Categoria: Distúrbios Respiratórios

COVID-19 neonatal: poucas evidências e necessidade de mais informacões (Neonatal COVID-19: little evidence and the need for more information)

COVID-19 neonatal: poucas evidências e necessidade de mais informacões (Neonatal COVID-19: little evidence and the need for more information)

Renato Soibelmann Procianoy, Rita C. Silveira, Paolo Manzoni, Guilherme Sant’Anna. Neonatal COVID‐19: little evidence and the need for more information Jornal de Pediatria (Versão em Português), Volume 96, Issue 3, May–June 2020, Pages 269-272. Download PDF. Artigo Integral!

 

Com base nos relatos disponíveis (até o momento da redacão deste editorial) e nos dados científicos relatados pela China, Itália e pelos Estados Unidos, recém-nascidos parecem ser significativamente menos afetados pela COVID-19 do que os adultos. No entanto, a falta de evidências de alta qualidade para essa situacão e o ritmo constante de informacões novas e conflitantes têm sido um desafio geral para todas as especialidades médicas, inclusive a terapia intensiva neonatal. Em realidade, o conhecimento atual sobre infeccão por coronavírus 2 (SARS-CoV-2) na síndrome respiratória aguda grave neonatal é limitado. Portanto, várias perguntas permanecem sem resposta e, ao mesmo tempo, a comunidade neonatal precisa agir. Não é de surpreender que isso tenha causado um estresse significativo entre os prestadores de cuidados de saúde neonatal. Em todo o mundo, vários grupos importantes têm trabalhado diligentemente no desenvolvimento de protocolos e diretrizes para a COVID-19 neonatal.No Brasil, um número significativo de documentos sobre esse assunto foi produzido rapidamente por entidades nacionais como a Sociedade Brasileira de Pediatria, o Ministério da Saúde e o Programa de Reanimacão Neonatal. Sem dúvida, essas são etapas críticas e fundamentais na luta contra a COVID-19, mas, dada a constante atualizacão e algumas informacões conflitantes, os profissionais de saúde enfrentam dificuldades para determinar as melhores diretrizes locais. Para tornar as coisas ainda mais desafiadoras, notícias diárias (e muitas vezes não científicas) são divulgadas pela imprensa.

 

Recomendações sobre os cuidados respiratórios do recém-nascido com COVID-19 SUSPEITA ou CONFIRMADA

Recomendações sobre os cuidados respiratórios do recém-nascido com COVID-19 SUSPEITA ou CONFIRMADA

Departamento Científico de Neonatologia

Presidente:Maria Albertina Santiago Rego

Secretária:Lilian dos Santos Sadeck
Conselho Científico: Alexandre Lopes Miralha, Danielle Cintra Bezerra Bradão,
Laura de Fátima Afonso Dias, Leila Cesário Pereira, Lícia Maria Oliveira Moreira, Marynea Silva do Vale, Salma Saraty Malveira, Silvana Salgado Nader,Milton Myioshi, Maria Fernanda Branco de Almeida, Ruth Guinsburg

 

COVID-19 NA UTI NEONATAL: MITOS E VERDADES NA NEONATOLOGIA

COVID-19 NA UTI NEONATAL: MITOS E VERDADES NA NEONATOLOGIA

Live com Guilherme Sant`Anna (Canadá). Organização: Marilene K. Martins (SP)

Reprodução autorizada realizada por Paulo R. Margotto

Hoje estamos vivenciando um momento único. Lembro que temos sempre coisas boas, no meio de coisas ruins. Procurem coisas boas para aprender tirar lições nesses momentos difíceis. Todos nós estamos passando por um momento difícil. A humanidade está passando por um momento difícil, particularmente o Brasil, devido às condições econômicas, sociais e políticas. O país nesse momento deveria estar unido e não dividido. Em minha opinião o Brasil está atravessando um momento mais difícil. Você pode dizer que os EUA tem mais casos e óbitos do que o Brasil, mas nas condições do Brasil e  na minha opinião, a tendência é que as coisas no Brasil vão piorar nos meses de maio, junho e julho por causas das  condições culturais, econômicas e políticas. Mesmo assim, é possível tirar coisas boas e aprender a ver que é possível realizar um Encontro como esse. Uma lição que tento passar inclusive para os meus colegas daqui do Canadá: o médico, enfermeira, fisioterapeuta precisam Estudar. Estamos em frente a uma doença que não conhecemos e se não estudarmos, vamos continuar no escuro. Devemos entender porque as normas são definidas.

Atrofia diafragmática nos pacientes pediátricos em ventilação mecânica (e em recém-nascidos?)

Atrofia diafragmática nos pacientes pediátricos em ventilação mecânica (e em recém-nascidos?)

Paulo R. Margotto.

A Monografia da Dra. Thaynara Leonel Bueno da UTI Pediátrica do HMIB /SES/DF demonstrou que a avaliação  ultrassonográfica do diafragma nos pacientes pediátricos  fornece medidas não invasivas da espessura diafragmática e seu grau de atrofia. Os dados mostram atrofia já nas primeiras 48horas de VM, em uma taxa semelhante aos trabalhos em adultos. Além disso, encontramos associação entre o uso de bloqueadores neuromusculares (BNM) e atrofia, e maior tendência ao afinamento diafragmático na população em uso de corticoide.

