Variações no alvo de saturação de oxigênio e Triagem da retinopatia da prematuridade ,Retinopatia da Prematuridade e Critérios de tratamento Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: uma pesquisa internacional

Variações no alvo de saturação de oxigênio e Triagem da retinopatia da prematuridade ,Retinopatia da Prematuridade e Critérios de tratamento Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: uma pesquisa internacional

Variations in Oxygen Saturation Targeting, and Retinopathy of Prematurity Screening and Treatment Criteria in Neonatal Intensive Care Units: An International Survey.Darlow BA, Vento M, Beltempo M, Lehtonen L, Håkansson S, Reichman B, Helenius K, Sjörs G, Sigali E, Lee S, Noguchi A, Morisaki N, Kusuda S, Bassler D, San Feliciano L, Adams M, Isayama T, Shah PS, Lui K; on behalf of the International Network for Evaluating Outcomes (iNeo) of Neonates.Neonatology. 2018;114(4):323-331. doi: 10.1159/000490372. Epub 2018 Aug 8.PMID: 30089298.Similar articles.

Apresentação: Bárbara Valadão Junqueira, Eduarda Vidal Rollenberg  e Tayane Oliveira Pires. Coordenação:Paulo R. Margotto.

  • A incidência de retinopatia da prematuridade-retinopaty of prematurity (ROP) no recém-nascidos (RN) entre 24-27 semanas, varia em diferentes Centros Neonatais (4,4 a 30,4%). Diferentes práticas de cuidados  e critérios de tratamento estão entre os possíveis fatores contribuintes nessas variáveis observadas. No entanto recentes publicações  sobre os alvos de saturação de oxigênio (SpO2) em prematuros tem feito com que muitos Centros tenham revisto e mudado seus alvo alvos. Na identificação de possíveis fatores contribuintes para a  variação observada nas taxas de ROP graves e tratadas, os pesquisadores analisaram os dados do Centro Internacional para Avaliação de Resultados em Neonatos (iNeo), com participação de 390 Centros de 11 países. Foram especificamente avaliada a saturação limite de oxigênio e qualquer mudança recente, o critério para rastreamento da ROP, os exames iniciais de retina, o uso de fotografias digitais e os critérios de tratamento. Os autores identificaram  uma variação considerável nas metas de SpO2, tanto dentro das Redes quanto entre os países, apesar das recentes mudanças feitas por muitas UTI Neonatais para adotar metas mais altas de SpO2, com o limite superior mais frequentemente estabelecido em 94-95%, e o limite inferior em 90%, além de uma tendência a reduzir os alvos de SpO2. Há também  considerável variação nos critérios para a  triagem  e tratamento para retinopatia da prematuridade dentro das Redes como entre os países.  Em 2015, em comparação com o estudo anterior, menos UTI Neonatais definiram seus alvos como > 95% ou < 85%. Pesquisas colaborativas em andamento são necessárias para identificar e monitorar os efeitos das mudanças nas práticas neonatais e otimizar os resultados para bebês muito prematuros. Nos links uma trajetória de 13 anos sobre esse importante tema na UTI Neonatal: do estudo SUPPORT, cuidados devem ser tomados quanto aos alvos de saturação de oxigênio, uma vez que os baixos níveis podem levar ao aumento da mortalidade (aumento de 1 morte para cada 2 casos de retinopatia severa evitados no grupo com menores alvos de saturação de oxigênio.
  • Segundo Bancalari, a saturação do oxímetro de pulso está nos fornecendo valores que variam 2-3% acima da saturação verdadeira medida pela gasometria arterial. Não há uma resposta clara do porque deste erro, entretanto é mais uma razão para evitarmos saturações muito baixas, pois a saturação do oxímetro pode estar  superestimando a saturação verdadeira, podendo ser que a PaO2 deste RN seja muito mais baixa  que ele esteja tendo e muito baixo do que realmente pensamos estar numa faixa de conforto par este bebê. RN em uso de dopamina, a SpO2 é maior que a Saturação de O2 pela gasometria! Segundo Sola, temos que evitar a HIPEROXEMIA (a causa dessa somos nós mesmos e assim, esse problema está em nossas mãos!). Altos níveis de oxigênio associam-se a severas morbidades, como displasia broncopulmonar,  deficiente crescimento, déficits visuais, paralisia cerebral, desabilidades neurossensoriais e cognitivas, deficiências comportamentais e educacionais, além do aumento do risco de câncer na infância (RR: 2,87;IC a 95%: IC 95% 1.46- 5.66). Segundo Sausgtad, restringir a suplementação de oxigênio na esperança de reduzir a morbidade não tem nenhum benefício importante e tem um risco de mortalidade inaceitável. A mortalidade e enterocolite necrosante (NEC) são significativamente maiores em pacientes com baixa saturação (risco relativo, RR 1,16 e 1,24, respectivamente), enquanto a retinopatia da prematuridade (ROP) é ​​reduzida (RR 0,74), felizmente sem alteração taxa de cegueira.  O “dilema do oxigênio” nos  bebês imaturos não está ainda resolvido, mas parece razoável priorizar a sobrevivência e menos enterocolite necrosante e retinopatia da prematuridade, que muitas vezes é tratável. Portanto, as metas de saturação devem ter como meta 90-94 / 95%. Limites de alarme deve ser apertado, por exemplo 89 e 95%. Bebês com restrição do crescimento intrauterino bebês devem ser mantidos com níveis elevados  dentro desta faixa, tentando evitar flutuações especialmente durante os primeiros 3 dias de vida. Metanálise recente de Askie mostrou que a menor faixa alvo de SpO2 foi associada a um maior risco de morte e enterocolite necrosante, mas um menor risco de tratamento de retinopatia da prematuridade. Entre nós em outubro de 2018, o Dr. Guilherme Sant`Anna (Canada) trouxe-nos a ideia do PROJETO COALA (Controlando Oxigênio Alvo Ativamente),  com alarmes entre 89% e 95%,devendo ser colocado em cada monitor da Unidade. Segundo Sola, o oxigênio é a droga mais usada na Neonatologia, por isto que é difícil modificar os hábitos. A questão é descobrir os erros e não a verdade (Karl Popper). A verdade é mutável. Temos sempre que descobrir os erros na nossa Unidade de Neonatologia e à luz das evidências, corrigí-los diuturnamente.