Categoria: Distúrbios Neurológicos

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: hemorragia intraventricular + lesão nos núcleos da base

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: hemorragia intraventricular + lesão nos núcleos da base

Recém-nascido (RN) de 33 semanas e 2 dias, 2075 gramas, 6 consultas no pré-natal (1º Trimestre), mãe com febre e leucocitose, bolsa rota (suspeito de corioamnionite); recebeu 2 doses de betametasona; parto normal; banhado em mecônio espesso, reanimado com máscara e Baby Pupp e encaminhado à UTI Neonatal; Apgar de 6/7; na admissão o bebê apresentou Saturação de O2 de 18% e frequência cardíaca de 80 bpm, PaCO2 de 162 mmHg, pH de 6,7, BE de -10,  sendo intubado e ventilado em alta frequência. O Rx de tórax mostrou hérnia diafragmática congênita  (HDC) à esquerda (figura) O  RN teve a correção da HDC aos 6 dias de vida. Persiste em ventilação de alta frequência.

Cuidados diários voltados para o neurodesenvolvimento no recém-nascido com encefalopatia hipóxico-isquêmica (Developmental care for babies with HIE)

Cuidados diários voltados para o neurodesenvolvimento no recém-nascido com encefalopatia hipóxico-isquêmica (Developmental care for babies with HIE)

Kathi Salley Randal (EUA). NEOBRAIN BRASIL 2009 (8 a 9 de novembro).

Reprodução da Conferência realizada por Paulo R. Margotto.

O cuidado do desenvolvimento tem emergido como um conceito de cuidado neuroprotetor na prevenção de consequências a longo prazo associadas ao ambiente físico, promoção da ótima organização e desenvolvimento do prematuro na UTI Neonatal, assim como a Integração dos Pais com os Cuidadores.Entre as medidas:

1) o posicionamento com cabeça e tronco alinhados na linha média, membros flexionados [promover a flexão e evitar a extensão]; 2) promover o sono: normalização precoce do aEEG e início precoce do sono-vigília prevê um bom resultado; nunca alcançar o sono-vigília sempre prediz resultado ruim;

3) otimizar a nutrição: os que receberam nutrição enteral que era 10 ml começaram a interromper a nutrição parenteral  4 dias antes, iniciaram a dieta oral plena 10 dias antes e o tempo de hospitalização foi de 9 dias antes; 4) cuidados para evitar a necrose gordurosa subcutânea 5) dor: sedoanalgensia durante a hipotermia é prevalente, mas não é uma conduta uniforme entre os Centro: os opioides foram administrado em 64% dos neonatos e houve aumento de 30% de 2008  2015);6) percepção dos pais no resfriamento: incorporar os pais nos cuidados da UTI Neonatal, deixando-os voltarem a ser pais, tocar, segurar os bebes; o reaquecimento deve ser considerado um tempo de renascimento; os bebes com EHI não podem perder a chance de experiências precoces de ligação com os seus pais; Ao sair do reaquecimento você deve fornecer elementos aos pais para  o bebê voltar a ser deles

Após o resfriamento: esses bebês  que foram  resfriados tem um tipo de fenótipo de comportamento:pobre estado de sono e vigília,  eles não tem  um bom controle do tônus, não sugam, alterações  nas vias aéreas ; 80% apresentavam essas alterações, mas caiu para  50-10% próximo à alta. Então é importante avaliar; e necessária uma estimulação oral precoce; perceber esses sinais de excesso: esses bebês choram, dormem, depois choram de novo: podemos  ensinar aos pais como lerem esses sinais: respeitar quando o bebe quer dizer “eu preciso sair um pouquinho, está de demais para mim”, ficam  revirando os olhos, mas você diz que quer ver ele, precisamos de  dar eles um tempo e depois eles voltam.

Portanto, recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica que estão em resfriamento  e seus pais: evitar o risco de consequências negativas da experiência na UTI Neonatal; simples intervenção pode desempenhar papel na melhora do neurodesenvolvimento e nos desfechos emocionais após a alta. O que você escolhe fazer?

