Mês: julho 2018

CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO

CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO

Marcela Soares Silva Ferreira.

Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Hospital de Ensino Materno Infantil de Brasília/SS/DF,  4a Edição, 2018, em Preparação.

A Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNAF ou CAF) é um tipo de suporte não invasivo que vem tendo seu uso difundido em Neonatologia há cerca de uma década. É um dispositivo que oferta gás aquecido e umidificado,com fluxo constante e em alta velocidade, através de pequenas cânulas.               Os mecanismos através dos quais o uso dessa terapia afeta o sistema respiratório e altera a troca de gases ainda não estão totalmente esclarecidos, mas estudos apontam para os seguintes fatores:               -Lavagem do espaço morto nasofaríngeo, facilitando a eliminação de CO2 e melhora da oxigenação;               – Diminuição do trabalho respiratório através da combinação do fluxo ofertado com o fluxo inspiratório, o que diminui consideravelmente a resistência inspiratória;               -Aquecimento e umidificação adequados dos gases, melhorando a condução e a conformidade pulmonarem comparação com o gás seco e refrigerado;               – Pressão de distensão positiva gerada a partir dofluxo alto na nasofaringe, proporcionando recrutamento pulmonar.               Além disso, a CNAFtem tido boa aceitação nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais por ser de uso fácil, mais suave, diminuir drasticamente a incidência de lesão nasal, ser bem tolerada pelos pacientes, ter boa aceitação entre os pais e profissionais e parecer ser uma boa alternativa para a pressão positiva nasal contínua nas vias aéreas (CPAPn).

Crescimento e marcadores bioquímicos de recém-nascidos prematuros até os seis meses de idade corrigida

Crescimento e marcadores bioquímicos de recém-nascidos prematuros até os seis meses de idade corrigida

 

Barreto GMS, Balbo SL, Rover MS  et al. J Human Growth Dev 208;28(1):18-26.

Crescimento e marcadores bioquímicos de recém- nascidos … – USP www.journals.usp.br/jhgd/article/download/138687/138681. Artigo Integral!

Apresentação:Letícia Rodrigues de Moraes. Coordenação: Miza Vidigal

Com o avanço tecnológico e científico, muitos recém-nascidos extremamente prematuros estão sobrevivendo, após passarem longo tempo na UTI Neonatal e sujeitas a várias complicações da própria prematuridade e dos procedimentos e manipulações a que são submetidas. Entre as complicações estão as que afetam o crescimento, um processo contínuo resultante da interação de fatores genéticos, hormonais, ambientais e nutricionais. As alterações no crescimento pós-natal podem levar ao retardo de crescimento e a problemas crônicos na infância, adolescência e vida adulta (obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, Diabetes Melittus  tipo  2   e  dislipidemia, cujo conjunto se resume em Síndrome Metabólica (SM), sendo a resistência á insulina, a base para todas essas alterações.Esse quadro corrobora com a atual compreensão de que as doenças na fase adulta podem ser de origem fetal (a desnutrição intrauterina e o baixo peso ao nascer associados a alterações no crescimento pós-natal  são os predisponentes). Em um período de 1 ano e meio (2015-2016) os presentes autores avaliaram de forma prospectiva  o perfil metabólico de recém-nascidos prematuros após alta da UTI no primeiro ano de idade corrigida. Os autores relataram   que as concentrações  plasmáticas  de  triglicerídeos  e colesterol  foram  significativamente  diferentes (p<0,0001)   com   aumento   gradativo   nesse período, enquanto que a insulinemia reduziu no mesmo período de avaliação (p=0,024).A glicemia manteve-se estável neste período. A dinâmica  do  crescimento  do  recém-nascido prematuro é de aceleração máxima entre as 36-40 semanas de idade pós concepcionais, apresentando o maior catch-up, ou seja, maior velocidade de crescimento entre 24 a 36 meses, quando atingem percentis de normalidade nas curvas de referência. Os autores também relataram uma desaceleração do crescimento do perímero cefálico (PC), entre o primeiro e terceiro mês após a alta hospitalar com recuperação lenta até o sexto mês deidade corrigida, um fator preocupante. Elevadas concentrações de triglicerídeos em nascidos prematuros aumentam o risco do  desenvolvimento  de  doenças  cardiovasculares  no futuro, assim, deve se investir em ações que promovam nutrição adequada a essas crianças desde seu nascimento para minimizar os riscos de doenças crônicas futuras. Faz-se necessário o incentivo ao aleitamento materno que é um fator protetor contra a SM. No acompanhamento destes bebê prematuros faz-se necessário a avaliação do perfil lipídico, uma vez que são candidatos a maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. O retardo do crescimento extrauterino (RCEU) nesses bebês prematuros é uma realidade.Nos links trouxemos relevantes informações a respeito da importância do conhecimento da Programação Nutricional do feto e recém-nascido (a importância do início precoce de adequadas ofertas de aminoácidos e lipídeos  já na primeira prescrição da nutrição parenteral, assim como o início precoce da nutrição enteral e não ter medo de  avançar (é essa que  faz o intestino crescer!). Ter em mente que tratamos “fetos fora do útero” Boher).Segundo Cooke R, todos os neonatologistas sabem nutrir o prematuro (e todos fazem de forma diferente!) e o resultado é  que quase 100% deixam a UTI com retardo do crescimento. A falta de nutrição em uma etapa crítica do desenvolvimento pode limitar o tamanho do cérebro, número de células, defeitos estruturais e complicações mais tardias que envolvem o desenvolvimento cognitivo (aprendizado, memória,), segundo Willian Ray. Uma das atribuições mais importantes do médico neonatologista é o gerenciamento nutricional individualizado no cuidado do recém-nascido. A nutrição precoce em bebês prematuros pode ser segura, eficaz e pode prevenir morbidade. O crescimento é importante, mas também precisamos considerar o neurodesenvolvimento a longo prazo e outras consequências.

