Categoria: Gemelaridade

Sequência de Policitemia-anemia gemelar espontânea: diagnóstico, manejo e desfecho em uma coorte internacional de 249 casos

Sequência de Policitemia-anemia gemelar espontânea: diagnóstico, manejo e desfecho em uma coorte internacional de 249 casos

-Spontaneous twin anemia polycythemia sequence: diagnosis, management, and outcome in an international cohort of 249 cases.Tollenaar LSA et al. E.Am J Obstet Gynecol. 2021 Feb;224(2):213.e1-213.e11. doi: 10.1016/j.ajog.2020.07.041. Epub 2020 Jul 27.PMID: 32730900 Free article. Artigo Livre!

Pathophysiology, diagnosis, and management of twin anemia polycythemia sequence in monochorionic multiple gestations.Baschat AA, Miller JL.Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2022 Mar 30:S1521-6934(22)00051-7. doi: 10.1016/j.bpobgyn.2022.03.012. Online ahead of print.PMID: 35450772 Review. ARTIGO LIVRE!

Apesentação: Amanda Franco. Coordenação: Miza Vidigal.

  • Por que esse estudo foi realizado? Este estudo teve como objetivo investigar o diagnóstico, manejo e desfecho na sequência de Policitemia-anemia gemelar espontânea.
  • Principais conclusões: A sequência de policitemia-anemia gemelar (TAPS) espontânea (forma crônica de transfusão feto-fetal desequilibrada através de minúsculas anastomoses placentárias em gêmeos monocoriônicos, levando à anemia no doador e policitemia no receptor)  pode se desenvolver de 15 a 35 semanas de gestação. A mortalidade perinatal ocorreu em 15% dos gêmeos com TAPS e foi significativamente maior nos doadores do que nos receptores. A morbidade neonatal grave ocorreu em 33% dos gêmeos e foi fortemente prevista pelo alto estágio pré-natal da TAPS e baixa idade gestacional ao nascimento.
  • O que isso acrescenta ao que é conhecido? Este grande estudo internacional relata que a TAPS espontânea pode se desenvolver em uma ampla faixa de gestações e está associada a altas taxas de mortalidade perinatal e morbidade neonatal grave, a primeira especialmente em gêmeos doadores.
  • Embora possa haver sobreposição clínica com a síndrome de transfusão gêmeo-gêmeo ( TTTS), bem como restrição do crescimento fetal seletivo, a detecção e o diagnóstico dependem da aplicação universal das medições de velocidade  sistólica de pico da artéria cerebral média no monitoramento de gestações múltiplas monocoriônicas.
Sessão de Anatomia Clínica: GEMELARIDADE-LESÃO CEREBRAL

Sessão de Anatomia Clínica: GEMELARIDADE-LESÃO CEREBRAL

Mayara Martin, Joseleide de Castro, Paulo R. Margotto e Melissa Iole da Cás Vita (Patologista).

Entre os aspectos da gemelaridade demos ênfase à lesão cerebral  que ocorre com maior frequência entre gêmeos monocoriônicos, evidenciando a importância do exame histológico da placenta na compreensão da fisiopatologia das lesões cerebrais (o exame da placenta é essencial para elucidar as alterações fisiopatológicas que levam à leucomalácia no processo perinatal).

Os gêmeos monocoriônicos tiveram um risco 3 a 4 vezes maior de deficiência neurológica em comparação com gêmeos dicoriônicos de mesma idade gestacional.

O neurodesenvolvimento dos bebês monocoriônicos deve ser monitorizado especialmente após a alta para garantir que as famílias recebam apoio e intervenção adequados para otimizar o melhor potencial de resultados.

Em gestações múltiplas necrose da substância branca cerebral levando a lesões cavitárias e  atrofia cerebral e gliose podem ocorrer durante o parto.   A necrose da substância branca cerebral foi principalmente associada a múltiplas conexões vasculares placentárias.  As informações disponíveis  enfatizam o papel dos fatores pré-natais intrínsecos que produzem lesões na substância branca em bebês prematuros de gestações múltiplas.

Fotocoagulação a laser fetoscópica para síndrome de transfusão de gêmeos

Fotocoagulação a laser fetoscópica para síndrome de transfusão de gêmeos

Fetoscopic laser photocoagulation for twin-twin transfusion syndrome.Sago H, Ishii K, Sugibayashi R, Ozawa K, Sumie M, Wada S.J Obstet Gynaecol Res. 2018 May;44(5):831-839. doi: 10.1111/jog.13600. Epub 2018 Feb 13.PMID: 29436080 Free PMC article. Artigo Livre!

