Mês: março 2025

PUBLICAÇÃO 6078! Budesonida Intratraqueal Misturada Com Surfactante Para Bebês Extremamente Prematuros: O Ensaio Clínico Randomizado PLUSS

PUBLICAÇÃO 6078! Budesonida Intratraqueal Misturada Com Surfactante Para Bebês Extremamente Prematuros: O Ensaio Clínico Randomizado PLUSS


Intratracheal Budesonide Mixed With Surfactant for Extremely Preterm Infants: The PLUSS Randomized Clinical Trial
Manley BJ, Kamlin COF, Donath SM, Francis KL, Cheong JLY, Dargaville PA, Dawson JA, Jacobs SE, Birch P, Resnick SM, Schmölzer GM, Law B, Bhatia R, Bach KP, de Waal K, Travadi JN, Koorts PJ, Berry MJ, Lui K, Rajadurai VS, Chandran S, Kluckow M, Cloete E, Broom MM, Stark MJ, Gordon A, Kodur V, Doyle LW, Davis PG, McKinlay CJD; PLUSS Trial Investigators.JAMA. 2024 Dec 10;332(22):1889-1899. doi: 10.1001/jama.2024.17380.PMID: 39527075 Clinical Trial.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Ensaios anteriores menores relataram que a budesonida intratraqueal, 0,25 mg/kg, misturada com surfactante, em comparação com apenas surfactante, foi associada a um risco reduzido em mais de um terço no resultado combinado de morte ou displasia broncopulmonar (DBP). O comprometimento do neurodesenvolvimento entre 2 e 3 anos de idade também foi potencialmente reduzido em um desses ensaios. Seria a “bala de prata”na displasia broncopulmonar?  Para comprovar a eficácia da budesonida+ surfactante foi realizado esse estudo clínico randomizado paralelo, multicêntrico, duplo-cego, de 2 grupos, em 21 Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs) em 4 países (14 na Austrália, 5 na Nova Zelândia e 1 em Cingapura e Canadá), englobando1.059 bebês  <28 semanas (524 no grupo budesonida e surfactante e 535 no grupo somente surfactante) em um período de 5 anos. O ENSAIO NÃO DEMONSTROU NENHUMA EVIDÊNCIA CLARA DE QUE A BUDESONIDA INTRATRAQUEAL MISTURADA COM SURFACTANTE, EM COMPARAÇÃO COM SURFACTANTE APENAS, AUMENTOU A PROBABILIDADE DE SOBREVIVÊNCIA LIVRE DE DBP. No entanto, ficou uma informação: num pequeno grupo de 226 bebês que necessitaram de FiO2 ≥50% se beneficiaram da associação de budesonida+ surfactante, no entanto devendo ser conformado com um estudo maior.

O Despertar do Recém-Nascido Humano e o Surgimento da Consciência

O Despertar do Recém-Nascido Humano e o Surgimento da Consciência

The Awakening of the Newborn Human Infant and the Emergence of Consciousness. Lagercrantz H. Acta Paediatr. 2025. PMID: 39953815 Review. Artigo Grátis!

Realizado por Paulo R. Margotto

O nascimento é um dos eventos mais dramáticos da vida, devido à dramática transição do ambiente aquático no útero para o ar.  A transição de um ambiente aquático para respirar ar ocorre ao longo de algumas horas. A grande questão é se a consciência surge antes ou depois do nascimento, ou seja, em que ponto um indivíduo se torna consciente de si mesmo e do ambiente. Os recém-nascidos acordam ao nascer e parecem estar cientes de seu corpo e das expressões faciais, voz e cheiro de sua mãe. A consciência se desenvolve gradualmente e esse processo começa no útero por volta das 24 semanas de gestação. Os bebês parecem estar conscientes do que estão vendo aos 5 meses e outro marco importante é aos 9 meses, quando se tornam mais sociáveis. Os bebês nascidos por cesarianas eletivas, podendo aumentar o risco de desenvolver problemas comportamentais, como transtornos do espectro do autismo. Ele pode abrir os olhos e se concentrar mais em rostos humanos do que nos monitores hospitalares pelos quais está cercado. Mostra aversão, movendo-se quando é perturbado pelos cuidadores. O contato pele a pele torna os bebês mais conscientes de seus pais.