NEOBRAIN BRASIL 2019: Tema discutido hoje (9/11/2019) na Conferência da Dra. Lina Chalak (EUA):Efeitos da hipotermia terapêutica iniciada após 6 horas de idade na morte ou desabilidade entre os recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica: Ensaio clínico randomizado

NEOBRAIN BRASIL 2019: Tema discutido hoje (9/11/2019) na Conferência da Dra. Lina Chalak (EUA):Efeitos da hipotermia terapêutica iniciada após 6 horas de idade na morte ou desabilidade entre os recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica: Ensaio clínico randomizado

Effect of Therapeutic Hypothermia Initiated After 6 Hours of Age on Death or Disability Among Newborns With Hypoxic-Ischemic Encephalopathy: A Randomized Clinical Trial.

Laptook AR, Shankaran S, Tyson JE, Munoz B, Bell EF, Goldberg RN, Parikh NA, Ambalavanan N, Pedroza C, Pappas A, Das A, Chaudhary AS, Ehrenkranz RA, Hensman AM, Van Meurs KP, Chalak LF, Hamrick SEG, Sokol GM, Walsh MC, Poindexter BB, Faix RG, Watterberg KL, Frantz ID 3rd, Guillet R, Devaskar U, Truog WE, Chock VY, Wyckoff MH, McGowan EC, Carlton DP, Harmon HM, Brumbaugh JE, Cotten CM, Sánchez PJ, Hibbs AM, Higgins RD; Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development Neonatal Research Network. JAMA. 2017 Oct 24;318(16):1550-1560. doi: 10.1001/jama.2017.14972.PMID: 29067428S.

Apresentação: Matheus Klettenberg R2-PEDIATRIA/HMIB/SES/DF.Coordenação:  Paulo R.  Margotto

Devido a probabilidade elevada de desfechos devastadores/catastróficos associados a encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI justificou a realização desse ensaio.A hipotermia terapêutica (HT )pode demorar mais de 6 horas para ser iniciada quando o paciente reside em áreas remotas e necessita de transporte ou a EHI leva mais de 6 horas p/ ser reconhecida.O presente estudo foi  randomizado, multicêntrico, conduzido, durante 8 anos, para analisar a probabilidade da redução dos atraso do neurodesenvolvimento psicomotor e mortalidade aos 18 meses nas crianças com EHI submetidas a hipotermia terapêutica entre 6-24 horas de vida, quando comparadas ao grupo controle não resfriado. Um estudo definitivo para determinar o risco/benefício da HT não pode ser conduzido pois não alcançaria uma quantidade suficiente de pacientes para ser estatisticamente válido em um período de tempo viável.Foram recrutados 168 RN com EHI ≥36 semanas d gestação (83 resfriados e 85 não resfriados).O resfriamento >6 horas foi mantido por 96 horas (estudo prévio que evidenciou, que eram necessárias mais horas de resfriamento para se alcançar neuroproteção, nos RN que demoravam mais ao iniciar a HT).Realizar esse estudo foi difícil devido ao número limitado de bebês esperado  que fossem envolvidos. Assim, para superar essa limitação, os pesquisadores usaram uma Análise Bayesiana do efeito do tratamento para garantir que um resultado clinicamente útil seria obtido mesmo se as abordagens tradicionais para a definição da significância  estatística fosse impraticável. A Análise Bayesiana permite a integração ou atualização de informações prévias com novos dados para obter um resumo final da informação.Laptook et al consideraram várias opções para a representação de informação prévia a respeito da HT >6 horas – denominada neutra (o efeito diminui), cética (o efeito é detrimental) e otimista (o efeito não diminui)  gerando diferentes resumos finais da evidência. Estatística Bayesiana é um ramo da estatística que usa o termo probabilidade, da mesma forma que usamos esse termo diariamente, como uma medida condicional da incerteza associada com a ocorrência de um evento.Os autores encontraram 76% de probabilidade de benefício com a informação anterior neutra, uma probabilidade de benefício de 90% com a informação anterior entusiasta e uma probabilidade de 73% de benefício com a informação cética anterior. Usando informações prévias sobre a probabilidade da HT entre 6-24 horas 6 horas que seja efetiva nos RN com EHI, os autores afirmaram  que há uma probabilidade de 76% de qualquer redução na morte ou deficiência, e uma probabilidade de 64% de pelo menos 2% menos de condição de morte ou desabilidade aos 18-22 meses. Interessante outras terapias neonatais e adultas já foram recomendas mesmo com baixa redução do risco absoluto: tal qual: redução 1,6% de paralisia cerebral com uso de sulfato de magnésio, um tratamento amplamente usado na obstetrícia, em 10% de redução do risco cardiovascular ao uso de estatina, quando o risco absoluto de redução de morte e incapacidade foi de 0,4% e 1,4%. É importante que tenhamos em mente que o resultado deste artigo não muda a prioridade de identificar e iniciar a HT antes das 6 horas de vida! O significado deste estudo é: a  HT iniciada de 6 a 24 horas para recém nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica pode reduzir morte ou deficiência, mas há incerteza em sua eficácia.Com estes conhecimentos, o nosso Protocolo de Hipotermia Terapêutica será rediscutido com perspectiva de estendermos a HT além das 6 horas, priorizando aqueles bebês com grave EHI transferidos à nossa Unidade.

