Hemorragia pulmonar nos recém-nascidos de muito baixo peso: fatores de risco e manejo

Hemorragia pulmonar nos recém-nascidos de muito baixo peso: fatores de risco e manejo

Pulmonary hemorrhage in very low-birthweight infants: risk factors and management.
Chen YY, Wang HP, Lin SM, Chang JT, Hsieh KS, Huang FK, Chiou YH, Huang YF; Taiwan Premature Infant Development Collaborative Study Group.Pediatr Int. 2012 Dec;54(6):743-7. doi: 10.1111/j.1442-200X.2012.03670.x. Epub 2012 Sep 11.PMID: 22640396. Similar articles

Apresentação:Ddos. Bruno Eduardo Morais Santos, Caio Freire de Abreu, Matheus Silveira Carneiro Ildefonso Dourado. Coordenação: Paulo R. Margotto. Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília, 6ª Série.

Sob todos os pontos de vistas, a ocorrência de hemorragia pulmonar (HP) constitui um das maiores tragédias, podendo a HP maciça ser associada a mais de 50% de mortalidade. A  HP precoce (nos pré-termo <28 semanas, 24% e 33% ocorrem, respectivamente, no primeiro e terceiro dia de vida)  é uma área de morbimortalidade contínua  e alta nesta população de recém-nascidos. A partir de 59.6 411 crianças (de 340 Unidades de Terapia Intensiva Neonatal da Rede Pediatrix dos Estados Unidos de 2005 a 2014 sem anomalias congênitas), Ahmad SF et al (2018) identificaram  2.799 com diagnóstico de hemorragia pulmonar. A incidência máxima foi de 86,9 casos por 1000 admissões para neonatos nascidos às 24 semanas de gestação. Destes 13.630 RN foram exitosamente pareados com aqueles que não apresentaram HP. Os que apresentaram HP foram significativamente mais expostos ao surfactante, apresentaram mais choque, mais hemorragia intraventricular grave (grau IV ou infarto hemorrágico periventricular) e maior mortalidade (40% x 40,6% vs 18,9%) aos 7 dias até quase 57% x 33,7% na alta!) e foram expostos mais ao parto normal. Há uma  forte  necessidade para estudos adicionais que se concentram na prevenção subjacente da HP precoce que podem render benefícios extraordinários na melhoria da sobrevivência e resultados dos pacientes mais prematuros. O papel do canal arterial pérvio hemodinamicamente significativo tem desempenhado papel (embora controverso; Chen YY et al não encontraram diferença entre os grupos com e sem HP quanto à presença do canal arterial pérvio!) ). Chen YY et al compararam mudança de estratégia do uso de epinefrina traqueal na HP maciça  entre duas eras, constituindo dois grupos, cuja diferença esteve na forma de administrar a epinefrina traqueal  sem o cateter traqueal (2000-2006) e com o cateter traqueal (2007-2010). O objetivo do uso da epinefrina  1/10.000 logo após a aspiração do tubo endotraqueal (0.3 a 1mL/Kg, ou 0.03 a 0.1mg/Kg) foi para diminuir e parar a HP  após a contração arteriolar nos bronquíolos. 0 uso do cateter (5 Fr ou 6 Fr deverá ser medido, devendo ser longo o suficiente para atingir a carina mas não deverá passar dela) e após a aspiração do sangue, rápido push seguido de várias ventilações com pressão positiva para distribuir a droga e contrair as arteríolas ajudaram a epinefrina a atingir mais profundamente a lesão. A taxa de sobrevida melhorou de 18.2% no primeiro grupo (2000-2006) para 80% no segundo grupo (2007-2010). Após parar a hemorragia, ventilação mecânica de alta frequência pode ser escolhida para tratamento da insuficiência respiratória. Outra estratégia que comentamos é o uso do surfactante (a racionalidade do uso de surfactante ha hemorragia pulmonar  se deve ao fato da hemoglobina e componentes plasmáticos [proteínas] inibirem o surfactante pulmonar, inibição esta que pode ter melhora pelo aumento da concentração do surfactante pulmonar). Em conclusão, tratamento incluindo epinefrina através do tubo endotraqueal 9de preferência com cateter), evitar a sucção endotraqueal desnecessária, terapia com componentes sanguíneos,  suporte ventilatório com alta frequência e terapia com surfactante (nos caso dos doença da membrana hialina secundária)  foram seguros e eficazes para bebês de muito baixo peso  que desenvolveram hemorragia pulmonar.