Mês: março 2022

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022):INCIDÊNCIA E PRINCIPAIS FATORES ASSOCIADOS À FALHA DE EXTUBAÇÃO EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS EXTREMOS E/OU EXTREMO BAIXO PESO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL NO DISTRITO FEDERAL

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022):INCIDÊNCIA E PRINCIPAIS FATORES ASSOCIADOS À FALHA DE EXTUBAÇÃO EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS EXTREMOS E/OU EXTREMO BAIXO PESO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL NO DISTRITO FEDERAL

Larissa Araújo Dutra da Silveira – Residente em Neonatologia. Orientadora: Dra. Nathalia Falchano Bardal.

  • A definição de falha de extubação foi considerada como a necessidade de reintubação dentro das primeiras 72h, uma definição comum na literatura.
  •  Índice de falha de extubação de 56,1% nos prematuros extremos e/ou extremo baixo peso. 76%  receberam suporte ventilatório invasivo em Sala de Parto. Cerca de 65% das re-intubações ocorreram dentro das primeiras 24h após a retirada da ventilação mecânica.
  •  90% dos pacientes apresentaram anemia com necessidade de concentrado de hemácias durante a internação e a prevalência de sepse tardia foi de 85%
  • A presença de canal arterial patente com repercussão hemodinâmica associou-se significativamente  para falha de extubação . Os pacientes com necessidade de re-intubação apresentaram 2,5 vezes mais chances de evoluir com displasia broncopulmonar, embora não significativo.               

 

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Leucomalácia multicística periventricular pré-natal e Toxoplasmose

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Leucomalácia multicística periventricular pré-natal e Toxoplasmose

Paulo R. Margotto.

CASO CLÍNICO

 

Recém-nascido (RN) de 34 sem+ 2 dias, peso de 1905g, comprimento de 44 cm e perímetro cefálico de 28 cm (abaixo do percentil 5 da Curva de Crescimento Intrauterina de Margotto, adotada na Unidade), chorou ao nascer, sem necessidade de reanimação, liquido amniótico claro.

Diagnóstico por ultrassom obstétrico pré-natal de ventriculomegalia + hepatoesplenomegalia. Sorologias maternas: testes rápidos para sífilis e HIV não reagentes / Demais sorologias do primeiro trimestre não reagentes / CMV imune e  Toxoplasmose suscetível. Investigação clínica laboratorial mostrou IgM PARA TOXOPLASMOE REAGENTE,  IgM e IgG não reativos para   citomegalovírus. Líquor céfalo-raquidino com 962 mg de proteínas. Fundo de olho mostrou uveíte/vitreíte em ambos os olhos, sem  coriorretinite, devendo ser revisto. Iniciado tratamento com corticosteroide (devido à hiperproteinorraquia) e sufadiazina+ pirimetamina+ ácido fólico. RM fetal (33 semanas): dilatação do sistema ventricular supratentorial periventricular e outro subcortical no centro semioval esquerdo podendo representa calcificações ou componente hemático.

Raciocínio clínico por trás do uso de antibióticos em UTIPs: Um Estudo Qualitativo (Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study)

Raciocínio clínico por trás do uso de antibióticos em UTIPs: Um Estudo Qualitativo (Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study)

Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study. Fontela PS, Gaudreault J, Dagenais M, Noël KC, Déragon A, Lacroix J, Razack S, Rennick J, Quach C, McNally JD, Carnevale FA; Canadian Critical Care Trials Group.Pediatr Crit Care Med. 2022 Mar 1;23(3):e126-e135. doi: 10.1097/PCC.0000000000002886.PMID: 35013080

Apresentação:Jéssica Fagundes Rangel – R5 UTIP HMIB/SES/DF.

Coordenação: Alexandre Serafim.

Complementação: Paulo R. Margotto.

                                                                                 CONTEXTO DESSA PESQUISA

  • O uso excessivo de antibióticos é um problema importante na UTIPs e está associada a toxicidade, resistência e aumento de custos.