PROTEGENDO O CÉREBRO DO RECÉM- NASCIDO: COQUETÉIS E GELO (Protecting the newborn brain: Cocktails and Ice)

PROTEGENDO O CÉREBRO DO RECÉM- NASCIDO: COQUETÉIS E GELO (Protecting the newborn brain: Cocktails and Ice)

Donna M. Ferriero (EUA).

22º Simpósio Internacional de Neonatologia do Santa Joana, São Paulo, 11-14 de setembro de 2019. Realizado por Paulo R. Margotto

 

Torna-se necessária a proteção do cérebro dos recém-nascidos (RN), porque 1 em 2000 recém-nascidos tem acidente vascular cerebral (AVC), 1,5/1000 passam por uma experiência em  encefalopatia hipóxico- isquêmica (EHI)), 6-8/1000 tem EHI latus sensus, 1 em 8 nascimentos são prematuros (10% apresentam déficits motores maiores, 50% apresentam déficits cognitivos, comportamentais e sensoriais). No pré-termo, lesão ocorre na substância branca e assim temos que pensar nos déficits da substância branca e no a termo a lesão é localizada principalmente na substância cinzenta principalmente na parte profunda do cérebro. Quanto à hipotermia, considerado padrão de tratamento nos RN ≥36 semanas com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI), os estudos demonstraram que reduz a incapacidade do neurodesenvolvimento (o número necessário para tratamento é de 7 a 8!> No entanto, 40% NÃO RESPONDEM. Como identificar esses não responsíveis: usando a RMS (ressonância magnética por espectroscopia), uma técnica avançada (C13 hiperpolarizada) e assim podemos prever como ocorre o  metabolismo da conversão do piruvato para o lactato ( os não responsíveis não fazem essa conversão). Esses bebês tem apresentado lesão na região watershed (zonas vasculares limítrofes). Se  a mãe nos informa que sentiu redução dos movimentos fetais durante o parto, podemos pensar em lesão na região watershed. Entre os fatores modificáveis da lesão cerebral estão a INFECÇÃO NEONATAL (a infecção recorrente aumento o risco de lesão na sustância branca dos pré-termos em 8 vezes: ao higienizarmos as mãos estamos protegendo a substância branca do pré-termo!); USO DO SULFATO DE MAGNESIO (diminui a hemorragia cerebelar): CORTICOSTERÓIDE PÓS-NATAL (tanto dexametasona como hidrocortisona prejudicam o desenvolvimento do cerebelo; temos que parar de usar). Quanto aos RECÉM-NASCIDOS CARDÍACOS, esses tem um desenvolvimento tardio, parecendo com o cérebro de um bebê pré-termo e não bebê a termo, ou seja, apresentam lesão na sustância branca. Esses bebês a termo com cardiopatia congênita se comportam como um bebê prematuro quanto ao desenvolvimento cerebral. Quanto aos coquetéis, o favorito é a ERITROPOIETINA (EPO): parece reduzir lesão de substância branca e assim como perda substância cinzenta, porém sem diferenças nos desfechos aos dois anos de idade. Manipulando os coquetéis com gelo, ou seja, EPO + HIPOTERMIA: o estudo de Fase III em andamento (HEAL Study) envolvendo 500 crianças (ainda faltam 12), com moderada a severa EHI, com envolvimento de 15 a 20 Centros e com avaliação dos resultados aos 