Categoria: Antibióticos e Antifúngicos

USO DE ANTIBIÓTICOS NA SEPSE NEONATAL PRECOCE: 28 UTINs participando de uma colaboração de melhoria da qualidade visando o uso de antibióticos na sepse de início precoce

USO DE ANTIBIÓTICOS NA SEPSE NEONATAL PRECOCE: 28 UTINs participando de uma colaboração de melhoria da qualidade visando o uso de antibióticos na sepse de início precoce

28 NICUs participating in a quality improvement collaborative targeting earlyonset sepsis antibiotic use.Payton KSE, Bennett MV, Schulman J, Benitz WE, Stellwagen L, Darmstadt GL, Quinn J, Kristensen-Cabrera AI, Breault CC, Bolaris M, Lefrak L, Merrill J, Sharek PJ.J Perinatol. 2024 Feb 20. doi: 10.1038/s41372-024-01885-8. Online ahead of print.PMID: 38378826

Realizado por Paulo R. Margotto.

Este estudo fornece lições úteis sobre administração de antibióticos para prescritores individuais e líderes de UTIN. As equipes de melhor desempenho, com reduções da taxa mensal média de antibióticos >20% na sepse precoce, identificaram a colaboração multidisciplinar, a liderança e a revisão frequente do uso de antibióticos como os principais impulsionadores da melhoria.   Importante: este estudo não detectou aumento nas taxas anuais de sepse precoce ou infecção nosocomial relacionadas ao período do estudo. O presente estudo fornece várias lições práticas para abordar o uso excessivo contínuo de antibióticos. A variação da prática individual é repetidamente apontada como uma barreira para a prestação de cuidados ótimos. Essa é uma das razões pelas quais sempre buscamos uniformizar nossas condutas!

Antibióticos empíricos precoces e resultados clínicos adversos em bebês nascidos muito prematuros: uma coorte de base populacional

Antibióticos empíricos precoces e resultados clínicos adversos em bebês nascidos muito prematuros: uma coorte de base populacional

Early Empirical Antibiotics and Adverse Clinical Outcomes in Infants Born Very Preterm: A Population-Based Cohort. Vatne A, Hapnes N, Stensvold HJ, Dalen I, Guthe HJ, Støen R, Brigtsen AK, Rønnestad AE, Klingenberg C; Norwegian Neonatal Network.J Pediatr. 2023 Feb;253:107-114.e5. doi: 10.1016/j.jpeds.2022.09.029. Epub 2022 Sep 28.PMID: 36179887. Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Estudo da Rede Norueguesa de Neonatologia mostrou que a exposição precoce e prolongada a antibióticos na primeira semana pós-natal foi associada a ECN grave (2 vezes mais), DBP grave (2 vezes mais!) e morte após a primeira semana pós-natal (9 vezes mais!). Cada dia adicional de antibióticos foi associado a uma OR 14% maior de morte ou morbidade grave e DBP grave. NEM TUDO É SEPSE!!!

 

ANTIBIOTICOTERAPIA EMPIRICA PROLONGADA (NO CONTEXTO DA SEPSE NEONATAL)

ANTIBIOTICOTERAPIA EMPIRICA PROLONGADA (NO CONTEXTO DA SEPSE NEONATAL)

Paulo R. Margotto. Palestra administrada no Congresso Médico da UNIEURO (19/10/2023) e CEUB (21/10/2023)

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!! UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra. O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!

ANTIBIÓTICOS NO INICIO DA VIDA: MENOS É MAIS

ANTIBIÓTICOS NO INICIO DA VIDA: MENOS É MAIS

Less is more: Antibiotics at the beginning of life.Stocker M, Klingenberg C, Navér L  et al. .Nat Commun. 2023 Apr 27;14(1):2423. doi: 10.1038/s41467-023-38156-7.PMID: 37105958 Free PMC article. Review.  Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os antibióticos ainda são os medicamentos mais prescritos nos primeiros dias de vida. Até 14% dos prematuros tardios e de termo e até 90% dos prematuros extremos recebem antibióticos intravenosos. Essa exposição é desproporcional à carga da doença, pois apenas 0,5 a 2% dos recém-nascidos tratados com antibióticos apresentam infecção bacteriana comprovada por cultura. O objetivo de um microbioma preservado e resistência antimicrobiana reduzida pode melhorar a saúde das gerações futuras.

  A hora de agir é agora!

Desconforto Respiratório Neonatal Secundário à Síndrome de Aspiração de Mecônio

Desconforto Respiratório Neonatal Secundário à Síndrome de Aspiração de Mecônio

Neonatal Respiratory Distress Secondary to Meconium Aspiration Syndrome.Olicker AL, Raffay TM, Ryan RM.Children (Basel). 2021 Mar 23;8(3):246. doi: 10.3390/children8030246.PMID: 33806734 Free PMC article. Review.Artigo Livre!

Apresentação: R4 Neo Paolla Bomfim; R5 Neo Lucas do Carmo. Hospital Materno Infantil de Brasília, SES/DF.Coordenação: Carlos Alberto Moreno Zaconeta.

Se não houver sinais sistêmicos de sepse ou hemocultura positiva, não há indicação de administração prolongada de antibióticos simplesmente para aspiração de mecônio

Antibioticoterapia empírica (PROLONGADA!)

Antibioticoterapia empírica (PROLONGADA!)

