Categoria: Nutrição do Recém-nascido

Peculiaridades no Suporte Nutricional do Prematuro Extremo (I Simpósio de Nutrição do Hospital Educacional da Mulher, Goiânia, 27 de agosto de 2024)

Peculiaridades no Suporte Nutricional do Prematuro Extremo (I Simpósio de Nutrição do Hospital Educacional da Mulher, Goiânia, 27 de agosto de 2024)

Paulo R. Margotto. I Simpósio de Nutrição do Hospital Educacional da Mulher, Goiânia, 27 de agosto de 2024

Apresentação realizada por nós no I Simpósio de Nutrição no Hospital Estadual da Mulher em Goiânia (27/8/2024), na qual salientamos a importância do uso da via oral o mais precoce possível nesses prematuros extremos.  A característica metabólica desses bebês é a intensa proteólise (catabolismo intenso, o dobro em comparação ao do adulto. A Nutrição Enteral (NE) é muito mais efetiva que Nutrição Parenteral (NP) na diminuição efeito proteólise e aumento a incorporação proteica (com a NE plena:   redução de 40% na proteólise). Então COMBINE  NE COM NP. Medo de enterocolite necrosante? A NP aumenta a permeabilidade intestinal com vazamento do trato gastrintestinal  que pode afetar todos os sistemas de órgãos do corpo, incluindo o cérebro, por não alimentar totalmente o bebê e induzir essa resposta inflamatória. Há um aumento de PROTEOBACTÉRIA! AUMENTA O RISCO DE ENTEROCOLITE NECROSANTE! Evite ficar parado e com medo de aumentar a nutrição enteral! A rotina de avaliação do RG antes de todas as refeições pode ser uma prática desnecessária nas UTIN. Quanto ao aspirado verde: quase todos os prematuros tem uma função pilórica deficiente e todas eles, em um momento ou outro vão ter um aspirado gástrico verde. Isto não é contra-indicação para a suspensão da dieta oral. É de fundamental importância acompanhar o crescimento desses bebês e a melhor curva , a partir de 27 semanas, é a INTERGROWTH e o melhor critério de normalidade é manter o Escore Z entre +2 e -2 (mostramos como fazer). Evite fórmulas, pelo aumento significativo (70%) de genes de resistência aos antibióticos. Priorize o leite humano cru (padrão ouro) e na ausência, o pasteurizado. Ao suspender a dieta, RETORNE  O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL!!!Temos que discutir a nutrição nas visitas clínicas. Não temos monitores que nos dizem  quanto estamos acertando   em dar energia  e proteína e outros nutrientes. Nutrição enteral adequada e segura: TAREFA DESAFIANTE! Havendo erros nos artigos, estarão corrigidos em www.paulomargotto.com.br . Passe você também por lá! Nos vemos!

Nutrição Enteral Precoce e Exclusiva em Recém-Nascidos Muito Prematuros

Nutrição Enteral Precoce e Exclusiva em Recém-Nascidos Muito Prematuros

Early and exclusive enteral nutrition in infants born very preterm.Razzaghy J, Shukla VV, Gunawan E, Reeves A, Nguyen K, Salas AA.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2024 Jun 19;109(4):378-383. doi: 10.1136/archdischild-2023-325969.PMID: 38135494 Clinical Trial. Estados Unidos.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os protocolos atuais de alimentação para bebês muito prematuros geralmente envolvem o avanço lento dos volumes de alimentação enteral, o que atrasa o estabelecimento da alimentação enteral completa e prolonga a necessidade de acesso intravenoso e nutrição parenteral. As práticas tradicionais de alimentação enteral persistem em parte por medo de aumentar o risco de enterocolite necrosante (ECN). Elas frequentemente desconsideram evidências sugerindo que estender a duração das alimentações tróficas pode atrasar a maturação gastrointestinal e favorecer a disbiose E CONSEQUENTEMENTE A ECN! Este estudo sugere que a nutrição enteral precoce e exclusiva em bebês muito prematuros leva a mais dias completos de alimentação enteral (número de dias em que os bebês receberam volumes de alimentação enteral >150 mL/kg/dia durante os 28 dias iniciais após o nascimento), melhor ganho de massa magra, maior comprimento na alta e redução dos custos de hospitalização. A nutrição enteral precoce e exclusiva tem o potencial de moldar a maturação gastrointestinal,  melhorar o crescimento  e, finalmente, reduzir os custos de hospitalização.  Implementar práticas alimentares que promovam nutrição enteral precoce e exclusiva logo após o nascimento pode reduzir a necessidade de nutrição parenteral, melhorar os resultados de crescimento e diminuir os custos de hospitalização. É A NUTRIÇÃO ENTERAL QUE  FAZ O INTESTINO CRESCER! Esse tema será abordado com muita ênfase por nós no 1º Simpósio de Nutrição no HEMU, Goiânia, no dia 28 de agosto de 2024.