2 anos de idade. A hipótese primária é que alta dose de EPO com a hipotermia reduziria o desfecho combinado de morte ou deficiente neurodesenvolvimento na idade de 22-26 meses. Adicionalmente, a EPO seria segura, diminui a severidade da lesão cerebral na RM neonatal e diminuiria citocinas inflamatórias séricas. No futuro  as células tronco farão parte dos coquetéis (há problemas a serem resolvidos, como: ótimo tipo de células, rota, dose e o momento ideal da terapia. Temos que ter em mente que a otimização do ambiente metabólico e a perfusão cerebral e a prevenção de lesões cerebrais secundárias são essenciais para o cuidado neurocrítico. Isso inclui gerenciamento rigoroso dos níveis de temperatura, pressão arterial, oxigenação, dióxido de carbono e glicose. As intervenções precoces de desenvolvimento e o envolvimento da terapia física e ocupacional fornecem informações adicionais sobre a avaliação. Finalmente, o acompanhamento a longo prazo é essencial para qualquer programa de assistência neurocrítica. Lembrar que na UTI TRATAMOS DE CÉREBROS EM DESENVOLVIMENTO! Durante a Conferência foi muito falado em ressonância magnética (RM) e foi perguntado o papel do ultrassom na UTI Neonatal, uma tecnologia disponível em nosso meio, reservando a RM posteriormente:”eu amo a RM,  mas o ultrassom craniano é extremamente valioso, principalmente se realizado nas mãos de pessoas competentes; gostaria de incentivar os Neonatologista a fazer o ultrassom craniano; os Radiologistas protegem as máquinas de ultrassom com as suas próprias vidas e não  querem que façamos o ultrassom, mas nós Neonatologistas somos capazes de fazer o ultrassom craniano; são muitos úteis, ajudam muito para pacientes instáveis,  muito úteis em prematuros e o Doppler é crucial para bebes com trombose de seios venosos para avaliar os coágulos, etc; não quero subestimar o ultrassom craniano e supervalorizar a ressonância magnética; não  quero tirar o mérito do ultrassom de cabeça que é valioso; é uma fermenta sensacional na UTI Neonatal. Com relação a RM posterior, ela é importante para bebês  com convulsões  refratárias (é malformação ou distúrbios metabólicos progressivos?).

Confiabilidade interexaminadores entre enfermeiros de cuidados intensivos, realizando uma modificação pediátrica na escala de coma de Glasgow

Confiabilidade interexaminadores entre enfermeiros de cuidados intensivos, realizando uma modificação pediátrica na escala de coma de Glasgow

Inter-Rater Reliability Between Critical Care Nurses Performing a Pediatric Modification to the Glasgow Coma Scale.Kirschen MP, Snyder M, Smith K, Lourie K, Agarwal K, DiDonato P, Doll A, Zhang B, Mensinger J, Ichord R, Shea JA, Berg RA, Nadkarni V, Topjian A.Pediatr Crit Care Med. 2019 Jul;20(7):660-666. doi: 10.1097/PCC.0000000000001938.PMID: 30946292.Similar articles.

Apresentação Laura P. Nishioka. Coordenação: Alexandre P. Serafim. Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do HMIB/SES/DF.

