Categoria: Infecções Bacterianas e Fúngicas

Uniformização na interpretação dos exames no rastreamento da Sepse Neonatal(Resumo)

Uniformização na interpretação dos exames no rastreamento da Sepse Neonatal(Resumo)

Paulo R. Margotto/ Marta David Rocha de Moura

 

O diagnóstico e tratamento de neonatos  com  suspeita de sepse de início precoce baseiam-se em princípios científicos modificados  pela “arte e experiência” do profissional, segundo Polin RA. Mais de 95% dos recém-nascidos tratados com antibióticos não apresentam nenhum infecção!!!

 

A terapia antimicrobiana deve ser descontinuada em 48 horas (36 horas!!!) em situações clínica em que a probabilidade de sepse é baixa

  • Lembrar que após 36 horas, 99% das hemoculturas para bactérias tornam-se positivas; culturas crescendo epidermidis foram virtualmente todas positivas após 36-48 horas de incubação

É importante ressaltar que o fator mais  importante no desenvolvimento da resistência antimicrobiana é o uso do antimicrobiano

Há um alarmante aumento  das infecções causadas pelas superbactérias

SEPSE NEONATAL: uniformização na interpretação dos exames no rastreamento

SEPSE NEONATAL: uniformização na interpretação dos exames no rastreamento

 Paulo R. Margotto e Marta David Rocha de Moura

O diagnóstico e tratamento de neonatos com  suspeita de sepse de início precoce baseiam-se em princípios científicos modificados  pela “arte e experiência” do profissional, segundo Polin RA. Mais de 95% dos recém-nascidos tratados com antibióticos não apresentam nenhum infecção. Contagem de leucócitos e contagem diferencial: realizamos com 12 horas de vida a contagem de leucócitos e contagem diferencial (se realizada logo após o nascimento, frequentemente é normal). Consideramos Leucopenia < 5000/mm3, Leucocitose >25000/mm3, Relação neutrófilos imaturos/ segmentos (razão  I/T > 0,2), Contagem de plaquetas:<150.000mm3 e Neutropenia (dados de Mouzinho e Manroe). A utilidade dessa contagem leucócitos para avaliar a sepse é extremamente limitada. Propomos a utilização da Relação Neutrófilo/Linfócito (N/L): > 1,2, como marcador de respostas imunes inatas e adaptativas. O aumento da relação N/L é devido a um desequilíbrio na contagem geral de neutrófilos e ao aumento da apoptose de linfócitos. Quando ocorre sepse, o sistema imunológico inato desencadeia a granulopoiese, que aumenta a produção e diminui a apoptose de neutrófilos para combater a infecção bacteriana. O uso combinado de neutrófilo-linfócito (N/L) e PCR melhora a precisão do diagnóstico de sepse precoce (área sob a curva de 0,78). Para a relação Plaqueta/Linfócito (P/L), a área sob a curva foi de  foi de 0,833, com um ponto de corte ótimo de 57,86. A combinação de biomarcadores (relações N/L, P/L e a PCR) mostrou uma área sob a curva aumentou para 0,942, com sensibilidade de 90,8% e especificidade de 86,0%.Quanto à PCR, há pouca utilidade na obtenção dos níveis precoces de PCR ao decidir sobre antibióticos para sepse precoce (aumentar 6 a 8 horas após o início da doença [outros: 24 a 48 horas]). E quanto a Procalcitonina (PCT): O nível de PCT aumenta rapidamente dentro de 2-4 h após a exposição à endotoxina bacteriana, Constitui um marcador precoce e confiável de sepse neonatal precoce, além de ser superior ao método convencional na suspensão do antibiótico. A terapia antimicrobiana deve ser descontinuada em 48 horas (de preferência 36 horas!!!) em situações clínica em que a probabilidade de sepse é baixa. Lembrar que após 36 horas, 99% das hemoculturas para bactérias tornam-se positivas; culturas crescendo S. epidermidis foram virtualmente todas positivas após 36-48 horas de incubação. É importante ressaltar que o fator mais importante no desenvolvimento da resistência antimicrobiana é o uso do antimicrobiano.Há um alarmante aumento  das infecções causadas pelas superbactérias (BACTÉRIAS DO PESADELO!)

