DEFICIÊNCIA VISUAL CEREBRAL (DVC): importante desafio para a Neonatologia
Joseph J. Volpe
MDCEREBRAL VISUAL IMPAIRMENT (CVI): IMPORTANT CHALLENGE FOR NEONATOLOGY (Newborn Brain Society).
Realizado por Paulo R. Margotto,
A DVC é a principal causa de deficiência visual pediátrica, frequentemente associada a eventos neonatais como prematuridade extrema ou encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI). A DVC afeta a visão funcional, não necessariamente a acuidade visual, dificultando a triagem convencional. Características incluem dificuldade em focar objetos, processar cenas complexas, reconhecer rostos ou objetos, e problemas com atenção visoespacial. Esses déficits impactam o desenvolvimento cognitivo, social e educacional, tornando o diagnóstico precoce e intervenções direcionadas essenciais. Nos prematuros a lesão da substância branca, como leucomalácia periventricular (LPV), é a principal causa. Estudos mostram que 33-43% dos prematuros apresentam DVC, com disfunções relacionadas ao fluxo dorsal. Nos RN a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmica, lesões parassagitais ou puntiformes da substância branca, predominantes no cérebro posterior, são prováveis causas de DVC, afetando 35-50% dos casos. O desafio para os neonatologistas: identificar neonatos em risco de DVC no período neonatal é crucial, utilizando ressonância magnética e tractografia para detectar lesões da substância branca. A detecção precoce permite monitoramento direcionado e intervenções durante o período de alta plasticidade cerebral (primeiros dois anos), promovendo melhorias no desenvolvimento visual, cognitivo e social.