Mês: março 2020

Recomendações para Assistência ao Recém-Nascido na sala de parto de mãe com COVID-19 suspeita ou confirmada

Recomendações para Assistência ao Recém-Nascido na sala de parto de mãe com COVID-19 suspeita ou confirmada

Sociedade Brasileira de Pediatria (do Grupo Executivo do Programa Nacional de Reanimação Neonatal)-Março de 2020

Coordenadoras gerais: Maria Fernanda B. de Almeida (SP) e Ruth Guinsburg (SP)
Membros: Danielle CB Brandão (PE), Gislayne CS de Nieto (PR), Jamil PS Caldas (SP), João Cesar Lyra (SP), José Dias Rego (RJ),
José Henrique S Moura (PE), José Roberto M Ramos (RJ), Leila DC Pereira (SC), Lêni M Anchieta (MG), Lícia MO Moreira (BA),
Lígia MSS Rugolo (SP), Lilian SR Sadeck (SP), Mandira D Kawakami (SP), Marcela DR de Castro (MG), Marcia GP Machado (MG), Marynéa S Vale (MA), Paulo JH Nader (RS), Rossiclei S Pinheiro (AM), Sérgio TM Marba (SP), Tatiana R Maciel (BA)

 

Monografia-Neonatologia (HMIB-2020): Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Monografia-Neonatologia (HMIB-2020): Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Daniela Megumi Ramalho Yoshimoto .

Orientadora: Evely Mirela Santos França.

RESUMO
Objetivos: Analisar o perfil dos pacientes com doenças cirúrgicas do tórax assistidos no serviço de Terapia Intensiva Neonatal do HMIB.
Métodos: Estudo descritivo transversal realizado por meio da análise retrospectiva de dados de prontuário eletrônico dos casos de pacientes com diagnóstico de patologias cirúrgicas do tórax: malformação adenomatosa cística (MAC), hérnia diafragmática congênita (HDC) e atresia de esôfago (AE), com ou sem fístula assistidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal entre Janeiro de 2017 a Janeiro 2018. Resultados: O trabalho identificou 30 pacientes com as malformações buscadas pelo estudo, sendo 14 atresias de esôfago (46,67%), 13 hérnias diafragmáticas congênitas
(43,33%) e 3 malformações adenomatosas císticas (10%). Numa análise geral, a prevalência de gênero foi d
o sexo masculino, do peso foi adequado para idade gestacional; da idade gestacional foi a termo; da via de parto foi cirúrgica; da necessidade de reanimação neonatal e o desfecho final foi predominantemente o óbito. As variáveis que apresentaram significância estatística foram entre reanimação e óbito, onde os pacientes que foram reanimados tinham 3,5 mais chances de vir a óbito do que aqueles que não necessitaram de reanimação. Diferente das demais variáveis que
foram analisadas: peso e desfecho final; dias de internação e tipo de malformação; desfecho final e tipo de malformação, que não apresentavam correlação significativa, diferente do encontrado na literatura. 
Conclusões: A mortalidade é elevada nos recém-nascidos com hérnia diafragmática congênita (76,9%), porém as taxa de sobrevida nos pacientes com atresia de esôfago (57,1%) e malformação adenomatosa cística (100%) são satisfatórias, compatíveis com dados da literatura atual. O fator estatisticamente significativo para o aumento da taxa de mortalidade nos RNs analisados na amostra foi a necessidade de reanimação  neonatal ao nascimento, diferentemente de outros fatores como peso ao nascer,
APGAR no 1º minuto menor que 7 e o tipo de malformação

Possível transmissão vertical de SARS-CoV-2 de uma mãe infectada para seu recém-nascido (Comentários do Dr. Guilherme Sant´Anna, Canadá)

Possível transmissão vertical de SARS-CoV-2 de uma mãe infectada para seu recém-nascido (Comentários do Dr. Guilherme Sant´Anna, Canadá)

Possible Vertical Transmission of SARS-CoV-2  From an Infected Mother to Her Newborn.

Possible Vertical Transmission of SARS-CoV-2 From an …

Lan Dong, MD, Jinhua Tian, MD, Songming He, MD, Chuchao Zhu, MD, Jian Wang, MD, Chen Liu, MD, Jing Yang, MD

Realizado por Paulo R. Margotto

Um recém-nascido nascido de mãe com COVID-19 apresentou níveis elevados de anticorpos e resultados anormais nos testes de citocinas 2 horas após o nascimento. O nível elevado de anticorpos IgG sugere que o recém-nascido foi infectado no útero. Os anticorpos IgM não são transferidos para o feto pela placenta. O bebê poderia estar potencialmente exposto por 23 dias a partir do momento do diagnóstico da COVID-19 até o parto.

