Mês: dezembro 2019

FELIZ 2020!

FELIZ 2020!

Paulo R. Margotto, Brasília DF

                                                           FELIZ 2020! Que Deus abençoe a todos nós!

O agradecimento aos milhares colegas que nos visitaram compartilham com os demais, numa contínua Corrente do Saber

Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer (Albert Einstein))

Compartilhem o seus conhecimentos e descubram a BELEZA do SABER!

TRANSIÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA NEONATAL APÓS O NASCIMENTO

TRANSIÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA NEONATAL APÓS O NASCIMENTO

Jain Lucky (Atlanta, EUA) por ocasião do 22º Simpósio Internacional do Santa Joana, em São Paulo, entre 11-14 de setembro de 2019. Realizado por Paulo R. Margotto.

.”Nascer é prejudicial à saúde, porque não há no mundo nenhum ambiente mais controlado e confortável do que o útero materno. Mas como viver é um risco inevitável e necessário, é bom saber que tem gente empenhada em garantir maior qualidade ao  nascimento e à vida”(SBP). O nascimento é o momento mais importante da nossa vida. A oportunidade de fazer a transição neonatal na repercussão da mortalidade é de grande importância. É de extrema importância o entendimento da fisiologia dessa transição  para sermos mais gentis com esses bebês  e não rompermos a parede de seus pulmões! Ao nascer o fluido do alvéolo é trocado por ar para estabelecer a capacidade funcional residual (CFR) e uma respiração rítmica. O bebê tem um sofisticado processo de transição e não devemos negligenciar esse plano. Você aterrissaria um avião numa pista sem colocar o sistema de pouso para baixo antes? Você não gostaria de ter um aviso, um alerta que chegou o momento de pousar o avião, que o trem de pouso precisa ser posto em movimento para que você possa usar os freios quando necessário? O que estamos fazendo é não dar ao bebê a oportunidade de pensar e planejar essa transição após o nascimento.  É exatamente isso quando estudamos a fisiologia do pulmão na transição. Nos 2-3 dias antes do início do trabalho de parto espontâneo, tanto o bebê como a mãe já sabe que chegou a hora do nascimento e começar haver um desligamento da produção do líquido pulmonar. AGORA, PENSE NO NASCIMENTO POR CESARIANA ELETIVA! Não há nenhum tipo de alerta prévio, principalmente se a cesariana foi feita com 38 semanas, 38 semanas e meia de gestação, quando o canal de sódio epitelial não foi expresso na forma e na quantidade que precisa ser (35% do líquido pulmonar saem dias antes do nascimento!). A taxa de cesariana no Brasil é uma das maiores do mundo, constituindo uma comemoração na cultura brasileira! Essa troca de produção do líquido pulmonar fetal para o pulmão acontece em grande parte durante a gestação (39 semanas ou mais). tudo que  não aconteceu na historia da humanidade, aconteceu  nos últimos 20-30 anos. Perdemos 1 ou 2 semanas de gestação.  E NÃO É SURPREENDENTE? A expansão pulmonar é de vital importância, pois estabelece da capacidade funciona residual, melhora a bradicardia, faz o clearance do líquido pulmonar, aumenta o fluxo sanguíneo pulmonar. Estar atento a alta concentração de O2 levando à atelectasia pulmonar pela eliminação do nitrogênio que mantém os alvéolos abertos. Entre os erros no manejo da bradicardia, está o reflexo laríngeo ao tentarmos intubar um bebê e fazemos uma aspiração dessas bolhinhas e você o faz com um cateter na região perilaríngea veja o que ocorre: estimula o reflexo de proteção da laringe (através das fibras c) porque MÃE NATUREZA diz: se chegar alguma coisa perto da laringe a MÃE NATUREZA fecha essa abertura da traqueia. O reflexo laríngeo leva a um espasmo laríngeo, apneia, bradicardia e você tentar fazer a reanimação do bebê para interromper o processo de apneia e bradicardia e ao continuar fazendo a aspiração sem perceber que todas as vezes que fazemos essa aspiração perto da região da laringe nós mesmos estamos provocando esse reflexo. Portanto há muito que aprender, há muito a se descobrir. Em homenagem ao Dr. Henrique Rigatto, que teve enorme contribuição na Neonatologia Internacional, falecido aos 82 anos no dia 11/9/2019 e comunicado pelo Dr. Navantino Alves Filho, trouxemos belíssima Conferência sobre Doença da Membrana Hialina-A Evolução de uma ideia, ocorrida no XV Congresso Brasileiro de Perinatologia entre os dias 23 a 28 de Novembro/1996, Belo Horizonte (MG), assim como uma oportunidade de revermos A História da Neonatologia–Algumas Pérolas no Brasil. “Eu quase que nada não sei, mas desconfio de muita coisa”! FELIZ 2020! Compartilhem sempre os seus conhecimentos e descubram a Beleza do Saber! Reencontrar os colegas dos anos 80-90 que escreveram a Neonatologia de Brasília foi um acontecimento Marcante e Emocionante!

