MONOGRAFIA-UTI PEDIÁTRICA 2023-PROGRESSÃO DA NUTRIÇÃO ENTERAL PRECOCE EM PACIENTES EM VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL

MONOGRAFIA-UTI PEDIÁTRICA 2023-PROGRESSÃO DA NUTRIÇÃO ENTERAL PRECOCE EM PACIENTES EM VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL

Kamilla Tuanny Braudes de Sinai.  Orientador: Alexandre Peixoto Serafim (Supervisor do PRM em Terapia Intensiva Pediátrica).

Introdução: A nutrição enteral é o método preferido de alimentação sempre que possível porque é mais fisiológica e tem uma taxa reduzida de complicações em comparação com nutrição parenteral total. Os pacientes têm uma menor prevalência de sangramento gastrointestinal e infecção, uma duração mais curta de ventilação e menor taxa de mortalidade. Apesar dos benefícios possíveis, há pouca padronização
do processo de início e progressão do volume da dieta enteral prescrita.
Objetivo: Avaliar a introdução e progressão da terapêutica nutricional dos pacientes pediátricos submetidos à ventilação mecânica na unidade de terapia intensiva pediátrica. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, sendo realizado a partir de coleta de dados gerados pelo sistema de prontuário
eletrônico da secretaria de saúde do DF, TrakCare
®. Os prontuários analisados foram referentes aos pacientes menores de 15 anos, internados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e em ventilação mecânica invasiva nas primeiras 24 horas de internação. Foram excluídos do estudo pacientes com patologias intra-abdominais; pacientes cardiopatas ou neuropatas devido a dificuldade em avançar com a dieta; além dos pacientes que estiveram em ventilação mecânica não invasiva ou em ar ambiente nas primeiras 24h; e os pacientes que morreram nas primeiras 24h dentro da UTI pediátrica. Os pacientes selecionados foram divididos em dois grupos. O grupo I foi composto por pacientes que atingiram 50% da meta aguda e o grupo II foi composto por pacientes que não atingiram os 50%, ambos nas primeiras 24h de internação. Resultados: Durante o período de realização do estudo (setembro a dezembro de 2022) foram identificados 168 pacientes que estiveram internados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília (UTIP-HMIB), 74 pacientes atenderam aos critérios de inclusão para este estudo. 32,4% dos pacientes foram incluídos no grupo I e 73% no grupo II. Conclusão: Os pacientes com progressão mais rápida da dieta não apresentaram maior incidência de efeitos adversos gastrointestinais. Ainda, a progressão mais rápida da dieta não alterou o tempo de ventilação mecânica. Foi observada associação entre indicadores de gravidade, como uso de drogas vasoativas e presença de bacteremia com progressão mais lenta da dieta. Dois terços da amostra observada atingiram pelo menos 80% da meta aguda de nutrição enteral com 48 horas de internação.