 

DIRETO AO PONTO-respondendo a questionamentos:IMUNOTERAPIA PELO LEITE CRU DA PRÓPRIA MÃE (TERAPIA OROFARÍNGEA EXPANDIDA)

DIRETO AO PONTO-respondendo a questionamentos:IMUNOTERAPIA PELO LEITE CRU DA PRÓPRIA MÃE (TERAPIA OROFARÍNGEA EXPANDIDA)

Paulo R. Margotto

Unidade de Neonatologia do Hospital Materno Infantil e Brasilia (SES/DF)

O leite (cru) da própria mãe (LMPM)  é a forma mais pura da MEDICINA PERSONALIZADA porque provê à criança que o recebe nutrição individualizada e componente imunomodulatórios de tal modo que, mesmo o leite da mesma espécie (Leite materno de  doadora) pode não prover os mesmos resultados benéficos. Há uma interação do leite cru da própria mãe  com as enzimas da criança receptora (ou vice-versa) a fim de permitir uma reação no RN que é maior do que aquela medida no leite antes de ser oferecido ao bebê. Ou seja, a personalização, em última análise, acontece em decorrência da interação entre a mãe e o bebê (a xantina amilase interage com a xantina salivar e hipoxantina PARA PRODUZIR EFEITO ANTIMICROBIANO PODEROSO! A pasteurização  destrói a enzima amilase xantina. É mais um exemplo da personalização e não teríamos na forma ativa em leite de doadora, afetado pela pasteurização e nem em fórmula. O leite humano, especialmente o colostro, é o melhor primeiro estimulador imunológico em bebês. A colostroterapia (o primeiro leite materno, a primeira vacina!) é uma terapia de fácil aplicabilidade e segura que tem sido administrada em recém-nascidos de extremo baixo peso, a qual consiste na administração orofaríngea de colostro materno cru, com o fim diferente do nutricional, representando um verdadeiro suprimento imunológico em um grupo de bebês que não podem ser alimentados. A administração orofaríngea a cada  4 horas por 8-10 dias não equivale à administração oral. Considerada um complemento e não um substituto da nutrição enteral mínima (NEM). O nosso Protocolo de Colostroterapia, implantado em 2014 está sendo discutidos na Unidade e breve (AGOSTO) disponibilizaremos aqui, inclusive abordando o leite materno cru no contexto atual da literatura. E estamos propondo a extensão da terapia orofaríngea até que recebam a dieta enteral e naqueles bebês que PERMANECEM  EM DIETA ZERO, INDEPENDENTE DO STATUS DE CMV, como bebê cirúrgicos. Sempre vamos priorizar o leite  cru da própria mãe como IMUNOTERAPIA e o leite humano pasteurizado como dieta, EVITANDO SEMPRE QUE POSSÍVEL, o uso de fórmulas (Segundo Cockburn F, 1994, nenhum recém nascido deveria correr o risco de receber fórmula na  UTI Neonatal,  além de que, segundo Pärnänen KMM et al, as fórmulas aumentam a resistência bacteriana (interessante, com a adição fortificante do leite humano para os prematuros, esse achado não ocorreu).

Nutrição Em Recém-Nascido Prematuro Extremo

Nutrição Em Recém-Nascido Prematuro Extremo

Camila Luz, Médica Residente do 5º Ano. Coordenação: Drs.  Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira e Dra Miza Vidigal.