Suporte respiratório não invasivo ou intubação durante a estabilização após o parto e resultados neonatais e de desenvolvimento neurológico em bebês prematuros com 23-25 semanas de gestação

Suporte respiratório não invasivo ou intubação durante a estabilização após o parto e resultados neonatais e de desenvolvimento neurológico em bebês prematuros com 23-25 semanas de gestação

Noninvasive Respiratory Support or Intubation during Stabilization after Birth and Neonatal and Neurodevelopmental Outcomes in Infants Born Preterm at 2325 Weeks of GestationLipp R, Beltempo M, Lodha A, Weisz D, McKanna J, Matthews I, Ricci MF, Hicks M, Benlamri A, Mukerji A, Alvaro R, Ng E, Luu TM, Shah PS, Abou Mehrem A; Canadian Neonatal Network, Canadian Preterm Birth Network, and Canadian Neonatal Follow Up Network Investigators. J Pediatr. 2025 Jan;276:114270. doi: 10.1016/j.jpeds.2024.114270. Epub 2024 Aug 31.PMID: 39218207 Artigo Grátis!

Apresentado por Letícia Perci, R5 de Neonatologia do Hospital Santa Lúcia Sul/DF

Coordenação: Paulo R. Margotto

Observem como faz diferença no neurodesenvolvimento quando iniciamos a assistência respiratória NAO invasiva NOS PRIMIROS 30 MINUTOS nesses prematuros extremos: menos morte ou lesão cerebral e com menor comprometimento no neurodesenvolvimento. SEMPRE QUE POSSÍVEL, mesmo nesses bebês , iniciar com SUPORTE RESPIRATÓRIO NÃO INVASIVO e não intubar imediatamente porque simplesmente trata-se de um prematuro de 23-25 semanas!!

O termo significância hemodinâmica deve ser evitado ao tratar bebês prematuros com persistência do canal arterial

O termo significância hemodinâmica deve ser evitado ao tratar bebês prematuros com persistência do canal arterial

The term haemodynamic significance should be avoided when treating premature infants with patent ductus arteriosusHolmstrøm H, Moen A, Tscherning C.Acta Paediatr. 2024 Nov;113(11):2340-2341. doi: 10.1111/apa.17401. Epub 2024 Aug 23.PMID: 39177366 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Há debates em andamento sobre a definição de persistência do canal arterial hemodinamicamente significativa (hsPDA) em bebês prematuros e os critérios para tratamento. cardiologistas e neonatologistas têm diferentes entendimentos do termo hemodinamicamente significativo. Isso complica a comunicação entre essas especialidades, bem como entre instituições médicas e autores científicos. Outros consideram uma persistência do canal arterial (PCA) hemodinamicamente significativa como mais ou menos sinônimo da necessidade de tratamento. Nenhum parâmetro ecocardiográfico pode determinar a significância hemodinâmica de uma PCA, e as várias definições são baseadas em diferentes combinações de parâmetros ecocardiográficos padronizados. Pontuações compostas de risco ou gravidade foram sugeridas, a fim de definir a necessidade de tratamento. Elas incluem parâmetros clínicos e ecocardiográficos combinados e correspondem ao entendimento em cardiologia pediátrica. Esses pacientes precisam de critérios de tratamento individualizados com base em achados clínicos padronizados, combinados com sinais ecocardiográficos de sobrecarga de volume cardíaco esquerdo, subperfusão sistêmica, tamanho ductal e padrões de fluxo.

