Categoria: Dor Neonatal

Propofol para Intubação Endotraqueal em Neonatos: um estudo para determinação da dose

Propofol para Intubação Endotraqueal em Neonatos: um estudo para determinação da dose

Propofol for endotracheal intubation in neonates: a dosefinding trial.

de Kort EHM, Prins SA, Reiss IKM, Willemsen SP, Andriessen P, van Weissenbruch MM, Simons SHP.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2020 Sep;105(5):489-495. doi: 10.1136/archdischild-2019-318474. Epub 2020 Jan 13.PMID: 31932363 . Clinical Trial. Artigo Livre! Holanda.

Realizado por Paulo R. Margotto

 

Após a inclusão de 91 pacientes, o estudo foi encerrado prematuramente porque o desfecho primário só foi alcançado em  12 paciente (13% dos pacientes. Nenhuma dose ideal de propofol foi encontrada. Hipotensão arterial  induzida por propofol ocorreu em 59% dos pacientes (estado hemodinâmico do paciente deve ser cuidadosamente avaliado antes da administração de propofol). O uso do propofol na população neonatal deve ser realizada com muita cautela!

Uso de dexmedetomidina e opioides em bebês prematuros hospitalizados

Uso de dexmedetomidina e opioides em bebês prematuros hospitalizados

Use of Dexmedetomidine and Opioids in Hospitalized Preterm Infants.Curtis S, Kilpatrick R, Billimoria ZC, Zimmerman K, Tolia V, Clark R, Greenberg RG, Puia-Dumitrescu M.JAMA Netw Open. 2023 Nov 1;6(11):e2341033. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.41033.PMID: 37921767 Artigo Gratis!

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A dexmedetomidina não é liberada pelo FDA (Food and Drug Administration) para uso em pacientes pediátricos e neonatais. O seu uso tem aumentando mundialmente usado como off- label (Dose efetiva média em torno de 0,3–0,7 mcg/kg/hora-dose máxima:  Dose máxima: 1,2 mcg/kg/h Desmame, principalmente após 96 horas de uso: 0,1 mcg/kg a cada 12 a 24 horas, conforme tolerado).

DIRETO AO PONTO: Uso de Dexmedetomidina/Delirium Neonatal e Ketamina na Neonatologia

DIRETO AO PONTO: Uso de Dexmedetomidina/Delirium Neonatal e Ketamina na Neonatologia

Paulo R. Margotto, Priscila Guimarães e Fabiano Cunha Gonçalves (13/12/2023)

Discussão ocorrida com a equipe neonatal do HMIB/SES/DF com a Implementação de dose da dexmedetomidina, medicação não aprovada pelo FDA para recém-nascidos, principalmente prematuros! (dose efetiva média em torno de 0,3–0,7 mcg/kg/hora-dose máxima:  Dose máxima: 1,2 mcg/kg/h e por via nasal, em nebulização, 1 a 1,5mcg/kg.Doses maiores associam-se a bradicardia e hipotensão arterial). Desmame, principalmente após 96 horas de uso: 0,1 mcg/kg a cada 12 a 24 horas, conforme tolerado. Em  casos de abstinência (taquicardia, hipertensão, tremor e agitação), excepcionalmente clonidina, após a Avaliação da Escala de Abstinência (escore>4 da pontuação de Lipsitz PJ). Não usamos a dexmedetomidina como neuroprotetora. Pensar em DELIRIUM em situações de  longo uso de sedoanalgesia apresentando períodos de agitação, choro, sudorese, taquicardia e irritabilidade intensa  e após análise pela Equipe , usar a Quetiapina. A Ketamina não deve ser usada no período neonatal, devido a danos neurais, além de hipertensão arterial, aumento da pressão intracraniana, aumento da resistência vascular pulmonar em bebês com hipertensão pulmonar persistente, aumento da quantidade de secreção brônquica e salivar e alucinações.

Irritabilidade Grave em Prematuro Grave: Um Caso de Delirium na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Irritabilidade Grave em Prematuro Grave: Um Caso de Delirium na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Severe irritability in a critically ill preterm infant: a case of delirium at the neonatal intensive care unit.Moraes LHA, Maropo VLB, I, Falcão MC, de Carvalho WB.Dement Neuropsychol. 2023 Apr 14;17:e20220046. doi: 10.1590/1980-5764-DN-2022-0046. eCollection 2023.PMID: 37223840. Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R. Margotto

 

Na UTIN o delirium raramente é diagnosticado. Como os critérios diagnósticos sobrepõem entre delirium e síndrome de abstinência de opioides  (taquicardia, agitação psicomotora, tremores, choro excessivo e inconsolável e intolerância alimentar que não melhoram ), pensar em delirium. Apesar de poucos estudos farmacodinâmicos nessas faixas etárias, o uso de quetiapina parece seguro e eficaz na melhora e reversão dos sintomas de delirium (antagonista não seletivo dos receptores de dopamina e serotonina e tem aprovação da Food and Drug Administration [FDA] para o tratamento do transtorno bipolar pediátrico.