Aumento alarmante das infecções causadas pelas superbactérias (Relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos)

Aumento alarmante das infecções causadas pelas superbactérias (Relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos)

Changes in CarbapenemaseProducing CarbapenemResistant Enterobacterales, 2019 to 2023. Rankin DA, Stahl A, Sabour S, Khan MA, Armstrong T, Huang JY, Baggs J, Walters MS.Ann Intern Med. 2025 Sep 23. doi: 10.7326/ANNALS-25-02404. Online ahead of print.PMID: 40982973 No abstract available.

Matéria veiculada pelo  Jornal da TV Cultura em 24 de setembro de 2025

Realizado por Paulo R. Margotto.

O resultado não é motivo de pânico, segundo infectologistas, mas serve de alerta. A resistência pode ter sido acelerada com o uso indiscriminado e cada vez mais frequente de antibióticos, mesmo sem a confirmação de uma infecção bacteriana.

O aumento gerou um alerta da ONU. Até 2050, infecções causadas por superbactérias podem provocar 10 milhões de mortes por ano no planeta, superando o número de vítimas de câncer. Existe o risco, se o mundo não se organizar para conter o problema, de em algumas situações, nós voltarmos à era pré-antibiótica. E voltar à era pré-antibiótica é um problema, é como se a gente não existisse mais antibiótico para tratar infecções que antes eram corriqueiras.

 

Pneumonia Associada à Ventilação (PAV)

Pneumonia Associada à Ventilação (PAV)

Paulo Mansoni (Itália).

Palestra administrada pelo Dr. Paolo Mansoni (Itália), no IX Encontro Internacional de Neonatologia, Gramado, 3-5 de abril de 2025.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O meu alerta é que essa entidade não há concordância total em termos dela existir nos recém-nascidos. Eu vou passar pelas evidências, pelas definições, estratégias para evitar, mas o meu alerta é que é difícil falar claramente sobre uma questão que, de uma certa forma é meio incerta. PAV é pneumonia adquirida no hospital, comum em UTIs de adultos, e ocorre em pacientes sob ventilação mecânica por pelo menos 48 horas, com evidência radiográfica nova e persistente de lesão, e isolamento de um patógeno (na UTI Neonatal ocorre , principalmente em prematuros devido ao diâmetro alveolar 20% menor, bronquíolos estreitos que dificultam a limpeza de muco e patógenos). Outros fatores incluem intubação, aspirações frequentes, permanência em UTI, nutrição parenteral total, e infecção prévia da corrente sanguínea. prevenção se beneficia mais de pacotes de intervenções (“bundles”) do que de estratégias isoladas, com a enfermagem desempenhando um papel central. A ultrassonografia pulmonar à beira do leito é uma ferramenta promissora para avaliação dinâmica e não invasiva. Não há indicação clara na literatura para troca rotineira de circuitos do ventilador: apenas quando visivelmente sujos ou quando há piora clínica suspeita.

Aspectos ultrassonográficos das infecções perinatais crônicas

Aspectos ultrassonográficos das infecções perinatais crônicas

Paulo R. Margotto (Curso Avança do Ultrassonografia Pediátrica-NEXUS, Brasília).

Nessa apresentação destacamos  os achados ultrassonográficos (de infecções perinatais crônicas, que causam neuropatias por inflamação, infiltração meníngea/vascular, necrose cerebral e proliferação microglial/astroglial. As infecções abordadas incluem citomegalovírus (CMV), toxoplasmose, parvovírus, zika vírus (ZKV), incluindo meningite e candidíase. A ultrassonografia cerebral é essencial para detectar alterações cerebrais em infecções perinatais crônicas, como calcificações, ventriculomegalia e lesões destrutivas, orientando diagnóstico diferencial e acompanhamento. Achados como hidrocefalia e abscessos indicam prognóstico reservado, exigindo seguimento com TC ou RM.

