Monografia-2017:Análise da introdução de protocolo para uso de surfactante minimamente invasivo – Mini Insure – em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Monografia-2017:Análise da introdução de protocolo para uso de surfactante minimamente invasivo – Mini Insure – em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

KATE LIVIA ALVES LIMA

Monografia apresentada ao Programa de Residência Médica em Neonatologia do Hospital Materno Infantil de Brasília, como requisito parcial para conclusão da Especialização em Neonatologia.Orientadores: Diogo Botelho De Sousa Neas Pedroso/ Paulo R. Margotto.

O tratamento da síndrome do desconforto respiratório em prematuros com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) preserva o surfactante e mantém o pulmão aberto, mas é insuficiente na deficiência grave de surfactante. A administração tradicional de surfactante está relacionada a períodos curtos de ventilação com pressão positiva e implica o risco de lesões pulmonares. O uso do nCPAP com surfactante, mas sem qualquer pressão positiva, pode funcionar de forma sinérgica. Neste estudo avaliou a introdução de um protocolo de aplicação de surfactante menos invasivo (MINI-INSURE) em uma unidade de terapia intensiva neonatal do distrito federal. OBJETIVO: Avaliar a relação do mini-insure em prematuros de 25 a 32 semanas de idade gestacional, com menores taxas de intubação, melhor neurodesenvolvimento, menor falha do CPAP nasal, menor duração da ventilação mecânica, menores taxas de DBP moderada a grave, menos lesão cerebral, maior sobrevivência. METODOLOGIA: estudo descritivo observacional, com coleta de dados do prontuário eletrônico sobre a introdução da técnica mini-insure, na UTIN do Hospital Materno Infantil de Brasília, com recém-nascidos com idade gestacional de 26 a 32 semanas que apresentem ao nascimento SDR, no período de novembro de 2016 a agosto de 2017. RESULTADOS: Foram elegíveis para o estudo um total de 15 pacientes, com idade gestacional entre 26 semanas e 1 dia e 31 semanas e 6 dias, que apresentaram SDR ao nascimento e receberam surfactante pelo mini-insure. Todos foram admitidos na UTIN em nCPAP e receberam surfactante nas primeiras 12 horas de vida, apenas 1 recebeu com 24 horas. Desses 8 tiveram uma boa evolução e desmamaram para O2 livre ou Hood, 7 apresentaram falha do CPAP: 2 necessitaram de VNI e 5 necessitaram de VM. Dos 15 pacientes do estudo, ocorreram 2 óbitos com menos de 72 horas de vida por hemorragia pulmonar, 1 caso de displasia pulmonar grave com alta em dependência de O2, 3 casos de displasia leve-moderada e 9 casos receberam alta sem displasia aos 28 dias de vida ou 36 semanas de idade gestacional pós-concepção. DISCUSSÃO: A incorporação de terapia de surfactante minimamente invasiva no pacote de cuidados de recém-nascidos menores de 32 semanas de gestação com respiração espontânea permite que uma estratégia primária de CPAP seja utilizada com uma alta taxa de sucesso e um baixo risco de pneumotórax, menor uso de ventilação mecânica invasiva e suas consequências a longo prazo, além de baixas taxas de displasia broncopulmonar com 36 semanas de idade gestacional pós-concepção e maior sobrevida. Nesse trabalho apesar do tamanho pequeno da amostra, pôde ser observado um baixo numero de DBP e comorbidades relacionadas. CONCLUSÃO: O tamanho pequeno da amostra do nosso estudo foi um fator limitante, limitando uma análise estatística dos dados coletados o que enriqueceria ainda mais o nosso trabalho, mas ainda assim foi possível avaliar a importância da implementação de tal técnica no serviço em benefícios dos RN prematuros, haja visto os vários dados mostrados na literatura mundial. PALAVRAS CHAVES: mini-insure, surfactante minimamente invasivo, síndrome desconforto respiratório, prematuro.