Categoria: AUDIOS

AUDIO por IA: Avaliação e fisiopatologia da Hipertensão Pulmonar Aguda

AUDIO por IA: Avaliação e fisiopatologia da Hipertensão Pulmonar Aguda

Palestra administrada pela Dr. Lauren Ross (EUA), ocorrida no 27º Congresso de Perintalogia (20-22/11/2025) no Rio de Janeiro.

Realizado por Paulo R. Margotto

A hipertensão pulmonar aguda (HPa) neonatal vai além da transição fetal tardia, com fenótipos distintos: mediada por resistência (PPHN clássico, ex.: aspiração de mecônio, hipoplasia pulmonar), mediada por fluxo (ex.: transfusão feto-fetal, shunt E-D via PCA) e mediada por pressão pós-capilar (hipertensão venosa pulmonar, ex.: disfunção diastólica do VE, hérnia diafragmática). O manejo deve ser guiado pela fisiologia, otimizando pré-carga, pós-carga e contratilidade, com ecocardiografia essencial para identificar o fenótipo.Manejo de acordo com o fenótipo:Mediados por resistência: Diminuir pós-carga do VD (vasodilatadores pulmonares como iNO, recrutamento pulmonar), aumentar pré-carga do VE, melhorar contratilidade (epinefrina baixa dose). Evitar taquicardia excessiva (reduz enchimento ventricular).Mediados por fluxo: Mitigar shunt (Lei de Poiseuille: ajustar pressões, viscosidade), evitar iNO (piora edema pulmonar), usar diuréticos.Venosa pulmonar: Reduzir pós-carga do VE, evitar vasodilatadores pulmonares. Protocolo institucional: Iniciar iNO em doses baixas (5-20 ppm, monitorar eco a cada 8h), epinefrina 0,03-0,05 mcg/kg/min, vasopressina 0,3-2,5 mU/kg/min (manter PA diastólica >3º percentil), hidrocortisona 1 mg/kg q8h, PGE1 se restrição ductal, milrinona 0,25-0,75 mcg/kg/min após 24h (evitar em insuficiência renal). É citado um caso ilustrativo: RN a termo com asfixia, HPa suprassistêmica, colapso resolvido por drenagem vesical (POCUS identificou bexiga distendida comprimindo retorno venoso).Mensagens chave: Tratamento foca em condições de carga cardíaca (Frank-Starling, frequência-força); iNO pode ser prejudicial em HPa por fluxos/venosos; necessidade de POCUS completo e mais estudos randomizados. Suscetibilidade neonatal: miocárdio imaturo responde mal a volume/FC alta.

AUDIO:Perfuração intestinal espontânea em bebês extremamente prematuros expostos à hidrocortisona em baixas doses precocemente

AUDIO:Perfuração intestinal espontânea em bebês extremamente prematuros expostos à hidrocortisona em baixas doses precocemente

Spontaneous Intestinal Perforation in Extremely Premature Infants Exposed to Early Low-Dose Hydrocortisone. Cambonie G, Jouffrey A, Tessier B, Combes C, Polito A, Gavotto A.Acta Paediatr. 2025 Nov;114(11):2856-2863. doi: 10.1111/apa.70175. Epub 2025 Jun 11.PMID: 40497674. França.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A PIE é uma condição abdominal grave que afeta primariamente bebês extremamente prematuros (IG < 28 semanas e/ou peso < 1000g). A PIE é associada a um alto risco de mortalidade e comprometimento neurodesenvolvimento. Um estudo observacional avaliou a incidência de PIE em relação à administração de Hidrocortisona em Baixas Doses Precocemente (ELH), usada para prevenir a Displasia Broncopulmonar (DBP). Exposição à ELH Aumenta o Risco de PIE: A taxa de PIE foi significativamente maior no grupo exposto à ELH (8,1% vs. 2,9% no grupo não exposto). O tratamento concomitante precoce com ELH e ibuprofeno (usado para Persistência do Canal Arterial – PCA) esteve associado ao maior risco de PIE, com uma taxa de 11,8% nos bebês cotratados (vs. 3,8% nos não expostos ao cotratamento). A conclusão é que o co-tratamento precoce com ELH e ibuprofeno está associado a um risco aumentado de PIE em bebês nascidos com menos de 28 semanas. Isso reforça a necessidade de direcionamento preciso da terapia ELH, evitando o tratamento concomitante com anti-inflamatórios não esteroidais, como o ibuprofeno.Outros fatores associados a PIE: a pré-eclâmpsia materna é um fator de risco independente para PIE em recém-nascidos muito pré-termos, possivelmente devido à hipóxia fetal e isquemia intestinal. Fator Não Associado: o sulfato de magnésio pré-natal (usado para neuroprofilaxia) demonstrou, em metanálises recentes, não aumentar o risco de morbidades gastrointestinais, incluindo PIE, em bebês prematuros. Quanto a ECN após PIR em bebês de muito baixo peso: revisão retrospectiva de 18 anos de mais de 250 neonatos tratados cirurgicamente para PIE, os autores relataram  uma incidência de 11,2% de um episódio discreto de ECN após o tratamento inicial de PIE. A laparotomia, seja devido à falha de drenagem peritoneal ou laparotomia primária, pareceu estar associada ao aumento da incidência de ECN após PIE!