Uma modificação pediátrica da escala de coma de Glasgow (ECG), projetada especificamente para avaliações neurológicas seriadas na UTIP, possui excelente confiabilidade entre avaliadores.Essa ferramenta, no entanto, reduziu a confiabilidade para respostas intermediárias da ECG e em pacientes com deficiências de desenvolvimento, situações em que identificar a deterioração do estado neurológico é crucial.São necessários novos trabalhos para construir novas ferramentas que tenham melhor confiabilidade e capacidade de discriminar alterações na função neurológica para a população diversificada de pacientes das UTI Pediátricas contemporâneas

Exame Neurológico do Recém-Nascido (incluindo ESCALA DE COMA DE GLASGOW MODIFICADA: Avaliação da função cortical e PROTOLOCO PARA MORTE ENCEFÁLICA NEONATAL)

Exame Neurológico do Recém-Nascido (incluindo ESCALA DE COMA DE GLASGOW MODIFICADA: Avaliação da função cortical e PROTOLOCO PARA MORTE ENCEFÁLICA NEONATAL)

Sérgio Henrique Veiga.

Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Editado por Paulo R.Margotto,  4ª Edição, 2020, em preparação

 

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) EM RECÉM-NASCIDOS: PEQUENOS CÉREBROS, GRANDES CONSEQUÊNCIAS

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) EM RECÉM-NASCIDOS: PEQUENOS CÉREBROS, GRANDES CONSEQUÊNCIAS

Donna M. Ferriero (EUA)

22º Simpósio Internacional de Neonatologia do Santa Joana, São Paulo, 11-14 de setembro de 2019.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A incidência anual de Acidente Vascular cerebral (AVC): 1 AVC por ~2000 nascidos vivos, sendo tão comum como AVC em idosos, mas não recebem atenção, principalmente dos órgãos financiadores. São abordados os seguintes tipos de AVC: Do lado arterial temos o AVC isquêmico arterial ou pode ser um AVC arterial presumido (significa uma apresentação tardia). A meningite pode acusar inflamação das artérias e o AVC pode ter a presença de hemorragia. No lado venoso podemos ter a trombose cerebral venosa (todo recém-nascido a termo com hemorragia intraventricular deve ser considerada a trombose venosa, devendo ser feita a ressonância magnética!) ou hemorragia ou infarto em torno dos ventrículos, principalmente nos nascidos prematuros. Nos neonatos, os AVCs isquêmicos arteriais são de maior número (compreende 90% dos casos publicados) seguida pela trombose venosa. Muitos desses AVCs isquêmicos (em 90% dos casos publicados ocorre no lado esquerdo) ocorrem nos RN a termo, podendo ocorrer também em prematuros. Entre os fatores de risco para o AVC arterial isquêmico se destacam diabetes materno, hipertensão materna, tabagismo, gestação gemelar, primeira gestação; reanimação, hipoglicemia, meningite, aspiração meconial.  Na apresentação clínica se destacam a convulsão focal motora, movimentos clônicos de uma extremidade, hipotonia, letargia e apneia (a apneia pode ser um sinal de convulsão subclínica; eu diria faça pelo menos um ultrassom da cabeça e se os achado do ultrassom estiverem confusos, faça ressonância magnética; recomendo também fazer o EEG de amplitude integrada; você tem que ter certeza que aquela apneia não se deve a uma convulsão subclínica). Bebê que se apresenta aos 6 meses ao ambulatório como hemiparesia (a mãe percebe que ele só usava a mão direita; a mão esquerda sempre estendida); o braço direito levanta e não levanta perna esquerda; a mãe percebe que ele só usa a mão direita; olhar sempre para a direita; ele não enxerga no lado esquerdo), deve ser pensado em AVC isquêmico arterial presumido. Entre os dados pré—clínicos no tratamento, a eritropoietina (EPO) se destaca: protege o cérebro mesmo dado 7 dias depois; atua criando novos neurônios promovendo a neurogênese; a resposta é boa, a função cerebral melhora. Quanto ao déficit neurológico na alta, a quantificação da difusão do trato corticoespinhal prediz o desenvolvimento motor no AVC arterial isquêmico. Quando o ramo da artéria cerebral média é comprometido, 100% vai ter efeitos adversos em qualquer domínio. Se não for o ramo principal e sim a basal ganglia talâmica (BGT), pedúnculo cerebelar e lesões bilaterais é mais provável ter epilepsia (lesões bilaterais), paralisia cerebral (pedúnculo) e se for na BGT, déficit motor, comportamental e cognitivo. Na compreensão do AVC de ramos perfurantes (Stroke perfurator) é fundamental o conhecimento da anatomia vascular para a sua com AVC de ramos perfurantes isolado, exceto quando o braço posterior da cápsula interna for comprometido. A boa notícia, melhor de todas que podemos dar aos pais: a taxa de recorrência em crianças com AVC neonatal é de <1% comparado com taxa de AVC na infância que é 25 a 30%. Os Neonatologistas são os guardiões, aqueles que devem estar muito alertas para conseguir identificar o AVC, tratar e seguir esses bebes que são de alto risco.

