Mês: julho 2025

Buscando a Nutrição Ideal dos Recém-Nascidos Prematuros: Estratégias Para Melhorar os Resultados a Curto e Longo Prazo

Buscando a Nutrição Ideal dos Recém-Nascidos Prematuros: Estratégias Para Melhorar os Resultados a Curto e Longo Prazo

Palestra administrada por Mandy Belfort no IX  Encontro Internacional de  Neonatologia, Gramado, RS, 3-5 de abril de 2025.

Realizado por Paulo R. Margotto

Bebês muito prematuros (<1500 g) têm alta vulnerabilidade nutricional devido à perda de nutrientes do terceiro trimestre, imaturidade digestiva e doenças críticas. O leite materno fortificado é ideal, reduzindo o risco de enterocolite necrosante (15-20% a cada 10% adicional na dieta) e promovendo melhor neurodesenvolvimento (maior QI, menos TDAH). Leite de doadora também é protetor. Sem fortificação, o leite humano não supre necessidades de proteína, cálcio e outros nutrientes. Fortificação do leite  humano pode ser:  Padrão (dose fixa para bebês <1500-1800 g,), Ajustável (adapta proteína/gordura conforme crescimento:o conteúdo proteico do leite biologicamente muda ao longo do tempo. Os prematuros tem 2.2/g/dL de proteína e depois cai para <1 g/dL na semana 10 – 12. Então, talvez o leite que o bebê receba de sua mãe na semana 2 é bem diferente em conteúdo proteico do que o leite que receberá uns dois, uns meses depois. Não levamos isso em conta quando fazemos a fortificação) e Direcionada ( personaliza com análise diária do leite, mas ainda não é rotineira devido a custos e complexidade. Os impactos são: Crescimento: melhora do  peso, comprimento e crescimento cefálico. Estudos recentes com fortificação universal nos EUA mostram crescimento semelhante entre leite humano fortificado e fórmula. Neurodesenvolvimento: está associado a melhor volume cerebral, mielinização e organização microestrutural, além de menor risco de comprometimento motor aos 3 anos. Componentes como DHA, lactoferrina e mio-inositol são cruciais).

 

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):Promoção da Participação Familiar no Cuidado Neonatal

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):Promoção da Participação Familiar no Cuidado Neonatal

Sérgio Marba.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Oos ouvintes são convidados a avaliar suas próprias Unidades e implementar as mudanças necessárias, reconhecendo os avanços do Ministério da Saúde, mas sublinhando o longo caminho a percorrer para que todas as crianças tenham acesso a esses .

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):Atuação da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais e Dados relacionados à Mortalidade Neonatal no Brasil

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):Atuação da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais e Dados relacionados à Mortalidade Neonatal no Brasil

Ruth Guinsburg.

Realizado por Paulo R. Margotto

 

A principal causa de mortalidade (analisando mais de 3.500 óbitos) são as infecções nas Unidades, o que reforça a necessidade de qualificação do cuidado, equipes treinadas e infraestrutura adequada.

Em termos de viabilidade (sobrevida de 50% ou mais), o Brasil atinge esse patamar perto de 26 semanas de gestação, o que representa um atraso de três a quatro semanas em relação a países desenvolvidos como o Japão (três semanas de atraso equivalem a 20 anos de progresso).

Não basta que os bebês sobrevivam; busca-se que vivam com pleno potencial de integração na sociedade. Atinge-se 50% de sobrevivência sem marcadores de problemas sérios (como doença broncopulmonar grave, hemorragia grave, leucomalácia ou retinopatia grave) próximo das 28 semanas, indicando que há muito trabalho a ser feito.

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025): Gestão de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal)

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025): Gestão de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal)

Desirée Volkmer.

Realizador por Paulo R. Margotto.

