Mês: junho 2019

Drogas em Neonatologia: Inúteis (Bicarbonato) e Usos Indevidos e Controversos (Albumina e Diuréticos)

Drogas em Neonatologia: Inúteis (Bicarbonato) e Usos Indevidos e Controversos (Albumina e Diuréticos)

Paulo R. Margotto.

Quanto ao bicarbonato: A oxigenação adequada, assim como ventilação devem ser garantidas antes de se pensar em usar NaHCO3. Lembrar que os efeitos adversos com a administração do NaHCO3 incluem: flutuação no fluxo sanguíneo cerebral, hemorragia intracraniana diminuição do aporte de O2 aos tecidos e piora da acidose intracelular. Os clínicos devem resistir ao impulso e deixar o  uso rotineiro de bicarbonato em recém-nascido com acidose metabólica. Focar seus esforços na compreensão e tratamento das acidoses iniciais. Quanto à Albumina: Em síntese, o estudo conclui que a terapêutica com albumina não está indicada para o tratamento da hipoalbuminemia isoladamente, nem está indicada em neonatos como tratamento inicial de hipotensão, desconforto respiratório ou exsanguineotransfusão parcial. Em pacientes com hipoalbuminemia e aumento da permeabilidade capilar, a suplementação de albumina freqüentemente leva a maior extravasamento de albumina através da membrana capilar, contribuindo para a formação do edema sem melhora no prognóstico. Com base na evidência, a albumina deveria ser raramente usada na UTI neonatal. Quanto aos Diuréticos: Para o uso racional dos diuréticos torna-se importante o conhecimento do desenvolvimento da fisiologia renal dos pré-termos, assim como os conhecimentos dos mecanismos de ação dos vários diuréticos, principalmente da furosemida, o diurético mais usado, assim como as limitações e seus efeitos adversos. De todas as terapias adjuntas no prematuro com displasia broncopulmonar, a terapia diurética é uma das mais abusadas, sem evidência de benefícios substanciais. Evite de usar furosemida em bolus; taxa máxima de infusão da furosemida de 0,5 mg/kg/min ou 4mg/mL para evitar a ototoxicidade.

Discussão Clínica: Desenvolvimento ao longo do tempo da microbiota intestinal na 1ª infância do estudo TEDDY; Aumento da incidência de enterocolite necrosante associado com a administração de InfloranTM em extremos prematuros; Tratamento antifúngico e resultado em recém-nascidos com muito baixo peso: um estudo observacional de base populacional da Rede Neonatal Alemã

Discussão Clínica: Desenvolvimento ao longo do tempo da microbiota intestinal na 1ª infância do estudo TEDDY; Aumento da incidência de enterocolite necrosante associado com a administração de InfloranTM em extremos prematuros; Tratamento antifúngico e resultado em recém-nascidos com muito baixo peso: um estudo observacional de base populacional da Rede Neonatal Alemã

Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal do HMIB/SES/DF

Neurossonografia Neonatal-Compartilhando Imagens:Sonografia da Fontanela posterior- uma janela acústica para o cérebro neonatal

Neurossonografia Neonatal-Compartilhando Imagens:Sonografia da Fontanela posterior- uma janela acústica para o cérebro neonatal

Posterior fontanelle sonography: an acoustic window into the neonatal brain.Correa F, Enríquez G, Rosselló J, Lucaya J, Piqueras J, Aso C, Vázquez E, Ortega A, Gallart A.AJNR Am J Neuroradiol. 2004 Aug;25(7):1274-82.PMID: 15313724. Free Article.Similar articles.ARTIGO LIVRE!

Realizado por Paulo R. Margotto.

A ultrassonografia é a técnica mais utilizada para imagens do cérebro neonatal devido ao seu baixo custo, acessibilidade e segurança. Tem valor diagnóstico comprovado na detecção das lesões cerebrais mais comuns em recém-nascidos prematuros; tais lesões incluem aquelas devidas à hemorragia intraventricular e doença da substância branca.