Neurodesenvolvimento aos 9 anos de idade entre crianças nascidas entre 32 e 36 semanas de gestação

Neurodesenvolvimento aos 9 anos de idade entre crianças nascidas entre 32 e 36 semanas de gestação

Neurodevelopment at Age 9 Years Among Children Born at 32 to 36 Weeks’ Gestation.Cheong JLY, Mainzer RM, Doyle LW, Olsen JE, Ellis R, FitzGerald TL, Cameron KL, Rossetti L, Anderson PJ, Spittle AJ.JAMA Netw Open. 2024 Nov 4;7(11):e2445629.doi:10.1001/jamanetworkopen.2024.45629.PMID: 39556392. Artigo Livre! Austrália

Apresentação: Leticia Perci

Coordenação: Paulo R. Margotto

Os achados deste estudo de coorte sugerem que problemas de neurodesenvolvimento em uma ampla gama de domínios (maiores diferenças nos índices de compreensão verbal, visoespacial e memória de trabalho,  desempenho inferior em leitura, dificuldades comportamentais) em crianças nascidas prematura moderado a tardio (32-36 semanas de gestação) podem persistir na idade escolar. O atraso no desenvolvimento aos 2 anos de idade foi associado a deficiências em todos os domínios do desenvolvimento aos 9 anos!!!

MONOGRAFIA NEONATOLOGIA-2025-HMIB (APRESENTAÇÃO): Avaliação Do Tratamento de Hipoglicemia em Pacientes Internados em Alojamento Conjunto de um Hospital Materno Infantil de Brasília

MONOGRAFIA NEONATOLOGIA-2025-HMIB (APRESENTAÇÃO): Avaliação Do Tratamento de Hipoglicemia em Pacientes Internados em Alojamento Conjunto de um Hospital Materno Infantil de Brasília

Amanda Batista Alves. Coordenação: Carlos Alberto Moreno Zaconeta

Trata-se de um estudo observacional, transversal e prospectivo a partir de coleta de dados referentes aos prontuários dos recém-nascidos de risco para hipoglicemia nascidos na Unidade de Neonatologia do HMIB. Os pacientes que receberam gel de dextrose 40% apresentaram melhora da glicemia na primeira vez que receberam o gel, não necessitando de repetir dose. A média de aumento de glicemia nos pacientes que utilizaram gel de dextrose foi de 14,3 mg/dL (desvio padrão de ± 6,6) enquanto a média do aumento de glicemia com complemento foi de 5,5 mg/dL (desvio padrão de ± 0,5.  O uso do gel de dextrose a 40% ajuda no tratamento da hipoglicemia, o que corrobora com menores taxas de hospitalização Na UTI Neonatal.O gel de dextrose é eficaz, bem tolerado por bebês, fácil de administrar, inclusive pelos pais, e é barato. Além disso, é uma opção de tratamento com menor probabilidade de interromper o início da amamentação e de levar à separação mãe-bebê.

MONOGRAFIA NEONATOLOGIA-2025-HMIB: Avaliação Do Tratamento De Hipoglicemia Em Pacientes Internados Em Alojamento Conjunto de um Hospital Materno Infantil de Brasília

MONOGRAFIA NEONATOLOGIA-2025-HMIB: Avaliação Do Tratamento De Hipoglicemia Em Pacientes Internados Em Alojamento Conjunto de um Hospital Materno Infantil de Brasília

Amanda Batista Alves. Orientação: Carlos Alberto Moreno Zaconeta.

Trata-se de um estudo observacional, transversal e prospectivo a partir de coleta de dados referentes aos prontuários dos recém-nascidos de risco para hipoglicemia nascidos na Unidade de Neonatologia do HMIB. Os pacientes que receberam gel de dextrose 40% apresentaram melhora da glicemia na primeira vez que receberam o gel, não necessitando de repetir dose. A média de aumento de glicemia nos pacientes que utilizaram gel de dextrose foi de 14,3 mg/dL (desvio padrão de ± 6,6) enquanto a média do aumento de glicemia com complemento foi de 5,5 mg/dL (desvio padrão de ± 0,5).  O uso do gel de dextrose a 40% ajuda no tratamento da hipoglicemia, o que corrobora com menores taxas de hospitalização Na UTI Neonatal.. O gel de dextrose é eficaz, bem tolerado por bebês, fácil de administrar, inclusive pelos pais, e é barato. Além disso, é uma opção de tratamento com menor probabilidade de interromper o início da amamentação e de levar à separação mãe-bebê.