.     • Nenhum estudo descreveu como intensivistas pediátricos tomam decisões relacionadas a antibióticos. Entendendo o raciocínio clínico por trás dessas decisões é crucial para desenvolver estratégias para reduzir o uso excessivo de antibióticos neste cenário.

  • Este estudo de teoria fundamentada, portanto, teve como objetivo entender os processos do raciocínio dos intensivistas pediátricos usados na fabricação de decisões relacionadas aos antibióticos para crianças criticamente doentes com suspeita de infecções bacterianas graves

Decisões relacionadas a antibióticos para crianças criticamente doentes são complexas e intensivistas pediátricos usam várias estratégias de raciocínio clínico para diminuir a incerteza em torno da etiologia bacteriana das infecções. No entanto, a gravidade da doença e as preocupações com a segurança do paciente podem anular decisões baseadas em evidências clínicas e levar ao uso de antibióticos. Vários vieses cognitivos foram identificados nos processos clínicos de raciocínio.

Avaliação e Abordagem Hemodinâmica em Prematuros (Assesment & hemodinamic in preterm neonates)

Avaliação e Abordagem Hemodinâmica em Prematuros (Assesment & hemodinamic in preterm neonates)

Amish Jain (Canadá) ocorrida no 25o Congresso Brasileiro de Perinatologia, entre os dias 1 a 4 de dezembro de 2021, ONLINE.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O interesse em fazer monitorização hemodinâmica é identificar aqueles pacientes que se encontram em um estado de fluxo baixo ou seja, queremos identificar quando o fluxo ao órgão é suficiente. Para isso temos que entender o conceito de oferta de O2 (que depende do débito cardíaco e conteúdo de oxigênio-esse por sua vez, depende da Hb e da Sat O2).Já o débito cardíaco depende da pré-carga, carga de pressão e contratilidade do coração. Na prática comum: Pressão Arterial (PA): o que se decidiu em 1992 é que a PAM (pressão arterial média) equivalente a idade gestacional corresponde a um valor mínimo aceitável e isso se traduziu ao longo dos anos em limiares terapêuticos e não era a intenção à época. Prematuros com hipotensão NÃO podem ser tratados igualmente, independente da etiologia da hipotensão. Ao analisar a PA, temos 3 valores: pressão sistólica (PS), pressão diastólica (PD) e pressão arterial média (PAM). Observe que todas as pesquisas se concentravam na PAM. Há dados de alguns autores em que a PS é mais indicativa do débito cardíaco (DC-cardiac output-CO). Por outro lado, a PD é mais indicativa da resistência vascular sistêmica (SVR) e a PAM junta as duas. Olhando o cálculo das duas, a PD é mais importante no cálculo da PAM do que a PS. Se você tiver uma PD baixa você tem mais chance de ter uma PAM baixa do que se tiver uma pressão sistólica baixa. Então não é incomum você encontrar paciente que tem uma PAM normal, mas tem uma baixa PS e PD alta, ou seja, não está ocorrendo uma oferta de O2 adequada. Então é importante olharmos para a PA de uma forma mais inteligente, que nos diga mais sobre o paciente e não se ficarmos apenas fixados na PAM. Se você quiser ter um marcador de fluxo substituto, a PS é um marcador substituto do débito ventricular esquerdo melhor que a PAM e que a PD. A PA continua sendo um dos fatores hemodinâmicos importantes, mas temos que interpretar melhor. No entanto, os nossos monitores só soam o alarme quando a PAM cai, mas quando a PS cai, os alarmes não mostram. Tenho trabalhado nesse ponto e os resultados têm sido bons. Não se deve focar apenas na PAM, mas também na PS. Às vezes temos que dar inotrópicos aos pacientes com PS baixa porque pode haver um problema de débito. Por outro lado, um vasopressor pode ser mais bem indicado no paciente com PD baixa. Nem sempre hipotensão é por baixo volume! Pense que o canal arterial persistente pode ser a causa, antes e expandir! Lembrar que o coração do prematuro é mais vulnerável a apresentar disfunção quando exposto a pós-carga (não toleram aumento da pós-carga). Da mesma forma, a habilidade do prematuro em aumentar o seu débito ao aumentar a pré-carga foi menor. Quando você administra um bolus no pré-termo, vamos ter menos resposta de aumento do débito cardíaco e o coração deste prematuro vai ter que trabalhar mais. A ecocardiografia funcional pode nos ajudar a entender a fisiopatologia e nos orienta na conduta, que pode melhorar o desfecho no contexto de uma doença crítica aguda. O objetivo, a princípio, é usar princípios fisiológicos, pensamentos abrangentes, ter altos índices de suspeita.