Os estudos ultrassonográficos do cérebro são classicamente realizados através da fontanela anterior (FA), mas a visualização das estruturas supratentorial e infratentorial posterior é pobre com essa abordagem. A fontanela da mastóide (FM), também conhecida como fontanela póstero-lateral, está localizada na junção dos ossos temporal, parietal e occipital. A fontanela posterior (PF) situada na junção das suturas lambdoide e sagital também deve ser usada para um estudo mais completo do cérebro. Este trabalho enfocou a ultrassonografia via FP, que fornece excelente visualização de lobos occipitais, cornos occipitais e plexos coróides. Alguns sugeriram que o uso dessa fontanela melhora a acurácia da ultrassonografia na detecção de hemorragia nessas regiões. A avaliação das malformações congênitas do compartimento infratentorial e das lesões hipóxico-isquêmicas acometendo as regiões mais parieto-occipitais posteriores também tem sido considerada uma indicação para a abordagem de FP.

Asim, a abordagem da FP desempenhou um papel importante no diagnóstico da hemorragia intraventricular, tanto pela confirmação como pela exclusão. A ultrassonografia da FP também forneceu informações diagnósticas úteis sobre malformações císticas e infecções na fossa posterior. A adição dessa abordagem à ultrassonografia da fontanela anterior aumenta substancialmente a confiança do examinador no estudo do cérebro neonatal.

 

Discussão Clínica: Hipoglicemia neonatal ( o entendimento fisiológico da fase de transição de níveis baixos e glicose); Uso do remifentanil no INSURE (Intubação-Surfactante-Extubação); Diagnóstico e manuseio das convulsões neonatais

Discussão Clínica: Hipoglicemia neonatal ( o entendimento fisiológico da fase de transição de níveis baixos e glicose); Uso do remifentanil no INSURE (Intubação-Surfactante-Extubação); Diagnóstico e manuseio das convulsões neonatais

HIPOGLICEMIA NEONATAL Congresso de Pediatria da UNIMED de Ribeirão Preto (17ª Jornada de Pediatria da UNIMED de Ribeirão Preto

HIPOGLICEMIA NEONATAL Congresso de Pediatria da UNIMED de Ribeirão Preto (17ª Jornada de Pediatria da UNIMED de Ribeirão Preto

Paulo R. Margotto.

Enfatizamos  a) o entendimento fisiológico da fase de transição de níveis baixos de glicose (hipoglicemia neonatal de transição) nos RN de peso adequados para a idade gestacional, podendo ocorrer níveis tão baixos como 27,5mg% ao nascer (esta queda parece ser essencial para facilitar a transição fisiológica para a vida neonatal!), lembrando que para o RN PIG e prematuro esta adaptação hormonal e metabólica é imatura e subdesenvolvida b) a importância da realização das glicemias capilares na mãozinha (o limiar da dor no calcâneo é menor, se comparado com as extremidades superiores; as fibras inibitórias descendentes da dor (ativam neuromoduladores que bloqueiam  a condução do estimulo doloroso)  atingem a porção lombar mais tardiamente, principalmente nos pré-termos c) o nível neuroglicopênico que leva a sintomas está na dependência da gravidade, duração e frequência da hipoglicemia (há um predomínio do envolvimento occipital, sugerindo que a lesão cerebral hipoglicêmica não é o resultado de isquemia cerebral causada pelas convulsões secundárias, diferente das lesões cerebrais da encefalopatia hipóxico-isquêmica que envolve as regiões  frontal e parieto-occipital, como amplamente discutido nas nossas Reuniões das 8 horas da nossa  Unidade).

Efeito da Avaliação Residual Gástrica na Ingestão Enteral em bebês prematuros extremos: Um ensaio clínico randomizado

Efeito da Avaliação Residual Gástrica na Ingestão Enteral em bebês prematuros extremos: Um ensaio clínico randomizado

Effect of Gastric Residual Evaluation on Enteral Intake in Extremely Preterm Infants: A Randomized Clinical Trial.Parker LA, Weaver M, Murgas Torrazza RJ, Shuster J, Li N, Krueger C, Neu J.JAMA Pediatr. 2019 Apr 29. doi: 10.1001/jamapediatrics.2019.0800. [Epub ahead of print] Erratum in: JAMA Pediatr. 2019 Jun 1;173(6):610.PMID: 31034045.Similar articles.

