Categoria: Choque no recém-nasido

PROBLEMAS HEMODINÂMICOS NO NEONATO

PROBLEMAS HEMODINÂMICOS NO NEONATO

Autor: Alexandre Serafim

Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Hospital de Ensino Materno Infantil de Brasília, 4a Edição, 2018, em preparação.

O equilíbrio hemodinâmico do recém-nascido, particularmente o do prematuro, é complexo e envolve a interação de uma série de fatores:Miocárdio imaturo ou doente,Volume Intravascular,Alteração sistêmica da pós-carga,Alteração da pós-carga pulmonar,Shunts da circulação sistêmica,Perda do tônus vascular,Interações respiratórias e ventilatórias.

Existem vários cenários diferentes caracterizados pela instabilidade hemodinâmica no recém-nascido. Cada um deles deve ser abordado de acordo com suas particularidades. São eles:

-A instabilidade do prematuro com muito baixo peso, que caracteristicamente ocorre nas primeiras 24 horas de vida

– O neonato com hipertensão pulmonar persistente

– A depressão miocárdica na asfixia perinatal

-O prematuro hipotenso com insuficiência adrenal relativa e resistência a vasopressores/inotrópicos

– Qualquer recém-nascido hipotenso com síndrome da resposta inflamatória sistêmica secundária a sepse (choque séptico) ou outra causa de injúria como enterocolite necrosante.

A infusão de norepinefrina melhora a hemodinâmica nos recém-nascidos prematuros durante o choque séptico

A infusão de norepinefrina melhora a hemodinâmica nos recém-nascidos prematuros durante o choque séptico

Rizk MY, Lapointe A, Lefebvre F, Barrington KJ. Apresentação:  Ricardo Tavares Borges, Gabriella Maria Lucena Viana, Maisa da SilvaDulci Medeiros. Foram estabelecidas diretrizes de tratamento para o tratamento do choque séptico para adultos e crianças, mas não há bons dados com os quais possa desenvolver diretrizes para o recém-nascido (RN), não existindo diretrizes para os RN pré-termo e não há orientação sobre o uso de inotrópico (condicionado à preferência do Centro Clínico!).Já é do nosso conhecimento que nos RN com sinais de choque que não respondem à administração de fluidos, requerem o uso de inotrópicos ou vasopressores para melhorar a perfusão.A partir de um banco de dados foram identificados os 30 RN<34 semanas que receberam norepinefrina (NE) entre 2009 e 2011. Hipotensão arterial foi definida por uma pressão arterial média (PAM) inferior ao percentil 10 para a idade gestacional e na presença de diurese inferior a 1mL/kg/h. Quando avaliados 8 horas após o término da infusão de NE, 24 pacientes (80%) tiveram reversão do choque (pressão arterial normal para a idade gestacional e diurese normal). Nenhum paciente precisou de dobutamina ou expansão de volume nas 8 horas após a suspensão da NE. O risco potencial de hipertensão pulmonar nestes bebês suscita preocupações com os efeitos pulmonares dos inotrópicos, como dopamina (além de aumentar a pressão arterial aumenta a resistência arterial pulmonar), o que não ocorre com a NE

  • O risco potencial de PPNN no período neonatal suscitou preocupações com os efeitos pulmonares da NE (prece exibir um efeito vasodilatador pulmonar!). A NE é preferível a epinefrina (em adultos), pois a epinefrina aumenta a taxa metabólica basal, com risco de arritmias cardíaca, maior aumento da frequencia cardíaca e aumento de lactado e consumo de oxigênio pelo miocárdio em choque séptico.
Manuseio da hipotensão nos pré-termos: ensaio controlado randomizado do manuseio da hipotensão nos recém-nascidos de extrema baixa idade gestacional

Manuseio da hipotensão nos pré-termos: ensaio controlado randomizado do manuseio da hipotensão nos recém-nascidos de extrema baixa idade gestacional

Dempsey E.M,  Barrington K.J, Marlow N et al.
Neonatology 2014; 105: 275-281.

Apresentação: Ana Carolina Pessoa Simões, Giulliane Carvalho Costa, Glenda Maria Gallerani Pacheco. 
Coordenação: Paulo R. Margotto.
Universidade Católica de Brasília

Tratamento da hipotensão presumida nos recém-nascidos de muito baixo peso: efeitos na oxigenação cerebral regional

Tratamento da hipotensão presumida nos recém-nascidos de muito baixo peso: efeitos na oxigenação cerebral regional

Garner RS, Burchfield D (EUA). 
Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2013;98:F117-F121

Apresentação: Laís Póvoa, Morgana Pelegrini,  Saulo Floriano.
Coordenação: Paulo R. Margotto.
Escola Superior de Ciências da Saúde, a Faculdade de Medicina da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal

Tempo para epinefrina e sobrevivência após parada cardiorrespiratória pediátrica no Hospital Cardiológico

Tempo para epinefrina e sobrevivência após parada cardiorrespiratória pediátrica no Hospital Cardiológico

Lars W. Andersen, MD; Katherine M. Berg, MD; Brian Z. Saindon, BS; Joseph M. Massaro, PhD; Tia T. Raymond, MD; Robert A. Berg, MD; Vinay M. Nadkarni, MD; Michael W Donnino, MD; for the American Heart Association Get With the Guidelines-Resuscitation investigators.

Apresentação: Roberto Faria, R3 UTIP-HMIB