Categoria: Direto ao Ponto (resposta a questionamentos)

DIRETO AO PONTO- Respostas a questionamentos: CÁLCIO NA HIDRATAÇÃO VENOSA PERIFÉRICA

DIRETO AO PONTO- Respostas a questionamentos: CÁLCIO NA HIDRATAÇÃO VENOSA PERIFÉRICA

Paulo R. Margotto. Consulta a Jeffrey Segar (Department of Pediatrics and Physiology Medical College of Wisconsin, Milwaukee, Estados Unidos)

 

 

“Há muito poucos dados sobre esta questão. Nossa abordagem para bebês prematuros nos quais a hidratação venosa inicial é por via periférica (em oposição à central) seria evitar fluidos contendo cálcio por causa de queimaduras, como você mencionou. Naturalmente, nosso objetivo é estabelecer o acesso venoso central o mais rápido possível, caso em que iniciamos a nutrição parenteral fluida, que contém cálcio.

Em bebês prematuros, a hipocalcemia de início precoce, geralmente assintomática, pode se desenvolver após 12 a 24 horas. Assim, eu encorajaria a administração de cálcio no máximo 24 horas em bebês (1.500 gramas) e 48 horas para bebês de 1.501 a 2.500 gramas. A ausência de administração de cálcio em lactentes mais velhos, próximos do termo ou nascidos a termo é menos preocupante. Se pensarmos que um bebê a termo saudável começa a receber uma quantidade significativa de cálcio via leite materno, parece razoável esperar de 48 a 72 horas.

E certamente bebês com EHI (encefalopatia hipóxico-isquêmica) correm risco de desregulação do cálcio e o monitoramento do cálcio sérico é importante para determinar quando iniciar a administração de cálcio.

Espero que isso tenha respondido à sua pergunta. Se não, me avise que tentarei ser mais claro.

O melhor, Jeff Segar”

Recém-nascido em hidratação venosa por via periférica, quanto ao cálcio

                          RN até 1500g:   Cálcio após 12-24 horas

                         RN >1501 a 2500g: Cálcio após 48 horas

                        Próximo ao termo ou a termo: Cálcio após 48 a 72 horas

 

DIRETO AO PONTO – Respostas a questionamentos: Uso de ferro, Uso de Dexametasona (Esquema DART), Tratamento da Sífilis Congênita

DIRETO AO PONTO – Respostas a questionamentos: Uso de ferro, Uso de Dexametasona (Esquema DART), Tratamento da Sífilis Congênita

Paulo R Margotto.

Para os lactentes nascidos pré-termos ou com muito baixo peso ao nascer:

(a partir do 30º dia até 12 meses)

– Maior de 1500 gramas: 2 mg/kg/dia

– Entre 1000 gramas e 1500 gramas: 3 mg/kg/dia

– Menor de 1000 g: 4 mg/kg/dia

Após um ano de idade em todos os prematuros, independente do peso ao nascer, a dose deve ser reduzida para 1 mg/kg /dia até completarem os dois anos

Ofertas enterais de Ferro > 5 mg kg/kg/dia devem ser evitadas em RNPT pelo possível risco de retinopatia da prematuridade.

FERRITINA E INFECÇÃO

Segundo Mattiello A et al (Suíça) a interpretação dos níveis de ferritina podem ser difícil em casos de condições inflamatórias agudas ou crônicas concomitantes, pois a ferritina é uma regente de fase aguda e pode estar aumentada por semanas durante e após a infecção e inflamação. Em situações em que um estado inflamatório ou uma infecção são clinicamente suspeitos antecipadamente, avaliar a proteína C reativa a fim de excluir possíveis modificadores de confusão das medições do nível de ferritina.

Diagnosis and management of iron deficiency in children with or whithout anemiaconsensus recommendations of the SPOG Pediatric Hematology Working Group. Mattiello V, Schmugge M, Hengartner H, von der Weid N, Renella R; SPOG Pediatric Hematology Working Group.Eur J Pediatr. 2020 Apr;179(4):527-545. doi: 10.1007/s00431-020-03597-5. Epub 2020 Feb 4.PMID: 32020331 Review.

DIRETO AO PONTO: Respostas a questionamentos-Uso de morfina nos prematuros

DIRETO AO PONTO: Respostas a questionamentos-Uso de morfina nos prematuros

Paulo R. Margotto.

Na Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF, não usamos morfina em recém-nascidos muito prematuros pelas razões expostas, exceto em recém-nascidos de pós-operatório >35 semanas, pela sua ação analgésica e sedativa. Mesmo em baixas doses, a morfina não é inofensiva. Ao usar o opioide, certifica que o bebê esteja com dor (escalas específicas) e estável do ponto de vista hemodinâmico. (9)

DIRETO AO PONTO (respostas aos questionamentos): Uso de atropina na sequência rápida de intubação

DIRETO AO PONTO (respostas aos questionamentos): Uso de atropina na sequência rápida de intubação

Paulo R. Margotto.

      Neonatos durante a intubação frequentemente experimentam bradicardia, no entanto, raramente são afetados por arritmias ventriculares e morte como relatado em uma série de estudos. Assim, é improvável que o uso indiscriminado de atropina altere os resultados, exceto na redução da frequência de taquicardia sinusal.

Já as crianças mais velhas durante a intubação, a frequência de bradicardia é semelhante aos recém-nascidos, no entanto, ocorre maior frequência de distúrbios de condução e arritmias ventriculares, mortalidade na ordem de 0,5%. Assim a atropina tem efeito benéfico sobre a redução de arritmias ventriculares e distúrbios da condução com redução da mortalidade em UTI. O uso de atropina nas crianças >1 mês tem influência positiva nos resultados além da redução na frequência de bradicardia sinusal.

Por estas razões não temos usado mais atropina na sequência rápida de intubação