Alimentação enteral como um adjunto à hipotermia nos neonatos com encefalopatia hipóxico-isquêmica

Alimentação enteral como um adjunto à hipotermia nos neonatos com encefalopatia hipóxico-isquêmica

Enteral Feeding as an Adjunct to Hypothermia in Neonates with Hypoxic-Ischemic Encephalopathy.Chang LL, Wynn JL, Pacella MJ, Rossignol CC, Banadera F, Alviedo N, Vargas A, Bennett J, Huene M, Copenhaver N, Sura L, Barnette K, Solomon J, Bliznyuk NA, Neu J, Weiss MD.Neonatology. 2018;113(4):347-352. doi: 10.1159/000487848. Epub 2018 Mar 6.PMID: 29510382.Similar articles.

Apresentação:MR2 Amanda Luiza Oliveira Taffner.Coordenação: Karina do Nascimento e Márcia Pimentel de Castro.Hospital Universitário de Brasília/Universidade  de Brasília.

Nos EUA é comum reter dieta enquanto na hipotermia  devido à preocupação com a ocorrência da enterocolite necrosante ou intolerância alimentar, embora não há forte evidência para essa prática. No entanto, a ausência da alimentação enteral pode exacerbar a inflamação intestinal. Nos prematuros o atraso da dieta está associado a inflamação e aumento da morbidade. No presente estudo, 17 pacientes com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) em hipotermia terapêutica (HT)  iniciaram a nutrição enteral mínima (NEM) e 17 não. Os autores relataram, no grupo NEM,  reduções clinicas significativas na duração da nutrição parenteral, no tempo de receber dieta oral plena, e hospitalização, além de não haver evidências do aumento da inflamação sistêmica (a resposta inflamatória no intestino pode ser um “motor” para inflamação sistêmica) e sem diferenças no exame de imagem (ressonância magnética) entre os grupos. No estudo de Thyagarajan B et al, 2015 (nos links!) os autores sugerem que os alimentos entéricos podem ser tolerados por recém-nascidos com EHI recebendo HT sem aumento significativo de complicações. Isto pode ser devido a um aumento gradual no fluxo sanguíneo intestinal nos primeiros dias de vida pós-natal, o que melhora a tolerância à alimentação. Sabe-se que a hipotermia é protetora contra a lesão de reperfusão da isquemia intestinal. No 11o Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro, em junho de 2018 (nos links!) Josef Neu pergunta: Por quê não alimentar esses bebês em HT? No Capítulo sobre Asfixia Perinatal (nos links!)do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco (prelo)discutimos considerar essa possibilidade nos RN mais estáveis (sem uso de drogas inotrópicas) e com lactato>2mmol/L. No Reino Unido mais da metade dos Neonatologistas tem utilizado essa prática .

Paulo R. Margotto