. Paquette AF, Carbone BE, Vogel S, Israel E, Maria SD, Patil NP, Sah S, Chowdhury D, Kondratiuk I, Labhart B, Morrow AL, Phillips SC, Kuang C, Hondmann D, Pandey N, Biederer T.Proc Natl Acad Sci U S A. 2023 Jul 25;120(30):e2221413120. doi: 10.1073/pnas.2221413120. Epub 2023 Jul 11.PMID: 37433002. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

Este estudo revela benefícios substanciais do componente do leite humano mio-inositol para o desenvolvimento de sinapses entre espécies, inclusive em neurônios humanos (o mio-inositol promove a conectividade neuronal e pode orientar as recomendações dietéticas em todas as fases da vida. O mio-inositol promove a conectividade neuronal e pode orientar as recomendações dietéticas em todas as fases da vida. Esse componente  é mais proeminente durante os estágios iniciais da lactação, quando as conexões neuronais se formam rapidamente no cérebro infantil.

 

O PAPEL INTERTEMPORAL DO SUPORTE RESPIRATÓRIO NA MELHORIA DOS RESULTADOS NEONATAIS: UMA REVISÃO NARRATIVA

O PAPEL INTERTEMPORAL DO SUPORTE RESPIRATÓRIO NA MELHORIA DOS RESULTADOS NEONATAIS: UMA REVISÃO NARRATIVA

The Intertemporal Role of Respiratory Support in Improving Neonatal Outcomes: A Narrative Review.Sarafidis K, Chotas W, Agakidou E, Karagianni P, Drossou V.Children (Basel). 2021 Oct 2;8(10):883. doi: 10.3390/children8100883.PMID: 34682148 Free PMC article. Review. ARTIGO LIVRE!

Apresentação: Karoline S. de Araujo e Paolla Bomfim. (R4 de Neonatologia no HMIB/SES/DF). Coordenação: Diogo  Pedroso.

Os autores fazem uma análise nos últimos 60 de suporte respiratório neonatal, demonstrando que houve importantes avanços científicos. No entanto, a displasia broncopulmonar  ainda continua sendo uma complicação clinicamente significativa da prematuridade com importantes consequências a longo prazo.

 

Alta com medicação anticonvulsivante em bebês com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI): um estudo observacional

Alta com medicação anticonvulsivante em bebês com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI): um estudo observacional

Antiseizure medication at discharge in infants with hypoxicischaemic encephalopathy: an observational study.Sewell EK, Shankaran S, McDonald SA, Hamrick S, Wusthoff CJ, Adams-Chapman I, Chalak LF, Davis AS, Van Meurs K, Das A, Maitre N, Laptook A, Patel RM; National Institute of Child Health and Human Development Neonatal Research Network.

Correspondência para Dra. Elizabeth K Sewell, Pediatria, Escola de Medicina da Universidade Emory, Atlanta, GA 30306, EUA; elizabeth.sewell@emory.edu

Apresentação: Luciana Melara (UTI Pediatria do HMIB/SES/DF). Andre (UTI Pediátrica do Hospital Paranoá/SES/DF). Coordenação: Marta David Rocha de Moura e   Paulo R. Margotto.

Entre os bebês com EHI tratados com hipotermia com convulsões clínicas ou eletrográficas, a alta anticonvulsivante  (13 A 100% DOS Centros) foi associada a um maior risco de morte pós-alta ou incapacidade moderada a grave. Morte ou incapacidade moderada ou grave ocorreu em 44% dos bebês com anticonvulsivante  na alta, em comparação com 28% daqueles que tiveram alta sem anticonvulsivante (OR ajustado [aOR] 2,14; IC 95% 1,13 a 4,05)

Editorial Convulsões neonatais. Tratar! Mas quando, com o quê e por quanto tempo?

Editorial Convulsões neonatais. Tratar! Mas quando, com o quê e por quanto tempo?

Neonatal seizures. Treat! But when, with what and for how long? Hunt RW. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2023. PMID: 37527943 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto

Claramente, o uso de ASMs após a alta hospitalar requer uma forte justificativa. O caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos também é longo e desafiador, mas existem recomendações recentes para o fenobarbital como terapia de primeira linha, em parte porque faltam evidências de algo mais seguro e eficaz. Sewell et al 1 concluem que ‘são necessários mais estudos sobre a eficácia e os efeitos a longo prazo do tratamento de ASM’… eles são absolutamente. No tratamento das convulsões neonatais, temos que continuar nos esforçando para melhorar.