1 em cada 10 nascimentos ocorre prematuramente. O estabelecimento de uma nutrição adequada é reconhecido como uma emergência neonatal, fundamental para que um RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO (RNTP) possa se desenvolver e crescer de forma esperada e saudável. Sendo assim, constitui um dos maiores desafios dentro da Neonatologia.Nessa Apresentação se discuti quando começar, quando avançar, a transição da nutrição parenteral para a nutrição enteral  e de fundamental importância o MONITORAMENTO DO CRESCIMENTO: Velocidade de ganho de peso médio: 17 a 20g/kg/dia; Comprimento: 1,1 a 1,4cm/sem; perímetro cefálico: 0,9 a 1,1cm/sem). Sinais de alerta! ganho de peso < 10g/kg/dia;  não atingir o peso de nascimento até 21 dias  e manutenção do perímetro cefálico em mais de uma medida.

FALTA DE ALIMENTAÇÃO ENTERAL ASSOCIADA À MORTALIDADE NA PREMATURIDADE E ENTEROCOLITE NECROSANTE (ECN)

FALTA DE ALIMENTAÇÃO ENTERAL ASSOCIADA À MORTALIDADE NA PREMATURIDADE E ENTEROCOLITE NECROSANTE (ECN)

Lack of Enteral Feeding Associated with Mortality in Prematurity and Necrotizing Enterocolitis. Jeziorczak PM, Frenette RS, Aprahamian CJ.J Surg Res. 2022 Feb;270:266-270. doi: 10.1016/j.jss.2021.09.028. Epub 2021 Oct 26.PMID: 34715538.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O objetivo principal deste estudo é avaliar o impacto da alimentação enteral na sobrevivência de neonatos prematuros entre 22-29 semanas e ECN. Houve um AUMENTO significativo na taxa de ECN para o grupo incapaz de obter alimentação enteral em comparação com aqueles capazes de obter alimentação enteral (nenhum um único paciente que conseguiu receber alimentação enteral morreu!). A diferença na taxa de infecção bacteriana é de 40,5%, enquanto a diferença na taxa cirúrgica é de 29,4%, sendo os neonatos incapazes de receber alimentação enteral mais altos em ambas as categorias. Existe uma associação significativa entre alimentação enteral e NEC, sobrevivência e taxas de infecção em neonatos prematuros. Estas descobertas apoiam a importância da imunidade intestinal e da microbiota na ECN.Nos complementos, segundo Josep Neu: alimentação trófica precoce não aumenta o risco de ECN ou mortalidade. Então:iniciar a alimentação trófica o mais rápido possível.No entanto, a nutrição parenteral associa-se a maior probabilidade de ECN (devido ao aumento da permeabilidade intestinal  facilitando  a translocação de bactérias devido ao malfuncionamento das junções de oclusões e da maior permeabilidade do trato gastrointestinal!!!). É a nutrição enteral que  faz o intestino crescer. Assim, não devemos ficar parados no 20ml/kg//dia por 5-10 dias. Uma progressão mais rápida da alimentação reduz o uso de nutrição parenteral, reduz o número de dias com acesso central permanente e reduz o tempo para atingir a nutrição enteral completa.  Portanto  o avanço mais rápido da alimentação tem sido  seguro tanto em bebês de baixo peso quanto de muito baixo peso.

 

Estratégias nutricionais atualizadas para otimizar o desenvolvimento do cérebro

Estratégias nutricionais atualizadas para otimizar o desenvolvimento do cérebro

2º Internacional de Neuromonitorização da PBSF  em Neuroproteção e Neuromonitorização Neonatal. Nicholas Embleton (Inglaterra).

Realizado por Paulo R. Margotto.