Mortalidade por Síndrome Congênita do Zika – Estudo de Coorte Nacional no Brasil

Mortalidade por Síndrome Congênita do Zika – Estudo de Coorte Nacional no Brasil

Mortality from Congenital Zika Syndrome – Nationwide Cohort Study in Brazil.Paixao ES, Cardim LL, Costa MCN, Brickley EB, de Carvalho-Sauer RCO, Carmo EH, Andrade RFS, Rodrigues MS, Veiga RV, Costa LC, Moore CA, França GVA, Smeeth L, Rodrigues LC, Barreto ML, Teixeira MG.N Engl J Med. 2022 Feb 24;386(8):757-767. doi: 10.1056/NEJMoa2101195.PMID: 35196428.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Análises de dados do registro nacional brasileiro mostraram que as taxas de mortalidade entre crianças com síndrome congênita do Zika até 3 anos de idade foram mais de 11 vezes maiores do que entre aquelas sem a síndrome. Entre as crianças nascidas vivas com síndrome congênita do Zika, o risco de morte não diferiu materialmente de acordo com o status de microcefalia ou o momento e a presença ou ausência de erupção cutânea relatada pela mãe. O risco de morte entre os bebês menores foi semelhante, independentemente do status da síndrome congênita do Zika; no entanto, as crianças com síndrome congênita do Zika que nasceram a termo ou que tiveram um peso normal ao nascer tinham mais de 12 vezes mais chances de morrer do que suas contrapartes sem a síndrome. Por fim, observamos que as condições classificadas como malformações congênitas, doenças do sistema nervoso e certa doenças infecciosas  eram mais comuns causas de morte entre crianças com síndrome congênita da Zika do que aquelas sem a síndrome.

Esses achados chamam a atenção para a importância da prevenção primária da infecção em mulheres em idade fértil contra picadas de Aedes aegypti.

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022): Correlação entre a bilirrubina transcutânea e a bilirrubina sérica em récem-nascido pretermo em Unidade de Neonatologia de Hospital Terciário da Secretaria de Saúde do Distrito Federal usando o bilirrubinômetro BiliCare®

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022): Correlação entre a bilirrubina transcutânea e a bilirrubina sérica em récem-nascido pretermo em Unidade de Neonatologia de Hospital Terciário da Secretaria de Saúde do Distrito Federal usando o bilirrubinômetro BiliCare®

Luciana Cabral de Araujo da Trindade.

Orientadora: Nathalia Bardal.

  • O uso de bilirrubinômetro para recém-nascidos prematuros vem sendo estudado nos últimos anos e mostrado resultados favoráveis.
  • O presente estudo, usado o BiliCare® está de acordo com os dados encontrados na literatura, apresentando uma boa correlação entre os valores de BTc e BTS, entretanto é mais fidedigno para faixas etárias a partir de 31 semanas. É um método não invasivo de estimar a bilirrubina total, propiciando ainda redução de gastos com material e recursos humanos.
  • Além disso, deve-se levar em consideração a faixa de valores da bilirrubina transcutânea que se mostra mais compatível com a bilirrubina sérica, que foi entre 5 e 11 no presente estudo.
  • Ainda há controvérsias na literatura quanto ao uso de bilirrubinômetros para prematuros, especialmente abaixo de 28 semanas e de 1500g. Portanto, o uso de bilirrubinômetro para esses grupos deve ser cuidadoso e apenas como triagem, respeitando-se as limitações do método e necessidade de mais estudos.
NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: AVC hemorrágico por Doença Hemorrágica Precoce por Deficiência de Vitamina K

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: AVC hemorrágico por Doença Hemorrágica Precoce por Deficiência de Vitamina K

Paulo R. Margotto.

