Atresia esofágica e fístula traqueoesofágica: diagnóstico, manejo e resultados

Atresia esofágica e fístula traqueoesofágica: diagnóstico, manejo e resultados

Esophageal Atresia and Tracheoesophageal FistulaDiagnosisManagement, and Outcomes.Kempker T, Peuterbaugh J.Neoreviews. 2025 May 1;26(5):e307-e315. doi: 10.1542/neo.26-5-012.PMID: 40306677 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto

A atresia esofágica (AE) com ou sem fístula traqueoesofágica (FTE) é uma malformação congênita rara (1/2.500–4.000 nascimentos), caracterizada por descontinuidade esofágica, frequentemente associada a síndromes como VACTERL (30–85% dos casos). Classificação de Gross: Tipo C é o mais comum (proximal em fundo cego + FTE distal). Manejo pré-operatório: rastreio de anomalias associadas (ecocardiograma, USG renal, RX esquelética, avaliação genética); nada por via oral, cabeceira elevada 30–40°, aspiração contínua (Replogle/Salem Sump), estímulo oral precoce, suporte nutricional e parental. Cirurgia (as correções de atresia de esôfago realizadas nas primeiras 24 horas após o nascimento eram um forte preditor de alta mortalidade, independentemente de outras variáveis, incluindo o peso ao nascer): anastomose primária em tipos curtos; para long-gap (≥3 vértebras): gastrostomia inicial, medição de gap após 2 semanas, reparo tardio (2–9 meses) ou alongamento (Foker); se impossível: transposição gástrica/intestinal. Deformidades musculoesqueléticas torácicas desenvolveram-se com mais frequência em pacientes submetidos a toracotomia do que naqueles submetidos à cirurgia toracoscópica (34,1% vs 1,5%, respectivamente). Complicações pós-operatórias: vazamento anastomótico (10–20%), estenose (30–50%), refluxo gastroesofágico (50–70%), traqueomalácia (10–20%), dismotilidade esofágica crônica.Resultados: mortalidade <10% em Centros especializados (preditores: peso <2.000g, prematuridade, defeitos cardíacos graves); sobrevida a longo prazo: morbidades respiratórias, nutricionais e neurodesenvolvimentais; seguimento multidisciplinar é essencial.