Mês: agosto 2020

Priapismo isquêmico em recém-nascido: relato de caso (Ischemic priapism in a newborn: a case report)

Priapismo isquêmico em recém-nascido: relato de caso (Ischemic priapism in a newborn: a case report)

Paulo Roberto Margotto, Juliana Inácio Bruno, Janayne Cristina Oliveira, Mariana Carneiro Figueiredo,
Camila Laiana, Nathalia Merheb, Paulo Lassance, Huri Brito Pogue.

Objetivos. Descrever um caso raro de priapismo isquêmico e piocarvernosite dolorosa em um recém-nascido e transmitir à comunidade médica a imperativa urgência de tratamento clínico e cirúrgico dessa doença.
Descrição do caso. Recém-nascido com 36 semanas e seis dias de idade gestacional, nascido de parto normal. Com 26 horas de vida apresentou priapismo e piora do estado geral, com oligúria e icterícia em zona III de Kramer. Necessitou de intubação orotraqueal
e drogas vasoativas. Transferido para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília. Observou-se no leucograma, leucocitose com neutrofilia. Foi iniciada antibioticoterapia empírica com ampicilina e gentamicina. No sexto dia de vida, foi
realizada ultrassonografia com Doppler testicular e peniana. Detectada imagem de
débris na face ventral da base do pênis, em íntima relação com os corpos cavernosos, e estes não tinham sinais de fluxo sanguíneo. Foi submetido à drenagem da piocavernosite bilateral
peniana e houve resolução do priapismo no primeiro dia pós-operatório. O paciente cursou com melhora do estado geral, foi extubado e teve alta hospitalar no 18.o dia de vida. Foi orientado para o ambulatório de cirurgia pediátrica
 .

Comentários. O priapismo em recém-nascidos é uma condição rara. Há somente dezessete relatos na literatura desde 1876. Portanto, há poucos protocolos referentes às condutas clínicas e cirúrgicas a respeito. Cabe ao neonatologista, junto a uma equipe multidisciplinar,
proceder à melhor avaliação e melhor conduta para o paciente.

Uso da ketamina para intubação traqueal em crianças criticamente doentes é associado com menor ocorrência de efeitos adversos hemodinâmicos

Uso da ketamina para intubação traqueal em crianças criticamente doentes é associado com menor ocorrência de efeitos adversos hemodinâmicos

  • Apresentação:Helena de Oliveira Melo (R3 UTI Pediátrica do HMIB). Coordenação: Alexandre Peixoto Serafim
  • . O uso de ketamina na indução de intubação orotraqueal em pacientes críticos está associada a menos eventos adversos hemodinâmicos em comparação com outros agentes de indução, tanto em crianças com ou sem hemodinâmica instável/ choque pré-existente. Nos complementos: E na Neonatologia: a neurotoxicidade é um sério efeito potencial da ketamina em populações vulneráveis, particularmente os pré-termos e as gestantes, agora, pela primeira vez evidenciada em células neuronais humanas! O uso rotineiro de ketamina para a analgesia nesta população de risco, principalmente para imediata analgesia devido à intubação eletiva de pré-termos na Sala de Parto, não está recomendado até que novos estudos demonstrando segurança da ketamina sejam conduzidos. O bloqueio dos receptores NMDA (é como age a ketamina) por somente poucas horas durante o período fetal tardio ou neonatal precoce pode iniciar uma ampla neurodegeneração apoptótica no cérebro
Asfixia Perinatal

Asfixia Perinatal

Apresentação: Pollyana Alves Gouveia Assunção

Coordenação: Carlos Alberto Zaconeta.

Asfixia perinatal é uma injuria sofrida pelo feto ou pelo recém-nascido (RN) devido à má oxigenação (hipoxia) e/ou má perfusão (isquemia) de múltiplos órgãos. Associa-se a acidose láctica e, na presença de hipoventilação, a hipercapnia. A asfixia pode ser o resultado do insulto crónico, subagudo ou agudo sofrido pelo feto.

Realizar um diagnóstico bem fundamentado de  asfixia confirmando ou refutando a etiologia perinatal  é de extrema importância para a família e para os profissionais, pois um diagnóstico apressado pode acarretar sofrimento familiar e, cada vez com maior frequência,  repercussões médico-legais tanto para obstetras como para neonatologistas.

Contudo, definir asfixia não é simples e isto faz com que seja difícil comparar todos os trabalhos clínicos existentes, uma vez que com freqüência, as definições utilizadas são diferentes. Vários estudos têm evidenciado que o escore de Apgar é insuficiente, como critério único, para o diagnóstico de asfixia perinatal.  Uns  dos critérios mais usados para caracterizar a presença de asfixia são os da Academia Americana de Pediatria que reserva o termo asfixia para pacientes que apresentam os seguintes fatores associados:

  1. Acidemia metabólica ou mista profunda (pH<7,0) em sangue arterial de cordão umbilical;
  2. escore de Apgar de 0-3 por mais de 5 minutos;
  3. manifestações neurológicas neonatais (ex: convulsões, coma ou hipotonia);
  4. Disfunção orgânica multisistêmica (ex:  sistemas cardiovascular, gastrintestinal, hematológico, pulmonar ou renal).