Medicação anticonvulsivante na alta de lactentes com encefalopatia hipóxico-isquêmica: um estudo observacional

Medicação anticonvulsivante na alta de lactentes com encefalopatia hipóxico-isquêmica: um estudo observacional

Antiseizure medication at discharge in infants with hypoxicischaemic encephalopathy: an observational studySewell EK, Shankaran S, McDonald SA, Hamrick S, Wusthoff CJ, Adams-Chapman I, Chalak LF, Davis AS, Van Meurs K, Das A, Maitre N, Laptook A, Patel RM; National Institute of Child Health and Human Development Neonatal Research Network.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2023 Jul;108(4):421-428. doi: 10.1136/archdischild-2022-324612. Epub 2023 Feb 2.PMID: 36732048.

Correspondência para Dra. Elizabeth K Sewell, Pediatria, Escola de Medicina da Universidade Emory, Atlanta, GA 30306, EUA; elizabeth.sewell@emory.edu

Realizado por Paulo R. Margotto

O QUE JÁ SE SABE SOBRE ESSE TÓPICO

  • A medicação anticonvulsivante (ASM) pode ser neurotóxica, e a duração do tratamento com ASM para convulsões sintomáticas agudas em recém-nascidos varia entre os centros.
  • A descontinuação de ASM antes da alta em neonatos com convulsões resolvidas não aumenta o risco de epilepsia.
  • Um estudo anterior em recém-nascidos com convulsões sintomáticas agudas sugere que a interrupção antes da alta não aumentou o risco de incapacidade funcional.

O QUE ESTE ESTUDO ACRESCENTA

  • Entre as crianças com encefalopatia hipóxico-isquêmica (HIE) e convulsões tratadas com ASM, a alta em ASM pode estar associada a um maior risco de morte ou incapacidade.

COMO ESTE ESTUDO PODE AFETAR PESQUISAS, PRÁTICAS OU POLÍTICAS

  • Dado o baixo risco de epilepsia nessa população em comparação com outras causas de convulsões sintomáticas agudas em neonatos, nossos dados sugerem que algumas crianças com convulsões resolvidas associadas à EHI podem não justificar os riscos potenciais de ASM continuada na alta.
  • Mais estudos são necessários para identificar bebês com alto risco de epilepsia que podem ter um maior benefício do tratamento continuado com ASM após a alta.
Indicações e Enfoque Atual na Terapia de Suporte Renal do Recém-Nascido com Lesão Renal Aguda e Sobrecarga Hídrica

Indicações e Enfoque Atual na Terapia de Suporte Renal do Recém-Nascido com Lesão Renal Aguda e Sobrecarga Hídrica

Palestra administrada pelo David J Askenazi (EUA) no III Encontro Internacional de Neonatologia realizado em Gramado (RS), entre os dias 13 e 15 de abril de 2023, sob Coordenação dos Drs. Renato S. Procianoy e Rita Silveira.