E NOS RECÉM-NASCIDOS?

Fomos buscar essa informação na Neonatologia e encontramos um estudo de 1988 mostrando que o suporte ventilatório prolongado está associado com uma diminuição seletiva da massa muscular diafragmática, podendo reduzir a capacidade dos bebês de sustentar o trabalho respiratório e complica o processo de desmame do suporte ventilatório. Estudo experimental (cordeiros recém-nascidos) realizado na McGill University Health Centre and Research Institut, Canadá, 2019 mostrou que a VM controlada em cordeiros recém-nascidos rapidamente levou à disfunção diafragmática, independentemente da lesão pulmonar induzida pela deficiência de surfactante. Essa disfunção pode constituir uma causa de falha de extubação. Portanto, uma lacuna aberta para pesquisa nessa área.

Barreira durante a Intubação Endotraqueal

Barreira durante a Intubação Endotraqueal

N Engl J Med. 2020 Apr 3. doi: 10.1056/NEJMc2007589. [Epub ahead of print] Barrier Enclosure during Endotracheal Intubation. Canelli R1Connor CWGonzalez MNozari AOrtega R.PMID:32243118.DOI:10.1056/NEJMc2007589. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto

Clínicos com acesso inadequado ao equipamento de proteção individual (EPI) padrão foram compelidos a improvisar os compartimentos de barreira protetora para uso durante a intubação endotraqueal. Os autores descrevem  uma dessas barreiras que é facilmente fabricada e pode ajudar a proteger os médicos durante este procedimento. A barreira estudada era uma “caixa de aerossol” 1, que consiste em um cubo de plástico transparente projetado para cobrir a cabeça de um paciente e que incorpora duas portas circulares através das quais as mãos do clínico são passadas para realizar a procedimento das vias aéreas.

Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Daniela Megumi Ramaçho Yoshimoto. Orientadora: Evely Mirela Santos França. Revisão: Paulo R. Margotto

Hospital Materno Infantil de Brasília

RESUMO

Objetivos: Analisar o perfil dos pacientes com doenças cirúrgicas do tórax assistidos no serviço de Terapia Intensiva Neonatal do HMIB.

Métodos: Estudo descritivo transversal realizado por meio da análise retrospectiva de dados de prontuário eletrônico dos casos de pacientes com diagnóstico de patologias cirúrgicas do tórax: malformação adenomatosa cística (MAC), hérnia diafragmática congênita (HDC) e atresia de esôfago (AE), com ou sem fístula assistidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal entre Janeiro de 2017 a Janeiro 2018.

Resultados: O trabalho identificou 30 pacientes com as malformações buscadas pelo estudo, sendo 14 atresias de esôfago (46,67%), 13 hérnias diafragmáticas congênitas (43,33%) e 3 malformações adenomatosas císticas (10%). Numa análise geral, a prevalência de gênero foi do sexo masculino, do peso foi adequado para idade gestacional; da idade gestacional foi a termo; da via de parto foi cirúrgica; da necessidade de reanimação neonatal e o desfecho final foi predominantemente o óbito. As variáveis que apresentaram significância estatística foram entre reanimação e óbito, onde os pacientes que foram reanimados tinham 3,5 mais chances de vir a óbito do que aqueles que não necessitaram de reanimação. Diferente das demais variáveis que foram analisadas:  peso e desfecho final; dias de internação e tipo de malformação; desfecho final e tipo de malformação, que não apresentavam correlação significativa, diferente do encontrado na literatura.

Conclusões: A mortalidade é elevada nos recém-nascidos com hérnia diafragmática congênita (76,9%), porém as taxa de sobrevida nos pacientes com atresia de esôfago (57,1%) e malformação adenomatosa cística (100%) são satisfatórias, compatíveis com dados da literatura atual. O fator estatisticamente significativo para o aumento da taxa de mortalidade nos RNs analisados na amostra foi a necessidade de reanimação neonatal ao nascimento, diferentemente de outros fatores como peso ao nascer, APGAR no 1º minuto menor que 7 e o tipo de malformação.

Monografia-Neonatologia (HMIB-2020): Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Monografia-Neonatologia (HMIB-2020): Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Daniela Megumi Ramalho Yoshimoto .

Orientadora: Evely Mirela Santos França.