Paulo R. Margotto. I Congresso de UTI Pediátrica e Neonatal do Cariri (26-28 de maio de 2023)

 

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!! UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra. O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!

SEPSE NEONATAL(PRECOCE e tardia):DESAFIO-Estado da arte!

SEPSE NEONATAL(PRECOCE e tardia):DESAFIO-Estado da arte!

Paulo R. Margotto. I Congresso de UTI Pediátrica e Neonatal do Cariri (26-28 de maio de 2023)

 

A maior preocupação é a antibioticoterapia empírica precoce (93% usam por 5 dias; 27-85% ≥ 5dias!!!UM UMA ETERNIDADE!) e essa prática associa-se ao aumento significativo, além da DBP, de morte e lesões cerebrais graves (2,7 vezes mais)!90% das crianças são tratadas desnecessariamente. Há uma forte correlação entre a alteração do microbioma e mudanças no cérebro (eixo intestino-cérebro) com a alteração da memória de reconhecimento em bebês de um mês de idade! Qualquer antimicrobiano prolongado >3 dias sem cultura positiva deve ser exceção e não a regra.O princípio de que, na dúvida, não há mal em tratar, parece longe de ser verdade! Nós conhecemos os inimigos e nós mesmos somos os inimigos!

Início precoce da antibioticoterapia e desfechos em curto prazo em prematuros: uma análise de coorte retrospectiva unicêntrica

Início precoce da antibioticoterapia e desfechos em curto prazo em prematuros: uma análise de coorte retrospectiva unicêntrica

Early initiation of antibiotic therapy and shortterm outcomes in preterm infants: a single-centre retrospective cohort analysis. Köstlin-Gille N, Serna-Higuita LM, Bubser C, Arand J, Haag L, Schwarz CE, Heideking M, Poets CF, Gille C.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2023 May 3:fetalneonatal-2022-325113. doi: 10.1136/archdischild-2022-325113. Online ahead of print.PMID: 37137680.                         Alemanha.

Realizado por Paulo R. Margotto

Em resumo, esse estudo de  análise retrospectiva confirma estudos anteriores de que os antibióticos estão associados a um desfecho negativo em curto prazo em prematuros, em particular a um risco aumentado de DISPLASIA BRONCOPULMONAR (DBP) (no modelo de regressão logística multivariável, o início da antibioticoterapia nos dois primeiros dias pós-natais e entre o 3º e o 6º dia permaneceu independentemente associado à DBP (OR 3,1 e 2,8). Além disso, mostramos que especialmente o início muito precoce da antibioticoterapia nos primeiros 2 dias de vida pós-natal foi associado a um risco aumentado de DBP em comparação com a antibioticoterapia posterior. Nossos dados sugerem que, especialmente para antibioticoterapia empírica primária em prematuros se extremo baixo peso, é necessário revisar minuciosamente as indicações e desenvolver métodos para identificar lactentes com baixo risco de SEPSE DE INICIO PRECOCE, a fim de evitar especificamente antibióticos. Não é a colonização dos pulmões em si, mas sim a presença de certas espécies bacterianas que desencadeia a inflamação no contexto da DBP.

Semelhante à imunidade intestinal, foi demonstrado para a imunidade pulmonar que o microbioma contribui decisivamente para sua maturação e que eventos particularmente muito precoces podem levar a mudanças duradouras na resposta a estímulos inflamatórios. 47 Isso poderia explicar por que a antibioticoterapia muito precoce iniciada imediatamente após o nascimento está associada a um risco aumentado de DBP.

O que há de novo no manejo da sepse neonatal precoce? (What’s new in the management of neonatal early-onset sepsis?)

O que há de novo no manejo da sepse neonatal precoce? (What’s new in the management of neonatal early-onset sepsis?)

What’s new in the management of neonatal early-onset sepsisFleiss N, Schwabenbauer K, Randis TM, Polin RA.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2023 Jan;108(1):10-14. doi: 10.1136/archdischild-2021-323532. Epub 2022 May 26.PMID: 35618407 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A revisão enfoca os prematuros tardios e os recém-nascidos a termo. Para os bebes ≤34 sem é difícil determinar a contribuição independente de qualquer fator específico, além da idade gestacional, para o risco de sepse precoce (<72 horas de vida). Ente os fatores, A colonização materna com GBS (estreptococo do grupo B), o aumento da duração da ruptura da membrana e a infecção intra-amniótica (ou seja, corioamnionite) estão todos associados ao aumento do risco de sepse precoce. O Committee on Fetus and Newborn recomenda a abordagem de observação serial como alternativa ao uso da Calculadora de Sepse (em uma análise retrospectiva nacional de 384 lactentes que receberam antibióticos empíricos ao nascer, a Calculadora de Sepse (https://stuginski.com/calculator) recomendou antibióticos em 57%, enquanto a abordagem com exames clínicos seriados recomendou antibióticos em 17%. Hemocultura: os médicos devem ter certeza de que os antibióticos podem ser descontinuados com segurança quando a hemocultura for negativa em um lactente assintomático. PCR e Procalcitonina devem ser obtidos em série e em um momento posterior ao início da infecção (6 a 12 horas). Há poucas evidências para continuar os antibióticos puramente com base em PCR ou Procalcitonina elevados, quando as hemoculturas permanecem negativas e o bebê está se recuperando.