Diagnóstico pré-natal da obstrução gastrintestinal

Diagnóstico pré-natal da obstrução gastrintestinal

Prenatal diagnosis and outcome of fetal gastrointestinal obstruction.Lau PE, Cruz S, Cassady CI, Mehollin-Ray AR, Ruano R, Keswani S, Lee TC, Olutoye OO, Cass DL.J Pediatr Surg. 2017 May;52(5):722-725. doi: 10.1016/j.jpedsurg.2017.01.028. Epub 2017 Jan 29.PMID: 28216077Similar articles.

Apresentação:Gustavo Borela Valente R4 Neonatologia HMIB

Coordenação: Marta David Rocha de Moura.

Nos últimos anos, há evidências crescentes de que a ressonância magnética fetal (RM) pode ser útil no diagnóstico de anormalidades gastrointestinais fetais. Nesse estudo todos os pacientes que receberam ressonância magnética foram inicialmente selecionados com ultrassom (a adição de a ressonância magnética fetal proporcionou uma capacidade aprimorada para avaliar a localização da obstrução e aumenta a acurácia diagnóstico que chega a 84,4%). Outro achado relevante desse estudo foi a taxa de anomalias anatômicas associadas entre os grupos. No presente estudo, pareceria quanto mais distal a obstrução, maior a probabilidade de anomalias associadas. No caso de obstrução anorretal, 90% dos fetos apresentavam anomalias associadas. É importante que os médicos avaliem a ânus cuidadosamente no período neonatal e no momento de outras operações. Portanto, a ultrassonografia fetal e a ressonância magnética podem ser ferramentas precisas no diagnóstico pré-natal de obstruções gastrointestinais fetais.

Cuidados Paliativos e Sofrimento Moral:Uma Pesquisa Institucional de Enfermeiros de Cuidados Intensivos

Cuidados Paliativos e Sofrimento Moral:Uma Pesquisa Institucional de Enfermeiros de Cuidados Intensivos

Palliative Care and Moral Distress: An Institutional Survey of Critical Care Nurses.Wolf AT, White KR, Epstein EG, Enfield KB.Crit Care Nurse. 2019 Oct;39(5):38-49. doi: 10.4037/ccn2019645.PMID: 31575593.Similar articles.

Apresentação:Fernanda Carolina Moreira Rocha. Medica Residente de Terapia Intensiva Pediátrica/HMIB/SES/DF.Coordenação: Alexandre Serafim.

O Sofrimento Moral advém  de: fracasso em aliviar o sofrimento, não conseguir oferecer tratamento paliativo adequado e dever de fornecer tratamento agressivo para sustentar a vida (7,3% já deixaram o cargo de Enfermeiro Intensivista por sofrimento moral;38,8% já consideraram abandonar o cargo;17,7% estavam considerando abandonar o cargo). O presente estudo avaliou o conhecimento percebido pelos enfermeiros em Cuidados Paliativos, suas experiências recentes de sofrimento moral e possíveis relações entre essas variáveis.   Um total de 176 questionários foram analisados. Os autores relataram que muitos enfermeiros de Cuidados Intensivos não se sentem preparados para prestar Cuidados Paliativos. Quando o Cuidado Paliativo é percebido como inadequado, os enfermeiros podem estar mais aptos a experimentar sofrimento moral. Líderes do Sistema de Saúde devem priorizar o treinamento em Cuidados Paliativos para enfermeiros de Terapia Intensiva e seus colegas e capacitá-los a reduzir as barreiras aos cuidados paliativos.

 

 

 

Cafeína e atividade diafragmática;Aspiração endotraqueal com líquido amniótico tinto de mecônio no RN não vigoroso; Manuseio do RN a termo e pré-termo na Sala de Parto; Colostroterapia: estudo randomizado e controlado

Cafeína e atividade diafragmática;Aspiração endotraqueal com líquido amniótico tinto de mecônio no RN não vigoroso; Manuseio do RN a termo e pré-termo na Sala de Parto; Colostroterapia: estudo randomizado e controlado

Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal do HMIB/SES/DF

Dilemas Bioéticos em Neonatologia

Dilemas Bioéticos em Neonatologia

Rosana Alvesa, Valmin Ramos da Silva.

Disponível em: Dilemas bioéticos em neonatologiaResidência Pediátrica residenciapediatrica.com.br › dilemas-bioeticos-em-neonatologia › en-US.

Apresentação: Tatiane Martins Barcelo (R3 3m Neonatologia HMIB/SES/DF.Coordenação: Marta David. Rocha de Moura.