RESUMO
Objetivos: Analisar o perfil dos pacientes com doenças cirúrgicas do tórax assistidos no serviço de Terapia Intensiva Neonatal do HMIB.
Métodos: Estudo descritivo transversal realizado por meio da análise retrospectiva de dados de prontuário eletrônico dos casos de pacientes com diagnóstico de patologias cirúrgicas do tórax: malformação adenomatosa cística (MAC), hérnia diafragmática congênita (HDC) e atresia de esôfago (AE), com ou sem fístula assistidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal entre Janeiro de 2017 a Janeiro 2018. Resultados: O trabalho identificou 30 pacientes com as malformações buscadas pelo estudo, sendo 14 atresias de esôfago (46,67%), 13 hérnias diafragmáticas congênitas
(43,33%) e 3 malformações adenomatosas císticas (10%). Numa análise geral, a prevalência de gênero foi d
o sexo masculino, do peso foi adequado para idade gestacional; da idade gestacional foi a termo; da via de parto foi cirúrgica; da necessidade de reanimação neonatal e o desfecho final foi predominantemente o óbito. As variáveis que apresentaram significância estatística foram entre reanimação e óbito, onde os pacientes que foram reanimados tinham 3,5 mais chances de vir a óbito do que aqueles que não necessitaram de reanimação. Diferente das demais variáveis que
foram analisadas: peso e desfecho final; dias de internação e tipo de malformação; desfecho final e tipo de malformação, que não apresentavam correlação significativa, diferente do encontrado na literatura. 
Conclusões: A mortalidade é elevada nos recém-nascidos com hérnia diafragmática congênita (76,9%), porém as taxa de sobrevida nos pacientes com atresia de esôfago (57,1%) e malformação adenomatosa cística (100%) são satisfatórias, compatíveis com dados da literatura atual. O fator estatisticamente significativo para o aumento da taxa de mortalidade nos RNs analisados na amostra foi a necessidade de reanimação  neonatal ao nascimento, diferentemente de outros fatores como peso ao nascer,
APGAR no 1º minuto menor que 7 e o tipo de malformação

Uso do surfactante minimamente invasivo na UTI Neonatal do HMIB

Uso do surfactante minimamente invasivo na UTI Neonatal do HMIB

Gustavo Borela Valente. Orientadora: Marta David Rocha de Moura

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM NEONATOLOGIA DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA (HMIB) SES/DF.

O estudo envolveu 88 bebes, com 44 grupo controle e  mostrou que no grupo que recebeu surfactante por  essa técnica (“Mini Insure”)  houve menos sepse precoce, melhor resultado da fundoscopia  e ecografia transfontanelar e menos tempo de ventilação mecânica

Monografia (Neonatologia-HMIB) 2020: Administração de surfactante exógeno por método minimamente invasivo e estratégia tradicional – em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Monografia (Neonatologia-HMIB) 2020: Administração de surfactante exógeno por método minimamente invasivo e estratégia tradicional – em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Gustavo Borela Valente, Marta David Rocha de Moura

Resumo
Objetivos: Comparar o perfil clínico epidemiológico dos pacientes assistidos no Serviço de Terapia Intensiva Neonatal de unidade do Distrito Federal que receberam surfactante endógeno por métodos minimamente invasivos versus os que receberam por intubação (estratégia tradicional) Materiais e métodos: Trata-se de estudo descritivo transversal
realizado através de análise retrospectiva de dados de prontuário eletrônico dos casos de síndrome do desconforto respiratório que preenchiam critérios conforme rotina da unidade para realização de surfactante exógeno. A amostra se restringe a pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal entre Novembro de 2016 a Agosto de 2019. Posteriormente, dados foram convertidos em informações descritivas com tabelas de frequências absolutas e relativas, além do cruzamento das variáveis entre os grupos com teste estatísticos: qui-quadrado de Pearson, correção de continuidade, razão de verossimilhança, teste exato de Fisher, associação linear e estimativa de risco (odds ratio)
Resultados: Os grupos foram comparáveis, uma vez que a médias das variáveis foram submetidas ao teste T de Student. A necessidade de reanimação na sala de parto foi determinante em relação aos grupos, visto que se a intubação
ocorresse ao nascimento, provavelmente surfactante seria administrado associado a ventilação mecânica. Filhos de mães que tiveram infecções perinatais e bebês com sepse neonatal precoce tinha risco aumentado para uso de surfactante de forma invasiva. O uso de corticóide antenatal (esquema completo) e a tentativa de CPAP nasal foram fatores protetores para administração minimamente invasiva. De forma que o grupo do mini-insure teve como desfechos mais favoráveis: menos tempo de ventilação mecânica, menos lesões cerebrais e retinopatia da prematuridade, contudo não houve
impacto significativo estatisticamente em relação a displasia e mortalidade.
Discussão: Os dados da amostra  correlacionados com os da literatura são condizentes, embora ainda há uma grande variedade de resultados associados ao uso de surfactante minimamente invasivo. É um assunto bastante estudados, pois com o aprimoramento da assistência
neonatal, cada vez mais se busca reduzir os efeitos lesivos da ventilação mecânica a curto e longo prazo.
Conclusão: O estudo permitiu adquirir dados relevantes acerca da população atendida na unidade de saúde, cumprindo assim o objetivo deste estudo. As características clinicas e epidemiológicas são essenciais para que os profissionais de saúde fiquem atentos a grupos de risco. A sistematização e atualização constante das equipe multidisciplinar é essencial na colaboração para um manejo apropriado e individualizados dos casos de sindrome do desconforto respiratório que necessitam de surfactante. Dessa forma, é possível previnir desfechos desfavoráveis e ter um seguimento ambulatorial diferenciado para estes pacientes