A gestão eficaz na UTI Neonatal é um ciclo contínuo de planejamento, execução, monitoramento, aprimoramento e muito envolvimento, buscando o melhor desfecho para nossos bebês, os menores pacientes do mundo

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):Inovações no Cuidado Respiratório do Prematuro Internado

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):Inovações no Cuidado Respiratório do Prematuro Internado

Guilherme Sant´Anna (Canadá)

Realizado por Paulo R., Margotto.

o cuidado respiratório é fundamental para o sucesso no tratamento de prematuros cada vez mais extremos. É essencial ter em mente que “quanto mais simples, melhor”. Se houver a necessidade de complicar ou sofisticar, deve-se saber exatamente como e por que dessa intervenção

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):A Luta Contra o Vírus Sincicial Respiratório

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):A Luta Contra o Vírus Sincicial Respiratório

Lilian Sadeck.ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025)

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

É  discutida a importância do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), especialmente durante a sazonalidade de outono-inverno, que na região norte do Brasil vai de fevereiro a julho e nas demais regiões de março a julho.

Apesar dos avanços, é crucial incentivar as gestantes a receberem as vacinas, não apenas a do VSR, mas todas as outras. Há uma preocupação, pois dados mostram que apenas 11% das gestantes estão preocupadas em tomar vacinas, e os obstetras também precisam reforçar essa importância.

A vacinação da gestante protege não só a mãe, mas também o filho, representando uma “economia” ao proteger múltiplas pessoas com uma única vacina.

 

A ingestão parenteral precoce de lipídios auxilia no neurometabolismo cerebelar em bebês prematuros na idade de termo

A ingestão parenteral precoce de lipídios auxilia no neurometabolismo cerebelar em bebês prematuros na idade de termo

Early parenteral lipid intake supports cerebellar neurometabolism at term-age in preterm infants. Basu SK, Ottolini KM, Kapse KJ, Ngwa J, Hui SCN, Andescavage N, Murnick J, du Plessis AJ, Limperopoulos C.J Perinatol. 2025 Jun 23. doi: 10.1038/s41372-025-02336-8. Online ahead of print.PMID: 40550844.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A nutrição parenteral precoce é crucial para compensar a interrupção da transferência  transplacentária de nutrientes, especialmente lipídios, essenciais para o desenvolvimento cerebral e retiniano. Análise secundária de um estudo de coorte prospectivo (2016-2020) com 48 bebês prematuros (média de 28,3 semanas de IG) avaliou a relação entre a ingestão parenteral de lipídios e calorias nas primeiras 4 semanas de vida e os neurometabólitos cerebelares (N-acetil aspartato [NAA] e glutamato [Glx]) na idade equivalente ao termo (TEA), usando espectroscopia por ressonância magnética (1H-RM). A nutrição parenteral começou com 1 g/kg/d de lipídios (Intralipid® ou SMOFlipid®) e 3 g/kg/d de proteínas, aumentando para 3 g/kg/d de lipídios e 3,5-4 g/kg/d de proteínas. A ingestão parenteral precoce de lipídios nas primeiras 4 semanas de vida está associada a maiores concentrações de NAA e Glx no cerebelo, sugerindo suporte à maturação metabólica cerebral em prematuros sem lesão cerebral estrutural. Esses achados indicam um papel neuroprotetor dos lipídios, justificando mais estudos sobre impactos a longo prazo no neurodesenvolvimento.

Diretrizes do COMITÊ DE FETO E RECÉM-NASCIDO DA SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE (2024-2025) para detecção e tratamento da Hiperbilirrubinemia em Recém-Rascidos a Termo e Prematuros Tardios (≥35 semanas de idade gestacional)

Diretrizes do COMITÊ DE FETO E RECÉM-NASCIDO DA SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE (2024-2025) para detecção e tratamento da Hiperbilirrubinemia em Recém-Rascidos a Termo e Prematuros Tardios (≥35 semanas de idade gestacional)

COMITÊ DE FETO E RECÉM-NASCIDO DA SOCIEDADE PEDIÁTRICA CANADENSE (2024-2025), 

Autor(es) principal(is): Eugene Ng, Gabriel Altit, Chloe Joynt, Nicole Radziminski, Michael Narvey.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

