Mês: março 2020

Monografia (Neonatologia-HMIB) 2020: Administração de surfactante exógeno por método minimamente invasivo e estratégia tradicional – em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Monografia (Neonatologia-HMIB) 2020: Administração de surfactante exógeno por método minimamente invasivo e estratégia tradicional – em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Gustavo Borela Valente, Marta David Rocha de Moura

Resumo
Objetivos: Comparar o perfil clínico epidemiológico dos pacientes assistidos no Serviço de Terapia Intensiva Neonatal de unidade do Distrito Federal que receberam surfactante endógeno por métodos minimamente invasivos versus os que receberam por intubação (estratégia tradicional) Materiais e métodos: Trata-se de estudo descritivo transversal
realizado através de análise retrospectiva de dados de prontuário eletrônico dos casos de síndrome do desconforto respiratório que preenchiam critérios conforme rotina da unidade para realização de surfactante exógeno. A amostra se restringe a pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal entre Novembro de 2016 a Agosto de 2019. Posteriormente, dados foram convertidos em informações descritivas com tabelas de frequências absolutas e relativas, além do cruzamento das variáveis entre os grupos com teste estatísticos: qui-quadrado de Pearson, correção de continuidade, razão de verossimilhança, teste exato de Fisher, associação linear e estimativa de risco (odds ratio)
Resultados: Os grupos foram comparáveis, uma vez que a médias das variáveis foram submetidas ao teste T de Student. A necessidade de reanimação na sala de parto foi determinante em relação aos grupos, visto que se a intubação
ocorresse ao nascimento, provavelmente surfactante seria administrado associado a ventilação mecânica. Filhos de mães que tiveram infecções perinatais e bebês com sepse neonatal precoce tinha risco aumentado para uso de surfactante de forma invasiva. O uso de corticóide antenatal (esquema completo) e a tentativa de CPAP nasal foram fatores protetores para administração minimamente invasiva. De forma que o grupo do mini-insure teve como desfechos mais favoráveis: menos tempo de ventilação mecânica, menos lesões cerebrais e retinopatia da prematuridade, contudo não houve
impacto significativo estatisticamente em relação a displasia e mortalidade.
Discussão: Os dados da amostra  correlacionados com os da literatura são condizentes, embora ainda há uma grande variedade de resultados associados ao uso de surfactante minimamente invasivo. É um assunto bastante estudados, pois com o aprimoramento da assistência
neonatal, cada vez mais se busca reduzir os efeitos lesivos da ventilação mecânica a curto e longo prazo.
Conclusão: O estudo permitiu adquirir dados relevantes acerca da população atendida na unidade de saúde, cumprindo assim o objetivo deste estudo. As características clinicas e epidemiológicas são essenciais para que os profissionais de saúde fiquem atentos a grupos de risco. A sistematização e atualização constante das equipe multidisciplinar é essencial na colaboração para um manejo apropriado e individualizados dos casos de sindrome do desconforto respiratório que necessitam de surfactante. Dessa forma, é possível previnir desfechos desfavoráveis e ter um seguimento ambulatorial diferenciado para estes pacientes

Artigo 5245 (7/3/2020): O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita

Artigo 5245 (7/3/2020): O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita

Paulo R. Margotto.

