Biomarcadores e previsão de resultados na Encefalopatia Neonatal
Palestra administrada pela Dra. Nikk Robertson (Reino Unido), no IX Encontro Internacional de Neonatologia, Gramado, 3-5 de abril de 2025.
Realizado por Paulo R. Margotto.
O objetivo dos biomarcadores na encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) inclui identificar bebês elegíveis para terapias neuroprotetoras, auxiliar no prognóstico, aconselhamento e otimização da terapia. A ressonância magnética (RM) é fundamental na EHI. O melhor momento para a RM com imagem ponderada em difusão (DWI) é entre 4 a 6 dias de vida, não sendo recomendado durante o resfriamento, a menos que seja para redirecionar a assistência. Os corpos mamilares (MB- mammillary body) são estruturas pequenas (requerem cortes de 2 mm ou menos na RM) importantes para a memória e podem ser um marcador precoce de problemas cognitivos e de memória em idade escolar. Estudo mostrou corpos mamilares anormais em 40% dos bebês com EHI, independentemente da gravidade da lesão, indicando sua vulnerabilidade à hipóxia. Espectroscopia por Ressonância Magnética (MRS): Oferece uma janela bioquímica contínua do cérebro, com foco em lactato (marcador de falha oxidativa) e NAA (marcador de densidade neuronal). O sinal anormal da MB está presente em um número substancial de bebês, apesar de serem submetidos a tratamento de hipotermia, o que poderia, pelo menos em parte, explicar por que bebês com histórico de encefalopatia neonatal apresentam déficits cognitivos e de memória na idade escolar, apesar de terem sido submetidos a tratamento terapêutico de hipotermia.