CPAP no prematuro: Até quando e como retirar?
Douglas da Luz (SP). XXXII Encontro Internacional de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo (16 a 17/5/2025).
Realizado por Paulo R. Margotto.
O uso de CPAP nasal em prematuros é crucial para otimizar o desenvolvimento pulmonar, que ocorre em cinco estágios (embrionário, pseudoglandular, canalicular, sacular e alveolar). O ALONGAMENTO MECÂNICO INTRAUTERINO ESTIMULA O CRESCIMENTO PULMONAR E A PRODUÇÃO DE SURFACTANTE, ESSENCIAIS PARA A FUNÇÃO RESPIRATÓRIA PÓS-NATAL. Bebês prematuros têm menor pico de fluxo respiratório na vida adulta, mas CPAP precoce e estendido (após estabilidade clínica) aumenta a capacidade residual funcional (CRF), volume alveolar e difusão pulmonar, conforme estudos randomizados. Assim, uso de CPAP estendido pode ser uma abordagem terapêutica em um bebê prematuro estável para estimular o crescimento e o desenvolvimento pulmonar, melhorando a função pulmonar ao longo da vida desse indivíduo. Interfaces como prong nasal, máscara nasal e cânula RAM são usadas, com cuidados para evitar lesões de septo, distensão abdominal e intolerância alimentar. O desmame de CPAP, baseado na estabilidade clínica (CPAP < 5 cmH2O, FiO2 < 0,30, sem apneia ou dificuldade respiratória), ocorre idealmente entre 32-33 semanas de idade gestacional pós-menstrua e peso > 1600g. A individualização do tratamento e monitorização contínua são essenciais para evitar hipoxemia transitória. Futuros estudos multicêntricos são necessários para otimizar a duração do uso de CPAP e avaliar impactos a longo prazo na função pulmonar e neurodesenvolvimento.