CASO CLÍNICO

Recém-nascido (RN) de parto vaginal, 40 semanas+3 dias, peso de 3880g (GIG) sexo feminino, apresentação cefálica com Apgar 9/9 e Liquido amniótico claro. Recebeu Vitamina K 1 mg IM.

Após 1 hora, realizado exame físico sem malformações aparentes, e encaminhada ao Alojamento Conjunto.

O RN retornou ao Centro Obstétrico (CO)  com 17 horas de vida devido cianose recorrente.

Os pais relatam que os episódios começaram mais ou menos com 9 horas de vida e, segundo os pais, ela apresenta cianose e “pára de respirar, fica com o olhar parado”.

No CO foram presenciados 3 episódios de cianose e num deles, a saturação caiu até 73%,e com duração de 30-40 segundos.

Recebeu ataque de Fenobarbital 20 mg/kg na ocasião.

Com 24 horas de vida apresentou mais 5 episódios Prescrito novo ataque de Fenobarbital (total acumulado 40mg/kg). Após esse evento, não apresentou novos episódios similares.

Devido aos episódios recorrentes de apneia foi trocado suporte ventilatório para CPAP nasal.

Com 24 horas de vida, foram realizados exames hematológicos: Fibrinogênio normal. PT (Prothrombin Time: avalia V, VII e X)  23,4 seg (10,0 – 14,0). Atividade da Protrombina: 35,8 %(70,0 – 120,0). Plaquetas: normais. PTT (Partial Thromboplastin Time avalia os fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, II e I ) não realizado

Recebeu 5mg de Vitamina K endovenoso : o PT passou para 14, 3 seg e a Atividade de protrombina  passou para 75%.

Com PT prolongado + plaquetas normais e a resposta à Vitamina K, o diagnóstico mais provável foi de Doença Hemorrágica Precoce do Recém-Nascido.

Com 24 horas de vida (Figura 1) e 48 horas de vida  foram realizados os ultrassom transfontanelares  que mostraram área hiperecogênica na região temporal esquerda.

Status epilepticus super-refratário em crianças: um estudo de coorte retrospectivo

Status epilepticus super-refratário em crianças: um estudo de coorte retrospectivo

SuperRefractory Status Epilepticus in Children: A Retrospective Cohort Study.

Vasquez A, Farias-Moeller R, Sánchez-Fernández I, Abend NS, Amengual-Gual M, Anderson A, Arya R, Brenton JN, Carpenter JL, Chapman K, Clark J, Gaillard WD, Glauser T, Goldstein JL, Goodkin HP, Guerriero RM, Lai YC, McDonough TL, Mikati MA, Morgan LA, Novotny EJ, Ostendorf AP, Payne ET, Peariso K, Piantino J, Riviello JJ, Sands TT, Sannagowdara K, Tasker RC, Tchapyjnikov D, Topjian A, Wainwright MS, Wilfong A, Williams K, Loddenkemper T; Pediatric Status Epilepticus Research Group (pSERG).Pediatr Crit Care Med. 2021 Dec 1;22(12):e613-e625. doi: 10.1097/PCC.0000000000002786.PMID: 34120133

Apresentadora: Anna Lopes Jorge Vieira. Coordenação: Alexandre Serafim.

Pacientes com estado de mal epiléptico super-refratários apresentaram atraso no início do tratamento com medicamentos anticonvulsivantes não benzodiazepínicos, maior número de complicações médicas e mortalidade e menor retorno à linha de base neurológica do que pacientes com estado de mal epiléptico não super-refratários, embora essas associações não tenham sido ajustadas para possíveis fatores de confusão. Abordagens de tratamento após a primeira infusão contínua foram heterogêneos, refletindo informações limitadas para orientar a tomada de decisão clínica no estado de mal epiléptico super-refratário.

