MANEJO DO RECÉM-NASCIDO COM LESÃO AGUDA RENAL E SOBRECARGA HÍDRICA
Palestra proferida pelo David J Askenazi (EUA) no III Encontro Internacional de Neonatologia realizado em Gramado (RS), entre os dias 13 e 15 de abril de 2023.
Realizado por Paulo R. Margotto
Temos que avaliar o risco e identificar os fatores de riscos para LRA e sobrecarga hídrica. Os dois maiores fatores de risco para LRA neonatal são o parto prematuro e baixo peso ao nascer. Ambos os fatores aumentam o risco de LRA por meio de um caminho comum: nefrogênese prejudicada e dotação reduzida de néfrons, o que leva ao comprometimento da função tubular renal (com desrregulação e desidratação associadas ao equilíbrio de fluidos e eletrólitos) e baixa taxa de filtração glomerular (GFR). Outros fatores de risco comuns de LRA incluem desidratação em neonatos com alta perda insensível de água, certa combinações de medicamentos como vancomicina e piperacilina-tazobactam e neonatos com choque por hiperplasia adrenal ou cardiopatia congênita. Acreditamos que a identificação de eventos de alto risco, com avaliação periódica para LRA durante esses eventos, pode melhorar os resultados.Assim, nesses pacientes dever ser obtida a creatinina sérica (SCr) e monitorada a produção de urina. O uso do programa Nephrotoxic Injury Negated by Just-in-time Action- Lesão Nefrotóxica Negada por Ação na Hora Certa ( NINJA) foi eficaz na redução das taxas de LRA em neonatos na UTIN, com uma alta taxa de vigilância de SCr nos pacientes com medicações nefrotóxicas. A avaliação da resposta está no débito urinário (DU) E SCr. Quando à creatinina não está caindo, talvez esteja ocorrendo algo e pode ser um alerta. A mensagem que deixo é: procure lesão renal aguda, procures padrões e tendências. Use o Balanço Hídrico como um sinal vital! À medida que avançamos na resposta dos pacientes que recebem líquidos, realizamos esse mnemônico “CAN-UP-LOTS” (Causa, albumina, medicações nefrotóxicas, acido úrico, ultrafiltração, perfusão Lasix stress test, débito urinário, total de ingesta de fluido e esteroide). Recomendamos, quando possível o uso da SCr e o DU (identifica pacientes com maior risco de morbidade e mortalidade). Na Reabilitação, é preciso saber que esses bebês que saem da UTI neonatal têm risco de lesão renal crônica, principalmente os prematuros extremos e os pequenos para a idade gestacional. Esses bebês, precisam de monitoração da pressão arterial, função renal e da proteinúria. Quando os rins não funcionam você se torna a máquina de homeostase. SE ENVOLVA NA SUA UTI, talvez você não possa mudar tudo o que está acontecendo quanto ao manejo renal, mas tente encontrar 2-3 daqueles 5 R´s que mencionei e tente melhorar a Assistência aos seus pacientes.