A posição prona foi associada a menos eventos hipoxêmicos e melhor tolerância à alimentação em bebês prematuros
Prone Positioning Was Associated With Less Hypoxemic Events and Improved Feeding Tolerance in Preterm Infants. Bohnhorst B, Lutz E, Pirr S, Peter C, Böhne C.Acta Paediatr. 2025 Oct;114(10):2643-2650. doi: 10.1111/apa.70153. Epub 2025 May 26.PMID: 40418109 Clinical Trial. Alemanha.
Realizado por Paulo R. Margotto
O estudo, conduzido na Alemanha entre 2016 e 2018, investigou os efeitos da posição prona versus supina em 48 bebês prematuros com idade gestacional < 32 semanas e idade pós-menstrual < 34 semanas, em um ensaio clínico randomizado e cruzado. O objetivo foi avaliar a frequência e gravidade de eventos cardiorrespiratórios (CRE), como hipoxemias, bradicardias e apneias, além da tolerância à alimentação, medida por resíduos gástricos. A frequência cumulativa de hipoxemias e bradicardias foi reduzida pela metade na posição prona (p = 0,03), especialmente para hipoxemias graves (SpO₂ < 80%). A duração total de hipoxemias também diminuiu significativamente (supina: 37,5 min; prona: 16,3 min; p = 0,005). A SpO₂ (Saturação de O2) basal mediana foi maior na posição prona (97,9% vs. 96,3%; p = 0,01). A proporção de resíduos gástricos foi significativamente menor na posição prona (p = 0,0002), sugerindo melhor tolerância à alimentação.A frequência de apneias (> 10 s) aumentou na posição prona (p = 0,01), mas sem relevância clínica, pois não foram acompanhadas de hipoxemias graves ou maior duração. O estudo sugere que o posicionamento prono pode ser benéfico durante a internação, mas a transição para a posição supina deve ocorrer a partir de 32 semanas de idade pós-menstrual, considerando as diretrizes de prevenção da síndrome da morte súbita infantil.