Mês: novembro 2024

MON0GRAFIA NEONATOLOGIA DO HMIB-2024: ESTUDO DE LIMITE DE VIABILIDADE EM UMA UTI NEONATAL TERCIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

MON0GRAFIA NEONATOLOGIA DO HMIB-2024: ESTUDO DE LIMITE DE VIABILIDADE EM UMA UTI NEONATAL TERCIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Gabrielly Nascimento Ferreira. Orientador: Evely Mirela S. França.

Fatores cruciais para uma abordagem perinatal ativa são tanto obstétricos quanto neonatais.

  • As intervenções obstétricas consideradas como indicadores para uma abordagem eficaz são parto em hospital especializado, ciclo completo de esteróides pré-natais, parto cesáreo e tratamento tocolítico.
  • Quando os partos são realizados em hospitais especializados aumenta as chances de vida dos RNs no limite da viabilidade em 40%, sendo essa 10% maior do que quando o parto é realizado em um centro não especializado.
  • Além disso, o aconselhamento pré-natal adequado, com tomada de decisão personalizada e consistente com os desejos dos pais, é a abordagem preferida.

Neste estudo, foi encontrado que o limite de viabilidade seria de prematuros acima de 24 semanas, e tendo como “zona cinzenta” o período gestacional de 23 semanas a 23 semanas e 6 dias, sendo o óbito associado ao quadro de hemorragia pulmonar e quando classificado como pequeno para idade gestacional. Concluímos que em um período de 10 anos, foi reduzido o limite de viabilidade em 2 semanas

  • Fragilidades do Estudo:
  • Esse estudo apresenta algumas fragilidades. Além de ser um estudo retrospectivo, com análise de dados em prontuário eletrônico, o número da amostra foi relativamente pequeno, selecionados dentro de um único serviço de saúde.
Corioamnionite materna e risco de enterocolite necrosante nos Estados Unidos: um estudo de coorte nacional

Corioamnionite materna e risco de enterocolite necrosante nos Estados Unidos: um estudo de coorte nacional

Maternal chorioamnionitis and the risk for necrotizing enterocolitis in the United States: A national cohort study.

Farghaly MAA, Alzayyat S, Kassim D, Taha SA, Aly H, Mohamed MA.Early Hum Dev. 2024 Oct;197:106108. doi: 10.1016/j.earlhumdev.2024.106108. Epub 2024 Aug 22.PMID: 39178630 Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R, Margotto.

Este é o maior estudo a avaliar a corioamnionite como um fator de risco para enterocolite necrosante (NEC) com base em um conjunto de dados de quase 19 milhões de bebês prematuros e nascidos a termo. A corioamnionite foi associada a um aumento na incidência de NEC (OR ajustada de 1,12 com IC a 95% de 1,02-1,15), principalmente na faixa de peso entre  2500 e 4599 g (OR ajustada de  1,61 com IC a 955% de 1,44-1,80). Vários mecanismos poderiam explicar plausivelmente a associação de corioamnionite com aumento de NEC. Fatores significativamente associados com aumento de NEC e encontrados em conjunto na corioamnionite incluíram:  infiltração de células polimorfonucleares do cordão umbilical,   reação em cadeia da polimerase microbiana positiva do líquido amniótico, colonização por Ureaplasma urealyticum e aumento de interleucina IL-6 e IL-8 no sangue do cordão umbilical. Pesquisas futuras, com base nessas descobertas, podem ser fundamentais para orientar os profissionais de saúde sobre o tratamento de pacientes grávidas com corioamnionite e a prevenção e tratamento de casos de NEC.

Análise clínica da terapia com óxido nítrico inalatório em recém-nascidos prematuros em diferentes idades gestacionais: um estudo multicêntrico retrospectivo nacional

Análise clínica da terapia com óxido nítrico inalatório em recém-nascidos prematuros em diferentes idades gestacionais: um estudo multicêntrico retrospectivo nacional

