Categoria: Antibióticos e Antifúngicos

Associação da Exposição Neonatal a Antibióticos com a Trajetória de Crescimento a Longo Prazo em Crianças Nascidas Prematuramente

Associação da Exposição Neonatal a Antibióticos com a Trajetória de Crescimento a Longo Prazo em Crianças Nascidas Prematuramente

Association of Neonatal Antibiotic Exposure with LongTerm Growth Trajectory Faltering in Preterm-Birth Children.Lin YC, Chu CH, Lin YK, Chen CC, Chen LW, Huang CC.Neonatology. 2024;121(3):396-405. doi: 10.1159/000535946. Epub 2024 Jan 29.PMID: 38286129 ARTIGO GRATIS!

Realizado por Letícia Perci (R4 da UTI Neonatal do Hospital Santa Lúcia Sul). Coordenação: Paulo R. Margotto.

A exposição a antibióticos no início da vida que altera o desenvolvimento do microbioma intestinal pode potencialmente impactar a saúde infantil a longo prazo. É importância de incluir a duração da exposição a antibióticos no estudo de resultados de crescimento de crianças nascidas prematuramente.Quase todos os neonatos nascidos muito prematuros são expostos a uma duração variável de antibióticos na UTIN. Estudos incluindo metanálises mostraram evidências de que a exposição a antibióticos no início da vida aumenta significativamente o risco de ganho de peso e obesidade na infância. 328  bebês prematuros (<32 semanas) sem infecção bacteriana comprovada, mas  que receberam antibioticoterapia empírica por 4 a 15 dias foram acompanhados até 60 meses de idade corrigida. Cada dia adicional de exposição a antibióticos foi associado a incrementos mais lentos em no z escore para o peso e  comprimento aos 6 a 60 meses de idade corrigida. O estudo mostra que  a duração da exposição neonatal aos antibióticos está associada não apenas à redução do crescimento extrauterino na idade gestacional a termo, mas também à diminuição das trajetórias de incremento de crescimento nos primeiros 5 anos de vida de crianças muito prematuras. Diferentes efeitos de programação metabólica podem ser induzidos por alterações na microbiota intestinal em resposta ao momento e à duração da exposição a antibióticos no início da vida em crianças. Esses achados destacam que um programa de administração de antibióticos em neonatos prematuros na UTIN é necessário não apenas para prevenir o surgimento de espécies bacterianas resistentes, mas também para proteger contra os efeitos adversos da exposição aos antibióticos nos resultados do crescimento longitudinal.

O tempo até a positividade das hemoculturas em uma UTIN de nível IV varia de acordo com a categoria do organismo e os subgrupos populacionais: uma exclusão de 36 horas é segura?

O tempo até a positividade das hemoculturas em uma UTIN de nível IV varia de acordo com a categoria do organismo e os subgrupos populacionais: uma exclusão de 36 horas é segura?

Time to positivity of blood cultures in a level IV NICU varies based on organism category and population subgroups: is a 36-hour rule out safe? Nishihara Y, MacBrayne CE, Prinzi A, Pearce K, Melara D, Weikel BW, Zenge J, Grover T, Parker SK.J Perinatol. 2024 Jun 20. doi: 10.1038/s41372-024-02031-0. Online ahead of print.PMID: 38902516.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os antibióticos são um dos medicamentos mais frequentemente prescritos na UTIN e estudos demonstram que mais de 75% dos nascidos com muito baixo peso e mais de 80% dos com extremo baixo peso ao nascer neonatos são tratados com antibióticos nas primeiras 72 horas de vida por suspeita de sepse de início precoce. Basta nascer prematuro para ir para a antibioticoterapia, por 3 às vezes 5 dias!!!  A exposição a antimicrobianos tem o potencial de aumentar a resistência microbiana e arriscar efeitos colaterais indesejados. Compreender o tempo até a positividade (TTP) de uma hemocultura para organismos específicos é uma estratégia para reduzir a exposição antimicrobiana empírica e é uma meta para programas de manejo antimicrobiano (ASP).A maioria dos organismos gram-positivos definidos (92,2%) e gram-negativos definidos (98,3%) foram identificados dentro de 36 horas após a obtenção da cultura. A cessação da cobertura antimicrobiana pode ser considerada na maioria dos pacientes da UTIN de nível IV após 36 horas, onde a suspeita de sepse é baixa.

USO DE ANTIBIÓTICOS NA SEPSE NEONATAL PRECOCE: 28 UTINs participando de uma colaboração de melhoria da qualidade visando o uso de antibióticos na sepse de início precoce

USO DE ANTIBIÓTICOS NA SEPSE NEONATAL PRECOCE: 28 UTINs participando de uma colaboração de melhoria da qualidade visando o uso de antibióticos na sepse de início precoce

28 NICUs participating in a quality improvement collaborative targeting earlyonset sepsis antibiotic use.Payton KSE, Bennett MV, Schulman J, Benitz WE, Stellwagen L, Darmstadt GL, Quinn J, Kristensen-Cabrera AI, Breault CC, Bolaris M, Lefrak L, Merrill J, Sharek PJ.J Perinatol. 2024 Feb 20. doi: 10.1038/s41372-024-01885-8. Online ahead of print.PMID: 38378826

Realizado por Paulo R. Margotto.