Os resultados laboratoriais que exibem inflamação e lesão hepática indiretamente apoiam a possibilidade de transmissão vertical. Embora a infecção no momento do parto não possa ser descartada, os anticorpos IgM geralmente não aparecem até 3 a 7 dias após a infecção e a IgM elevada no neonato era evidente em uma amostra de sangue colhida 2 horas após o nascimento.

Além disso, as secreções vaginais da mãe eram negativas para SARS-CoV-2. O teste de RT-PCR repetidamente negativo da criança nos swabs nasofaríngeos é difícil de explicar, embora esses testes nem sempre sejam positivos com a infecção. Os anticorpos IgG podem ser transmitidos ao feto através da placenta e aparecer depois da IgM. Portanto, a elevação do nível da  IgG pode refletir infecção materna ou infantil.

Artigo 5221: Estratégias para prover neuroproteção todos os dias

Artigo 5221: Estratégias para prover neuroproteção todos os dias

Kathi Salley Randall (EUA).

NEOBRAIN BRASIL2019. Congresso Internacional-PBSF em Neuroproteção e Neuromonitorização Neonatal, São Paulo, 8-9 de novembro de 2019

Reprodução da Conferência realizada por Paulo R. Margotto.

Devemos prevenir primariamente as lesões (neuroproteção) aos recém-nascidos (RN) a termo com EHI, acidente vascular cerebral, convulsões, infecção e no prematuro com hemorragia intraventricular, convulsões, displasia broncopulmonar e infecção. A melhor forma de oferecer neuroproteção é proteger os neurônios de uma lesão adicional após o insulto. Entre as estratégias: o Posicionamento na linha média, com o objetivo de promover a flexão e evitar a extensão, principalmente nos 3 primeiros dias de vida no pré-termos (diminuição significativa da hemorragia intraventricular-HIV) e a elevação da cabeceira a 30º diminui significativamente a progressão da HIV e a HIV grau IV (infarto hemorrágico periventricular); lavagem consciente das mãos; evitar ventilação mecânica prolongada (essa induz uma cascata inflamatória complexa e instabilidade hemodinâmica, com repercussões no cérebro); evitar a hiper/hipocapnia e a hipertermia; convulsões neonatais (2/3 delas não são reconhecidas ou mal interpretadas; minimizar a dor e o estresse; o que prejudica as conexões funcionais e emocionais (separação – física e emocional [essa interrompe a conexão emocional que é crucial para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças], em outro Hospital, em uma incubadora, desapegado emocionalmente, problemas pré-existentes de saúde mental materna); temos que envolver os pais para conversar, massagear e ler para os seus bebês [há melhora da linguagem aos 2 anos de vida]: se os pais não visitam muito os seus bebes, os Enfermeiros tem que trabalhar nessa estimulação por um período; o método canguru promove maturação cerebral; otimizar a nutrição-UTI Neonatal Neuronutritiva (perdemos muito gordura com a infusão do leite humano [LH], principalmente o LM descongelado no equipo [19% de perda]; a perda é menor se LH for fresco (5%); gordura é muito importante para o desenvolvimento da mielina, neurônios. Cuidamos de um cérebro que está desenvolvendo conexões a todo o momento, todos os dias, se temos um programa de “cuidado de desenvolvimento”  ou não. Lesões cerebrais e conectividade alterada são uma realidade de muitos bebês e famílias na UTI Neonatal . “Sou apenas uma. Não posso fazer tudo. Não dá para fazer tudo de uma vez, MAS POSSO FAZER ALGO!

INFECÇÃO PERINATAL PELO NOVO CORONAVÍRUS-2019

INFECÇÃO PERINATAL PELO NOVO CORONAVÍRUS-2019

Paulo R. Margotto. Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, Editado por Paulo R. Margotto, 2020, no Prelo

Desde dezembro de 2019, a nova infecção por coronavírus mostra as características epidemiológicas clínicas da disseminação rápida e a capacidade de infectar uma população em geral suscetível. A Doença de Coronavírus 2019 (COVID-19) é uma doença emergente com um rápido aumento de 51 casos e mortes desde a sua primeira identificação em Wuhan, China, em dezembro de 2019. Dados limitados estão disponíveis sobre o COVID-19 durante a gravidez; no entanto, informações sobre doenças associadas com outros coronavírus altamente patogênicos (isto é, síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) pode fornecer informações sobre os efeitos do COVID-19 durante a gravidez. O tipo de pneumonia causada pelo COVID-19 é uma doença altamente infecciosa. Até 19 de fevereiro de 2020, mais de 70000 casos de COVID-19 foram confirmados em laboratório com mais de 1800 MORTES. O surto em curso foi declarado pela Organização Mundial da Saúde como uma emergência global de saúde pública.O agente patogênico pertence à coronavírus de tipo β (2019 novo coronavírus, 2019-nCoV).

