Terapia profilática com surfactante na era da administração menos invasiva de surfactante
Prophylactic surfactant therapy in the era of less invasive surfactant delivery.Kaluarachchi DC, Katheria A, Peebles PJ, Guthrie SO, Kakkilaya V, Dargaville PA.J Perinatol. 2025 Sep 23. doi: 10.1038/s41372-025-02420-z. Online ahead of print.PMID: 40987836 Review.
Realizado por Paulo R. Margotto.
O estudo revisa a terapia profilática com surfactante em bebês prematuros com síndrome do desconforto respiratório (SDR), com foco em técnicas menos invasivas, como a administração via cateter fino (LISA). Tradicionalmente, o surfactante era administrado via intubação na Sala de Parto, mas a adoção de CPAP e esteroides antenatais reduziu a necessidade de intubação de rotina. Ensaios mostram que o CPAP inicial com surfactante seletivo diminui o risco de displasia broncopulmonar (DBP) ou morte, mas até 67% dos bebês extremamente prematuros apresentam falha de CPAP, exigindo ventilação mecânica. A técnica INSURE (intubação, surfactante, extubação) reduz DBP e vazamentos de ar, mas a extubação nem sempre é imediata. LISA, que administra surfactante sem ventilação invasiva, demonstra segurança e eficácia, com menor risco de morte ou DBP em comparação com INSURE. Dados da Rede Neonatal Alemã indicam que 83% dos procedimentos LISA em bebês <27 semanas são realizados na sala de parto, reduzindo complicações. Outros métodos, como surfactante orofaríngeo e aerossolizado, são menos eficazes, especialmente em prematuros extremos. Conclui-se que LISA profilática é promissora para bebês extremamente prematuros, mas é necessário determinar se deve ser rotineira ou direcionada. Ensaios clínicos futuros devem focar em bebês de 24-27 semanas, avaliando desfechos de curto e longo prazo.