KATE LIVIA ALVES LIMA
Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Neonatologia do Hospital Materno Infantil de Brasília, como requisito parcial para conclusão da Especialização em Neonatologia.Orientadores: Diogo Botelho De Sousa Neas Pedroso/ Paulo R. Margotto.
O tratamento da síndrome do desconforto respiratório em prematuros com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) preserva o surfactante e mantém o pulmão aberto, mas é insuficiente na deficiência grave de surfactante. A administração tradicional de surfactante está relacionada a períodos curtos de ventilação com pressão positiva e implica o risco de lesões pulmonares. O uso do nCPAP com surfactante, mas sem qualquer pressão positiva, pode funcionar de forma sinérgica. Neste estudo avaliou a introdução de um protocolo de aplicação de surfactante menos invasivo (MINI-INSURE) em uma unidade de terapia intensiva neonatal do distrito federal. OBJETIVO: Avaliar a relação do mini-insure em prematuros de 25 a 32 semanas de idade gestacional, com menores taxas de intubação, melhor neurodesenvolvimento, menor falha do CPAP nasal, menor duração da ventilação mecânica, menores taxas de DBP moderada a grave, menos lesão cerebral, maior sobrevivência. METODOLOGIA: estudo descritivo observacional, com coleta de dados do prontuário eletrônico sobre a introdução da técnica mini-insure, na UTIN do Hospital Materno Infantil de Brasília, com recém-nascidos com idade gestacional de 26 a 32 semanas que apresentem ao nascimento SDR, no período de novembro de 2016 a agosto de 2017. RESULTADOS: Foram elegíveis para o estudo um total de 15 pacientes, com idade gestacional entre 26 semanas e 1 dia e 31 semanas e 6 dias, que apresentaram SDR ao nascimento e receberam surfactante pelo mini-insure. Todos foram admitidos na UTIN em nCPAP e receberam surfactante nas primeiras 12 horas de vida, apenas 1 recebeu com 24 horas. Desses 8 tiveram uma boa evolução e desmamaram para O2 livre ou Hood, 7 apresentaram falha do CPAP: 2 necessitaram de VNI e 5 necessitaram de VM. Dos 15 pacientes do estudo, ocorreram 2 óbitos com menos de 72 horas de vida por hemorragia pulmonar, 1 caso de displasia pulmonar grave com alta em dependência de O2, 3 casos de displasia leve-moderada e 9 casos receberam alta sem displasia aos 28 dias de vida ou 36 semanas de idade gestacional pós-concepção. DISCUSSÃO: A incorporação de terapia de surfactante minimamente invasiva no pacote de cuidados de recém-nascidos menores de 32 semanas de gestação com respiração espontânea permite que uma estratégia primária de CPAP seja utilizada com uma alta taxa de sucesso e um baixo risco de pneumotórax, menor uso de ventilação mecânica invasiva e suas consequências a longo prazo, além de baixas taxas de displasia broncopulmonar com 36 semanas de idade gestacional pós-concepção e maior sobrevida. Nesse trabalho apesar do tamanho pequeno da amostra, pôde ser observado um baixo numero de DBP e comorbidades relacionadas. CONCLUSÃO: O tamanho pequeno da amostra do nosso estudo foi um fator limitante, limitando uma análise estatística dos dados coletados o que enriqueceria ainda mais o nosso trabalho, mas ainda assim foi possível avaliar a importância da implementação de tal técnica no serviço em benefícios dos RN prematuros, haja visto os vários dados mostrados na literatura mundial. PALAVRAS CHAVES: mini-insure, surfactante minimamente invasivo, síndrome desconforto respiratório, prematuro.