A infecção perinatal pelo 2019-nCoV pode ter efeitos adversos em recém-nascidos, causando problemas, tais como angústia fetal, trabalho de parto prematuro, angústia respiratória, trombocitopenia acompanhada de alterações na função hepática e até a morte. No entanto, a transmissão vertical de 2019-nCoV ainda está para ser confirmada.

Esse Capítulo foi realizado com bases   nas últimas evidências publicadas até agora em março, abordando o Cuidado com a Gestante e Recém-Nascido, esclarecendo pontos polêmicos, incluindo o aleitamento materno,  o tempo do clampeamento do cordão umbilical (até o dia de hoje, não há evidência de transmissão vertical do  novo coronavírus), embora todos nós saibamos que devido a limitação dos casos em recém-nascidos e evidências para COVID-19 neonatal, essas propostas deverão sofrer mudanças com base em evidências clínicas acumuladas e experiência.

Manuseio mínimo: um caminho para o neurodesenvolvimento adequado

Manuseio mínimo: um caminho para o neurodesenvolvimento adequado

Ludmylla de Oliveira Beleza, Tatiana Santos Freire Ribeiro Netto

Capítulo do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2020, Editado por Paulo R. Margotto, no Prelo

O ambiente das Unidades de Terapia Intensivas Neonatais (UTIN) proporciona aos RN uma experiência bem diferente do intrauterino, pois apresenta iluminação intensa e contínua, barulhos, odores diferentes, grandes espaços sem contenção do RN, interrupções frequentes dos períodos de sono e repouso com procedimentos que podem ser dolorosos e manipulações quase que contínuas pelos mais diferentes profissionais. Todos estes fatores podem causar desconforto tanto físico como emocional, prejudicando o desenvolvimento neuromotor desses pequenos pacientes.

RN pré-termos internados em UTIN encontram-se em uma fase de rápido desenvolvimento cerebral e eventos estressantes e dolorosos, quando aplicados repetidamente para salvar a vida desses bebês, influenciam negativamente nas suas funções motoras, sociais e emocionais a curto, médio e longo prazo. Assim, o ambiente da UTIN, se não manipulado para garantir um melhor e maior período repouso e uma menor quantidade de interrupções para procedimentos desnecessários, pode interferir na maturação e organização do sistema nervoso central dos prematuros.

Uso do surfactante minimamente invasivo na UTI Neonatal do HMIB

Uso do surfactante minimamente invasivo na UTI Neonatal do HMIB

Gustavo Borela Valente. Orientadora: Marta David Rocha de Moura

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM NEONATOLOGIA DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA (HMIB) SES/DF.

O estudo envolveu 88 bebes, com 44 grupo controle e  mostrou que no grupo que recebeu surfactante por  essa técnica (“Mini Insure”)  houve menos sepse precoce, melhor resultado da fundoscopia  e ecografia transfontanelar e menos tempo de ventilação mecânica

Doença metabólica óssea (DMO) da prematuridade em recém-nascidos de muito baixo peso; estudo observacional retrospectivo

Doença metabólica óssea (DMO) da prematuridade em recém-nascidos de muito baixo peso; estudo observacional retrospectivo

Metabolic Bone Disease of Prematurity in Very Low irthweight InfantsRetrospective Observational Study].Costa R, Franco C, Santos N, Maio P, Vieira F, Antunes S, Martins L, Tuna ML.Acta Med Port. 2019 Aug 1;32(7-8):536-541. doi: 10.20344/amp.10994. Epub 2019 Aug 1. Portuguese.PMID: 31445534.Free Article.Similar. Artigo Livre em Português.

Apresentação:Coordenação: Luciana Rodrigues Costa de Bulhões (R4 UTE Pediátrica do HMIB). Coordenação: Miza Vidigal

Valores fosfatase alcalina (FA) > 900 UI/L associados à hipofosfatemia < 5,5 mg/dL [< 1,8 mmol/L] ou FA > 600 UI/L com tendência crescente e hipofosfatemia persistente < 5,5 mg/dL nas avaliações seriadas sugerem, de forma precoce  DMO. Quando fazer a triagem, segundo Cléa Leone (SP)  em comunicação pessoal, deve ser realizada na 3ª  semana de vida se esses bebês na sua Unidade recuperam o peso de nascimento até o 10º ou 11º dia de vida. Estimular a realização de exercício físico nesses bebes 2 vezes por dia por 4-8 semanas, havendo decréscimos significativamente velocidade óssea do som em 4 semanas – p = 0,026 (decréscimos significativamente velocidade óssea do som em 4 semanas (p = 0,026).