À luz da ressonância magnética, mais da metade dos recém-nascidos portadores de cardiopatia congênita apresentam anormalidades neurológicas antes da cirurgia; achados clínicos recentes indicam que o desenvolvimento cerebral alterado que ocorre na vida fetal é a principal causa do resultado neurocognitivo nessas crianças; existem muitas semelhanças nas alterações cerebrais e nos resultados do desenvolvimento neurológico associados ao nascimento prematuro versus cardiopatia congênita; a lesão de substância branca é o padrão característico de lesão cerebral em recém-nascidos prematuros: bebês a termo com cardiopatia congênita têm uma incidência surpreendentemente alta de lesão da substância branca; recentemente evidenciou-se não haver diferenças significativas, quanto à lesões cerebrais, ente cardiopatia congênita crítica e cardiopatia congênita cianótica;   recém-nascidos a termo com doença cardíaca congênita apresentam atraso no desenvolvimento cerebral de aproximadamente um mês, equivalente a um recém-nascido prematuro com IG entre 34 e 36 semanas; assim a imaturidade cerebral é o substrato sobre a qual outros insultos, como hipotensão e hipoxemia, levam à lesão por esse mecanismo; o impacto não se restringe apenas a substância branca, mas também  ao desenvolvimento cortical imaturo, hoje um grande desafio na cardiopatia congênita; Atividade cerebral anormal foi o único fator de risco associado à nova lesão cerebral pós-operatória na análise de regressão logística multivariável (OR, 4,0; IC95%, 1,3-12,3; P = 0,02);  quanto ao ultrassom (US) cranianoÍndice de resistência (IR) mais alto nos principais vasos sanguíneos cerebrais após cirurgia cardíaca no período neonatal está associado a melhores resultados neurológicos com um ano após a cirurgia (indicativo de preservação da vasorreatividade normal e autorregulação devido à ausência de isquemia cerebral significativa). Portanto, esses achados alertam para a necessidade de estratégias intraútero para promover o desenvolvimento ideal do cérebro, bem como o potencial de intervenções clínicas visando à estabilidade hemodinâmica e a oxigenação ideal para reduzir o ônus das lesões cerebrais no pré e pós-operatório.

Fluxograma para o gerenciamento perinatal-neonatal de Infecção Suspeita e Confirmada pelo Novo Coronavírus 2019.

Fluxograma para o gerenciamento perinatal-neonatal de Infecção Suspeita e Confirmada pelo Novo Coronavírus 2019.

Wang L, Shi Y, Xiao T, et al. Chinese expert consensus on the perinatal and neonatal management for the prevention
and control of the 2019 novel coronavirus infection (First edition). Ann Transl Med 2020.
doi: 10.21037/atm.2020.02.20

Realizado por Paulo R. Margotto

 

Abordagem segura e conservadora da persistência do canal arterial nos pré-termo: resultado do neurodesenvolvimento aos 5 anos de idade

Abordagem segura e conservadora da persistência do canal arterial nos pré-termo: resultado do neurodesenvolvimento aos 5 anos de idade

Safety of Conservative Approach for Persistent Patent Ductus Arteriosus in Preterm Infants: Neurodevelopmental Outcomes at 5 Years of Age. Kaga M, Sanjo M, Sato T, Miura Y, Ono T. Tohoku J Exp Med. 2019 Nov;249(3):155-161. doi: 10.1620/tjem.249.155. PMID: 31708567.Free Article.Similar articles. ARTIGO LIVRE!

Apresentação:Tatiane M. Barcelos – R3 Neonatologia HMIB.

Coordenação:  Marta David Rocha de Moura.

Nesse estudo, baseado no manejo conservador da PCA, não foi encontrada associação entre PCA e desfecho no neurodesenvolvimento aos 5 anos de idade corrigida. A falta de evidências que apoiam as estratégias terapêuticas destinadas a alcançar o fechamento da PCA levou à adoção generalizada de um tratamento conservador com o objetivo de atenuar o impacto do volume do shunt sem alcançar o fechamento do ducto

Posicionamento: Promovendo a flexão e Evitando a extensão

Posicionamento: Promovendo a flexão e Evitando a extensão

Coughlin M, Lohman Mb, Gibbins S. Newborn & Infant Nursing Reviews 2010; 10; 104-106

 Reliability and Effectiveness of an Infant Positioning Assessment Tool …

Realizado por Paulo R. Margotto

DOI: https://doi.org/10.1053/j.nainr.2010.03.003

Durante os cuidados de rotina, deve ser ressaltada a necessidade de que as  crianças prematuras sejam contidas e posicionados em flexão, como uma manobra de proteção, a fim de reduzir a atividade motora excessiva.

Promover a flexão e evitar a extensão; manter a posição da cabeça na linha média por 72 horas para o RN de muito baixo peso (colocar o queixo no ombro pode abstrair fluxo sanguíneo da circulação cerebral, contribuindo com a EHI, além de ser desconfortável).