Clinical Analysis of Inhaled Nitric Oxide Therapy in Preterm Infants at Different Gestational Ages: A National Retrospective Multicenter Study. Liang GB, Wang L, Huang SQ, Feng BY, Yao ML, Fan XF, Wang MJ, Zhu L, Zhang J, Zheng Z, Zhu Y, Shen W, Duan WL, Mao J, Wu F, Li ZK, Xu FL, Ma L, Wei QF, Liu L, Lin XZ.Am J Perinatol. 2024 Oct 8. doi: 10.1055/a-2419-0021. Online ahead of print.PMID: 39379026 Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os dados clínicos de 434 bebês prematuros com IG  < 34 semanas, tratados com iNO nos departamentos de neonatologia de oito hospitais terciários de Classe A na China durante um período de 10 anos de janeiro de 2013 a dezembro de 2022, foram incluídos nesta investigação multicêntrica retrospectiva. Os bebês foram divididos em três grupos com base na idade gestacional (IG): 24 a 27 semanas (bebês extremamente prematuros), 28 a 31 semanas (bebês muito prematuros) e 32 a 33 semanas (bebês prematuros moderados). O uso de iNO foi mais prevalente em bebês com menor IG. O efeito do tratamento foi geralmente ruim em todos os estratos de IG. Isso pode ser devido à displasia alveolar, pois esses bebês prematuros estão nos estágios canalicular e sacular inicial do desenvolvimento pulmonar. A baixa eficácia do iNO pode estar relacionada à ausência de hipertensão pulmonar em bebês prematuros diagnosticados com insuficiência respiratória hipóxica. Esse estudo examinou complicações de curto prazo em bebês prematuros tratados com iNO e encontrou as maiores taxas de infecção de início tardio, ROP necessária para intervenção, hemorragia intraventricular (HIV) graus 3 ou 4, leucomalácia periventricular, enterocolite necrosante (≥estágio II) e DBP (moderada a grave) em bebês extremamente prematuros. Essas taxas aumentaram conforme a IG diminuiu. Bebês prematuros com peso ao nascer ≤ 1.000 g que receberam iNO tiveram mortalidade significativamente aumentada e maior incidência de HIV. O iNO não conseguiu prevenir ou reduzir a ocorrência de displasia broncopulmonar. O National Institutes of Health (NIH) e um relatório clínico da American Academy of Pediatrics (AAP)  não recomendarem o uso de iNO em recém-nascidos prematuros, no entanto,  o uso de iNO em recém-nascidos prematuros é comum em ambientes acadêmicos e não acadêmicos, como a NICHD Neonatal Research Network, a Canadian Neonatal Network e as instituições Pediatrix. O custo mediano do iNO foi de US$ 7.695/paciente.

O número de transfusões de sangue recebidas e a incidência e gravidade da doença pulmonar crônica entre pacientes da UTIN nascidos com mais de 31 semanas de gestação

O número de transfusões de sangue recebidas e a incidência e gravidade da doença pulmonar crônica entre pacientes da UTIN nascidos com mais de 31 semanas de gestação

The number of blood transfusions received and the incidence and severity of chronic lung disease among NICU patients born >31 weeks gestation.Bahr TM, Ohls RK, Henry E, Davenport P, Ilstrup SJ, Kelley WE, Yoder BA, Sola-Visner MC, Christensen RD.J Perinatol. 2024 Oct 15. doi: 10.1038/s41372-024-02135-7. Online ahead of print.PMID: 39402132.

Realizado por Paulo R. Margotto

Este estudo é um dos primeiros a investigar a relação entre transfusão e doença pulmonar em bebês que nasceram com >31 semanas de gestação.  751 bebês constituíram a coorte de estudo 354 bebês (47%) foram identificados como não portadores de Doença Pulmonar Crônica (DPC)e 397 (53%) como portadores de DPC. Os  bebês com DPC grave receberam uma mediana de oito transfusões com uma variação de 0–63. Os autores mostraram  uma associação estatística entre transfusões e o desenvolvimento de DPC entre pacientes de UTIN nascidos >31 semanas, assim como reconhecemos anteriormente entre transfusões e DBP em bebês nascidos em idades gestacionais mais precoces. Esse achado  pode ser devido a diferenças nas células sanguíneas de adultos vs. neonatos; provavelmente envolvendo efeitos pró-inflamatórios de eritrócitos e plaquetas adultos transfundidos em neonatos doentes. Aderir a Diretrizes de transfusão mais restritivas pode reduzir a incidência e/ou gravidade da DPC.