Eventos cardiovasculares adversos são comuns durante a administração de dexmedetomidina em neonatos e lactentes durante cuidados intensivos

Eventos cardiovasculares adversos são comuns durante a administração de dexmedetomidina em neonatos e lactentes durante cuidados intensivos

 Adverse cardiovascular events are common during dexmedetomidine administration in neonates and infants during intensive care.Tervonen M, Cajanus J, Kallio M, Huhtamäki H, Pokka T, Peltoniemi O.Acta Paediatr. 2023 Nov;112(11):2338-2345. doi: 10.1111/apa.16933. Epub 2023 Aug 11.PMID: 37531450

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os efeitos adversos mais frequentemente observados da dexmedetomidina são hipotensão e bradicardia, ocorrendo principalmente nos neonatos, os quais devem ser usadas doses menores. Como os efeitos analgésicos da dexmedetomidina são limitados, ela é normalmente usada em combinação com opiáceos devido à sua capacidade de potencializar seus efeitos analgésicos. Não usamos dexmedetomedina na aplicação de surfactante minimamente invasivo e nem como neuroprotetora na hipotermia terapêutica (faltam evidências seguras!) 

Desenvolvimento de um modelo de primata para avaliar os efeitos da ketamina e do estresse cirúrgico no cérebro neonatal

Desenvolvimento de um modelo de primata para avaliar os efeitos da ketamina e do estresse cirúrgico no cérebro neonatal

Development of a primate model to evaluate the effects of ketamine and surgical stress on the neonatal brain. Wang C, Bhutta A, Zhang X, Liu F, Liu S, Latham LE, Talpos JC, Patterson TA, Slikker W Jr.Exp Biol Med (Maywood). 2023 Apr;248(7):624-632. doi: 10.1177/15353702231168144. Epub 2023 May 19.PMID: 37208914

Realizado por Paulo R. Margotto.

A semelhança da fisiologia, farmacologia e sistemas reprodutivos do primata não humano (NHP) com os humanos, especialmente durante a gravidez e o período neonatal, fazem do macaco o modelo animal mais adequado para uso em estudos pré-clínicos (os macacos rhesus são 93% geneticamente semelhantes aos humanos). A ketamina é altamente permeável à barreira hematoencefálica. A ketamina exerce suas ações como antagonista não competitivo do receptor n -metil- d -aspartato (NMDA). Neurônios imaturos no cérebro infantil são mais suscetíveis à morte celular excitotóxica do que no cérebro adulto devido às características específicas de seus receptores NMDA. Os níveis (amostras de sangue) de IL-8, IL-15, MCP-1 e MIP-1β foram notavelmente elevados em macacos expostos à ketamina, sugerindo que exposição à ketamina pode ter estimulado uma reação inflamatória no SNC. Estes resultados indicam claramente que a administração intravenosa de ketamina antes e durante a cirurgia pareceu aumentar a degeneração neuronal e não proporcionou efeitos neuroprotetores. Não temos usado ketamina na nossa  Unidade na sequência rápida de intubação.

Dexmedetomidine: uma alternativa ao tratamento da dor em neonatologia

Dexmedetomidine: uma alternativa ao tratamento da dor em neonatologia

Dexmedetomidine: An Alternative to Pain Treatment in Neonatology. Mantecón-Fernández L, Lareu-Vidal S, González-López C, Solís-Sánchez G, Suárez-Rodríguez M.Children (Basel). 2023 Feb 25;10(3):454. doi: 10.3390/children10030454.PMID: 36980013.  Review. Artigo Livre!  Espanha, Canadá.

Realizado por Paulo R. Margotto

O manejo da dor neonatal continua sendo um desafio para neonatologistas e pesquisadores. sensação de dor é teoricamente possível em 24 semanas de gestação  e se associa à perda neuronal, problemas no neurodesenvolvimento e crescimento. A avaliação precisa da dor é vital para garantir a eficácia ideal da terapia de controle da dor nesses recém-nascidos que sentiram dor durante a internação na UTIN (uso de opioide sem dor é prejudicial) Entre os opioide, temos  o fentanil e morfina e não opioides (benzodiazepínicos  como o midazolam que atua como  sedativo  e tem pouco efeito analgésico; paracetamol , principalmente no pós-operatório com efeito igual a morfina). Entre os novos tratamentos, temos a dexmedetomedine, pela sua eficácia e perfil de segurança. É um agonista seletivo do alfa -2 (produz ansiólise, sedação e analgesia sem causar depressão respiratória). Tem efeito analgésico é moderado e potencializa o efeito dos opioides quando usados ​​em associação. Tem-se mostrado seguro e tão eficaz quanto o fentanil em bebês prematuros quando administrado em infusão intravenosa contínua. Outro benefício potencial amplamente estudado é a neuroproteção, o que torna esse tratamento uma opção ideal para o paciente neonatal, especialmente os prematuros, que são os mais vulneráveis ​​aos efeitos neurodesenvolvimentais das moléculas tradicionalmente utilizadas na sedoanalgesia. quando administrado por via intravenosa, o tratamento com dexmedetomidina parece ser uma alternativa eficaz e segura para o tratamento da dor e sedação no paciente neonatal. Faltam estudo a longo prazo desses bebês que usaram a dexmedetomidine. Usando >96 horas, considerar a transição com a clonidina.