APRESENTAÇÃO: Como Fazer a Retirada de Opioide (Fentanil)/Benzodiazepínico (Midazolam) no Recém-Nascido na UTI; Síndrome de Abstinência Neonatal

APRESENTAÇÃO: Como Fazer a Retirada de Opioide (Fentanil)/Benzodiazepínico (Midazolam) no Recém-Nascido na UTI; Síndrome de Abstinência Neonatal

Paulo R. Margotto

Equipes de cuidados deveriam implementar a testemunha obrigatória de diluição de medicação (por exemplo, um segundo membro para verificar os cálculos de diluição).

Com o objetivo de minimizar erros construímos planilhas para facilitar os cálculos, minimizando erros de prescrição (Marta D. R. de Moura e Paulo R. Margotto)

 

Diferenças de gênero nos resultados do neurodesenvolvimento a longo prazo entre crianças com hemorragia intraventricular

Diferenças de gênero nos resultados do neurodesenvolvimento a longo prazo entre crianças com hemorragia intraventricular

GENDER DIFFERENCES IN NEURODEVELOPMENTAL OUTCOMES AMONG FULL-TERM INFANTS WITH INTRAVENTRICULAR HEMORRHAGE.Matijević V, Barbarić B, Kraljević M, Milas I, Kolak J.Acta Clin Croat. 2019 Mar;58(1):107-112. doi: 10.20471/acc.2019.58.01.14.PMID: 31363332.Free PMC Article.Similar articles

Apresentação: Igor Harley Fernandes Dutra Neves (R3 em Neonatologia). Coordenação: Nathália Bardal

±O resultado do neurodesenvolvimento foi associado ao grau de HIV (p <0,05).

±Sem diferenças nos controles e HIV grau I

±A maioria das crianças com HIV grau II apresentou atraso leve ou moderado no teste 1 e desenvolvimento normal no teste 2.

As crianças com hemorragia grau III e IV apresentaram maiores taxas de atraso moderado e grave no teste 1.

±Por outro lado, 50% dos os lactentes com hemorragia de grau III foram avaliados como tendo desenvolvimento normal no teste 2.

± Em muitos casos, a intervenção precoce pode minimizar o atraso nas dificuldades motoras e outras dificuldades associadas (por exemplo, linguagem, percepção). 

 

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Síndrome Hipóxico-Isquêmica

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Síndrome Hipóxico-Isquêmica

Paulo R. Margotto.

Segundo Tekes A et al (2018), a lesão hipóxico-isquêmica (HII) do cérebro neonatal é conseqüente encefalopatia hipóxico-isquêmica (HIE) clínica continua sendo causa significativa de morbidade e mortalidade no período neonatal.

O ultrassom (US) surgiu como uma poderosa ferramenta de triagem para avaliação de um neonato com suspeita de HII. O padrão de lesão na imagem cerebral tem implicações cruciais em terapias e previu resultados do neurodesenvolvimento.

Apesentamos imagens de dois casos recentes de grave síndrome hipóxico isquêmica em que os ultrassons evidenciaram intensa hiperecogenicidade cerebral  e se discute o seu significado.