PRIORIZAÇÃO DA INICIAÇÃO E MANUTENÇÃO DA ESTABILIDADE DA LACTAÇÃO EM MÃES com PRÉ-TERMOS NA UTI NEONATAL

PRIORIZAÇÃO DA INICIAÇÃO E MANUTENÇÃO DA ESTABILIDADE DA LACTAÇÃO EM MÃES com PRÉ-TERMOS NA UTI NEONATAL

Paula P Meier (EUA).

25º  Congresso de Perinatologia, 1-4 de dezembro de 2021 (online)

Realizado por Paulo R. Margotto.

A Palestra inicia diferenciando leite da própria mãe (MOM-Mothers´Own Milk), leite de doadoras (DHM-Donor human Milk) e leite humano (HM-Human Milk-combinação de leite da própria mãe + leite de doadoras) e não são a mesma coisa. O leite da própria mãe (fresco ou congelado) reduz as complicações específicas da prematuridade e seus custos de forma dose-resposta e promove o crescimento adequado. Esses resultados benéficos não se estendem ao leite da própria mãe pasteurizado. O leite humano de doadora reduz a enterocolite necrosante, mas não a sepse, a displasia broncopulmonar e problemas de neurodesenvolvimento e custos e se associa a um crescimento lento. MOM é a forma mais pura da MEDICINA PERSONALIZADA porque provê à criança que o recebe nutrição individualizada e componentes imunomodulatórios.   MOM interage com as enzimas da criança receptora (ou vice-versa). A enzima no leite da própria mãe (xantina amilase) interage com a xantina para PRODUZIR EFEITO ANTIMICROBIANO PODEROSO que não pode ser medido no leite antes da interação com a saliva do bebê, o que não ocorre com o leite de doadora, cuja pasteurização destrói a enzima amilase xantina e muito menos com a fórmula! Inclusive há uma adequação na degradação por proteases endógenas presentes no leite do pré-termo pode atenuar os problemas por causa do sistema digestivo imaturo do bebê prematuro. O contato pele a pele coloniza a pele que vai até então ao intestino materno e chega até a corrente sanguínea, glândula mamária e chega até o RN. Em termos gerais e científicos não há substituto do leite da sua própria mãe para os bebês prematuros. Então, vejamos como conseguir mais esse leite, como fazer com que as mães consigam produzir mais leite e consigam atravessar todo esse tempo de internação na UTI até chegarem em casa amamentando. O maior preditor de amamentação após sair da UTI (odds ratio de 9,7) é atingir o volume ≥ 500 ml/dia pós-parto no 14º dia (coming to volume-CTV). A mãe deve produzir muito mais leite do que a criança pode consumir nas primeiras 2 semanas de vida. Chamamos isso de DEFASAGEM entre o volume necessário de MOM para satisfazer a demanda do RN versus o volume necessário para regular os processos de lactação, e isso cria confusão para as famílias e os Cuidadores de Saúde. No entanto, a mãe precisa estar produzindo mais de 500 ml por dia para conseguir produzir leite para o seu bebê ao chegar em casa e manter a lactação. Entendendo como conseguir essa quantidade de leite: entre os mecanismos responsáveis pela regulação da lactação são a) pico de prolactina induzido pela sucção (sempre que há o estímulo para remoção do leite, como o uso da bomba tira leite ou sucção), observa-se um aumento 2-3 vezes acima do valor basal de prolactina pela hipótese b) FIL (inibidor do feedback da lactação): proteína do leite que, quando não removida pelo bebê durante a amamentação (ou seja, fica leite para trás) torna a glândula mamária menos sensível à prolactina. Em outras palavras, é a estase do leite inibindo a produção. A mama “pensa” que o bebê não precisa de toda essa quantidade de leite e então não substitui esse leite. É O MECANISMO DO DESMAME! As mães em uso de extração manual exclusiva tiveram significativamente (p <0,05) menor produção de leite diária cumulativa ao longo dos primeiros 7 dias pós-parto em comparação com mães em uso de extração por bomba de tira leite exclusiva. Use uma bomba tira leite e use a expressão manual somente depois da bomba tira leite e não exclusivamente. A bomba tira-leite regula a lactação, não serve apenas para a remoção do leite. Dizer que só podemos usar a expressão manual está completamente contrário às evidências nessa área. Quanto aos biomarcadores, a concentração de Na e a relação Na:K nos dias 3 e 5 pós-parto no leite da própria mãe são preditivos de obtenção de CTV nesta população (elevação prolongada do Na+ ou na relação ou Na/K previu uma ativação secretora prejudicada). Segundo Ricardo Nunes, o percentual de bebês que saem do Hospital amamentando exclusivamente ao seio no Brasil é apenas 20%. Por que não combinar expressão manual com a bomba elétrica? Combinando a expressão manual com a bomba elétrica, aumenta a retirada de leite. Estudos mostram que nos primeiros 3-5 dias combinando a expressão manual com a bomba elétrica, foi possível obter um volume de 700 ml ao final da 2ª semana e mais, a partir do 20º dia pós-parto, ensinando as mães a usarem a expressão manual após bomba elétrica, conseguiram um volume médio de leite 48% maior. Quanto aos custos, foi evidenciada uma economia para o Sistema Nacional de Saúde (NHS) no Reino Unido de 39,1 milhões de dólares em um ano de aumento do uso do leito humano e amamentação da UTI Neonatal. Isso mostra a importância do uso do leite da própria mãe na UTI Neonatal.