As diretrizes de 2025 da Sociedade Pediátrica Canadense (CPS) atualizam as recomendações de 2007 para detecção e tratamento da hiperbilirrubinemia em recém-nascidos a termo e prematuros tardios (≥35 semanas), integrando elementos da Academia Americana de Pediatria (AAP, 2022). Iniciar com base em limiares ajustados por idade gestacional e riscos de neurotoxicidade (460-490 nm, ≥30 µW/cm²/nm). Novos limiares da AAP são ligeiramente mais altos.Exsanguineo transfusão (ET): Indicada para casos graves (BST [bilirrubina sérica total] no limiar de ET ou sinais de encefalopatia bilirrubínica). Protocolo pré-ET inclui fototerapia intensiva, fluidos IV e monitoramento a cada 2-3 horas. Considerar imunoglobulina  (0,5-1,0 g/kg) se ET não for imediata em casos de hemólise isoimune. Monitorar BST durante fototerapia (12-24 horas) e após interrupção para verificar rebote. Icterícia prolongada (>14 dias) requer investigação de causas como hemólise ou colestase. Bebês com hiperbilirrubinemia grave (BST >400 µmol/L [400 x 0,0585=23,3 mg%] ou ET) devem ser avaliados para audição e neurodesenvolvimento.

Oxigenação cerebral durante a transição e sinais de eletroencefalografia integrada à amplitude: um estudo auxiliar ao ensaio COSGOD-III

Oxigenação cerebral durante a transição e sinais de eletroencefalografia integrada à amplitude: um estudo auxiliar ao ensaio COSGOD-III


Cerebral
 Oxygenation During Transition and AmplitudeIntegrated Electroencephalography Signals: An Ancillary Study to the COSGOD-III Trial.
Schreiner C, Goeral K, Hammerl M, Klebermass-Schrehof K, Avian A, Neubauer V, Kiechl-Kohlendorfer U, Pfurtscheller D, Griesmaier E, Pichler G.Acta Paediatr. 2025 Jun 27. doi: 10.1111/apa.70190. Online ahead of print.PMID: 40576369.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O estudo auxiliar ao ensaio COSGOD III investigou o impacto da administração de oxigênio guiada por espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) na atividade eletrocortical, avaliada por eletroencefalografia de amplitude integrada (aEEG), em recém-nascidos prematuros (<32 semanas) durante a transição fetal-neonatal (147 recém-nascidos prematuros (idade gestacional média de 28,1 semanas, peso médio de 1.020 g) de três Centros com 70 no grupo NIRS e 77 no grupo controle (usou apenas saturação periférica de O2). A aministração de oxigênio guiada por NIRS durante a transição imediata melhora a atividade eletrocortical (maiores escores de aEEG, padrões mais maduros e ciclos sono-vigília mais desenvolvidos), assim como  menor taxa de sepse (p=0,005) e retinopatia de prematuridade grau ≥2 (p=0,030), mas maior enterocolite necrosante (p<0,001) no grupo NIRS. Sobrevivência sem lesão cerebral foi 6,5% maior no grupo NIRS (p=0,058). Estudos futuros devem avaliar se esses benefícios se traduzem em melhores desfechos neurodesenvolvimentais a longo prazo.

Reduzindo o risco de morte súbita e inesperada de bebês: a hipótese da cafeína

Reduzindo o risco de morte súbita e inesperada de bebês: a hipótese da cafeína

Reducing the risk of sudden unexpected infant death: the caffeine hypothesis. Hegyi T, Ostfeld BM.J Perinatol. 2025 Jun 10. doi: 10.1038/s41372-025-02333-x. Online ahead of print.PMID: 40494910 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI), parte da Morte Súbita Inesperada Infantil (MSII), é a principal causa de morte em bebês de 1 a 12 meses nos EUA, com 1.529 casos em 2022 (41% das MSII). Definida como morte inexplicada após autópsia e investigação, a SMSI está associada à hipóxia intermitente (HI), que compromete a regulação cardiorrespiratória e a autorressuscitação. Fatores de risco incluem prematuridade, tabagismo materno, sono em decúbito ventral, infecções respiratórias e exposição pré-natal à nicotina. Este estudo propõe que a cafeína, um estimulante respiratório e antagonista do receptor de adenosina, pode reduzir o risco de SMSI.