Bioética vem do grego bios (vida) + ethos (ética), é a ética da vida ou ética prática. “A bioética é o conjunto de conceitos, argumentos e normas que valorizam e justificam eticamente os atos humanos que podem ter efeitos irreversíveis sobre os fenômenos vitaisÉ preciso distinguir os termos: EUTANÁSIA (tratamento adequado à doenças incuráveis-“boa morte”; ORTOTANÁSIA (cuidados paliativos adequados prestado diante do paciente que está morrendo: DISTANÁSIA: prolongamento da vida de modo artificial, tornando o morrer doloroso e oneroso). Apenas cinco, dentre 125 escolas médicas nos Estados Unidos (EUA), ofereciam ensinamentos sobre terminalidade da vida e, apenas 26, dos 7048 programas de Residência Médica dos EUA, tratavam do tema em reuniões científicas!!! A bioética não distingue: Não iniciar e Interromper. Eticamente, é mais aceitável retirar a terapia do que não a iniciar, pois oferece ao paciente o benefício da dúvida. Mas a pergunta permanece: quando não iniciar ou interromper os cuidados intensivos neonatais? Todas as Unidades devem  determinar os seus limites de viabilidades na prematuridade extrema. Quanto ao Cuidados Paliativos: cuidado ativo e total do corpo da criança, mente e espírito, envolvendo o suporte a familiares, iniciando no diagnóstico e durante todo o tratamento. O Cuidado Paliativo se concentra na melhoria da qualidade de vida.

Anomalias anorretais

Anomalias anorretais

Ana Paula Amaral (Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2020, no Prelo.

Anomalias anorretais incluem um vasto espectro de doenças que ocorrem em recém-nascidos e afetam o ânus e o reto, bem como os tratos urinário e genital. Os defeitos variam desde os mais simples, facilmente corrigíveis e com prognóstico funcional excelente, até aqueles muito complexos, de difícil manejo, geralmente com outras malformações associadas e prognóstico funcional ruim.

O diagnóstico precoce preciso, bem como decisões terapêuticas adequadas, são cruciais para evitar consequências sérias e sequelas. É difícil acreditar que, ainda hoje, pacientes nascidos com ânus imperfurado são liberados para casa como “bebês normais” e é a mãe que faz o diagnóstico. Nunca é demais reforçar a importância de uma avaliação anorretal bem feita no primeiro exame físico de um neonato. Não é aceitável que um recém-nascido com ânus imperfurado sofra uma perfuração intestinal e suas complicações, chegando até ao óbito, devido a falta de diagnóstico precoce.

Cuidados diários voltados para o neurodesenvolvimento no recém-nascido com encefalopatia hipóxico-isquêmica (Developmental care for babies with HIE)

Cuidados diários voltados para o neurodesenvolvimento no recém-nascido com encefalopatia hipóxico-isquêmica (Developmental care for babies with HIE)

Kathi Salley Randal (EUA). NEOBRAIN BRASIL 2009 (8 a 9 de novembro).

Reprodução da Conferência realizada por Paulo R. Margotto.

O cuidado do desenvolvimento tem emergido como um conceito de cuidado neuroprotetor na prevenção de consequências a longo prazo associadas ao ambiente físico, promoção da ótima organização e desenvolvimento do prematuro na UTI Neonatal, assim como a Integração dos Pais com os Cuidadores.Entre as medidas:

1) o posicionamento com cabeça e tronco alinhados na linha média, membros flexionados [promover a flexão e evitar a extensão]; 2) promover o sono: normalização precoce do aEEG e início precoce do sono-vigília prevê um bom resultado; nunca alcançar o sono-vigília sempre prediz resultado ruim;

3) otimizar a nutrição: os que receberam nutrição enteral que era 10 ml começaram a interromper a nutrição parenteral  4 dias antes, iniciaram a dieta oral plena 10 dias antes e o tempo de hospitalização foi de 9 dias antes; 4) cuidados para evitar a necrose gordurosa subcutânea 5) dor: sedoanalgensia durante a hipotermia é prevalente, mas não é uma conduta uniforme entre os Centro: os opioides foram administrado em 64% dos neonatos e houve aumento de 30% de 2008  2015);6) percepção dos pais no resfriamento: incorporar os pais nos cuidados da UTI Neonatal, deixando-os voltarem a ser pais, tocar, segurar os bebes; o reaquecimento deve ser considerado um tempo de renascimento; os bebes com EHI não podem perder a chance de experiências precoces de ligação com os seus pais; Ao sair do reaquecimento você deve fornecer elementos aos pais para  o bebê voltar a ser deles

Após o resfriamento: esses bebês  que foram  resfriados tem um tipo de fenótipo de comportamento:pobre estado de sono e vigília,  eles não tem  um bom controle do tônus, não sugam, alterações  nas vias aéreas ; 80% apresentavam essas alterações, mas caiu para  50-10% próximo à alta. Então é importante avaliar; e necessária uma estimulação oral precoce; perceber esses sinais de excesso: esses bebês choram, dormem, depois choram de novo: podemos  ensinar aos pais como lerem esses sinais: respeitar quando o bebe quer dizer “eu preciso sair um pouquinho, está de demais para mim”, ficam  revirando os olhos, mas você diz que quer ver ele, precisamos de  dar eles um tempo e depois eles voltam.

Portanto, recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica que estão em resfriamento  e seus pais: evitar o risco de consequências negativas da experiência na UTI Neonatal; simples intervenção pode desempenhar papel na melhora do neurodesenvolvimento e nos desfechos emocionais após a alta. O que você escolhe fazer?