Sepse neonatal precoce (primeiros 3 dias de vida): epidemiologia, microbiologia e controvérsias na prática

Sepse neonatal precoce (primeiros 3 dias de vida): epidemiologia, microbiologia e controvérsias na prática

Neonatal EarlyOnset SepsisEpidemiologyMicrobiology, and Controversies in Practice.Flannery DD a,b,*, Ramachandran Vc, Schrag SJc.Clin Perinatol. 2025 Mar;52(1):15-31. doi: 10.1016/j.clp.2024.10.002. Epub 2024 Dec 21.PMID: 39892950 Review.

Apresentação: Julia Obliziner e Laís Vieira e  Laís Vieira ((R4 de Neonatologia no HMIB). Coordenação: Diogo Pedroso.

Este artigo fornece uma análise abrangente sobre a sepse neonatal de início precoce , abordando sua epidemiologia, microbiologia e as principais controvérsias na prática clínica.  O Streptococcus do grupo B (GBS) é  responsável por 33,4% dos casos, mais comum em recém-nascidos a termo e a Escherichia coli representa 27,7% dos casos, predominante em prematuros, com 80% das cepas resistentes à ampicilina. Em países de baixa/média renda, as bactérias gram-negativas (como E. coli, Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter spp.) e gram-positivas (como CONS e S. aureus) são predominantes. A  Profilaxia Antimicrobiana Intraparto (PAI), introduzida nos EUA em 1996, reduziu a incidência de GBS na sepse precoce  em aproximadamente 90%. No entanto há preocupações com o aumento da resistência antimicrobiana (especialmente em E. coli) e alterações no microbioma neonatal, potencialmente associadas a maior índice de massa corporal na infância. Vacinas contra GBS estão em fase de  desenvolvimento e contra E. coli em fase de pesquisa. No tratamento da sepse precoce: ampicilina é eficaz contra GBS, mas enfrenta resistência em 80% das cepas de E. coli e a gentamicina cobre 80-90% das cepas de E. coli e tem efeito sinérgico com ampicilina, alcançando eficácia em 92% dos casos de sepse de início precoce. Sepse clínica (sintomas sem confirmação microbiológica) pode refletir limitações diagnósticas ou respostas fisiológicas transitórias do neonato. Bebês de mães negras têm maior taxa de mortalidade (10,52 por 1.000) em comparação com brancas (4,42) ou asiáticas (3,40).A profilaxia antibiótica intraparto não previne a EOS causada por organismos que não sejam GBS, especialmente bactérias gram-negativas, nem a doença de GBS de início tardio.

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):A Luta Contra o Vírus Sincicial Respiratório

ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025):A Luta Contra o Vírus Sincicial Respiratório

Lilian Sadeck.ONG DA PREMATURIDADE 10 ANOS! COORDENAÇÃO GERAL: Denise Suguitani: 1o ENCONTRO NACIONAL DA PREMATURIDADE (São Paulo, 15/6/2025)

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

É  discutida a importância do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), especialmente durante a sazonalidade de outono-inverno, que na região norte do Brasil vai de fevereiro a julho e nas demais regiões de março a julho.

Apesar dos avanços, é crucial incentivar as gestantes a receberem as vacinas, não apenas a do VSR, mas todas as outras. Há uma preocupação, pois dados mostram que apenas 11% das gestantes estão preocupadas em tomar vacinas, e os obstetras também precisam reforçar essa importância.

A vacinação da gestante protege não só a mãe, mas também o filho, representando uma “economia” ao proteger múltiplas pessoas com uma única vacina.