Suporte nutricional para o bebê de extremo baixo peso: Implicações para mais que apenas crescimento (Nutrition Support for the ELBW Infant: Implications for More than Just Growth)

Suporte nutricional para o bebê de extremo baixo peso: Implicações para mais que apenas crescimento (Nutrition Support for the ELBW Infant: Implications for More than Just Growth)

Josef Neu. 11o Simpósio Internacional do Rio de Janeiro, 20-23 de junho de 2018

Atualmente , os  prematuros extremos estão sobrevivendo mais surfactante, técnicas ventilatórias, etc), mas estamos atrasados nossa capacidade de alimentá-los e parte  do problema está em nós mesmos e não  nos bebês. ´Há alguns  dogmas que  desenvolvemos na última técnica, como o atraso na oferta de aminoácidos e lipídios com aumentos muito graduais.Usamos muitas desculpas, sem base em evidências, para segurar a alimentação enteral, pois temos medo da nutrição enteral. ´Temos medo de iniciar precocemente lipídeos devido a: hiperbilirrubinemia, sepse, hipertensão pulmonar, doença pulmonar, doença hepática, trombocitopenia, risco de aumento dos triglicerídeos. 

É a nutrição enteral que faz o intestino crescer!Em nutrição parenteral total sem nutrição enteral o intestino não cresce, além de aumentar a permeabilidade intestinal (aumenta o risco de infecção pelo aumento de translocação de bactérias) e de não aumentar os hormônios gastrintestinais. O crescimento é importante, mas também precisamos considerar o neurodesenvolvimento a longo prazo e outras consequências

Análise dos fatores de risco relacionados à ocorrência de hemorragia intracraniana nos recém-nascidos prematuros de uma UTI Neonatal.

Análise dos fatores de risco relacionados à ocorrência de hemorragia intracraniana nos recém-nascidos prematuros de uma UTI Neonatal.

Autora: Aline Damares de Castro Cardoso . Coordenação: Paulo R. Margotto e Joseleide de Castro

Nesta coorte de 163 RN pré-termos entre 25 semanas e 32 semanas e 6 dias, a hemorragia intraventricular (todos os graus) ocorreu em 15,30%. Os fatores associados estatisticamente significativos estudo foram: o peso menor que 1000g, a presença de doença da membrana hialina, o uso da ventilação mecânica acima de 2 dias e o uso de surfactante pulmonar exógeno.

 

CRESCIMENTO PÓS-NATAL DO PREMATURO: USO DE CURVAS

CRESCIMENTO PÓS-NATAL DO PREMATURO: USO DE CURVAS

Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira

Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Hospital Materno Infantil de Ensino/SES/DF, 2018, em Preparação.

Consequências da restrição do crescimento extrauterino

Fatores nutricionais que operam no início da vida exercem fortes efeitos sobre a fisiologia e o metabolismo na vida adulta. Existem dois mecanismos básicos para o surgimento de alterações transitórias ou permanentes, inclusive possíveis desfechos indesejados relacionados à desnutrição precoce:

  1. Plasticidade do desenvolvimento: o fenótipo inicial pode ser alterado por uma série de influências no ambiente. É o que acontece, por exemplo quando há macrossomia do filho de mãe diabética ou quando há adaptação chamada restrição do crescimento por falta de nutrientes no ambiente intrauterino.
  2. Programação do desenvolvimento: efeito duradouro e até vitalício sobre a estrutura e/ou função do organismo secundário a um estímulo ou insulto aplicado numa fase crítica ou sensível do desenvolvimento. Relação observada, por exemplo, entre a testosterona e o surgimento da genitália masculina externa.
Discussão Clínica: Síndrome cardíaca pós-ligadura do canal arterial; Palestras do 7o Simpósio Internacional de Neonatologia; Gel de dextrose e hipoglicemia; Concentrações séricas do paracetamol por via oral para o fechamento do canal arterial

Discussão Clínica: Síndrome cardíaca pós-ligadura do canal arterial; Palestras do 7o Simpósio Internacional de Neonatologia; Gel de dextrose e hipoglicemia; Concentrações séricas do paracetamol por via oral para o fechamento do canal arterial

Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília/SES/DF