Realizado por Paulo R. Margotto

O manejo de lactentes que necessitam de diálise de manutenção representa um desafio significativo para os nefrologistas pediátricos. No final da década de 1990, apenas 50% dos nefrologistas pediátricos recomendavam o início da terapia renal substitutiva (em lactentes com doença renal terminal).  Desde então, essa atitude foi um pouco alterada por relatos indicando resultados favoráveis ​​no crescimento, desenvolvimento e transplante renal em lactentes em terapia de diálise, com tratamento médico e nutricional cuidadosos. As causas mais comuns de insuficiência renal foram anomalias congênitas do rim e do trato urinário, seguidas por rins císticos, dos quais 80% doença renal policística autossômica recessiva  e o restante doença renal cística medular, necrose cortical  e doença vascular renal (9-3,4%). A sobrevida ao s5 anos é de 76,6%A diálise peritoneal (DP) de manutenção representa a modalidade de diálise preferida em lactentes.  As vantagens sobre a hemodiálise (HD) incluem preservação potencialmente melhor da função renal residual, menos restrições dietéticas, evita  colocação de acesso vascular central e a opção de realizar diálise em casa, embora isso exija esforço intenso da família. a sobrevida do paciente e o acesso ao transplante renal  pareceram semelhantes para lactentes iniciando terapia de diálise em DP ou HD, sugerindo que a HD pode representar uma modalidade de diálise alternativa segura e eficaz em lactentes com insuficiência renal crônica.  Cuidado com velhos dados no desvio de paradigma! Muitos pais  são informados  de que seus fetos com anomalias renais tem 0% de chance de sobrevivência a longo prazo, com sugestão de término da gravidez. Assim   a muitos  bebês com  anomalias renais  não é dada a chance. Muitos bebês Não recebem ótimo cuidado e suporte. Indicações para a diálise: acidose, -distúrbios eletrolíticos, intoxicação com  droga que pode ser dializada, sobrecarga de fluidos (retenção de água), uremia. O acúmulo de liquido é ruim, constituindo razão porque muitos pacientes neonatais e pediátricos recebem Terapia de Suporte Renal. Devemos iniciar a Terapia de Suporte Renal quando há um comprometimento impeditivo resultante da inabilidade do rim fazer o seu trabalho. Segundo Einstein: A pessoa inteligente resolve o problema e a pessoa sábia evita o problema. A Diálise peritoneal é mais barata, fácil, causa maior extravasamento. É muito mais problemática, mas se você não tem condições de realizar  extracorpórea a opção correta é a diálise peritoneal. A extracorpórea é mais cara, precisa de maior treinamento, o controle é muito rígido a cada hora, o risco de infecção é muito mais baixo, não há fluido no abdômen que pode comprometer a função pulmonar e se você não tiver habilidade com  Diálise Peritoneal, USE A EXTRACROPÓREA. Entre os benefícios da hemodiálise: não precisa usar anticoagulante, pode ajustar a concentração de dextrose para mudar o gradiente de dextrose (1,5%, 2.5% e 4,25%)   que nos permite colocar mais  líquido  ao longo do tempo. Agora há uma máquina chamada CARPEDIEM especificamente concebida para os prematuros de baixo peso (associada cm maior sobrevida). Esses novos dispositivos já estão disponíveis, não talvez no seu Hospital, mas quem sabe em 1 aos ou 5 anos! Nós e outros estamos mostrando que a Terapia de Substituição Renal  é segura e efetiva. Não há mais acidentes com o uso dessas máquinas.

 

Dexmedetomidine: uma alternativa ao tratamento da dor em neonatologia

Dexmedetomidine: uma alternativa ao tratamento da dor em neonatologia

Dexmedetomidine: An Alternative to Pain Treatment in Neonatology. Mantecón-Fernández L, Lareu-Vidal S, González-López C, Solís-Sánchez G, Suárez-Rodríguez M.Children (Basel). 2023 Feb 25;10(3):454. doi: 10.3390/children10030454.PMID: 36980013.  Review. Artigo Livre!  Espanha, Canadá.

Realizado por Paulo R. Margotto

O manejo da dor neonatal continua sendo um desafio para neonatologistas e pesquisadores. sensação de dor é teoricamente possível em 24 semanas de gestação  e se associa à perda neuronal, problemas no neurodesenvolvimento e crescimento. A avaliação precisa da dor é vital para garantir a eficácia ideal da terapia de controle da dor nesses recém-nascidos que sentiram dor durante a internação na UTIN (uso de opioide sem dor é prejudicial) Entre os opioide, temos  o fentanil e morfina e não opioides (benzodiazepínicos  como o midazolam que atua como  sedativo  e tem pouco efeito analgésico; paracetamol , principalmente no pós-operatório com efeito igual a morfina). Entre os novos tratamentos, temos a dexmedetomedine, pela sua eficácia e perfil de segurança. É um agonista seletivo do alfa -2 (produz ansiólise, sedação e analgesia sem causar depressão respiratória). Tem efeito analgésico é moderado e potencializa o efeito dos opioides quando usados ​​em associação. Tem-se mostrado seguro e tão eficaz quanto o fentanil em bebês prematuros quando administrado em infusão intravenosa contínua. Outro benefício potencial amplamente estudado é a neuroproteção, o que torna esse tratamento uma opção ideal para o paciente neonatal, especialmente os prematuros, que são os mais vulneráveis ​​aos efeitos neurodesenvolvimentais das moléculas tradicionalmente utilizadas na sedoanalgesia. quando administrado por via intravenosa, o tratamento com dexmedetomidina parece ser uma alternativa eficaz e segura para o tratamento da dor e sedação no paciente neonatal. Faltam estudo a longo prazo desses bebês que usaram a dexmedetomidine. Usando >96 horas, considerar a transição com a clonidina.