 

Retinopatia da Prematuridade: Tratamento Evolutivo com Fator de Crescimento Endotelial Antivascular

Retinopatia da Prematuridade: Tratamento Evolutivo com Fator de Crescimento Endotelial Antivascular

Retinopathy of PrematurityEvolving Treatment With Anti-Vascular Endothelial Growth Factor. Hartnett ME .Am J Ophthalmol. 2020 Oct;218:208-213. doi: 10.1016/j.ajo.2020.05.025. Epub 2020 May 23.PMID: 32450064 Free PMC article. Review. Artigo Livre!

Apresentação: Lays Silveira Piantino Pimentel R4 Neonatalogia. Thaiana Beleza R5 Neonatologia

Coordenação: Nathalia Bardal

Ainda não está claro qual dose e qual agente anti-VEGF pode ser administrado para inibir com segurança a neovascularização pré-retiniana e facilitar a vascularização da retina avascular sem ferir a retina neural ou envolver órgãos sistêmicos, incluindo o cérebro. O tratamento anti-VEGF idealmente seria um agente que não exigiria repetição de injeções, que também aumentam o risco para os olhos.

Se a ROP for diagnosticada erroneamente e o tratamento for realizado muito cedo, então o efeito pode ser semelhante à administração de uma dose muito alta. Portanto, diagnóstico preciso é importante.

Os objetivos na retinopatia da prematuridade são otimizar os cuidados pré-natais e perinatais, melhorar a perspicácia diagnóstica em todo o mundo e refinar as estratégias de tratamento, inclusive com agentes anti-VEGF, para inibir a angiogênese intravítrea e facilitar a vascularização da retina anteriormente avascular, que inclui suporte neural e vascular do desenvolvimento do prematuro e da retina.

Nos complementos:

-A presença de doença plus, história de oxigenoterapia ou fototerapia e IG menor que 32 foram associados a um aumento significativo da prevalência de falha no tratamento com anti-VEGF. Os fatores de risco que predizem a recorrência são baixo peso ao nascer, pré-tratamento da zona 1, história de intubação, anemia e sepse.

-Os pacientes tratados com bevacizumab (anti-fator de crescimento endotelial vascular) ainda devem ser cuidadosamente monitorados para problemas de neurodesenvolvimento.