Categoria: Dor Neonatal

UTI Pediátrica: Dexmedetomidina como sedativo contínuo único durante a ventilação não-invasiva: uso Típico, efeitos hemodinâmicos e retirada

UTI Pediátrica: Dexmedetomidina como sedativo contínuo único durante a ventilação não-invasiva: uso Típico, efeitos hemodinâmicos e retirada

Dexmedetomidine as Single Continuous Sedative During Noninvasive Ventilation: Typical Usage, Hemodynamic Effects, and Withdrawal. Shutes BL, Gee SW, Sargel CL, Fink KA, Tobias JD.Pediatr Crit Care Med. 2018 Apr;19(4):287-297. doi: 10.1097/PCC.0000000000001451.PMID: 29341985.Similar articles.

Apresentação:Gabriela Santos da Silva. Coordenação: Alexandre Peixoto Serafim.

A dexmedetomidina (PrecedexR) tem efeito sedativo e ansiolítico e preserva o drive e mecânica respiratória, sendo ideal para sedação em crianças colocadas em ventilação por pressão positiva  não invasiva (NIPPV).A interrupção abrupta foi associada a efeitos simpáticos rebote, como taquicardia, hipertensão, tremor e agitação e para minimizar os efeitos da síndrome de abstinência, duas estratégias vêm sido descritas: desmame lento e transição para clonidina via enteral ou transdérmica.A duração do uso e a dose acumulada foram os fatores de risco mais importantes para a ocorrência de abstinência. É proposto que para pacientes receberam entre 72 a 96h do PrecedexR, a suspensão abrupta seguida de observação por 12h é uma estratégia razoável. Para pacientes que receberam por mais de 96h, a transição para clonidina deveria ser considerada.Nos links discutimos o seu uso neonatal: evidência em animais tem mostrado que o PrecedexR  tem neurotoxicidade inferior ao midazolam O seus efeitos analgésico são decorrentes da sua atividade  no corno dorsal da medula espinhal. Estudo multicêntrico em fase II/III em neonatos≥28 semanas mostrou que a dose inicial para RN poderia estar entre 0,1-0,2µg/kg com manutenção de 0,2-0,3µg/kg/h (sempre menores doses para os pré-termos). Na nossa Unidade Neonatal temos usado o PrecedexR em situações que necessitam de altas doses de midazolam (já é do nosso conhecimento dos graves problemas neurotóxicos do midazolam nos prematuros!!!) na dose de 0,3 µ /kg/hora (1 ampola-2 ml-200 µg: diluir 2 ml em 48 ml de soro fisiológico e fazer 0,3ml/hora) em situações específica, como a necessidade de altas doses de midazolam na sedação. Os dados são insuficientes para os prematuros abaixo de 1000g.

 

Procedimentos dolorosos podem afetar o crescimento pós-natal e neurodesenvolvimento em bebês prematuros

Procedimentos dolorosos podem afetar o crescimento pós-natal e neurodesenvolvimento em bebês prematuros

Painful procedures can affect post-natal growth and neurodevelopment in preterm infants.Coviello C, Popple Martinez M, Drovandi L, Corsini I, Leonardi V, Lunardi C, Antonelli C, Pratesi S, Dani C.Acta Paediatr. 2018 May;107(5):784-790. doi: 10.1111/apa.14222. Epub 2018 Feb 6.PMID: 29341252.Similar articles.

Apresentação: Brenda Canêdo, Tainá Cordeiro, Vitória Resende. Faculdade de Medicina da Universidade  Católica de Brasília (6ª Série)-Hospital Materno Infantil de Brasília/SES/DF. Coordenação: Paulo R Margotto

Apesar dos avanços recentes nos cuidados perinatais e neonatais de bebês prematuros, os resultados em longo prazo do desenvolvimento neurológico e deficiente crescimento, incluindo o perímetro cefálico, continuam sendo uma preocupação. Os procedimentos dolorosos repetitivos nos prematuros na UTI Neonatal  (são 20 por dia!) asssociam-se a precária funções cognitivas e motoras secndárias a anormalidades na microestrutura da substância branca pelos procedimentos dolorosos). O presente estudo incluiu 83 RN ≤32 semanas submetidos a procedimentos dolorosos invasivos nas primeiras 4 semanas de vida e mostrou que o número de procedimentos dolorosos estava negativamente relacionado ao crescimento do perímetro cefálico, medido em 36 semanas de idade gestacional pósmenstrual e com seis e 12 meses de idade corrigida, também apresentaram escores cognitivos mais baixos em seis meses de idade corrigida. Importante que essas relações parecem ser independentes dos fatores de risco clínicos, uma vez que persistiu após o controle de diversas variáveis ​​que refletiam as morbidades neonatais. Estudos de ressonância magnética demonstraram que os procedimentos dolorosos mais frequentes estavam associados à substância branca anormal e à maturação da substância cinzenta subcortical e com redução do tamanho do cérebro nas regiões frontal e parietal em recém-nascidos pré-termo. Portanto, os presentes resultados reforçam a crença dos autores de que são necessários esforços adicionais para reduzir os procedimentos dolorosos e / ou melhorar o tratamento da dor em recém-nascidos prematuros a fim de melhorar o crescimento e o desenvolvimento neurológico nesta população vulnerável. Nos links, informações recentes que acentuam esta preocupação da repercussão da  dor neonatal na idade adulta , além das citadas: maior preferência ao álcool; maior sensibilidade à dor nos ex-prematuros, principalmente nas meninas; alterações na   atividade cerebral funcional e habilidades visual-perceptivas em idade escolar; diminuição do volume de subregiões específicas do cerebelo (o cerebelo tem papel no processamento da dor), como diminuição da compreensão verbal e raciocínio perpectual; erosão dos telômeros (fundamentais na divisão celular e relacionam-se com o envelhecimento):a exposição a experiências adversas precoces está associada a menor comprimento dos telômeros;perda de volume talâmico no território do tálamo somatossensorial e é acompanhada por rupturas no crescimento metabólico talâmico e na maturação da via talamocortical, particularmente em recém-nascidos prematuros extremos. Lembrem-se que Experiências dolorosas são capazes de reescrever o cérebro do adulto(Linda A. Hatfield, 2014)