Monografia-Pediatria (HMIB) 2020: Análise do conhecimento médico sobre o primeiro atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual no pronto socorro de hospital de referência no Distrito Federal

Monografia-Pediatria (HMIB) 2020: Análise do conhecimento médico sobre o primeiro atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual no pronto socorro de hospital de referência no Distrito Federal

Renata Fernandes Costa, Ricardo Silva Filho
RESUMO
A violência sexual (VS) contra crianças e adolescentes é um problema de escala global. De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), VS consiste em qualquer ato sexual ou tentativa, comentários ou investidas sexuais indesejados, tráfico sexual, ameaças de danos ou força física. O objetivo deste trabalho consistiu em avaliar o conhecimento médico em relação ao atendimento inicial e profilaxia pós-exposição a ser instituída a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual atendidas na emergência pediátrica em um hospital de emergência pediátrica brasileiro, visando determinar as áreas deficitárias de conhecimento sobre o referido tema e estudar o perfil epidemiológico dos médicos que atendem neste hospital. Realizou-se um estudo descritivo, observacional, transversal, de conveniência, com aplicação de questionário
com os pediatras do pronto socorro e médicos residentes da emergência pediátrica doreferido hospital no período de 01 de dezembro de 2019 a 31 de janeiro de 2020. As principais lacunas encontradas foram a notificação de casos suspeitos e conhecimento sobre aspectos jurídicos relacionados ao tema.
É, portanto, de extrema relevância a promoção de ações que visem a ampliação a proficiência médica sobre o tema com intuito de melhorar a qualidade dos atendimentos realizados. Faz-se necessária a realização de novas pesquisas sobre o conhecimento médico de outros protocolos sobre o assunto

Monografia-Pediatria (HMIB) 2020:Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com distúrbio do sono acompanhados em hospital infantil especializado

Monografia-Pediatria (HMIB) 2020:Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com distúrbio do sono acompanhados em hospital infantil especializado

Renata Mayumi Hamaoka, Lisliê Capoulade Nogueira.

A maioria dos pacientes atendidos foi do sexo feminino e faixa etária dos adolescentesFatores de riscos: obstrução nasal, hipertrofia adenotonsilar, falta de rotina do sono, uso de tela antes de dormir. Importante relação bidirecional entre as subespecialidades e a medicina do sono ->Todos os pacientes acompanhavam com
outra subespecialidade pediátrica.
Sinais e sintomas diurnos e noturnos encontrados no estudo foram semelhantes a literatura, com destaque para
respiração
oral diurna
e roncos noturnos.

Monografia Pediatria (HMIB) 2020: Perfil epidemiológico e desfechos clínicos das crianças internadas por Meningite bacteriana em um hospital pediátrico brasileiro de referência: experiência de oito anos de serviço (2011-2019)

Monografia Pediatria (HMIB) 2020: Perfil epidemiológico e desfechos clínicos das crianças internadas por Meningite bacteriana em um hospital pediátrico brasileiro de referência: experiência de oito anos de serviço (2011-2019)

João Paulo Silva Cezar

A meningite bacteriana configura uma emergência pediátrica dado o potencial de óbito e sequelas se não adequadamente tratada a tempo. Este trabalho objetivou
descrever
perfil epidemiológico e desfechos clínicos das crianças internadas sob este hipótese diagnóstica em um hospital pediátrico de referência brasileiro no decorrer de oito anos (2011-2019), além de correlacionar desfechos desfavoráveis com os agentes etiológicos identificados e status vacinal, bem como quantificar a taxa de mortalidade da população estudada. Realizou-se um estudo quantitativo, transversal, descritivo,retrospectivo de pesquisa documental em prontuário eletrônico de 71 crianças com este diagnóstico. Descreveu-se o perfil de crianças atendidas com este diagnóstico,bem como os agentes etiológicos e desfechos desfavoráveis agudos. O número pequeno da amostragem interferiu na análise de significância estatística, embora a desatualização vacinal tenha sido marcante. A presença de crises epilépticas prévias ao diagnóstico foi fator de risco com significância para o óbito. Este estudo permitiu um retorno ao serviço quanto a condução das crianças com meningite bacteriana, o que facilitará definições de novas condutas visando melhorias, além de reforçar a necessidade da atualização vacinal. Novos e maiores estudos são necessários para aprofundar o conhecimento sobre esta patologia na população pediátrica brasileira.