Este estudo fornece lições úteis sobre administração de antibióticos para prescritores individuais e líderes de UTIN. As equipes de melhor desempenho, com reduções da taxa mensal média de antibióticos >20% na sepse precoce, identificaram a colaboração multidisciplinar, a liderança e a revisão frequente do uso de antibióticos como os principais impulsionadores da melhoria.   Importante: este estudo não detectou aumento nas taxas anuais de sepse precoce ou infecção nosocomial relacionadas ao período do estudo. O presente estudo fornece várias lições práticas para abordar o uso excessivo contínuo de antibióticos. A variação da prática individual é repetidamente apontada como uma barreira para a prestação de cuidados ótimos. Essa é uma das razões pelas quais sempre buscamos uniformizar nossas condutas!

Antibióticos empíricos precoces e resultados clínicos adversos em bebês nascidos muito prematuros: uma coorte de base populacional

Antibióticos empíricos precoces e resultados clínicos adversos em bebês nascidos muito prematuros: uma coorte de base populacional

Early Empirical Antibiotics and Adverse Clinical Outcomes in Infants Born Very Preterm: A Population-Based Cohort. Vatne A, Hapnes N, Stensvold HJ, Dalen I, Guthe HJ, Støen R, Brigtsen AK, Rønnestad AE, Klingenberg C; Norwegian Neonatal Network.J Pediatr. 2023 Feb;253:107-114.e5. doi: 10.1016/j.jpeds.2022.09.029. Epub 2022 Sep 28.PMID: 36179887. Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Estudo da Rede Norueguesa de Neonatologia mostrou que a exposição precoce e prolongada a antibióticos na primeira semana pós-natal foi associada a ECN grave (2 vezes mais), DBP grave (2 vezes mais!) e morte após a primeira semana pós-natal (9 vezes mais!). Cada dia adicional de antibióticos foi associado a uma OR 14% maior de morte ou morbidade grave e DBP grave. NEM TUDO É SEPSE!!!

 

ANTIBIOTICOTERAPIA EMPIRICA PROLONGADA (NO CONTEXTO DA SEPSE NEONATAL)

ANTIBIOTICOTERAPIA EMPIRICA PROLONGADA (NO CONTEXTO DA SEPSE NEONATAL)

Paulo R. Margotto. Palestra administrada no Congresso Médico da UNIEURO (19/10/2023) e CEUB (21/10/2023)

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!! UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra. O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!

ANTIBIÓTICOS NO INICIO DA VIDA: MENOS É MAIS

ANTIBIÓTICOS NO INICIO DA VIDA: MENOS É MAIS

Less is more: Antibiotics at the beginning of life.Stocker M, Klingenberg C, Navér L  et al. .Nat Commun. 2023 Apr 27;14(1):2423. doi: 10.1038/s41467-023-38156-7.PMID: 37105958 Free PMC article. Review.  Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os antibióticos ainda são os medicamentos mais prescritos nos primeiros dias de vida. Até 14% dos prematuros tardios e de termo e até 90% dos prematuros extremos recebem antibióticos intravenosos. Essa exposição é desproporcional à carga da doença, pois apenas 0,5 a 2% dos recém-nascidos tratados com antibióticos apresentam infecção bacteriana comprovada por cultura. O objetivo de um microbioma preservado e resistência antimicrobiana reduzida pode melhorar a saúde das gerações futuras.

  A hora de agir é agora!

Desconforto Respiratório Neonatal Secundário à Síndrome de Aspiração de Mecônio

Desconforto Respiratório Neonatal Secundário à Síndrome de Aspiração de Mecônio

Neonatal Respiratory Distress Secondary to Meconium Aspiration Syndrome.Olicker AL, Raffay TM, Ryan RM.Children (Basel). 2021 Mar 23;8(3):246. doi: 10.3390/children8030246.PMID: 33806734 Free PMC article. Review.Artigo Livre!

Apresentação: R4 Neo Paolla Bomfim; R5 Neo Lucas do Carmo. Hospital Materno Infantil de Brasília, SES/DF.Coordenação: Carlos Alberto Moreno Zaconeta.

Se não houver sinais sistêmicos de sepse ou hemocultura positiva, não há indicação de administração prolongada de antibióticos simplesmente para aspiração de mecônio

Antibioticoterapia empírica (PROLONGADA!)

Antibioticoterapia empírica (PROLONGADA!)

Paulo R. Margotto. I Congresso de UTI Pediátrica e Neonatal do Cariri (26-28 de maio de 2023)

 

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!! UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra. O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!

SEPSE NEONATAL(PRECOCE e tardia):DESAFIO-Estado da arte!

SEPSE NEONATAL(PRECOCE e tardia):DESAFIO-Estado da arte!

Paulo R. Margotto. I Congresso de UTI Pediátrica e Neonatal do Cariri (26-28 de maio de 2023)

 

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!!UM UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra.O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!