O crescimento do cérebro  é muito mais expressivo nos bebês em relação aos macacos ( de 24 semanas a 2 anos o cérebro cresce 90% em volume no bebês!). O cérebro humano é 10-20 maior do que o dos animais, porque nos temos a capacidade de crescer o cérebro. O aumento do suprimento nutricional para o recém-nascido de muito baixo peso associou-se com melhora da maturação da substância branca e crescimento da cabeça. A baixa ingesta de energia durante as primeira 4 semanas de vida aumenta o risco de severa retinopatia da prematuridade (ROP). DHA (ácido ducosahexanoico) e ARA (ácido aracdônico) diminui a ROP e melhora a inteligência aos 5 anos de idade. Quanto ao leite materno, de preferência  sempre o da própria mãe, os que o receberam apresentaram maiores volumes cerebrais, amígdala-hipocampo, cerebelo e organização da substância branca (corpo caloso, braço posterior da cápsula interna e cerebelo). O leite da própria mãe reduz doença como displasia broncopulmonar, enterocolite necrosante, levando a menos inflamação e melhor cérebro (maior crescimento cerebral  com maior conectividade à ressonância magnética).

Monografia da Neonatologia-2024 (HMIB/SES/DF):APRESENTAÇÃO:Avaliação nutricional dos recém-nascidos com idade gestacional menor que 28 semanas e sua associação com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar

Monografia da Neonatologia-2024 (HMIB/SES/DF):APRESENTAÇÃO:Avaliação nutricional dos recém-nascidos com idade gestacional menor que 28 semanas e sua associação com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar

Amanda Silva Franco Molinari. Orientadora:  Miza Maria Barreto de Araújo Vidigal. Co-orientação: Profª. Dra. Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira.

Não houve diferenças significativas entre os grupos com e sem displasia broncopulmonar (DBP) quanto ao estado nutricional,  deficiente em ambos os grupos. A incidência de DBP: 31% (1 em cada, 3 DBP grave). Houve um risco aumentado de 2,9 vezes para retinopatia da prematuridade  e de 1,5 vezes para mortalidade nos  bebês com DBP grave, assim como maior tempo de ventilação mecânica, maior número de transfusões e maior tempo de internação nos bebês com DBP.

Monografia da Neonatologia-2024 (HMIB/SES/DF):Avaliação nutricional dos recém-nascidos com idade gestacional menor que 28 semanas e sua associação com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar

Monografia da Neonatologia-2024 (HMIB/SES/DF):Avaliação nutricional dos recém-nascidos com idade gestacional menor que 28 semanas e sua associação com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar

Amanda Silva Franco Molinari. Orientadora: Dra. Miza Maria Barreto de Araújo
Vidigal. Co-orientação: Profª. Dra. Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira

Não houve diferenças significativas entre os grupos com e sem displasia broncopulmonar (DBP) quanto ao estado nutricional,  deficiente em ambos os grupos. A incidência de DBP: 31% (1 em cada, 3 DBP grave). Houve um risco aumentado de 2,9 vezes para retinopatia da prematuridade  e de 1,5 vezes para mortalidade nos  bebês com DBP grave, assim como maior tempo de ventilação mecânica, maior número de transfusões e maior tempo de internação nos bebês com DBP.

 

Os efeitos da nutrição enteral e parenteral precoce na retinopatia da prematuridade: uma revisão sistemática

Os efeitos da nutrição enteral e parenteral precoce na retinopatia da prematuridade: uma revisão sistemática

The Effects of Early Enteral and Parental Nutrition on Retinopathy of Prematurity: A Systematic Review.Mandala VK, Urakurva AK, Gangadhari S, Kotha R Sr.Cureus. 2023 Nov 18;15(11):e49029. doi: 10.7759/cureus.49029. eCollection 2023 Nov.PMID: 38116356 . Review. ARTIGO GRÁTIS!

Apresentação: Iago Silva de Almeida | R4 Terapia Intensiva Pediátrica – HMIB. Coordenação: Carlos Zaconeta

 