Apresentação: Tatiane Martins Barcelos – R4 Neonatologia. Coordenação: Nathalia Bardal. Revisão:   Paulo R. Margotto.

A Fotocoagulação a Laser por Fetoscopia (FLP) é a opção ideal para tratar Síndrome da Transfusão Feto-Fetal entre 16 e 26 semanas de idade gestacional (IG) (taxas de sobrevivência > 90% para pelo menos um gêmeo e 70% para ambos). Pode ser uma opção terapêutica para síndrome de transfusão feto-fetal em trigêmeos e após IG 26 semanas, bem como para crescimento intrauterino restrito associado à diástole zero /reversa em artéria umbilical e oligodrâmnio.  No entanto, ainda risco entre 11 – 14% de comprometimento do neurodesenvolvimento em longo prazo e para o futuro, a melhora do neurodesenvolvimento.

A história do tratamento da Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (The History of Treatment of Twin-to-Twin Transfusion Syndrome)

A história do tratamento da Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (The History of Treatment of Twin-to-Twin Transfusion Syndrome)

The History of Treatment of Twin-to-Twin Transfusion Syndrome.Glennon CL, Shemer SA, Palma-Dias R, Umstad MP.Twin Res Hum Genet. 2016 Jun;19(3):168-74. doi: 10.1017/thg.2016.27. Review.PMID: 27203604.Similar articles

Apresentação:Daniela Megumi. R3 Neonatologia – HMIB. Coordenação: Nathalia Bardal.

 

Sugestões históricas da síndrome de transfusão de gêmeos para gêmeos (síndrome de transfusão feto fetal STFF) datam do início do século XVII. Anastomoses placentárias foram relatadas pela primeira vez em 1687; no entanto, foi Schatz quem primeiro identificou sua importância em 1875. Ele reconheceu “a área de transfusão” dentro do “bairro viloso” da placenta, que ele chamou a “terceira circulação”. Este artigo descreve como o gerenciamento Da STFF evoluiu à medida que adquiriram uma compreensão e apreciação mais sofisticadas das complexas anastomoses vasculares que existem em placentas gêmeas monocoriônicas. Atualmente, a oclusão fetosópica a laser é o tratamento preferido opção para a STFF.

Gemelaridade- Uma Abordagem para o Neonatologista

Gemelaridade- Uma Abordagem para o Neonatologista

Márcia Pimentel de Castro/Paulo R. Margotto

Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2019 (no prelo)

Francis Galton (1822-1911), que lançou as bases da Biometria cerca de 25 anos antes da redescoberta dos trabalhos do pai da Genética (Gregor Johann Mendel,1822-1884), já participara à Anthropological Society of London que os gêmeos podem ser estudados com a finalidade de avaliar a contribuição do que ele chamou de natura e nurtura na determinação dos caracteres quantitativos (Galton, 1876). Esse binômio passou, mais tarde, a ser designado por genótipo e ambiente, mas o princípio lógico estabelecido por Galton para o estudo de gêmeos com a finalidade de investigar a participação do genótipo na variação fenotípica permaneceu basicamente o mesmo. Os fatores do ambiente que afetam as diferenças intrapar dos gêmeos monozigóticos (oriundos de um único zigoto) seriam comparáveis aos fatores ambientais que afetam as diferenças intrapar dos gêmeos dizigóticos, os quais, do mesmo modo que os pares de irmãos nascidos de gestações sucessivas, são oriundos de dois zigotos.

            Atualmente se sabe que a gemelaridade ocorre em 1,6% das gestações e é um campo importante do conhecimento da reprodução humana. A maior incidência de problemas neonatais em gêmeos comparado a recém-nascidos de gestações únicas dá suporte à noção de que gestação múltipla é um desvio do padrão humano normal. Restrição do crescimento intra-uterino, prematuridade, malformações congênitas e mortalidade perinatal aumentada são mais comuns em gêmeos do que em fetos únicos. O conhecimento sobre a embriologia da gemelaridade auxilia a compreender a ocorrência de algumas destas complicações.

 

Gemelaridade imperfeita: um dilema clínico e ético

Gemelaridade imperfeita: um dilema clínico e ético

Daniela Denardin, Jorge Alberto B. Telles, Rosilene da Silveira Betat, Paulo Renato K. Fell, André Campos da Cunha Luciano Vieira Targa, Paulo Ricardo G. Zen, Rafael Fabiano M. Rosa.

Apresentação: Paula Abdo – R3 UTIP
Coordenação:  Dra Nathália Bardal
Residência Médica UTI Pediátrica HRAS/HMIB/SES/DF.
Unidade de Neonatologia