Mês: outubro 2018

Convulsões na Infância Após Fototerapia

Convulsões na Infância Após Fototerapia

Childhood Seizures After Phototherapy.Newman TB, Wu YW, Kuzniewicz MW, Grimes BA, McCulloch CE.Pediatrics. 2018 Oct;142(4). pii: e20180648. doi: 10.1542/peds.2018-0648.PMID: 30249623.Similar articles.

Apresentação: Alex Minoru, Débora Fulgêncio, Gleycon Alves. Coordenação: Paulo R. Margotto.

 

  • A partir de um estudo recente dinamarquês que mostrou aumento significativo de epilepsia na infância confinada aos meninos, os presentes autores investigaram a associação entre fototerapia e o desenvolvimento de convulsões e epilepsia (após 60 dias de vida) numa coorte da LIGHT (Late Impacto of Getting Hyperbilirubinemia or photo Therapy) envolvendo, após exclusões,   496632 crianças (≥35 semanas), fazendo o controle dos níveis de bilirrubina e fatores confundidores. Dessa, 37683 (7,6%) receberam fototerapia e 3153 (0,63%) indivíduos apresentaram pelo menos um episódio de convulsão e pelo menos uma prescrição de drogas anti-epilépticas. As taxas brutas de incidência por 1000 pessoas-ano foi de 1,24 para as expostas à fototerapia e  0,76 para as não expostas à fototerapia. Com o ajuste para os níveis de bilirrubina e outras covariáveis, a razão de risco para convulsões diminuiu para Não se encontrou associação entre fototerapia e convulsões febris. 1,22 (IC a 95% de 1,05-1,42), mas permaneceu estatisticamente significativa. O sexo masculino foi associado a aproximadamente 20% de aumento no risco de convulsões. Como a fototerapia pode aumentar o risco de convulsões futuras não está claro.  A bilirrubina não é a única molécula que pode ser afetada pela aplicação da luz.  A fototerapia causa danos ao DNA,  gera radicais livres e estresse oxidativo,  altera os níveis de citocinas.  Esses fatores podem de favorecer a lesão de células neurais ou gliais, que podem predispor a convulsões. A aparente maior suscetibilidade nos meninos, tanto lesões induzidos por fototerapia ou para desenvolver epilepsia como um resultado deles, é consistente com diferenças sexuais na suscetibilidade à lesão perinatal e para vários tipos de epilepsia induzidos experimentalmente relatada em animais de laboratório. Interessante que embora alguns pesquisadores sugeriram a possibilidade de neurotoxicidade devido a níveis moderados de hiperbilirrubinemia, os resultados deste estudo sugerem que usando fototerapia para tratar níveis inferiores aos indicados de bilirrubina para evitar exsanguineotransfusão pode realmente aumentar o risco de neurotoxicidade.
  • Nos links discutimos a relação entre fototerapia e câncer infantil: há consistente associação, relevância clínica (maiores limites do intervalo de confiança)  e significância  significância estatística entre múltiplas admissões para fototerapia e leucemia mielóide, sugerindo ser prudente evitar fototerapia desnecessária, especialmente em crianças com Síndrome de Down (elevado risco-45,95 vezes- de leucemia), sugerindo ser prudente evitar fototerapia desnecessária, especialmente em crianças com Síndrome de Down.Estes dados sugerem que a fototerapia pode não ser inofensiva, e que os riscos, bem como os benefícios devem ser pesados ​​antes de ligar a fototerapia (principalmente se níveis de bilirrubina abaixo das diretrizes de tratamento atuais). Para os prematuros extremos devemos ter cuidado: Os neonatos imaturos e muito pequenos possuem pele gelatinosa e fina, onde a luz vai penetrando facilmente e alcançando mais profundamento o subcutâneo, podendo causar  lesão oxidativa nas membranas celulares e DNA do prematuro, com aumento da mortalidade nos RN entre 5001-750g (risco relativo de 1,19 com IC a 95% de 1,01-1,39), com probabilidade de 99% de mortalidade! A hemoglobina possui um espectro de absorção que coincide com o da bilirrubina e assim, compete pela luz com a bilirrubina (RN com hematócritos mais baixos, mais luz estará disponível para a penetração). Nestes RN pré-termos extremos cuidado com o uso de fototerapia de alta irradiância (inicie com níveis mais baixos de irradiância e conheçam o hematócrito!). Pense na fototerapia como uma droga que deve ser administrada na dose adequada.
Ventilação mecânica e cuidados das vias aéreas: A experiência da Universidade Columbia (Conventional Mechanical Ventilation of Neonates – Columbia Way)