O manejo de recém-nascidos prematuros deve considerar o grave problema da retinopatia da prematuridade (ROP). Uma revisão sistemática foi conduzida para reconhecer efetivamente como a nutrição enteral e parenteral precoce afeta o crescimento e a progressão da ROP. O estudo resume descobertas recentes de várias fontes para fornecer informações sobre a relação entre práticas alimentares e riscos de ROP. Quando não tratada, a retinopatia da prematuridade (ROP) pode causar perda grave de visão ou cegueira em recém-nascidos prematuros. As duas últimas fases da progressão da ROP são as mais graves. A nutrição precoce de uma criança, tanto por via oral como intravenosa, tem impacto significativo na gravidade e progressão da ROP. Esta revisão sistemática tem como objetivo examinar as evidências que ligam a nutrição precoce à ROP em bebês prematuros. O estudo utilizou Embase, Scopus e PubMed para conduzir nossa pesquisa. ROP, recém-nascidos prematuros e nutrição foram palavras-chave utilizadas para encontrar artigos relevantes. Nove estudos de pesquisa passaram pelo processo de triagem e ofereceram informações importantes sobre o impacto da dieta na ROP. Estes estudos apoiam a ideia de que a má nutrição é uma força motriz por trás do início da ROP. O risco de ROP tem sido associado ao desenvolvimento pós-natal, hiperglicemia, níveis de ácidos graxos poliinsaturados e presença de leite materno. Descobriu-se também que as perspectivas para a ROP são afetadas pelo período de tempo que o paciente recebeu alimentação parenteral. A incidência e gravidade da ROP podem ser atenuadas proporcionando melhor nutrição aos recém-nascidos prematuros. Este estudo abrangente conclui que a nutrição precoce, tanto enteral quanto parenteral, influencia substancialmente o desenvolvimento e a progressão da ROP em recém-nascidos prematuros. A importância da nutrição nos cuidados neonatais é realçada pela possibilidade de que métodos dietéticos melhorados possam ajudar na prevenção e no tratamento desta doença que ameaça a visão

Ingestão adequada de fósforo na nutrição parenteral previne a doença metabólica óssea da prematuridade em bebês de extremo baixo peso

Ingestão adequada de fósforo na nutrição parenteral previne a doença metabólica óssea da prematuridade em bebês de extremo baixo peso

Appropriate Phosphorus Intake by Parenteral Nutrition Prevents Metabolic Bone Disease of Prematurity in Extremely Low-Birth-Weight Infants. Motokura K, Tomotaki S, Hanaoka S, Yamauchi T, Tomotaki H, Iwanaga K, Niwa F, Takita J, Kawai M.JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2021 Aug;45(6):1319-1326. doi: 10.1002/jpen.1993. Epub 2020 Sep 8.PMID: 32789876.

Apresentação: Karoline Silva de Araujo (R4 Neonatologia/HMIB/SES/DF. Coordenação: Nathalia Bardal.

A doença óssea metabólica (DMO) é um distúrbio comum em bebês com peso extremamente baixo ao nascer (EBPN). No entanto,nenhum estudo investigou se a suplementação de altas doses de cálcio (Ca) e fósforo (P) por nutrição parenteral (NP)previne DMO em bebês com baixo peso ao nascer. Este estudo teve como objetivo identificar o efeito da NP sobre o DMO em bebês com baixo peso ao nascer. Métodos: Nós analisamos retrospectivamente bebês com EBP que foram internados entre abril de 2011 e março de 2017. Os bebês com EBP foram divididos em grupo com baixo P (n = 22) e o grupo com alto P (n = 26) de acordo com a dose de P parenteral. Marcadores bioquímicos e radiológicos de DMO e tratamentos foram analisados. Resultados: A ingestão parenteral média diária de Ca e P na primeira semana foi significativamente maior no grupo com alto P do que no grupo com baixo P (ambos P ≤ 0,001). Os níveis séricos de fosfatase alcalina (ALP) foram significativamente maior no grupo com baixo P do que no grupo com alto P no primeiro mês. Bebês com baixo peso de baixo peso no grupo com baixo teor de P receberam alfacalcidol muito com mais frequência do que aqueles no grupo com alto P. Houve uma tendência de maior taxa de alterações radiográficas no grupo com baixo teor de P do que no grupo com baixo teor de P. Nenhum bebê desenvolveu fraturas ósseas. Conclusão: A ingestão adequada de P pelo NP é necessária para garantir alta ingestão de Ca, reduz os níveis de fosfatase alcalina no primeiro mês e previne DMO por hiperparatireoidismo e não piora os achados radiográficos em bebês​ EBPN.