Administração menos invasiva de surfactante versus intubação-surfactante-extubação: associada à redução da ventilação mecânica em recém-nascidos extremamente prematuros

Administração menos invasiva de surfactante versus intubação-surfactante-extubação: associada à redução da ventilação mecânica em recém-nascidos extremamente prematuros

Less Invasive Surfactant Administration Versus IntubateSurfactantExtubate: Associated With Reduced Mechanical Ventilation in Extremely Preterm Infants. Heiring C, Hedegaard SS, Carlsen EM, Kristensen R, Breindahl N, Schmidt C, Bay ET, Nyegaard IML, Henriksen TB, Aunsholt L.Acta Paediatr. 2025 Aug;114(8):1868-1876. doi: 10.1111/apa.70041. Epub 2025 Feb 26.PMID: 40008543.

Realizado por Paulo R Margotto.

 

O artigo aborda um estudo que comparou a Administração Menos Invasiva de Surfactante (LISA) com a Intubação-Surfactante-Extubação (INSURE) em recém-nascidos extremamente prematuros, com menos de 28 semanas de idade gestacional. O objetivo principal foi verificar se LISA estaria associada a uma menor necessidade de ventilação mecânica (VM) nas primeiras 72 horas após o procedimento. Os principais achados foram: o método LISA foi associado a uma necessidade reduzida de VM dentro de 72 horas e também durante toda a internação, em comparação com o INSURE.Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação a outras morbidades neonatais, como hemorragia pulmonar, pneumotórax, enterocolite necrosante, persistência do canal arterial, hemorragia intraventricular, retinopatia da prematuridade, displasia broncopulmonar moderada a grave ou mortalidade. A duração da VM e de qualquer suporte respiratório foi semelhante em ambos os grupos.É importante notar que o método LISA foi implementado na Unidade sem treinamento formal prévio para a equipe, o que pode ter limitado sua eficácia plena. Além disso, o uso de altas doses de fentanil na pré-medicação do método LISA foi observado, o que pode refletir a falta de treinamento formal e potencialmente reduzir a eficácia do procedimento. O método LISA é vantajoso por permitir a manutenção da respiração espontânea, ao contrário do INSURE, que frequentemente requer ventilação com pressão positiva, que pode ser prejudicial.Um estudo relacionado, também mencionado, sugere que o uso de analgesia não farmacológica (posicionamento, “aconchego facilitado”, sucção não nutritiva e sacarose) durante LISA em bebês muito prematuros resultou em sinais vitais mais estáveis e menor incidência de dessaturação e bradicardia durante a laringoscopia, incentivando seu uso. Peter Dargaville, um especialista, desaconselha a sedação durante o uso de  LISA para otimizar a entrega do surfactante, pois é melhor que o bebê respire espontaneamente