Uso excessivo de medicamentos para refluxo em neonatos
Overuse of reflux medications in Neonates. Ratnasamy K, Mostamand S.Semin Perinatol. 2025 Oct 10:152160. doi: 10.1016/j.semperi.2025.152160. Online ahead of print.PMID: 41076374. Review.
Realizado por Paulo R. Margotto
O artigo aborda o uso excessivo de medicamentos para refluxo gastroesofágico (RGE) em neonatos, especialmente prematuros, destacando a distinção entre RGE fisiológico (comum e auto-limitado até 12 meses) e doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que causa sintomas problemáticos como regurgitação excessiva, choro inexplicável e complicações respiratórias. A prevalência é alta em UTINs (10-37% dos neonatos recebem tratamento), impulsionada por sintomas vagos e diagnóstico empírico, com custos econômicos elevados (até US$ 70.000 adicionais por caso). Apesar de diretrizes da NASPGHAN recomendando abordagens não farmacológicas iniciais (como modificações alimentares e posicionamento), há variação significativa nas práticas, com supressores ácidos (H2RAs e IBPs) sendo os mais prescritos, embora evidências mostrem pouca eficácia em reduzir sintomas e riscos como infecções, alterações no microbioma, hipomagnesemia e fraturas ósseas. Outros agentes, como alginatos e procinéticos (ex.: metoclopramida), têm dados limitados e efeitos adversos graves. Os autores enfatizam a necessidade de diagnóstico objetivo (ex.: impedância-pH intraluminal multicanal [pH/MII]), tomada de decisão compartilhada e administração institucional para reduzir o uso excessivo, priorizando cuidados conservadores e testes curtos de medicação apenas quando necessário.