ÁUDIO: USO DA ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER CEREBRAL EM NEONATOLOGIA

ÁUDIO: USO DA ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER CEREBRAL EM NEONATOLOGIA

Margotto PR, Moura MDR. Uso  de ultrassonografia craniana com Doppler em Neonatologia. In.Sociedade Brasileira de Pediatria, Procianoy RS, Leone CR, organizadores. PRORN .Ciclo 21, 2024,p.87-139

A USD-c é um procedimento médico não invasivo que utiliza ondas sonoras de alta frequência para examinar o cérebro do recém-nascido (RN). Ela se estabelece como uma valiosa ferramenta de triagem no diagnóstico e manejo de neonatos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. A beleza e o benefício do ultrassom craniano residem em ser seguro, econômico e portátil, podendo ser realizado sequencialmente e em tempo real na beira do leito, o que é crucial para a tomada de decisões clínicas. Os avanços em equipamentos e técnicas melhoraram significativamente sua capacidade de detecção. A USD-c deve fazer parte da avaliação da Assistência aos RNs nas Unidades Neonatais, especialmente naqueles com extremo baixo peso ou idade gestacional menor ou igual a 34 semanas. Principais Indicações e Achados A USD-c é essencial para: 1. PREMATURIDADE: Diagnóstico e monitoramento de lesões hemorrágicas e isquêmicas, sendo a hemorragia peri/intraventricular (HP/HIV) o foco nos primeiros 3–4 dias de vida, e a leucomalácia periventricular (LPV) (necrose da substância branca cerebral) uma lesão simétrica importante. O monitoramento sequencial é feito, por exemplo, a cada 7 dias se houver HP/HIV. 2. ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA (EHI): A USD-c é fundamental para analisar a hemodinâmica cerebral, já que distúrbios hemodinâmicos são o principal fator fisiopatológico da EHI.3. DOPPLERFLUXOMETRIA (ÍNDICE DE RESISTÊNCIA – IR): A determinação do IR (Valor normal: 0,73 ± 0,08) é uma ferramenta acessível para medir a dinâmica vascular cerebral e a autorregulação do fluxo.     ◦ Baixo IR (≤0,55) sugere diminuição da resistência/alta velocidade de fluxo (típico de EHI grave ou pós-operatório de cardiopatia congênita crítica) e está associado a resultados adversos (paralisia, atraso no desenvolvimento).     ◦ Alto IR (≥0,85) sugere aumento da resistência/baixa velocidade de fluxo (visto em HIV e LPV, secundário à vasoconstrição). 4. INFECÇÕES CONGÊNITAS: Ajuda a identificar malformações e achados específicos como calcificações periventriculares (principal achado do Citomegalovírus), ventriculomegalia (comum em Citomegalovírus, Parvovirose e ZIKV), microcefalia (ZIKV, Toxoplasmose), e abscessos e debris intraventriculares (meningite). 5. MALFORMAÇÕES E OUTRAS LESÕES: Inclui o auxílio diagnóstico para hidrocefalia, malformações congênitas, Acidente Vascular Cerebral (AVC) neonatal isquêmico e hemorrágico, e a Malformação Arteriovenosa da Veia de Galeno. Além do diagnóstico técnico, o uso da USD-c capacita a equipe a fornecer explicações embasadas aos pais sobre as perspectivas futuras e a importância da intervenção precoce, garantindo um cuidado que visa vidas com qualidade.

AUDIO:Farmacologia na Hérnia Diafragmática Congênita: Um Foco no Manejo Cardiovascular

AUDIO:Farmacologia na Hérnia Diafragmática Congênita: Um Foco no Manejo Cardiovascular


Pharmacology
 in Congenital Diaphragmatic Hernia: A Focus on Cardiovascular Management.
Lapointe A, Kipfmueller F, Patel N, Altit G.Neoreviews. 2025 Oct 1;26(10):e660-e678. doi: 10.1542/neo.26-10-060.PMID: 41027625 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto

 