Realizado por Paulo R. Margotto

Os resíduos gástricos pré-dieta são avaliados em mais de 97% dos enfermeiros da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, mas evidências sugerem que essa avaliação pode ser desnecessária; omitir a avaliação do resíduo gástrico mostrou melhorar a nutrição enteral em adultos e crianças sem aumentar a intolerância alimentar ou pneumonia associada à ventilação mecânica; o presente ensaio clínico, englobando 143 RN com médias de idade gestacional de  27 semanas e peso de 888 g , randomizados para dois grupos [aspirado e não aspirado resíduos gástrico] mostrou que no grupo não aspirado exibiu um aumento na nutrição enteral mais acentuado em comparação com o grupo aspirado, além de  consumir mais leite nas semanas 5 e 6; ou seja, houve um aumento mais rápido no grupo não aspirado e sem danos à saúde, atingindo à nutrição enteral plena [150mL/kg] 6 dias antes, além de ter alta 8 dias antes; no Rio de Janeiro, em junho de 2018, Neu J citou que essa rotina pode ser maléfica quando pensamos que a pressão negativa necessária para retirar o RG pode irritar ou ferir a mucosa gástrica frágil e enzimas essenciais podem ser desperdiçadas quando o RG é descartado, além de poder alterar o microbioma. Deve-se evitar o descarte do resíduo gástrico sempre que possível; assim, esses achados podem ser traduzidos em prática baseada em evidências no cuidado de bebês de muito baixo peso.

Osteoartrite em Neonatologia- fatores de risco e desfecho

Osteoartrite em Neonatologia- fatores de risco e desfecho

Osteoarthritis in the neonaterisk factors and outcome.Berberian G, Firpo V, Soto A, Lopez Mañan J, Torroija C, Castro G, Polanuer P, Espinola C, Piñeiro JL, Rosanova MT.Braz J Infect Dis. 2010 Jul-Aug;14(4):413-8.PMID: 20963330.Free Article.Similar articles. Artigo Livre!

Apresentação: Lorena Andrade ( R4 Neonatologia/HMIB/SES;DF). Coordenação: Diogo Pedroso.

Os fatores de risco associados incluíram prematuridade, baixo peso ao nascer, asfixia, bacteremia e presença de cateter venoso ou umbilical; 80% dos pacientes desse estudo apresentaram envolvimento de extremidades  inferiores (joelho, quadril e tornozelo), sendo o quadril o local mais frequente de infecção; sinais definitivos de alterações óssea em RX do 7º ao 10º dia da doença; evidência clínica ou radiológica de infecção do espaço articular exige a confirmação através da aspiração da agulha de uma área inflamatória, para estabelecer um rápido diagnóstico, além dos estudos usuais de triagem de sepse; 85% da etiologia é pelo S. aureus e tardiamente, Streptococcus agalactiae [3-4 semana]; o ultrassom  é particularmente útil porque não só confirma ou exclui efusão em crianças, mas também pode identificar elevação periosteal, erosão cortical ou uma coleção subperióstica.

Neurossonografia Neonatal: Esquisencefalia de lábios fechados

Neurossonografia Neonatal: Esquisencefalia de lábios fechados

Paulo R. Margotto

Chamberlain et al (1990) descreveram características ultrassonográficas nesses pacientes:

(1) Uma linha hiperecóica que se estende da região da fissura sylviana para a porção anterior do ventrículo lateral (melhor imagem no plano coronal), representando o revestimento do córtex da fenda fundida (tipo I);

(2) Uma banda anecóica de largura variável que se estende da superfície cortical ao ventrículo lateral, melhor visualizada nas imagens parassagitais, representando uma fenda aberta (tipo II);

(3) O ápice do divertículo ventricular se projeta em direção à região perisilviana; e,

(4) Diminuição do tamanho das estruturas subcorticais da substância cinzenta, incluindo os núcleos do tálamo, caudado e lenticular.