 

Mortalidade por todas as causas e resultados relacionados à infecção do Tratamento Canguru iniciado no hospital versus Tratamento Neonatal Convencional para bebês de baixo peso ao nascer: uma revisão sistemática e metanálise

Mortalidade por todas as causas e resultados relacionados à infecção do Tratamento Canguru iniciado no hospital versus Tratamento Neonatal Convencional para bebês de baixo peso ao nascer: uma revisão sistemática e metanálise

All-cause mortality and infectionrelated outcomes of hospitalinitiated kangaroo care versus conventional neonatal care for low-birthweight infants: a systematic review and meta-analysis. Minotti C, Jost K, Aghlmandi S, Schlaeppi C, Sieswerda E, van Werkhoven CH, Schulzke SM, Bielicki JA.Lancet Child Adolesc Health. 2025 May 26:S2352-4642(25)00130-0. doi: 10.1016/S2352-4642(25)00130-0. Online ahead of print.PMID: 40441171.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados publicados entre 2013 e 2025, incluindo 30 relatos de 29 ensaios com 17.513 bebês de baixo peso, comparando Método Canguru com cuidados convencionais mostrou redução significativa  da mortalidade, sepse, infecção invasiva, mortalidade por sepse/infecção invasiva, hipotermia e apneia.  Deve ser integrado às práticas de prevenção e controle de infecções neonatais globalmente, conforme recomendações da OMS. Os benefícios incluem  menor exposição a patógenos hospitalares, promoção do aleitamento materno e possível transferência de microbioma protetor via contato pele a pele. Interessante: o Método Canguru associou-se a uma maior descolonização das narinas de bebês prematuros por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e Staphylococcus epidermidis (MRSE). Nenhum dos estudos relatou o risco de aquisição de colonização bacteriana (resistente).

 

Tempo para hemoculturas positivas em avaliações de sepse neonatal

Tempo para hemoculturas positivas em avaliações de sepse neonatal


Time to positive blood cultures in neonatal sepsis evaluations.
Willey E, Mitchell M, Ehlert C, Swoveland J, Zembles T.J Perinatol. 2025 May 17. doi: 10.1038/s41372-025-02323-z. Online ahead of print.PMID: 40382485.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O objetivo do estudo foi avaliar o tempo até a positividade de hemoculturas (TTP) em neonatos internados em UTIN para sepse de início precoce (EOS, <72h de vida) ou tardia (LOS, ≥72h), visando determinar quando os antibióticos podem ser descontinuados com segurança. Trata-se de um estudo retrospectivo de coorte em uma UTIN nível IV (maio/2016 a junho/2023) com 151 neonatos com hemoculturas positivas tratados com antibióticos por ≥5 dias. TTP mediano geral: 17h (IQR 12–23),84% das culturas positivas em 24h; 96% em 36h.EOS: todas (100%) positivas em 24h (mediana 12h).LOS: 83% positivas em 24h; 96% em 36h (mediana 18h).Gram-negativas: 98% positivas em 24h (mediana 11h).Gram-positivas: 94% positivas em 36h (mediana 21h).Organismos comuns: Staphylococcus coagulase-negativo e Escherichia coli. Subanálise sem contaminantes: TTP mediano de 13h; 93% positivas em 24h, 98% em 36h. Os autores concluem que  em neonatos com culturas negativas e boa aparência clínica, sem fonte infecciosa identificada, os antibióticos podem ser descontinuados com segurança em 36h, ou até 24h para cobertura de Gram-negativas. O estado clínico deve guiar a decisão. A redução da antibioticoterapia empírica minimiza riscos como alterações no microbioma, resistência bacteriana e morbidades neonatais.