Ventilação mecânica e cuidados das vias aéreas: A experiência da Universidade Columbia (Conventional Mechanical Ventilation of Neonates – Columbia Way)

Jen-Tien Wung, M.D., FCCM. Neonatal Intensivist. Professor of Pediatrics Columbia University Medical Center. New York (CHONY)

1º Simpósio Internacional de Neonatologia do Distrito Federal, 1º Simpósio Internacional de Neonatologia do HMIB ”DR. PAULO ROBERTO MARGOTTO” (25 a 27 de outubro de 2018)

Hipertensão Pulmonar Persistente no Recém-Nascido (Persistent Pulmonary Hypertension of the Newborn [PPHN] – Persistent Fetal Circulation [PFC])

Hipertensão Pulmonar Persistente no Recém-Nascido (Persistent Pulmonary Hypertension of the Newborn [PPHN] – Persistent Fetal Circulation [PFC])

Jen-Tien Wung, M.D., FCCM. Neonatal Intensivist Professor of Pediatrics Columbia University Medical Center New York City (CHONY)

1º Simpósio Internacional de Neonatologia do Distrito Federal, 1º Simpósio Internacional de Neonatologia do HMIB “DR.PAULO ROBERTO MARGOTTO” (25-27 de outubro de  2018)

História da Neonatologia no Hospital Materno Infantil de Brasília

História da Neonatologia no Hospital Materno Infantil de Brasília

Paulo R. Margotto

1º  Simpósio Internacional de Neonatologia do Distrito Federal, 1º  Simpósio Internacional de Neonatologia do HMIB “DR. PAULO ROBERTO MARGOTTO” (25 a 27 de outubro de 2018)

Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos
ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente
aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.
Cecília Meireles

 

Probióticos: existe espaço para eles na UTI Neonatal?

Probióticos: existe espaço para eles na UTI Neonatal?

Paulo R. Margotto

1o Simpósio Internacional de Neonatologia do Distrito Federal. 10 Simpósio Internacional de Neonatologia do HMIB “Dr. Paulo R. Margotto” 25 a 27 de outubro de 2018

Não temos usado probióticos nos recém-nascidos pré-termos de risco para enterocolite necrosante, tal como a expressiva maioria dos Centros Neonatais do Brasil, apesar dos resultados favoráveis das metanálises.

Acreditamos que seria inoportuna comparar o uso de probióticos a estratégias solidamente estabelecidas como o  uso de surfactante e corticosteróides antenatais,como  proposto pelo australiano Tarnow-Mordi W em recente Editorial publicado online no Journal of Pediatrics (2014).

Ainda há incertezas não totalmente resolvidas, como:clareza nas preparações dos probióticos, diversas espécies com diferentes efeitos, dosagem, vivos ou atenuados, falta de regulação federal dos probióticos como aditivos alimentares ou droga, número insuficiente  de recém-nascidos<1000g para a avaliação (maior risco de enterocolite necrosante), menor taxa de uso de leite humano nos estudos   e o desconhecimento de efeitos a longo prazo da alteração da microbiota intestinal.

Usamos precocemente na nossa Unidade colostro e leite da própria mãe  o mais precoce possível para estes recém-nascidos de risco, (iniciando nas primeiras 24 se possível) evidência sólida de que estamos promovendo  o crescimento das bifidobactérias (inibe o crescimento de coliformes e outros organismos potencialmente  patogênicos).

A administração de probióticos nesses pacientes pode influenciar a longo prazo do padrão bacteriano.