A hérnia diafragmática congênita (HDC) apresenta um desafio complexo no cuidado neonatal, exigindo estratégias farmacológicas personalizadas para gerenciar sua fisiopatologia cardiorrespiratória distinta. A HDC é comumente associada a hipertensão pulmonar, função miocárdica prejudicada e interações cardiorrespiratórias adversas, contribuindo para morbidade e mortalidade significativas. A farmacoterapia eficaz deve abordar esses fatores interconectados enquanto minimiza complicações ou efeitos colaterais. Apesar de dados limitados de ensaios clínicos randomizados específicos para HDC, relatos recentes destacam os benefícios de uma abordagem de medicina de precisão, focando em tratamentos individualizados com base na fisiopatologia em evolução. As intervenções terapêuticas envolvem principalmente vasodilatadores pulmonares, inotrópicos e vasopressores, prostaglandinas e corticosteroides; cada agente tem um efeito fisiológico distinto e o uso precisa ser adaptado à fisiopatologia específica do paciente. A ecocardiografia neonatal direcionada surgiu como uma ferramenta valiosa para otimizar decisões de tratamento, fornecendo insights em tempo real sobre o desempenho ventricular e o status hemodinâmico.

AUDIO (por IA): 0 uso da SIMV deve ser abolido da Neonatologia ?

AUDIO (por IA): 0 uso da SIMV deve ser abolido da Neonatologia ?

Apresentação realizada por Celso M Rebelo  no XXXII Encontro Internacional de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo (16-17 de maio de 2025).

Realizado por Paulo R. Margotto.

A SIMV (ventilação mandatória sincronizada) continua sendo utilizada, frequentemente com pressão de suporte, especialmente na fase de desmame. Existe uma lacuna entre a literatura e a prática, muitas vezes devido à inércia .A SIMV isolada (sem pressão de suporte) não tem justificativa na literatura, nem na fase aguda nem no desmame, particularmente pelo aumento do trabalho respiratório.  SIMV com pressão de suporte é equivalente a outros modos em termos de mortalidade e DBP (displasia broncopulmonar), mas os modos que suportam todas as respirações (assisto-controlado, NAVA, pressão de suporte) resultam em um desmame mais curto. O maior trabalho respiratório ocorre na SIMV, especialmente quando comparada à NAVA. A recomendação é que o uso da SIMV exige obrigatoriamente a associação de pressão de suporte. Para pacientes com maior gravidade, a SIMV pode não ser a melhor opção. O assisto-controlado, preferencialmente com volume alvo, é considerado a melhor forma inicial de ventilação para quadros respiratórios mais importantes. A SIMV com pressão de suporte pode ser reservada para crianças com pulmões “praticamente bons” (em desmame, pós-cirurgia abdominal com quadro respiratório estável) ou em situações onde o assisto-controlado com volume alvo leva à hipocapnia devido a problemas no sensor de fluxo. Em situações práticas, SMV com pressão de suporte é usado quando o ACV com volume alvo causa hipocapnia, indicando leituras imprecisas do sensor de fluxo, permitindo que o volume alvo seja aplicado apenas nos ciclos controlados.

AUDIO: Estratégias de Cuidados Agudos para Recém-nascidos Periviáveis (Parte 2-Final)

AUDIO: Estratégias de Cuidados Agudos para Recém-nascidos Periviáveis (Parte 2-Final)

Naoyuki Myahara e Fumihito Namba (Japão). V Simpósio Internacional de Neonatologia do Hospital Moinhos de Vento (10/9/2025), sob a Coordenação da de Desiree Volkmer.

 

Realizado por Marta David Rocha de Moura e Paulo R Margotto

As práticas japonesas destacam-se pela abordagem proativa, com alta sobrevida (70-82,8%) em prematuros extremos, uso de cesariana, ordenha do cordão cortado, suporte respiratório agressivo (ventilação inicial com CPAP com máscara (FiO2 de 0,4), seguida de intubação em ~30 segundos; tubos endotraqueais de 2,5 mm (55%) ou 2,0 mm (45%), com profundidade ajustada (5,5-6,0 cm para 400-600g); parâmetros: PIP 15-20, PEEP 5-8, volume corrente ~6 mL/kg; após 7 dias, usa-se ventilação de alta frequência (HFOV) até 30 semanas gestacionais, com saturação alvo de 90-97% (primeiros 3 dias) e 85-95% (até 34 semanas), nutrição enteral precoce com leite materno (Início com 0,5 mL a cada 6 horas, progredindo para 1 mL a cada 3 horas no 4º dia e alimentação plena (~150 mL/kg/dia) no 12º dia, com suplementos; meta de ganho de peso: 1-2% do peso corporal/dia: ex.: 5 g/dia para 500 g), profilaxia com ampicilina, gentamicina, fluconazol e imunoglobulina (IgG) para 22-26 semanas (níveis alvo >500 mg/dL) e suspensão de antibióticos com base em PCR e hemocultura, além de monitoramento intensivo. Apesar do aumento de comprometimento do neurodesenvolvimento em alguns estudos, a incidência de paralisia cerebral permanece baixa. A ordenha do cordão cortado é uma alternativa eficaz ao clampeamento imediato, mas a ordenha do cordão intacto é evitada em bebês <28 semanas, pelo risco de hemorragia intraventricular grave.