Probióticos na UTI Neonatal : em que ponto estamos

Probióticos na UTI Neonatal : em que ponto estamos

Palestra administrada pelo Dr. Renato Gasperini (SP) no XII Encontro Internacional de  Neonatologia da Santa Casa de São Paulo, 16-17 de maio de 2025.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Existe diferença entre o conceito de MICROBIOTA INTESTINAL e MICROBIOMA INTESTINAL, muitas vezes utilizados como sinônimos, mas a microbiota vai ser constituída por todos os organismos vivos  dentro do indivíduo,  todas as bactérias, fungos, protozoários. Já o microbioma é um termo um pouco mais amplo e ele é o conjunto não só desses microrganismos da microbiota, mas também as estruturas microbianas, os seus metabólitos, que podem ser compostos bioativos e os elementos genéticos e que tudo isso  convive de forma harmônica e equilibrada dentro do indivíduo. São 40 trilhões de células microbianas no nosso corpo, 3 milhões de genes microbianos, 95 habitam o trato gastrointestinal e 30% do peso seco das fezes são bactéria. No  recém-nascido é muito importante saber  que é justamente nesse momento que ocorre o  início do desenvolvimento da microbiota, e, provavelmente com um impacto nos  primeiros anos de vida e até pra vida adulta. Quando o bebê nasce  prematuramente, é uma desvantagem,  do ponto de vista de formação da microbiota, porque os bebês prematuros eles têm uma internação, prolongada na UTI Neonatal  que já é um ambiente colonizado por bactérias possivelmente patológicas. Eles têm flutuações na duração e na intensidade da dieta enteral e  muitas vezes com períodos de jejum prolongado, que é extremamente deletério para a microbiota, um menor consumo de leite materno comparado com bebês a termo e exposição frequente a antibióticos  e a inibidor de bomba de prótons. Então, tudo isso vai levar a uma alteração da microbiota e muitas vezes a uma disbiose e com menor biodiversidade dessa microbiota. E não só isso, como também aumento na expressão dos genes ligados à resistência a antibióticos no trato gastrointestinal. Essa possível disbiose que o bebê prematuro vai desenvolver pode ter algumas consequências graves, para os bebês prematuros, como, por exemplo, o desfecho com enterocolite necrosante, que tem aí uma incidência de cerca de 7% em bebês prematuros abaixo de 32 semanas e com peso menor do que 1500g, com complicações muito importantes: mortalidade cerca de 25%, ressecções cirúrgicas do intestino, síndrome do intestino, curto, além de prejuízos no neurodesenvolvimento. A disbiose também pode predizer o desfecho para sepse neonatal. ?Então surge a pergunta: podemos modular essa microbiota dos prematuros  através do uso dos probióticos  que por definição são  microrganismos vivos que quando consumidos em quantidades adequadas vão conferir um benefício à saúde do hospedeiro). . Na literatura, no período neonatal, são esses os probióticos mais estudados: Bidobacteria, Lactobacilli, Streptococcus thermophiluse entre as leveduras, Saccharomyces boulardii. Quando você vê a literatura de probióticos no período neonatal, você vê diversos estudos, alguns utilizando cepas únicas e outros estudos, usando formulações multicepas. Para o bebê recém-nascido ainda é incerto na literatura se a oferta de probióticos multicepas tem efeitos sinérgicos ou aditivos que vão superar os efeitos benéficos de ofertar apenas uma cepa única. Os resultados dos estudos  na enterocolite necrosante, mostraram nível de evidência de baixa a moderada, não havendo evidência nos bebês <1000gramas (e são esses os mais importantes!!!!). Na mortalidade,  a evidencia foi moderada e na intolerância alimentar, os resultados da literatura são hererogêneos. Nos EUA os probióticos são vendidos como suplementos alimentares e não são regulados pela FDA, além de falta de controle de segurança, de qualidade, de viabilidade (o que está no rótulo não confirma o que está no produto!) Há divergências de recomendações entre diversas Organizações  com diferentes Guidelines. Academia Americana de Pediatria 2021 se posicionaram de forma mais conservadora e menos otimista em relação aos probióticos. Assim, eles se posicionam contra o uso na prática clínica, principalmente em prematuros abaixo de 1000 g por ter uma falta de regulamentação e testes de qualidade e ausência de estudos de segurança a longo prazo, heterogeneidade da população de prematuros dentro da UTI Neonatal, e falha dos estudos randomizados e controlados maiores e mais rigorosos em demonstrar redução de enterocolite e mortalidade. Você pode calcular o número de bebês que você precisar usar probióticos para evitar uma enterocolite necrosante (consulte nos complementos Ravi Patel). Não usamos probióticos na nossa Unidade.